Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação
“Os que me conhecem bem sabem que não sou muito condescendente com a espécie a que pertenço. Para mim, o ser humano ainda está bem distante de atingir a um estágio que efetivamente o distinga, no que realmente interessa, dos chamados seres irracionais. Penso que, a despeito de todas as conquistas tecnológicas e materiais, ainda nos situamos em uma espécie de Idade das Cavernas. A inveja, a perfídia, a calúnia, a traição, a violência, o egoísmo, o preconceito nos mínimos atos de cada dia, os genocídios que se perpetram de forma permanente, as guerras sem sentido, enfim, todos os repetidos atos de barbárie cometidos diuturnamente no planeta não me permitem uma visão otimista, mas a constatação de que, mudando-se os tempos, os cenários e os atores, o enredo continua o mesmo.
O otimismo, admito, pode ser, em muitos casos, um componente propulsor, um móvel que traz consigo o entusiasmo para novas conquistas e a esperança de que tudo venha a melhorar. Ele é importante em alguns momentos, mas será sempre uma atitude romântica, dissociada do real. As verdadeiras mudanças, se vierem – e cada vez acho mais complicado isso – terão que vir do juízo crítico, da denúncia, do comprometimento com a luta pelas causas comuns a todos os homens, que envolvem a superação das injustiças e desigualdades. (mais…)