Torturadores: animais em circulação

app2Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação

“Os que me conhecem bem sabem que não sou muito condescendente com a espécie a que pertenço. Para  mim, o ser humano ainda está bem distante de atingir a um estágio que efetivamente o distinga, no que realmente interessa, dos chamados seres irracionais. Penso que, a despeito de todas as conquistas tecnológicas e materiais,  ainda nos situamos em uma espécie de Idade das Cavernas. A inveja, a perfídia, a calúnia, a traição, a violência, o egoísmo, o preconceito nos mínimos atos de cada dia, os  genocídios que se perpetram de forma  permanente,  as guerras sem sentido, enfim, todos os repetidos atos  de barbárie   cometidos diuturnamente no planeta não me permitem uma visão otimista, mas a constatação de que, mudando-se os tempos, os cenários e os atores, o enredo continua o mesmo.

O otimismo, admito, pode ser, em muitos casos, um componente  propulsor, um móvel que traz consigo o entusiasmo para novas conquistas e a esperança de que tudo venha a melhorar. Ele é importante em alguns momentos, mas será sempre uma atitude romântica, dissociada do real. As verdadeiras mudanças,  se vierem – e cada vez acho mais complicado isso – terão que vir do juízo crítico, da denúncia, do comprometimento com a luta pelas causas comuns a todos os homens, que envolvem a superação das injustiças e desigualdades. (mais…)

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Governo Dilma é cobrado por não receber indígenas

Agência Estado

São Paulo – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) voltou a atacar, nessa terça-feira,o governo federal, afirmando que trata de maneira desigual as partes envolvidas nos conflitos pela demarcação de terras indígenas no País. Em nota oficial, a instituição lembrou que, desde sua posse, em janeiro de 2011, a presidente Dilma Rousseff nunca recebeu uma delegação indígena para tratar de demarcações ou de outros assuntos do seu interesse. Por outro lado, segundo o Cimi, ela franqueia o seu gabinete a líderes ruralistas, que se defrontam com os índios no debate sobre a posse das terras.

“Somente no mês de maio, a presidenta reservou tempo em sua agenda para ao menos cinco encontros com representantes dos ruralistas, inimigos históricos dos povos indígenas”, diz a nota. O texto ainda lembra que a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), esteve com Dilma duas vezes no período em que as tensões aumentavam na zona rural do Mato Grosso do Sul e também no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no sul do Pará. (mais…)

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Ministro da Justiça vai a MS tentar mediar impasse com índios

Correio Braziliense

Diante dos impasses na negociação sobre a retirada de uma comunidade indígena na Fazenda Buriti, no Mato Grosso do Sul, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decidiu seguir para o local tentar para mediar uma solução. Ele estará acompanhado do governador André Puccinelli e desembarca nesta quarta-feira em Campo Grande.

Os desentendimentos se acirraram na última semana, quando um terena foi morto por um policial federal. Ainda ontem, Cardozo demonstrou preocupação e anunciou que solicitaria à Advocacia-Geral da União para pedir uma reconsideração do prazo para a reitegração de posse da Fazenda.”Esse caso nos mostrou a necessidade de tratarmos a questão indígena como uma questão de Estado”, afirmou. Hoje o ministro autorizou o envio de 110 homens da Força Nacional para atuar na região de Sidrolândia (MS), epicentro do conflito.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

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Carta de Solidariedade aos Povos Indígenas-MS

A Conferência dos Religiosos do Brasil, Regional MS, vem manifestar sua inquietação diante das injustiças sofridas pelos Povos Indígenas de nosso Estado. Sentimos-nos indignados diante da inércia do Governo Estadual e Federal.  É incompreensível o fato de que uma instância governamental tenha produzido um laudo antropológico favorável aos Índios Terenas reconhecendo o direito à posse da terra (que legitimou a ocupação) e, ao mesmo tempo, outra instância governamental, negando o laudo, tenha mandado um “verdadeiro batalhão” de militares para área em litígio para fazer a “tal” reintegração.

A truculência do Estado policialesco é assustadora; isso além de esquecer sua vocação maior, que é dar garantia de vida ao cidadão; nos obriga a conviver com um policiamento com alto índice de agressividade e total despreparo para atuar em situações mais delicadas.

Nós Religiosos e Religiosas presentes em todo Estado do MS, viemos a público manifestar a nossa indignação diante de tais fatos e ao mesmo tempo nossa solidariedade com a causa de todos os pobres. Muitas das nossas comunidades Religiosas atuam junto a várias etnias Indígenas presentes no Estado. Por isso, a morte de mais uma liderança Indígena provoca em nós o grito pela vida baseada nas palavras de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo10, 10). (mais…)

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Dom Dimas defende CIMI e diz que igreja tomou partido por demarcação

51ae5c46709c0039c0d3c76e13c0e0e80076af674029dConeSul News – “Estou à disposição para ajudar no que for preciso”. A frase é do arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, se referindo ao auxilio que a ministra Gleisi Hoffmann pediu à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na pacificação, tanto com os índios, como com os fazendeiros em Mato Grosso do Sul.

Apesar de ainda não ter recebido nenhuma orientação formal, Dom Dimas considera a mediação de conflito uma tarefa disponível para qualquer pessoa que tenha boa vontade. “O CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que trabalha em comunhão com a CNBB há mais de 40 anos, vem assessorando e dando apoio às causas dos povos indígenas em todas as regiões do Brasil”, lembra.

Dom Dimas comenta que não são raras as acusações contra o CIMI de atividades ilícitas, porém o arcebispo defende a organização, reforçando que direitos dos índios são violados e por isso a igreja toma partido e defende com força a demarcação de terra. (mais…)

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Governo afirma que Belo Monte não vai parar, MPF diz que hidrelétricas desrespeitam constituição

belo-monte-licenciamentoProcuradores do Pará e do Mato Grosso movem 3 ações contra o Governo Federal

EcoReserva – Enquanto o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmava ontem, 4, em reunião com cerca de 140 índios, que as obras de Belo Monte não vão parar, o Ministério Público Federal do Pará denunciava na Justiça que diversas comunidades ribeirinhas, afetadas por projetos hidrelétricos na Amazônia, não estão sendo ouvidas pelo Governo Federal antes do licenciamento das usinas.

Segundo o MPF, a consulta prévia aos índios está prevista na constituição brasileira e em uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) assinada pelo país, mas não é obedecida na prática.

Por causa dessa irregularidade, o governo responde a três processos judiciais movidos por procuradores do Pará e do Mato Grosso. (mais…)

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Praça Taksim: protestos em Istambul pelo direito à cidade

occupygezi3Raquel Rolnik*

Nos últimos dias, tenho procurado acompanhar a cobertura dos meios de comunicação sobre os protestos que estão ocorrendo em Istambul, na Turquia. Infelizmente, as notícias, em geral, não têm apontado as verdadeiras origens da manifestação. Referem-se a um protesto ambientalista contra a demolição de um parque e de suas árvores históricas, ou contra a corrupção da indústria da construção civil, como li no portal de um importante jornal inglês, ou, ainda, como a imprensa europeia e norte-americana têm enfatizado, contra a radicalização da islamização no país, com a adoção de medidas como a proibição da venda de bebidas alcoólicas e do beijo em público.

No dia 27 de maio, de fato, dezenas de pessoas ocuparam o Parque Gezi, que faz parte da Praça Taksim, a maior área pública do tipo no país, em protesto contra a demolição do parque e a construção de um shopping center no local. Desde que foi anunciado, o projeto foi questionado por vários setores da população contrários a sua implementação. Não havendo canais de diálogo, e diante da iminente demolição do parque, não houve outra saída senão a resistência no próprio local, com acampamentos e protestos. A desmedida repressão policial não apenas fez crescer a manifestação – no dia seguinte, milhares de pessoas somaram-se a ela – como também chamou a atenção internacional para a situação. Na manhã do dia 30, a polícia agiu novamente, tocando fogo nas barracas dos manifestantes e lançando gás lacrimogêneo e de pimenta sobre eles. Várias pessoas ficaram feridas e, até onde se sabe, duas morreram. (mais…)

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Quem tem medo dos editais para as iniciativas culturais afro-brasileiras?

vilma_reisVilma Reis* – CENPAH

No contexto das forças políticas os Movimentos Negros e de Mulheres Negras se organizam no país contra a reação conservadora que se levanta contra as diferentes formas de reparação, seja no mercado de trabalho, no acesso a educação ou no acesso a recursos, para que um grupo majoritário da sociedade brasileira, a população negra, possa apresentar suas narrativas para as gerações atuais e deixe seu legado, na dramaturgia, na dança, na música ou em outra forma de manifestação da cultura, para as gerações vindouras. Essa manifestação do conservadorismo quando não permite a equidade, através de ações afirmativas, impede a partilha dos bens e recursos produzidas por todo povo brasileiro, evidenciando que é o racismo que estrutura o Brasil, onde o medo branco da onda negra permanece como um fenômeno longevo.

O Ministério da Cultura, conhecido como MinC, uma instituição com apenas 28 anos de existência, tão jovem como o recente período que o Brasil vive de intervalo de regimes autoritários, até 2012 o MinC seguia como se não houvesse divergência e vontade, por parte daqueles e daquelas que produz a cena cultural negra em sua diversidade, à demanda por acessar os recursos do Ministério. Fóruns, Conferências, Painéis, locais e nacionais, foram organizados, Cias, Coletivos, Grupos, Posses foram erguidas, sempre cumprindo uma missão secular de ofertar a cultura, não como produto da indústria mas como reflexão, alimento, transmissão, para nossas dores, respostas contundentes diante das tragédias, das alegrias e celebrações da memória. (mais…)

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Mais um: Quilombo do Cambury, em Ubatuba, tem prazo de 5 dias para ser expulso de parte de seu território. Viva a (in)justiça!

Quilombo do Cambury. Foto de Clínica do Texto
Quilombo do Cambury. Foto de Clínica do Texto

Assine a Petição em defesa do Quilombo Cambury clicando AQUI.

O Quilombo Cambury está sofrendo uma reintegração de posse do espaço comunitário Escolinha Jambeiro, Ponto de Cultura e Sede da Associação Remanescentes de Quilombo do Cambury, e diversas casas de quilombolas localizada na Barra do Cambury.

A ação foi movida por Charlotte Lina Alexandra Bento de Carvalho, esposa do falecido João Bento de Carvalho, contra o Sr. Genesio dos Santos, processo que está na 1ª Vara da Comarca de Ubatuba 69/1976, número do processo 00031519768260642. O último julgamento da estância federal de Taubaté deu a veredito o Excelentíssimo Juiz de Direito Eduardo Passos Bhering Cardoso contra a própria Comunidade de Quilombos do Cambury, com prazos para desocupação. As autoridades já foram notificadas, mas estamos pedindo para os amigos uma luz para reverter a situação. (mais…)

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RS – Lideranças indígenas exigem de Tarso Genro a continuidade das demarcações de terras

Tarso Genro propôs a mediação do conflito pelo governo do estado. Indenização dos agricultores em dois sentidos poderia ser a solução | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Tarso Genro propôs a mediação do conflito pelo governo do estado. Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Por Iuri Müller, em Sul21

Após a mobilização da tarde desta segunda-feira, quando indígenas e quilombolas cobraram um pronunciamento oficial do governo do estado sobre a demarcação de terras no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (4) o grupo foi recebido pelo governador Tarso Genro. Por volta das 16h30min, representantes dos povos caingangue, charrua e guarani, além de quilombolas gaúchos, se reuniram com Tarso no Palácio Piratini. Na ocasião, o governador afirmou ter legitimidade para tratar do tema e propôs a mediação por parte do governo para resolver o impasse com os pequenos agricultores.

Atualmente, indígenas e agricultores vivem em conflito em diversas áreas do estado. Há disputa visível em cidades como Mato Castelhano, Erechim, Getúlio Vargas e Lajeado do Bugre. Enquanto os agricultores reivindicam a posse da terra e a produção constante no local, os povos originários apontam para o direito ancestral ao acesso dessas áreas. Para Zaqueu Claudino, representante dos caingangues, “não demarcar a terra” que pertence ao povo indígena “é continuar com um genocídio que acontece há séculos”. (mais…)

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