Nota da CNBB: “Ouvir o clamor que vem das ruas”

logocnbbNós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.

Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”

Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”. (mais…)

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Perscrutando os clamores e o recado das ruas: impressões ao calor dos acontecimentos

Foto: Tasso Marcelo / AFP
Foto: Tasso Marcelo / AFP

Por Alder Júlio Ferreira Calado, em Kairòs

Nesses últimos sete dias, coincidindo com o clima midiático de euforia pela Copa das Confederações (bem ao ritmo do “Vem pra rua” – titulo de uma propaganda da Fiat, criativamente ressignificado pelos protagonistas das recentes e impetuosas manifestações de rua), temos assistido, para surpresa e espanto de não poucos, sucessivas manifestações massivas, pelas ruas, avenidas e praças, em todas as regiões do Brasil, em praticamente todas as capitais e em dezenas de outras cidades do país. Uma dessas manifestações massivas, realizada no Rio de Janeiro, no dia 20 de junho, por exemplo, reuniu 300 mil pessoas! (mais…)

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Museu da Imigração disponibiliza acervo digital

HOSPEDARIA

Um baú de preciosidades. Assim pode ser definido o acervo digital do Museu da Imigração, com suas mais de 250 mil imagens digitalizadas que revelam a história da imigração no Estado de São Paulo e no Brasil. Lá estão disponíveis também as listas de bordo dos navios de imigrantes que ancoraram no Porto de Santos entre 1888 e 1973.

Um banco de dados online integra o acervo digital do museu e documentos pertencentes ao Arquivo Público do Estado de São Paulo. São mais de 247 mil páginas para consulta e download gratuito. Há documentos como listas com os nomes dos imigrantes embarcados, principalmente em portos europeus, com desembarque previsto no Porto de Santos. (mais…)

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Nota da CUT em defesa da democracia

A Central Única dos Trabalhadores manifesta seu total apoio ao Movimento Passe Livre que, por ter alcançado o objetivo inicial de revogar o reajuste das tarifas de transporte coletivo, tomou a decisão nesta sexta-feira (21) de não mais convocar os atos, que liderou de forma legítima, levando milhares de pessoas às ruas nos últimos dias.

A CUT repudia as ações violentas de grupos contrários à democracia que, de forma oportunista, levaram às ruas pautas conservadoras que apontam para o retrocesso, o preconceito, a intolerância e estimulam o ódio de classe.

Diante disso, a CUT orienta seus Sindicatos, Federações, Confederações e militantes a defender de forma pacífica e organizada, como sempre fizemos, bandeiras históricas fundamentais para a democracia e o desenvolvimento do país, como transporte, educação e saúde públicos de qualidade, trabalho decente, fortalecimento da democracia; reforma política que fortaleça os partidos, a participação popular e a transparência e democratização nos meios de comunicação. (mais…)

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Ninguém sabe onde vai dar, mas podemos contribuir para minorar os erros

Foto BSB Reginaldo Bispo

Por Reginaldo Bispo*

Sem bola de cristal como alguns, nem tendência a mãe Diná, utilizo-me da dialética histórica para analisar, entender e contribuir para esse momento único, maravilhoso espetáculo cívico, das mobilizações da juventude e do povo.

Ontem, 20 de junho, participamos [militantes do MNU de Lutas, com bandeira panfleto e tudo] da maior manifestação popular jamais vista em 40 anos de militância política em Campinas. Mais de 60.000 universitários, secundaristas, adultos, idosos, crianças, pretos, brancos, punks, anarquistas, comunistas, socialistas, dizem que até neonazistas havia, estes eu dispenso e excluo. Sou anti fascista, antirracista e anticapitalista por principio. (mais…)

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Movimentos cobram união da esquerda em ‘conjuntura pesada’

CUT, UNE, MST e outros movimentos pensam que é o momento de unificar ideias à esquerda para evitar retrocesso (Danilo Ramos. RBA)
CUT, UNE, MST e outros movimentos pensam que é o momento de unificar ideias à esquerda para evitar retrocesso (Danilo Ramos. RBA)

Reunião convocada pelo MST esboça agenda de reivindicações a ser levada ao governo federal e ao Congresso. Stédile celebra pronunciamento de Dilma: ‘Ela ouviu as vozes das ruas’

Por Rádio Brasil Atual

São Paulo – Movimentos sociais, partidos políticos e entidades de classe se reuniram ontem (21) para discutir a conjuntura política da atualidade tendo em vista as manifestações das últimas semanas, organizadas pelo Movimento Passe Livre, e o desencadeamento de outros protestos, sem lideranças claras e pautas variadas.

No encontro, as organizações buscaram esboçar uma agenda unificada. Para Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares, o consenso é difícil. No entanto, “tudo depende do momento conjuntural, ele define o rumo das coisas. E nesse caso, o nosso rumo foi definido por essa conjuntura, que não é de se brincar. É uma conjuntura pesada, em que o povo está levado a ir para as ruas, está receptivo a fazer suas lutas, e nós não podemos recuar”. (mais…)

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Grupos de periferia se articulam em São Paulo para defender democracia e Dilma

O protesto de quinta-feira na Avenida Paulista foi marcado por intolerância a partidos e movimentos (Danilo Ramos. RBA)
O protesto de quinta-feira na Avenida Paulista foi marcado por intolerância a partidos e movimentos (Danilo Ramos. RBA)

Após violência contra militantes de esquerda em manifestações, Cooperifa reuniu ativistas para reafirmar posicionamento e unificar bandeiras

Por Gisele Brito, da RBA

São Paulo – Cerca de 60 pessoas representando diversos coletivos e movimentos sociais que atuam em bairros periféricos da zona sul de São Paulo se reuniram na noite de ontem (21) na sede da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), no Jardim Guarujá, para articular estratégias de combate a ideais classificados como fascistas.

Os participantes discutiram sobre a presença de grupos com símbolos associados ao nazismo e ao fascismo no ato da última quinta-feira, quando milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista pedindo, entre outras pautas associadas ao conservadorismo, o fim dos partidos e dos governos. Para a frente periférica, isso, associado a palavras de ordem como “Fora Dilma”,  sinalizou a intenção desses grupos de usar formas não democráticas para atingir seus objetivos. No ato, bandeiras de legendas políticas e da Uneafro foram queimadas e militantes ficaram feridos. (mais…)

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Nossa história: estudantes do Brasil decidiram em 1977 enfrentar repressão militar

Os líderes universitários se reuniram no câmpus da Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, de onde saíram para a cadeia, após enfrentar forte aparato da Polícia Militar, que cercou toda a área
Os líderes universitários se reuniram no câmpus da Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, de onde saíram para a cadeia, após enfrentar forte aparato da Polícia Militar, que cercou toda a área (Arquivo EM)

Sandra Kiefer, Estado de Minas

Exatamente como hoje, as férias escolares ainda não haviam chegado. Era junho. Numa madrugada, começaram a aportar em Belo Horizonte ônibus de todas as partes do país. Vinham lotados de jovens, inscritos no 3º Encontro Nacional dos Estudantes (ENE), que deveria ocorrer no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Naquele ano, 1977, os universitários tentariam reconstruir a União Nacional dos Estudantes (UNE), dissolvida em 1968 pelo regime militar.

Até o estouro de manifestações da juventude brasileira este mês, o dia 4 de junho de 1977 era o marco do último grande protesto de estudantes em Belo Horizonte a terminar em confronto com a polícia. Na época, o saldo foi de cerca de 1,2 mil estudantes presos e quase uma centena indiciada com base na Lei de Segurança Nacional. A movimentação deixou o Centro de Belo Horizonte sitiado, o comércio fechado e a população paralisada, assistindo à resistência pacífica dos universitários ao regime verde-oliva. (mais…)

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MG – População não concorda com a construção de barragens no rio Carinhanha

Foto: ASA Minas
Foto: ASA Minas

Por Paula Alves, ASA Minas

A audiência pública realizada no dia 18 de junho em Bonito de Minas – MG para discutir os impactos das PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas, no Rio Carinhanha foi um momento importante para a população mostrar que não concorda com a construção das barragens. Convocada pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, a audiência contou com mais de 200 pessoas entre moradores de Bonito de Minas e de Cocos na Bahia.

Os manifestantes mostraram sua insatisfação através de apitos, tambores e cartazes. Seu Horácio Rodrigues Nunes, Presidente da Associação Comunitária Vereda Bonita Cajueiro e um dos atingidos pela barragem, estava indignado com o projeto. Disse que a barragem vai trazer prejuízo porque vai tirar o Rio Carinhanha do povo e concluiu afirmando: “Lá nós somos sossegados, se tira nós de lá a gente vai para onde? Eu tenho todas as escrituras dizendo que a terra é minha. Eu nasci na beira do Rio Carinhanha, a minha vida é o Rio não consigo pensar em viver longe de lá.”

A construção das barragens do Caiçara e Gavião causará impactos sociais, econômicos e ambientais irreversíveis. Destruirá a mata conservada dos rios inundando as terras férteis de várias comunidades afetando a rica biodiversidade da região. As comunidades tradicionais que constroem sua identidade a partir da sua relação com o rio e com as terras do entorno serão expropriados do seu modo de vida tradicional. As histórias, os costume, sua cultura ficará embaixo das águas caso as barragens sejam construídas. (mais…)

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Mais um pescador é executado na Baía de Guanabara

Clayton“Mais um pescador pode ter sido morto pela disputa de áreas de pesca na Baía de Guanabara. Ontem, a vítima foi Clayton Luiz dos Anjos Medeiros, de 41 anos, que foi atingido por quatro tiros na cabeça, quando se preparava para mais uma aventura no mar, no Gradim. Ele estava preparando o barco para a partida, programada para as 15h, quando dois homens num Gol bolinha verde se aproximaram e fizeram os disparos”.  (Jornal O São Gonçalo)

Texto de Alexandre Anderson, sobre a notícia acima:

“Ontem completou um ano do desaparecimento e  assassinato de dois pescadores (Almir e Pituca), ao sair para pescar na baía de Guanabara, e hoje enfrentamos mais essa triste notícia, de mais um pescador covardemente assassinado!

Novamente entramos em luto! Um luto não só pela terrível notícia dessa morte de companheiro, mas pela falta de empenho do Poder Público em permitir que isso continue ocorrendo. São mortes anunciadas!

O pior é a certeza de saber que não vai ser o último caso de pescadores que, ao tentarem sair para trabalhar,  encontram a morte no mar!

Além da falta do pescado, da falta de políticas públicas para a categoria, além da grande área de exclusão da pesca criada pelas empresas petroquímicas na baía de Guanabara, além de dividir espaço com grandes navios e rebocadores, dentre outros problemas que enfrentamos no dia dia, temos a morte à nossa espreita! (mais…)

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