A justiça italiana aumentou nesta segunda-feira a sentença do empresário suíço Stephan Schmidheiny, sócio da Eternit Italia, de 16 a 18 anos de prisão, por ter provocado a morte de mais de 3.000 pessoas com o uso de amianto, no primeiro julgamento celebrado no mundo contra um dos materiais de construção mais perigosos para a saúde.
O multimilionário suíço, julgado à revelia, tinha sido condenado em fevereiro de 2012 em primeira instância a 16 anos de prisão em um julgamento considerado histórico, durante o qual os parentes das vítimas e a promotoria exigiram severas penas para os diretores da Eternit por terem violado as regras de segurança em suas fábricas na Itália, que funcionaram entre 1976 e 1986.
Schmidheiny foi julgado junto com seu ex-acionista, o belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, com título de barão, que faleceu em 21 de maio passado aos 92 anos, semanas antes de proferida a sentença.
Os dois tinham sido condenados por provocar de forma intencional uma grave “catástrofe ambiental e sanitária”.
Com isso, a justiça italiana deu início ao maior julgamento organizado até agora pelo amianto, um mineral fibroso – que tem como variante o asbesto, de fibras mais duras – que organizações médicas internacionais acusam de provocar câncer com alta mortalidade. (mais…)