Após refúgio, D. Pedro Casaldáliga retorna para região de conflito de MT

O bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, 84, retornou a Mato Grosso após três semanas escondido em Goiás devido a ameaças de morte

Daniel Carvalho – Folha de S. Paulo

O bispo defende o direito de posse dos índios xavantes sobre a terra indígena Marãiwatsédé, no nordeste do Estado. Por isso, estava sendo ameaçado por posseiros.

Os não índios foram obrigados pela Justiça, em novembro, a desocupar a área de 165 mil hectares em que viviam desde 1992.

O padre Paulo Santos, assistente do religioso que se refugiou com ele, disse à Folha que ambos retornaram a São Félix no dia 29. Eles haviam ido para Goiás em 7 de dezembro, após recomendação do governo federal.

A volta de Casaldáliga foi discutida com representantes do governo. A decisão levou em conta o apaziguamento da situação na região.

A Secretaria-Geral da Presidência da República diz não haver mais resistência. As poucas famílias de não índios remanescentes aguardam caminhões de mudança. (mais…)

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O som que amedronta a classe média

Sutil, profundo e provocador, “O som ao redor” incomoda as elites — que temem ter “seu” espaço invadido pela multidão

Por José Gerado Couto*, do blog IMS

Entra finalmente em cartaz o filme brasileiro mais incensado dos últimos anos, “O som ao redor”. Premiado em festivais no Brasil e no exterior, elogiado unanimemente pela crítica, o longa de Kleber Mendonça Filho entrou nas listas de melhores do ano do New York Times e da Film Comment, entre outras publicações de prestígio.

Todo esse auê se justifica. É um filme que, como poucos, radiografa sua época sem perder de vista o processo histórico de longa duração em que ela se insere. Não se perde nas aparências do presente, não fetichiza o novo, mas, pelo contrário, revela a presença do arcaico no moderno, a reiteração sob novas formas de um modelo civilizatório ao mesmo tempo perverso e fascinante – tudo isso sob a aparência de uma prosaica crônica urbana ambientada num bairro recifense de classe média.

Escrevi há alguns meses sobre o filme e não quero me repetir. Só acrescento um dado que àquela altura eu desconhecia e que pode ajudar a enriquecer a leitura do filme. Na crítica, eu qualificava de estranhas e misteriosas as aparições fugazes de um garoto negro – num telhado, numa casa vazia, no alto de um árvore. Depois fiquei sabendo que se tratava de alusões ao “menino-aranha” que povoou a crônica policial de Recife na década de 90: o garoto Tiago João da Silva, que desde os nove anos de idade escalava com as próprias mãos prédios residenciais da cidade para assaltar apartamentos. Tiago foi detido e fugiu várias vezes, até ser morto a tiros aos 17 anos, em 2005. (mais…)

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MEC vai dar bolsa de R$ 400 para cotista de baixa renda

Correio do Estado

Estudantes de baixa renda que ingressarem em universidades federais por meio do sistema de cotas terão direito a uma bolsa mensal de R$ 400, informou nesta terça-feira (8) o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A Lei de Cotas determina que as instituições federais reservem no mínimo 12,5% de suas vagas do próximo vestibular para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. A proporção deverá chegar a 50% das vagas para esses estudantes dentro de quatro anos.

De acordo com Mercadante, a bolsa será concedida para os alunos de renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que forem matriculados em cursos com mais de cinco horas de jornada por dia. “(Esses estudantes) Terão direito a uma bolsa de R$ 400 por mês assim que entrarem na universidade durante todo o curso”, disse o ministro. Em novembro, Mercadante havia anunciado uma ajuda financeira para os cotistas, nos moldes do programa Bolsa Família, mas não havia confirmado o valor na ocasião.

A Lei das Cotas estabelece que 50% das vagas reservadas para alunos de escolas públicas serão dadas a estudantes de famílias com renda per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. As vagas dos cotistas serão preenchidas por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à verificada no Estado da instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

http://www.correiodoestado.com.br/noticias/mec-vai-dar-bolsa-de-r-400-para-cotista-de-baixa-renda_171136/

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

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Aumenta número de adotantes indiferentes à raça

Dados de dezembro de 2012 do Cadastro Nacional de Adoção revelam que há mais pessoas interessadas em adotar crianças ou adolescentes de qualquer raça. No mesmo mês de 2010, 31,4% das 30.378 pessoas cadastradas não se importavam com a raça da criança ou adolescente disponível para adoção. Dois anos depois, a porcentagem cresceu para 37,75% dos 28.780 pretendentes cadastrados.

Há dois anos, o percentual de pessoas que só aceitariam adotar crianças ou adolescentes se a raça deles fosse branca superava em 5,83% o dos indiferentes à raça do adotado. Hoje, a relação se inverteu: há 3,55% mais indiferentes em relação ao perfil étnico das crianças do que os pais em potencial que só teriam filhos adotados da raça branca.

A comparação dos dados do CNA também mostra que, nos últimos dois anos, caiu ligeiramente o percentual de interessados em adotar apenas crianças menores de um ano. Enquanto representavam 19,6% do total de adotantes, atualmente são 16,16% do total.

Também ficou menor a quantidade de crianças da raça parda esperando para serem adotadas. Em dois anos, caiu o número de 4.020 para 2.559. Em relação ao total de crianças e adolescentes disponíveis para adoção, o percentual também diminuiu de 50,57% para 46,85%. As informações são da Assessoria de Imprensa do CNJ.

Fonte: Palmares

Aumenta número de adotantes indiferentes à raça

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