Oswaldo Sevá Filho*
Os homens levantam muito cedo, em cidades tão distantes quanto Londrina (PR), Salvador (BA), Lajes (SC), Juiz de Fora e Uberlândia (MG), Campinas e Sorocaba (SP), e várias outras nos estados do Rio de Janeiro, da Bahia, do Espírito Santo. Vão quase todos para a cidade do Rio de Janeiro, alguns por via aérea, muitos em ônibus de linha. Têm que passar pela rodoviária Novo Rio, onde fazem a baldeação para o norte fluminense; ainda viajam mais três horas e tanto pela BR 101, num dos trechos mais mortíferos do país, após o término da pista dupla em Rio Bonito.
Na estação rodoviária de destino, Macaé ou Campos, pegam mais ônibus e vans até os heliportos mais movimentados do país, no litoral de Macaé e de Atafona – de onde vão finalmente “subir”. Ou seja: embarcar em helicópteros e voar ainda por meia hora, uma hora ou mais, até pousar em cada uma das dezenas de plataformas petrolíferas cravadas ou ancoradas no meio do alto-mar, de oitenta a quase duzentos quilômetros da costa. O quase desconhecido, e muito propagandeado, mundo do “off-shore”.
Ali passam duas ou três semanas embarcados. Cada vez mais os estrangeiros também embarcam nas plataformas e tripulam os navios de apoio, lançadores de tubos, de mergulho, rebocadores. São brigadas de noruegueses, alemães, italianos e outros europeus, de norte-americanos, árabes, orientais, que ficam no mar por mais tempo que os nacionais. (mais…)
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