A seca e o olhar sudestino, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)*

O pior da seca parece estar terminando, mas não terminou. Ainda haverá sofrimentos em 2013, menos água em muitos lugares, pastagem mais escassa, safra prejudicada. Mas, a tendência é a situação melhorar daqui para frente, voltando a longa estiagem lá pelo ano de 2050, daqui a trinta anos.

Não se repetiu a tragédia humana das grandes migrações e do genocídio humano. A lógica da convivência com o semiárido provou ser a mais correta e a tragédia só não se repetiu graças a pouca infra-estrutura já implementada, como cisternas e algumas adutoras.

É duro ver as reportagens feitas pelos grandes meios de comunicação do sul e sudeste sobre nossa região, particularmente em tempos de longa estiagem. O imaginário preconcebido sempre está presente.

Elas têm enfatizado a morte dos animais. De fato, o gado bovino tem sofrido e morrido em quantidade nessa seca. Mas, essa é uma questão superada para o movimento social que defende a convivência com o semiárido, isto é, essa região nunca foi local adequado para se criar bois e vacas. Há uma comparação feita pelos educadores populares nos cursos de formação com uma estatística bem simples: um boi come por sete bodes, bebe por sete bodes, ocupa o espaço de sete bodes. Quando morre um boi,  morre o equivalente a sete bodes. (mais…)

Ler Mais

Adeus a João Zinclar, o fotógrafo do Rio São Francisco

Foto: Flaldemir Sant’Anna

“Mudar o mundo eu acho que é uma tarefa muito maior do que a fotografia. Mudar o mundo é ter milhões de pessoas na rua em movimentos contra os opressores, contra as ditaduras, é isso que muda o mundo. E a fotografia, se ela quiser cumprir esse papel, tem que andar pari passu com esses movimentos, colocando realidades objetivas e subjetivas, porque não existe verdade absoluta.”

 (João Zinclar, em “Caçadores de Alma”, de Silvio Tendler)

Por Ruben Siqueira*

Bandeiras de todos os tons vermelhos, mas sobre o caixão apenas uma do básico socialismo. Mais três foram admitidas: a dos Metalúrgicos de Campinas, a da luta palestina e a da Articulação Popular São Francisco Vivo. Dentro e fora, uns 400 militantes de todas as boas causas populares. Fraterno convívio, como a mais justa homenagem ao companheiro João Zinclar na sua derradeira jornada.

Fotógrafo, ex-hippie, comunista, operário, sindicalista, sócio-ambientalista mais recentemente – as diversas faces do João foram se somando numa vida breve e intensa de 56 anos, interrompida por trágico acidente rodoviário. Como não poderia deixar de ser, estava a serviço, vindo de ônibus de Ipatinga-MG onde cobrira as eleições sindicais dos metalúrgicos. Cada face ou fase do gaúcho de Rio Grande-RS, que se fez cidadão do mundo, agregou amigos e amigas sem conta, parceiros e parceiras de pelejas pela superação do capitalismo, pela construção do verdadeiro socialismo, pela vitória da vida. (mais…)

Ler Mais

Aldeia Maracanã: existência de documento doando o terreno mudaria os rumos do prédio

Meu Rio

O Presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, sobrinho do antropólogo que dá nome à organização, afirmou que existe um documento que mudaria os rumos do prédio e estragaria os planos do Governo Estadual e outros interessados no espaço.

Segundo Ribeiro, ao doar a área, em 1865, o príncipe Ludwig August de Saxe-Coburgo-Gotha (1845-1907) — conhecido como ‘duque de Saxe’, por conta de sua paixão pelas ciências naturalistas, exigiu, ad eternum, que o terreno deveria ser utilizado com finalidade de apoio ‘à causa dos índios’.

“Este documento está no Arquivo Nacional, mas ainda está sendo procurado”, alegou ele, que disponibilizou as sedes e equipes da Fundação Darcy Ribeiro para apoiar a Aldeia Maracanã. “Em posse deste papel, caso o Museu do Índio tenha outra destinação que não seja ligado aos índios, a família do duque de Saxe pode, inclusive, exigir a reintegração de posse do terreno”, concluiu Paulo Ribeiro. (mais…)

Ler Mais

Carta Nacional da CONAQ contra os ataques dos escravagistas aos direitos quilombolas

A CONAQ – Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas vem, por meio deste, Esclarecer (Escurecer) para a Sociedade Brasileira o legado que o povo negro herdou neste País e em especial as Comunidades Quilombolas. Vivemos em um país onde o resquício da escravidão e o racismo estão entranhados na sociedade em geral e de forma acentuada no Legislativo, Executivo e Judiciário e nos veículos de comunicação.

Após 124 anos de “abolição”, o Brasil encontra-se sem fazer a reparação digna e justa para a população que teve os direitos violados e saqueados pelo regime de escravidão que este país impôs aos Índios e Negros. Estamos em um País que, após “abolição” do regime escravagista, as primeiras medidas tomadas por parte do Estado Brasileiro não foram para dar condições para que os negros recém-libertados tivessem direito às suas propriedades e aos meios de produção, mas sim as leis da vadiagem, a proibição da capoeira e várias outras, para fazer com que os negros recém-libertados sem terra e destino voltassem a trabalhar para os senhores de escravos da época.

O Brasil foi um dos últimos países da America Latina a abolir a escravidão, e, mesmo com a abolição, os negros se encontraram à deriva sem saber como começar uma nova vida.

O reflexo disso é o País em que vivemos hoje, aonde os brasileiros que se encontram em extrema miséria são mais de 70% de negras e negros à margem da sociedade, morando em condições desumanas e em extrema pobreza. Herança que este regime deixou são os índices como estes acima e outros como o genocídio da juventude negra, e a perspectiva de vida de jovens negros nas cidades e no campo são as piores do País, inclusive roubando deste jovens o direito de sonhar com um futuro melhor. (mais…)

Ler Mais

MinC e instituições vinculadas prorrogam o prazo de inscrições para criadores e produtores negros

Marcos Agostinho e Glaucia Lira, Ascom/MinC

“Atenção você que é negro ou negra, com mais de 18 anos, o Ministério da Cultura tem um convite para você e vale até o dia 25 de março. Produtor ou artista que se auto-declara negra ou negro, que trabalha com as linguagens de cinema, de literatura, pesquisa de bibliotecas, de artes visuais, circo, música, dança e teatro, os concursos foram feitos para você.

Saiba sobre os projetos no site do MinC. Tire as suas dúvidas e deixe as suas perguntas. Nós vamos esclarecer. São prêmios profissionais, no total de R$ 9 milhões,  garantidos nas cinco regiões do país, numa política de reparação histórica do Governo Dilma. Uma parceria do  Ministério da Cultura e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir”.

O chamamento do Ministério da Cultura enfatiza a importância dos editais voltados aos produtores e criadores negros e para o fato de que eles tiveram o prazo de inscrições prorrogado, oferecendo mais chance de participação. (mais…)

Ler Mais

Procuradoria Geral da República questiona constitucionalidade do novo Código Florestal

charge de Jean Galvão

Iara Guimarães Altafin, Agência Senado

A implementação do novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) pode ser suspensa caso o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça a inconstitucionalidade de diversos artigos da lei, conforme pedido apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR) .

Em três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) protocoladas na segunda-feira (21), a PGR considera inconstitucionais dispositivos que flexibilizam regras para áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal, além de normas que visam à regularização de áreas desmatadas ilegalmente.

Caso o Supremo acate a solicitação da Procuradoria-Geral, os artigos questionados podem ser suspensos até o julgamento final das ações. Para a PGR, o novo código reduz a proteção e coloca em risco as APPs, “criadas para preservar a diversidade e a integridade do meio ambiente brasileiro”. (mais…)

Ler Mais

BA – Casa Nova: homens atiram contra propriedade rural onde agricultor foi assassinado

Homens armados entraram em uma área rural de Casa Nova, conhecida como Areia Grande, na última quinta-feira 17 e fizeram disparos com arma de fogo contra a cisterna de um camponês conhecido como Agrício, informaram, à Comissão Pastoral da Terra, moradores da região. Na área ,um trabalhador rural foi assassinado há quase quatro anos. De acordo com as pessoas ouvidas pela CPT, os homens chegaram em três camionetes, e afirmaram estar cumprindo ordem do juiz, mas não apresentaram nenhum mandato judicial. Ainda de acordo com fontes da CPT, o cadeado que fica na cancela localizada na entrada do local foi arrombado.

As quatro comunidades que integram o território Areia Grande sofrem ameaça de expulsão de sua terra há mais de 30 anos. Em 2009, o agricultor José de Antero foi assassinado, crime ainda não esclarecido, após uma séria de violações. Um ano antes, os moradores de Areia Grande foram submetidos a uma ordem de despejo judicial, impetrada por grileiros, e agressões por vários homens armados. Os atos de violência não pouparam nem mulheres grávidas. (mais…)

Ler Mais

Parada LGBT de SP define lema para 2013: “Para o armário, nunca mais! – União e conscientização na luta contra a homofobia”

Redação da Agência de Notícias da Aids

A 17ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) de São Paulo, marcada para 2 de junho terá como lema neste ano a frase: “Para o armário, nunca mais! – União e conscientização na luta contra a homofobia”.

Segundo comunicado divulgado pela associação que organizada a Parada, a ideia é dar uma resposta à perseguição dos conservadores e, ao mesmo tempo, convocar a comunidade a se manter firme e esclarecida no combate à discriminação.

Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), disse que o lema fala ao Poder Legislativo que o movimento não aceita mais ter seus direitos negociados ou barrados por pressão de fundamentalistas. “Antes não incomodávamos tanto esses setores, pois vivíamos na invisibilidade do gueto. A partir do momento em que a gente sai do armário e começa a reivindicar igualdade, eles passam a nos perseguir e a tentar barrar as nossas conquistas. Isso a gente não vai admitir”, diz o ativista. (mais…)

Ler Mais

Situação de famílias do Pinheirinho é ‘inadmissível’, diz Anistia Internacional

Destroços do que foi o assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos, que sofreu reintegração de posse no início do ano Foto: Murilo Machado

Carta Capital

A organização de Direitos Humanos Anistia Internacional definiu como “inadmissível” a postura do poder público um ano após o violento despejo de 5.534 mil pessoas da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). No aniversário da ação, a ONG criticou, em nota, a incapacidade do poder público em encontrar uma solução “adequada e permanente” para as famílias removidas do local. (mais…)

Ler Mais