Não fora pelas grandes mudanças climáticas que acontecem no mundo, numa velocidade que o ser humano consegue acelerar, eu diria que poderíamos estar pensando novas formas de viver o mundo.
Ontem enterramos um amigo!
Eu o chamava de O FOTÓGRAFO DO RIO S.FRANCISCO. Na comoção da despedida final – a SOLIDÃO TOMOU NOSSAS ALMAS. Voltando para casa, levamos João no coração.
Manoel de Barros, no dia do enterro de Bernardo, seu amigo desde sempre disse: – Deixei Bernardo no cemitério pela manhã. Ao anoitecer a solidão tomou conta de minh´alma.
Inspirei-me neste velhinho de 98 anos.
Ruben Siqueira,da CPT, chegou no momento final da despedida. Sem coragem de acreditar que o João tinha mesmo ido encontrar-se com outros amigos (como o Dércio Marques por exemplo) pediu para falar:
– Eu e João há pouco tempo atrás estávamos colhendo amostra nas águas do Velho Chico…então trouxe a última para ele.
Com as mãos tremendo e chorando muito mostrou o frasquinho com as águas da NASCENTE DO RIO S.FRANCISCO – SERRA DA CANASTRA – chegou a tempo de abençoar este FILHO DA TERRA.
Naquele momento pensei nos rituais de passagem. Talvez as cinzas dele estivessem melhor no Rio. Mas foi bonito o rito. Um violino tocou a INTERNACIONAL enquanto em outros lugares cantos eram cantados.
Tomei nas mão estas águas que sempre desejei conhecer misturando as águas do meu choro com a emoção de tomar nas minhas mãos o RIO S.FRANCISCO.
Quis deixar este momento registrado aqui.
PS: A aridez do Cemitério dos Amarais em Campinas-SP é de doer a alma.
*Odila Fonseca, Cineasta,sócia fundadora da UniANGATÚ;Personal&Professional Coach e Ionara Urrutia Moura,Professora,Doutora em Biologia-UNICAMP.
—
Enviada por Ruben Siqueira.
http://educomambiental.blogspot.com.br/2013/01/nao-fora-pelas-frandes-mudancas.html