Históricas e atuais práticas de higienização social

Por  Diego de Toledo Lima da Silva*

A globalização e o avanço tecnológico, que têm alcançado as diferentes sociedades contemporâneas, têm gerado consequências negativas, configuradas na reprodução de desigualdades sociais e na falta de garantias sociais para grande parcela da população. Neste início do século, constata-se que a civilização, ao longo dos anos, não foi capaz de constituir um pacto que trouxesse melhorias sociais. A desigual distribuição de bens sociais, a discriminação, o desrespeito às diferenças, a incerteza, a involução de valores não são anomalias, mas constituintes do pensamento globalizado e do processo econômico em curso (COSTA, 2005).

Assim, analisar as relações de poder e saber no contexto social implica considerar que o poder não é um objeto natural, mas uma prática social historicamente constituída (MACHADO, 1979). A cidade nesta perspectiva é vista como palco de confrontos e experiências de diferentes sujeitos, que, embora sofram procedimentos de disciplinas, elaboram em seus cotidianos práticas culturais que ressignifica o lugar onde vivem e cria para si novos referenciais para sua existência (ARAÚJO, 2008).

Para PESAVENTO (2001) viver em cidades nos traz a dimensão das necessidades e exigências de atendimento aos problemas postos pela comunidade urbana. Entendê-los na perspectiva histórica é, sem dúvida, voltar-se para o passado e com os olhos no presente e proporcionar sobre este uma iluminação, ou seja, o presente se reconhece no passado que se revela uma matriz explicativa para a nossa contemporaneidade.

O ambiente urbano se torna complexo também pelo fato de que é construído a partir do habitat humano, produto do pensamento, esse como definido em PULS (2006). Em última análise, o espaço urbano é concebido e desenhado através de um método abstrato e exógeno à natureza, embora sua materialização implique nova configuração ao ambiente (SANTOS FILHO, 2011). O antigo desenho da aldeia neolítica se transformou ao longo dos séculos na sociedade moderna, a forma contemporânea de concentração do urbano, como destaca Milton Santos(1996): “A cidade é o concreto, o conjunto de redes, enfim, a materialidade visível do urbano enquanto este é o abstrato, o que dá sentido e a natureza à cidade.” (mais…)

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Estoque de eucaliptos seria suficiente para a ampliação da Celulose Riograndense

A obra na fábrica não implicaria mais plantações, mas ambientalistas estão preocupados

A direção da empresa garantiu dispor de matéria-prima suficiente para processar 1,8 milhão de toneladas por ano Foto: Rodrigo Rey / Divulgação

Nilson Mariano

O aumento na produção da Celulose Riograndense, anunciado com a promessa de R$ 5 bilhões em investimentos até 2015, não deve resultar na expansão das florestas de eucalipto para abastecer a fábrica.

A direção da empresa garantiu dispor de matéria-prima suficiente para processar 1,8 milhão de toneladas por ano — quatro vezes mais que agora.

Ao anunciar a ampliação da indústria em Guaíba, a Celulose Riograndense destravou empreendimentos paralisados desde a crise de 2008. Por uma questão matemática, imaginava-se que mais produção significaria mais plantação de eucalipto. No entanto, o gerente florestal da empresa, Renato Rostirolla, afirma que os 125 mil hectares atuais bastam. Além disso, há uma reserva de 37 mil hectares, comprados da Votorantim Celulose e Papel (VCP), no sul do Estado. (mais…)

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RJ – Desprezando a aldeia que já patrocinou

O governador Sérgio Cabral, que atualmente desconsidera a Aldeia Maracanã, classificando-a como um “deboche”, parece esquecer que há pouco mais de um ano seu governo patrocinou um projeto cultural realizado por aquela ‘aldeia’, no terreno que hoje ele quer ver desocupado.

Em dezembro de 2011, a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) patrocinou o evento chamado “O Retorno da Arara Amarela”, promovido pelos indígenas da aldeia.

Oficialmente, o evento foi enquadrado pela SEC dentro dos seus objetivos de “registrar a tradição oral de mestres e grupos das culturas populares, fortalecer as expressões das culturas populares fluminenses e salvaguardar o patrimônio imaterial fluminense, garantindo a sua perpetuação e o acesso das futuras gerações a estas tradições”, como definiu a própria secretaria. (mais…)

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Políticas de promoção da igualdade racial são tema do “NBR Entrevista”

Em 2001, 64% da população negra do Brasil estavam na classe baixa. Hoje, esse percentual caiu para 38%. Os negros já são mais da metade da população brasileira, uma maioria que ainda sofre com a desigualdade. O que fazer para vencer o preconceito e assegurar oportunidades iguais para negros e brancos? A convidada deste programa é Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

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O Deserto Verde, A floresta que não vive

O Bioma Pampa, um ecossistema com características naturais únicas ao mundo, estende-se entre o Brasil (Rio Grande do Sul), Uruguay e Argentina. O habitat pampeano é frágil. A ameaçar pesadamente a sua biodiversidade é o deserto verde, através do plantio de monocultivos de árvores clonados (eucalipto, pinheiro, acácia preta) sobre centenas de mil hectares pelas empresas de celulose. A paisagem foi e continua sendo derrubada. Documentário produzido por Paolo Giardelli.

Compartilhada por Sonia Guarani Kaiowá Munduruku.

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Nota Pública do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro sobre a Aldeia Maracanã

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro [CEDDH/RJ] vem a público manifestar seu profundo repúdio à tentativa de demolição do prédio que abrigou o primeiro Museu do Índio da América Latina, atual Aldeia Maracanã, por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

O Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro [CPMC/RJ], por determinação do Decreto Municipal 20.048/2001, tem competência para deliberar acerca da demolição e da alteração das edificações construídas até 1937.

Em dezembro de 2012, o CPMC/RJ posicionou-se contrário à demolição do antigo Museu do Índio, prédio que data de 1865 e atualmente é um importante espaço para diversas etnias indígenas.

Em consonante desacordo com a legislação municipal, a postura do Governo do Estado em reafirmar a necessidade de demolição do prédio contraria tanto a deliberação de um importante espaço democrático de conservação do patrimônio cultural da cidade, bem como ampla legislação vigente. (mais…)

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Tekohá Aldeia Takuara

“Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe dessa terra, você leva a minha vida’”. (Marcos Verón)

Em dezembro de 2012 aconteceu na Aldeia Takuara-Juti, Mato Grosso do Sul, o Acampamento Internacional de Observadores. O objetivo do evento: denunciar as péssimas condições de vida a que estão submetidos os Guarani- Kaiowá no estado.

Neste mês de janeiro completam-se 10 anos do assassinato do Cacique Marcos Verón, líder da comunidade Guarani Kaiwoá Takuara.  Verón, na época com 72 anos, foi brutalmente espancado por homens armados que invadiram o território indígena e teve morte por traumatismo craniano.

Os acusados pelo brutal assassinato foram inocentados do crime de homicídio praticado contra o cacique e da tentativa de homicídio contra seus familiares. Entenda mais sobre o caso clicando nos links abaixo:

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RJ – Presidente da ANL afirma que retirada de livros eróticos é “assustadora”

Estado de Minas

O presidente da Associação Nacional de Livrarias, Ednilson Xavier, qualificou a decisão de um juiz de Macaé, no norte do Rio de Janeiro, de recolher os exemplares dos livros Cinquenta tons de cinza de “assustadora”.

Para ele, a ação é um tipo de censura. A última vez que ocorreu foi há 30 anos. Estamos, no mínimo, assustados e esperamos que haja uma revisão, porque isso é uma forma de censura”, diz.

Xavier também discorda da possibilidade de que esse tipo de publicação seja colocada em uma parte isolada das livrarias. “Esses livros são best-sellers. Muitas livrarias sobrevivem dessas obras”, defende. A associação dará apoio jurídico às livrarias atingidas pela ordem.

O juiz de Macaé, no Norte do Rio de Janeiro, determinou o recolhimento dos livros Cinquenta tons de cinza, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade de duas livrarias do município. Assinada por Raphael Baddini, da Segunda Vara da Família, da Infância, da Juventude e do Idoso, a ordem de serviço diz que as publicações são “impróprias para menores de 18 anos” e, por isso, deveriam estar em embalagem especial e com lacre. (mais…)

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SP – Palmares realizará ato pela paz e direito a liberdade religiosa

Por Daiane Souza

No dia em que se celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, a Fundação Cultural Palmares realizará em São Paulo, um ato pela paz e pelo direito a liberdade de crença. Será um talk show com especialistas em religiosidade e cultura afro-brasileira. Além disso, a Fundação participará como apoiadora a uma cerimônia ecumênica com lideranças de diversas filosofias cristãs e de matriz africana, organizada pela Prefeitura de São Paulo.

O talk show será marcado pelas presenças do professor Samuel Gomes de Lima, da Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania (Ablirc), a doutora Damaris Moura Kuo, da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB), e Egbonmy Conceição Reis, do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Intecab). Eles falarão sobre a constitucionalidade do direito de crença, tolerância e mobilização para o respeito entre os adeptos de diferentes religiões.

Os dois eventos acontecerão na região central de São Paulo. O talk show está agendado para às 15h na Rua Quitanda, n°162, Praça do Patriarca. Já a cerimônia está prevista para às 17h no Vale do Anhangabaú. Dela, participarão personalidades como Padre Marcelo Rossi (Igreja Católica), a cantora e deputada estadual Leci Brandão (Tradições de Matriz Africana) e a cantora Jamily (Igreja Evangélica). (mais…)

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