Band também silencia os índios

Fábio de Oliveira Ribeiro*

Em maio de 2008, publiquei neste Observatório uma crítica à forma distorcida como o Bom Dia Brasil cobriu um fato que envolvia interesses de indígenas (ver aqui). Alguns dias depois, a Rede Globo levou ao ar entrevista com um antropólogo que interpretou a ação audaciosa e até violenta dos indígenas como algo positivo, uma prova da vitalidade de sua cultura.

No dia 19/04/2012, foi a vez da Bandeirantes silenciar os índios. Durante o Jornal da Band, a cobertura do conflito envolvendo Pataxós e produtores rurais no sul da Bahia foi feita de maneira bastante distorcida e tendenciosa. Primeiro, o narrador da matéria anunciou que há um litígio judicial sem solução no STF há décadas e que a área disputada foi demarcada como reserva indígena mas, algum tempo depois, começou a ser invadida por agricultores. Os invasores brancos da área indígena teriam conseguido títulos de posse. Depois, foram feitas entrevistas com índios e produtores rurais. A distorção começa neste ponto.

A questão será solucionada pelo STF. Portanto, a disputa é jurídica e feita não no campo da cultura indígena mas no campo da nossa civilização branca e segundo as nossas regras legais. Mesmo assim, o Jornal da Band entrevistou alguns índios, os quais, por razões óbvias, não estavam em condições de defender sua causa com o perfeito conhecimento das nossas regras jurídicas. Eles não foram capazes de usar argumentos racionais aptos a convencer homens brancos pasmos em frente de suas TV de plasma. Por que o Jornal da Band não entrevistou o advogado que defenderá os interesses dos Pataxó no STF? (mais…)

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Abril Cultural continua hoje com Encontro de Mulheres Indígenas do Rio Negro

O encontro em São Gabriel começará às 8h e terá o objetivo de apresentar, discutir, deliberar e encaminhar questões de interesse das próprias mulheres indígenas daquela região do Estado

Manaus – São Gabriel da Cachoeira receberá, hoje, terça-feira (24), o Encontro de Mulheres Indígenas do Rio Negro. O evento, organizado pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), faz parte da comemoração do Abril Cultural Indígena e terminará amanhã, quarta (25).

O encontro em São Gabriel começa às 8h e tem o objetivo de apresentar, discutir, deliberar e encaminhar questões de interesse das próprias mulheres indígenas daquela região do Estado. Em discussão, assuntos como a criação do Conselho Consultivo do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN).

Nos dois dias, também será apresentado o relatório de atividades referente ao período 2010/2011. As participantes ainda poderão conhecer as novidades dos produtos artesanais comercializados na loja Wariró, um centro de comercialização destinado a promover o desenvolvimento sustentável dos povos indígenas no alto Rio Negro. O evento conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e parceiros. (mais…)

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AC: índio usa Skype para defender cultura e floresta

O líder Tashka Yawanawá, da tribo dos Yawanawá no Acre, defende que os povos indígenas usem as últimas tecnologias para se articular em prol de suas causas.

“Hoje, povos indígenas não podem mais fugir do homem branco, da tecnologia. Temos que nos atualizar, nos preparar para encarar esse novo mundo”, diz Yawanawá.

Segundo ele, que diz usar o Skype para videoconferências com outros povos, a humanidade hoje vive “numa aldeia global em que tudo está conectado. O que faço na minha aldeia pode afetar quem estiver na Europa, Japão ou Estados Unidos. Se derrubar minha floresta, não vai haver tanta neve em Nova York no Natal.”

Uma das principais preocupações de Tashka é a luta por salvaguardas para preservar o conhecimento e cultura indígenas ligados à utilização de “serviços prestados pela natureza”, tema que será debatido em um encontro nas Filipinas no fim deste mês.

“Ao fazer jardins com plantas medicinais, aquele conhecimento serve à comunidade indígena e um dia poderá também servir ao mundo para curar muitas doenças que afetam hoje nossa humanidade”.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5736010-EI306,00-AC+indio+usa+Skype+para+defender+cultura+e+floresta.html

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Evento discute ações contra aids nas áreas indígenas

Oficina debate como ampliar medidas de prevenção, diagnóstico e assistência a pessoas com DSTs, aids e hepatite, envolvendo estados e municípios que possuem população indígena

Valéria Amaral

O fortalecimento das ações de prevenção e controle das DST, aids e hepatites na população indígena foi o tema principal da 1ª Oficina Macrorregional de Avaliação e Planejamento para reorganização das redes de atenção para povos indígenas.  O evento começou ontem, segunda-feira (23), em Belém (PA), e termina dia 26 (quinta-feira). O encontro é promovido pelas Secretarias de Vigilância em Saúde e Especial de Saúde Indígena, ambas do Ministério da Saúde, e reúne mais de 70 participantes, entre profissionais dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Guamá-Tocantins, Kaiapó do Pará, Altamira, Tapajós, Amapá/Norte do Pará e Tocantins e Casas de Saúde Indígena (CASAI) desses DSEI e lideranças indígenas. Participam, ainda, representantes das Secretarias Estaduais de Saúde do Pará, Amapá e Tocantins, secretarias de saúde de municípios desses estados que possuem população indígena na sua jurisdição, além de representantes dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública e Laboratórios de Fronteiras.

Durante o evento, os profissionais discutirão como ampliar as ações de prevenção, diagnóstico, assistência, promoção à saúde e vigilância epidemiológica das DST, aids e hepatites virais para cada um dos 34 DSEIs do país. O objetivo desta atividade é ampliar a articulação da rede de saúde indígena com a rede já instalada dos Estados e de Municípios. De acordo com o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, a oficina faz parte de uma série de iniciativas relacionadas à promoção à saúde desses povos. “Os índios são mais vulneráveis às DST, ao HIV/aids e às hepatites virais do que outras populações, em função da alimentação compartilhada, de alguns rituais, poligamia, iniciação sexual precoce, contatos interétnicos com garimpeiros, entre outros”, destacou. (mais…)

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Declaração de lançamento do Fórum dos Afetados pela indústria do petróleo e petroquímicas nas cercanias da Baía de Guanabara

Nós, representantes de movimentos sociais, organizações de pescadores, moradores, sindicatos de trabalhadores, ONGs, entidades ambientalistas, pesquisadores universitários, professores e estudantes do entorno da Baía de Guanabara, especialmente da Baixada Fluminense, considerando que:

– A população das cercanias da Baía de Guanabara, especialmente a mais próxima das unidades industriais de petróleo e petroquímica, está exposta a situações de injustiça ambiental e de vulnerabilidade, tais como:

  • Habitações precárias, em locais com riscos de enchentes, falta de equipamentos públicos de saúde, de abastecimento regular de água tratada e de outras ações de saneamento;
  • Riscos de vazamento de gases e de óleo, lançamento de efluentes industriais nos rios e na Baía de Guanabara, contaminação de solos, transporte de cargas perigosas, armazenamento de combustíveis e outros derivados do petróleo, emissões gasosas e exposição a altos níveis de poluição atmosférica, explosões e incêndios;
  • Dificuldade de formação profissionalizante e inserção em postos de trabalho na Refinaria e outras empresas do Pólo Petroquímico;
  • Degradação e abandono do patrimônio arqueológico e histórico, do patrimônio cultural material e imaterial bem como a ausência de políticas de valorização, preservação, transmissão e guarda das memórias e saberes locais tradicionais historicamente construídos;
  • Poluição das águas e outras atividades envolvidas com a inviabilização dos modos de subsistência das comunidades tradicionais de pesca. (mais…)

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Carta Síntese do “Seminário 50 anos de REDUC: ganhos, perdas e danos” e “Moção em repúdio ao Inea e Petrobras e em apoio a Breno Herrera, diretor da APA de Guapimirim”

Nos dias 16 e 17 de setembro de 2011, representantes de movimentos sociais, organizações de pescadores, moradores, sindicatos de trabalhadores, ONGs, entidades ambientalistas, pesquisadores universitários, professores, estudantes e representantes de instituições governamentais do entorno da Baía de Guanabara, especialmente da Baixada Fluminense, estiveram reunidos na cidade de Duque de Caxias (RJ) para discutir os impactos diretos e indiretos das atividades da Refinaria Duque de Caxias (REDUC) e do Pólo Petroquímico.

Entre os objetivos do Fórum esteve a proposição de estratégias/ações de superação das situações consideradas de injustiça ambiental nas áreas afetadas pelo Pólo ou em estado de vulnerabilidade em decorrência dos grandes projetos de “desenvolvimento” em implantação na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ).

O conjunto de propostas apresentadas visa contribuir para a construção e o fortalecimento de processos decisórios mais participativos, que envolvam o controle social das atividades industriais e a promoção de justiça ambiental, entendida como: (mais…)

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MA – Blogueiro Décio Sá é executado com seis tiros na Litorânea

Ontem, 23, Décio Sá havia postado nove notícias em seu blog, envolvendo principalmente crimes de pistoleiros, luta por terra e corrupção, de políticos e da Justiça. Link para o Blog do Décio AQUI. TP.  

O jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinado na noite desta segunda-feira no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, por volta de 23h30.

Segundo o delegado Gutemberg Rêgo, ele estava sentado quando um homem caminhando entrou no banheiro do estabelecimento para se certificar que era de fato o jornalista. Quando saiu, iniciou uma série de disparos contra a cabeça de Décio, que morreu na hora. Levou quatro tiros na cabeça e dois nas costas. Ele aguardava um amigo no restaurante.

Depois de atirar, o matador saiu caminhando e fugiu em uma moto, que o aguardava do outro lado da pista. Para praticar o crime, ele não usava capacete e pôde ser visto por testemunhas.

Curiosos, amigos, jornalistas e o secretário de segurança, Aluísio Mendes, foram ao local ao saber da morte de Décio. A polícia faz diligências no momento para prender os criminosos. Segundo Aluísio, trata-se de um crime encomendado. (mais…)

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