Lideranças indígenas femininas realizam assembleia em Manaus

A primeira assembleia extraordinária da entidade vai ser realizada até segunda-feira (2)

A União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab) realiza, em Manaus, a 1ª. Assembleia Geral Extraordinária da entidade. O evento começou neste sábado (31) e prossegue até segunda-feira (2), a partir das 8h, no Auditório de Divisão de Desenvolvimento Profissional de Magistério, da Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Durante os três dias do encontro, que tem o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), as lideranças indígenas pretendem apresentar o relatório de atividades e avaliar os encaminhamentos sobre a gestão da coordenação eleita em 2009. Também estão previstas a apresentação do plano de ação, a aprovação do projeto institucional e a alteração do estatuto da Umiab.

Criada há três anos, no município de São Marcos (MA), na terra indígena Trikati, a Umiab tem o objetivo de promover, organizar, fortalecer, articular e defender a participação dessas mulheres nas diversas instâncias governamentais e não governamentais, visando assegurar e viabilizar a defesa. (mais…)

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Um Museu para Nísia: A lágrima de um Caeté

José Ribamar Bessa Freire

Na última quarta-feira, 28 de março, viajei para o município de Nísia Floresta, localizado a 40 km. de Natal (RN), para assistir a inauguração de um museu. Durante a visita, feita em companhia da precoce animadora cultural potiguar Ana Pereira, comentei a resposta dada pelo índio Cocama, Bernardo Romaina, do Alto Solimões (AM), quando lhe indagaram as razões de guardar uma antiga zarabatana do século XVI.

– Por que os Cocama não jogam fora esse objeto inútil, essa arma imprestável que deixaram de fabricar e nunca mais usarão?

– Para não esquecer! – respondeu de bate-pronto Bernardo Cocama, consciente do valor histórico da arma.

Para não esquecer que um dia ela existiu e foi muito útil. Dessa forma, o último exemplar de uma zarabatana, musealizado no teto da maloca, passou a ser arma de uma outra guerra: a guerra da memória. É com esta guerra que está comprometido o Museu Nísia Floresta. Ele foi criado justamente para não esquecer a escritora e educadora Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, nascida em Papari (RN), a terra do camarão, em outubro de 1810, e falecida em Ruão, França, em abril de 1885. (mais…)

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MA – Fundação Palmares reconhece hoje comunidade como quilombo

Acontece hoje (31), no povoado Mato Grosso, no município de Morros, o ato de reconhecimento do Quilombo São Benedito-Matogrosso e do processo de certificação da comunidade remanescente de quilombo por parte da Fundação Palmares.

O reconhecimento é uma antiga reivindicação da comunidade, que tem deixado de receber benefícios do governo federal destinado às áreas quilombolas.

No Maranhão ainda são poucas as áreas reconhecidas pela Fundação Palmares. O evento será realizado na Associação dos Moradores do Mato Grosso, às 9h.

Enviada por Mayron Regis.

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Livro eletrônico reúne documentação sobre organizações de trabalhadores e sua resistência a regime de exceção

Paulo Virgilio, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Está disponível para consulta na internet, a partir de ontem (30), o livro Arquivo, Memória e Resistência dos Trabalhadores no Campo e na Cidade, lançado nesta sexta-feira, no salão nobre do Arquivo Nacional, no centro do Rio de Janeiro. Com versão apenas eletrônica, a obra pode ser acessada nos portais do Centro de Documentação e Memória Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Arquivo Nacional e do Centro de Referência Memórias Reveladas.

A obra contém 18 artigos sobre experiências de organização de trabalhadores a partir de arquivos sindicais, arquivos rurais, da Justiça trabalhista, e sobre a memória da resistência ao regime de exceção que o Brasil vivenciou de 1964 a 1985. Os artigos resultam de comunicações apresentadas no 2º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e Seus Arquivos, promovido pelo Arquivo Nacional e pela CUT, realizado no ano passado, no Rio de Janeiro. (mais…)

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A direita da direita + Entrevista com Maud Chirio

A política nos quartéis, de Maud Chirio, analisa a divisão do Exército brasileiro a partir da história dos protestos e mobilizações de oficiais dos setores médios da corporação

João Paulo

Uma “verdade” se constrói com muitas mentiras. Dito de outra forma, uma afirmação que ganha força de realidade muitas vezes é fundada em noções que escondem seus reais propósitos. Na história recente do Brasil, uma das afirmações que seguem essa receita é a que tira das Forças Armadas sua inspiração política e suas motivações ideológicas. Envolvido em política em toda a sua história, o Exército, com a ditadura militar de 1964, tentou vender a ideia de uma intervenção em nome do interesse nacional, levada a cabo por instituição una e coesa, sem divisões internas.

Para defender sua visão de história, usou de vários instrumentos, entre eles o silêncio forçado de suas fileiras, deixando apenas ao generalato a função de falar em nome da instituição. No entanto, por dentro, a política fervia. Se, com o tempo, o cidadão aprendeu a identificar a inspiração conservadora do Exército, que à época se traduzia como direita, não se sabia que o núcleo mais reacionário se localizava nos setores dos oficiais do estrato médio. Alimentada por um ideal revolucionário que descartava a política – considerada foco de corrupção –, a massa dos oficiais foi silenciada, mas não deixou de se movimentar. (mais…)

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Cordão da Mentira desfila pelas ruas de São Paulo amanhã, 1 de abril

Composto por coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas, Cordão da Mentira questionará quem e quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira

Será realizado neste domingo (1º), em São Paulo, o desfile do Cordão da Mentira. Composto por coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas de diversos grupos e escolas da capital paulista, o Cordão da Mentira questionará quem e quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira.

O desfile ocorrerá no Dia da Mentira e do Golpe Militar de 1964. A concentração será às 11h30, na frente do Cemitério da Consolação.

Leia, a seguir, o Manifesto das entidades que compõem o Cordão da Mentira:

“Quando vai acabar a ditadura civil-militar?”

Dizem que quando uma mentira é repetida exaustivamente, ela se torna verdade. Dizem também, que é como farsa que o presente repete o passado. Por isso, vamos “celebrar” a farsa, a mentira e sua repetição exaustiva. (mais…)

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Passados 48 anos do golpe contra João Goulart, resta algo de ditadura

Educação elitizada, saúde privatizada, projetos de cultura abortados: o Brasil de 2012 não se livrou das heranças do golpe contra João Goulart em 1º de abril de 1964

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

São Paulo – A instalação da Comissão da Verdade, as ações contra agentes do Estado envolvidos em torturas e sequestros, manifestações pró e contra a punição de militares: o Brasil de 2012 não tem as manifestações de massa das nações vizinhas quando se trata de direitos humanos, mas não se pode afirmar que impere o marasmo de outrora.

Passados 48 anos do golpe contra o presidente constitucional João Goulart, a transição lenta, gradual e segura proposta pelos militares segue o curso do rio, com águas não tão mansas. É bem verdade que o regime autoritário que vigorou durante mais de duas décadas é um ilustre desconhecido para boa parte da população, ou um fato distante, mas quem desconhece os efeitos de uma educação de nível vexatório? Ou a dificuldade em contar com o serviço público de saúde?

A recente movimentação em torno do legado da ditadura ajuda a que o 1º de abril, data em que os militares deixaram a caserna – com apoio de parte da sociedade civil –, sirva à reflexão sobre os rumos do país, da mesma maneira que ocorre no 24 de março argentino. Enquanto saudosos defendem que se vire essa página da história, é razoável propor que, antes de virá-la, possamos lê-la. (mais…)

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Documento da abertura oficial do Tribunal Popular da Terra, em MS

Abaixo, o documento cuja leitura, ontem à noite, abriu oficialmente o Tribunal Popular da Terra, em Mato Grosso do Sul:

Irmãs e Irmãos indígenas
Irmãs e Irmãos representantes do Movimento Negro
Irmãs e Irmãos camponeses
Convidados e observadores
Senhoras e senhores
Companheiras e Companheiros de luta
Autoridades presentes

A Comissão Pró Tribunal Popular da Terra em Mato Grosso do Sul, ao dar boas vindas a todas e todos, pretende destacar três questões de grande importância para seus componentes: entidades, movimentos sociais e políticos, organizações de direitos humanos, movimentos universitários, instituições de caracteres missionário e pastoral, movimento de mulheres, organizações indígenas, camponesas e outras.

Este Tribunal, que colocará simbolicamente o Estado Brasileiro, o Agronegócio e o Iatifúndio no banco dos réus, empodera-se das seguintes bandeiras de luta e resistência:

  • Defesa intransigente dos Direitos Humanos e da solidariedade;
  • Unidade, autonomia e mobilização para o fortalecimento das organizações populares anticapitalistas;
  • Defesa da esperança e do imaginário da transformação social, política e econômica em nosso país. (mais…)

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Grave acidente com trabalhadores da Vale em Carajás – três vítimas e nove feridos

A Vale informou que no dia 30 de março uma árvore, ao cair, atingiu um ônibus que transportava empregados na Estrada do Manganês. O acidente deixou três mortos e nove feridos; aconteceu no Km 17 da rodovia que dá acesso à Mina do Azul, na Serra dos Carajás, município de Parauapebas, Pará. Fortes críticas da Associação dos Trabalhadores Vitimados por Doenças no Trabalho (Parauapebas).

Um acidente anunciado – A “transnacional vale”, vende uma imagem maquiada pela hipocrisia, à sociedade, de ser uma empresa que se preocupa com o meio ambiente. Então vejamos:

A empresa que deixa árvores beirando o limite do asfalto das estradas  (estrada sem acostamento) sob sua responsabilidade, com  o discurso  hipócrita de preservação da natureza. Árvores essas que ficam jogando em balanço a vida de seus trabalhadores. É a mesma empresa que, sob os olhares inoperantes e omissos do IBAMA e CMBIO, corta  indiscriminadamente, centenas de metros cúbicos  de madeira nos locais que interessam à exploração de minérios.

Esse acidente, que ocorreu hoje na estrada do Manganês, é fruto desta política hipócrita, que tem como lógica, só e somente só, o lucro, em detrimento  ao meio ambiente e ao ser humano. (mais…)

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PA – Prefeitura de Redenção extraía madeira em reserva indígena

Investigações da Polícia Federal apontam tratar-se de uma empresa de fachada utilizada pelo gestor para a execução de obras contratadas com a prefeitura

Na tarde da ultima quarta-feira (28), após denúncias dirigidas à Delegacia de Polícia Federal em Redenção, agentes federais sob o comando do delegado Luís Felipe da Silva uma equipe da Funai (Fundação Nacional do Índio) dirigiram-se à área de reserva indígena próxima da Aldeia Las Casas, no município e Pau D’Arco, onde estaria havendo retirada ilegal de madeira pela Prefeitura de Redenção.

No interior da reserva, os policiais encontraram e apreenderam um trator de propriedade do Estado do Pará, com logomarca da Secretaria de Projetos Estratégicos e plaqueta de patrimônio 001058, cedido em comodato à administração municipal de Redenção.

Foram localizados ainda três trabalhadores a serviço da empresa Prudente Terraplanagem, de propriedade de Milton Luiz Sroczinski, pessoa que, segundo a PF, seria ligada ao prefeito de Redenção, Wagner Fontes. Investigações da Polícia Federal apontam tratar-se de uma empresa de fachada utilizada pelo gestor para a execução de obras contratadas com a prefeitura. (mais…)

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