“Os caras têm armas. Divulgaram nossa rotina, é perfeitamente possível a gente esbarrar com algum deles. Estamos preocupados porque sabemos do que são capazes de fazer”, diz ativista
Por: Mauricio Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual
Rio de Janeiro – A proximidade da criação da Comissão da Verdade para a investigação de crimes cometidos durante a ditadura no Brasil continua acirrando ânimos entre os setores mais conservadores da sociedade. A Polícia Federal, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça receberão esta semana um pedido de proteção feito por um grupo de cinco pessoas que vêm sofrendo ameaças de agressão e morte pela internet nos últimos dias.
Tudo começou após o confronto que opôs manifestantes pró-Comissão da Verdade e militares da reserva na entrada do Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 29 de março. No lado de dentro do clube, uma cerimônia comemorava o aniversário de 48 anos do golpe. Do lado de fora, protestos conta os golpistas.
Flagrado pelas câmeras dos jornais ao dar uma cusparada em um senhor idoso que batia boca com os manifestantes – era o coronel-aviador Juarez Gomes, presidente do Grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma) no Rio –, o produtor cultural e militante do PT Felipe Garcez se tornou alvo do ódio de pessoas que, quase sempre sob o manto do anonimato, dirigem a ele e a seus familiares ofensas e ameaças pela internet. (mais…)