Para hoje, 04 de dezembro, está prevista uma grande mobilização indígena, com os 1700 indígenas que estão participando da Conferência da Saúde indígena. Será uma forma de dizer não à proposta cínica e vergonhosa de regulamentação das terras indígenas elaborada pelo Ministério da Justiça. Os ruralistas prometem fazer uma mobilização anti-indígena em Brasilia no dia 11 deste mês”, informa Egon Heck, CIMI-MS, ao enviar o artigo que publicamos a seguir. Eis o artigo
IHU On-Line – Mais um decreto de extermínio. Aliás uma minuta carimbada pelo Ministro da Justiça, com tonalidades do Ministro Adams, da AGU, em sintonia com os ruralistas e o que de mais reacionário existe nas elites civis e militares brasileiras.
Quando, em agosto de 1996 o então ministro da Justiça Nelson Jobim, a título de “agilizar e democratizar” os procedimentos de regularização das terras indígenas, editou a portaria 1775, houve um grito geral dos povos indígenas e seus aliados. Seria o começo do fim da demarcação das terras indígenas, além de ter aspectos nitidamente inconstitucionais. Mobilizações indígenas se deram em todo o país, exigindo a revogação.
A pressão do movimento indígena e setores da sociedade, fez com que a desgraça não fosse pior. O primeiro a descumprir a portaria, nos prazos estabelecidos foi o próprio governo. Mesmo assim alguns processos de demarcação avançaram. Foi então que o agronegócio entrou em campo para exigir a paralisação total do reconhecimento das terras indígenas. Consideram a portaria 1775/96 inconstitucional e pediram sua revogação além de pedir a extinção da FUNAI. (mais…)