Apoio das Mulheres Camponesas aos povos indígenas do Brasil

mulheres assassinadas

Nós, mulheres representantes de 20 estados da Federação, em reunião da Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres CamponesasMMC em Luziânia – Goiás, entre os dias 10 a 12 de dezembro de 2013, acompanhamos com enorme preocupação e indignação mais um ato genocida e de violência contra os povos indígenas, quilombolas e demais populações tradicionais. Trata-se da instalação da Comissão de analise e aprovação da PEC 215, que transfere a regularização dos territórios e terras coletivas, bem como a decisão sobre unidades de conservação do poder executivo para o Congresso Nacional, no qual objetiva a concentração das terras e o saque dos territórios.

A partir do nosso compromisso com a vida, a justiça e a pluralidade do nosso país, consideramos essa decisão não apenas um retrocesso absurdo, mas um atentado criminoso contra a vida e direitos das populações indígenas e tradicionais, a natureza e a Mãe Terra. (mais…)

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No Taqui Pra Ti, “A xaropada do Adoniel”; aqui, a solidariedade a Jose Bessa e a reiterada homenagem a Dom Waldyr

José BessaTania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Pois é! Atrasada (sempre faço isso na noite de sábado ou, no máximo, no domingo de manhã), fui há pouco lá na TaquiPraTi  fazer meu costumeiro assalto ao José Ribamar Bessa Freire, mais conhecido como José Bessa, e… cáspite! Dei de cara com um texto que já havia recebido inteirinho aqui nos comentários do blog, no início da semana, acho, em resposta ao meu roubo da semana passada: “Dom Waldyr, o nosso Bispo”.

No meu caso, que havia me limitado a ingenuamente republicar o texto  “tendencioso” do “infeliz articulista“, portador de “miopia histórica e ideológica” e autor de “inverdades devido a ódios não resolvidos“, tive só que ler a “xaropada” e, democraticamente, liberá-la para publicação enquanto comentário. Já o “tendencioso e infeliz articulista” permitiu que ficássemos sem sua crônica, explicando:

“Por respeito à liberdade de opinião, cedo este espaço ao assessor de imprensa da Arquidiocese do Rio, Adionel Carlos da Cunha, ex-coroinha do Colégio São Bento. Ele não gostou da comparação feita aqui, domingo passado, entre dois bispos e contestou matéria que aborda uma questão da história recente do Brasil: um bispo lutou contra a ditadura, o outro foi cúmplice dela ou, no mínimo, omisso”.

Quem perdeu a crônica em questão ou quiser relê-la, é só clicar no título mencionado acima, que, em solidariedade, linquei ao TaquiPraTi, em lugar de remeter ao Combate. Quem for masoquista e preferir o Adoniel, é só clicar aqui. Fora isso, como diz a turma do face, “Tamu juntu, Bessa!”

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O gatilho da ofensiva ruralista, por Luísa Molina

Ruralistas na Câmara

Por Luísa Molina, no Diário Liberdade

“Depois que nós finalizarmos a questão indígena, eu quero saber qual é o outro tema que eles vão inventar para poder atrapalhar a agropecuária brasileira”. Foi exatamente assim – sem meias-palavras e sem pudor algum – que a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) concluiu a sua fala na audiência pública da Comissão de Agricultura na última quarta-feira, 11 de dezembro, no principal auditório da Câmara dos Deputados.

Nada mais representativo do espírito do evento e do tom de seus participantes. Convictos de uma superioridade inabalável, parlamentares e latifundiários partem do princípio de que o seu setor detém autoridade moral absoluta sobre a República. Prova disso foi a instalação à força, na noite de terça, 10 de dezembro, da comissão especial para analisar a PEC 215. Ou mesmo a realização, a todo custo e a partir de ameaças, do que foi chamado de “Leilão da Resistência”, que em 7 de dezembro arrecadou mais de meio milhão de reais para ações contra indígenas em Mato Grosso do Sul, incluindo a formação de milícias. (mais…)

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Garzón: defesa da Lei de Anistia se vale de argumentos ‘totalmente oportunistas’

Garzón lidera a equipe jurídica de Assange, que desde junho do ano passado está refugiado na embaixada do Equador em Londres

Juiz espanhol afirma que reparação do Estado às vítimas da ditadura e aos seus familiares precisa ser mais ampla e que é preciso acabar com ideia de que transição à democracia é guiada pela impunidade

Por Hylda Cavalcanti, da RBA

Brasília – O juiz espanhol Baltasar Garzón é mais conhecido como o magistrado que emitiu ordem de prisão contra o ex-presidente do Chile, o ditador Augusto Pinochet, pela morte e tortura de cidadãos, na década de 1980. Neste século, decidiu investigar os crimes do general Francisco Franco e acabou sofrendo o peso dos problemas da transição incompleta à democracia: foi processado e afastado do cargo.

Garzón possui uma trajetória mundial de atuação em processos diversos referentes a apurações de casos de genocídio, desaparecimento de pessoas e demais crimes de lesa-humanidade. Depois da atuação no Chile, ajudou a abrir caminho para processar e condenar agentes da última ditadura (1976-83) na Argentina.

Durante passagem rápida pelo Brasil, para participar de painel no Fórum Mundial de Direitos Humanos sobre a memória e a verdade, o magistrado destacou que por aqui são “totalmente oportunistas” os argumentos de que a Lei de Anistia ampara crimes cometidos por agentes do Estado durante o regime autoritário (1964-85), visão encabeçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2010 decidiu vetar a possibilidade de processar este tipo de violações.

Para Garzón, embora a Comissão Nacional da Verdade venha trabalhando bem, no sentido de conseguir chegar a algumas conclusões sobre o que ocorreu com vítimas da ditadura, a sociedade brasileira precisa se organizar melhor para lutar contra a impunidade e fazer com que a reparação do Estado seja mais ampla.

Abaixo, trechos das respostas dadas por Garzón a jornalistas e à plateia do Fórum Mundial de Direitos Humanos. (mais…)

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“A solução é higienizar o Brasil!”

Fotos: Fabricio Escandiuzzi / Terra
Fotos: Fabricio Escandiuzzi / Terra

Por Jornalismo Wando, em 

Quem acompanha este blog sabe que o gigante, de fato, acordou. O Brasil do Bem não aceita mais conviver com as mazelas políticas, econômicas e sociais do Brasil do Mal. Finalmente, saímos do berço esplêndido do Facebook para partir para a ação direta nas ruas. Nós, da classe média educada e culta, não podemos mais nos calar diante de uma gente feia, suja e mal educada que insiste em compartilhar conosco os mesmos espaços públicos.

Diante de um moleque insolente e sujo, o funcionário das Lojas Americanas resolveu dar pauladas pedagógicas em sua barriga. Uma ação tão legitimada pela sociedade, que o autor não se sentiu constrangido diante dos olhares alheios. Ele sabia que aquela ação seria aprovada pela maioria dos transeuntes, claro, até porque o pretinho tinha cara de “ladrão”, “vagabundo” e “favelado”, como tantos defensores daquele professor de bons modos afirmaram. (mais…)

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A pistolagem não é um crime solitário, por Mayron Borges

Na foto, cápsulas de pistola 9mm encontradas na fazenda ocupada
Cápsulas de pistola 9mm encontradas numa fazenda no MS

A pistolagem não é um crime solitário. Ela não surge de repente na cabeça de um sujeito qualquer disposto a tudo para satisfazer seus instintos. Ela não é uma obra poética em que o autor perde suas noites. A poesia nem chega perto onde há pistolagem.

Dizem que no Maranhão se escreve e fala-se o melhor português. Batizou-se essa assertiva com o orgulho de uma elite para a qual bastava educar seus filhos no único colégio de qualidade de São Luis enquanto a maior parte da população se mantinha pobre e deseducada. “O melhor português” era falado por menos de 1% da população do Maranhão. Para quem escutava, “o melhor português” soava limpo. A elite maranhense, através da educação, limpava-se dos “vícios” das camadas populares. A pistolagem é a forma que essa elite encontrou de fazer limpeza social em locais e em situações nos quais os meios jurídicos não respondem rapidamente ou não respondem de um jeito que lhe agrade.

O que agrada uma elite, ainda mais uma elite escravocrata e predatória como a maranhense? Agrada que seu comportamento e suas ideias sejam engrandecidos. As obras literárias que a elite maranhense reverencia, geralmente, sonegam informações sobre o passado escravocrata e violento dessa mesma elite. (mais…)

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Para verificação e análise: Gastos com o Fundo Nacional de Saúde e, em especial, com a Saúde Indígena (DSEIs)

Fonte: Funasa
Fonte: Funasa

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Os dados abaixo estão à disposição de qualquer pessoa, no Portal Transparência, na internet. E felizmente, há pessoas como Ricardo Verdum, que não esquecem de nos lembrar que é nosso papel monitorar os gastos públicos e nos desafiar a fazê-lo. Foi, pois, através de um link disponibilizado por ele que chegamos ao material abaixo, relativo aos gastos do Fundo Nacional de Saúde (R$ 17.172.156.417,83) e, dentro dele, aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e à própria Sesai (último item da sexta planilha). E verificar seu conteúdo é extremamente fácil!

Clicando, por exemplo, no DSEI Yanomami – gasto total até o momento de R$ 29.243.400,09 – e, na planilha que se abre, optando pela rubrica Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica, verificamos que mais de 50% desse montante (R$ 15.735.694,98) foi pago a apenas uma empresa: a PARAMAZONIA TAXI AEREO LTDA – EPP, embora também haja outra recebendo por gastos com transporte aéreo. O segundo montante em valor total, muitíssimo abaixo do transporte aéreo (menos de 1/5, na verdade) é o destinado a Alimentos – R$ 3.081.353,71. (mais…)

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AM – Indígena de 13 anos da comunidade Kambeba ganha medalha de ouro com uma semana de treino no arco e flecha

Nelson encontrou no tiro com arco um grande estímulo para a vida. Foto: Érica Melo
Nelson encontrou no tiro com arco um grande estímulo para a vida. Foto: Érica Melo

Jovem de 13 anos de comunidade indígena do baixo Rio Negro sonha com Olimpíadas

Por Lorenna Serrão, em A Crítica

Este ano o tiro com arco amazonense alcançou um feito inédito. O estudante Nelson Silva de Moraes, de 13 anos, conquistou a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro Escolar da modalidade – e o Estado ficou em primeiro lugar no ranking geral. O menino, que competiu pela categoria infantil-masculino, faz parte da comunidade indígena Kambeba (baixo Rio Negro) e representou o Clube de Arqueria Floresta Flecha na etapa regional do torneio organizado pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO). (mais…)

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RJ – Movimento Aldeia (R)existe amplia retomada e denuncia destruição do patrimônio histórico nacional material e imaterial indígena

Fotos: Mídia Ninja
Fotos: Mídia Ninja

Por Coletivo ComTekoHaw Maraká’ànà, Mídia Ninja e Coletivo Mariachi

O movimento de resistência indígena da Aldeia Maracanã, em conjunto com apoiadores da sociedade civil, ativistas internacionais de direitos humanos e da imprensa livre, ocupou mais uma parcela do território reivindicado na Justiça como reserva indígena, em área adjacente ao Complexo do Maracanã e ao antigo Museu do Índio, que era ocupado pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Ministério da Agricultura e está desativado.

A área é reivindicada na Justiça desde outubro de 2012 pelo movimento indígena. A entrada no espaço iniciou ontem, por volta das 17h e se consolidou, de forma pacífica, nesta madrugada. Conforme o Grupo de Trabalho que dá suporte jurídico e discute a questão fundiária do território reivindicado como reserva indígena, a ocupação ocorreu como forma de defesa do patrimônio histórico e imaterial nacional e indígena, contra a destruição, em curso, das edificações presentes no espaço. “O Estado não está cumprindo com aquilo com que se comprometeu. O contrato de gestão privada do Complexo do Maracanã ainda não foi desfeito nem mesmo revisto. O Parque Aquático Julio Delamare, a Escola Friedenreich e a Aldeia Maracanã ainda correm riscos. A prova disto é que os prédios do antigo Lanagro já começaram a ser destruídos, sem qualquer consulta às partes interessadas, ao movimento indígena”, afirmam as lideranças do movimento. (mais…)

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