Sucateada, Casai desativa 10 dos 29 leitos em Dourados

Com estrutura comprometida, Casai de Dourados estaria desativando leitos (Foto: Divulgação)
Com estrutura comprometida, Casai de Dourados estaria desativando leitos (Foto: Divulgação)

Pacientes indígenas estariam enfrentando problemas relacionados à alimentação precária e falta manutenção dos leitos, segundo Conselho de Saúde Indígena

Valéria Araújo – Do Progresso

Sucateada, a Casa de Saúde Indígena de Dourados (Casai) teria desativado 10 dos 29 leitos disponíveis. O motivo está relacionado à falta de manutenção na estrutura da unidade, segundo denúncia do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Dourados (Condisi).

De acordo com o presidente da entidade, Fernando de Souza, a Casai enfrenta problemas como a falta de materiais de limpeza, higiene pessoal para os pacientes, roupas de cama, banheiros danificados, e no abastecimento de alimentos, que não é suficiente para atender toda a demanda durante todo o mês. Em alguns quartos falta iluminação e ventilação, o que também estaria castigando os doentes. “Todas estas situações impedem o funcionamento adequado da casa e chegou a um ponto em que o atendimento ficou inviável em alguns dos leitos”, disse.

Com a desativação, a estrutura terá menos vagas para atender os pacientes indígenas que chegam da região. São homens, mulheres, crianças e idosos que saem das aldeias da região para serem atendidos em tratamentos ambulatoriais em hospitais de Dourados. “As dificuldades para os indígenas são muitas. Vão desde o choque de sair da sua aldeia para receber atendimento médico em outro município, até o fato de não ser tratado com estrutura adequada na Casai. As denúncias vão desde a falta de alimentação, até o transporte, que é demorado. Muitas vezes o índio sai da consulta às 9h, mas devido à falta de veículos disponíveis, é buscado lá pelas 14h”, denuncia.

Fernando diz que esteve no local para verificar in loco as condições da Casa. Segundo ele, um relatório será encaminhado para a Secretaria Nacional de Saúde Indígena. De acordo com ele, a responsabilidade pela manutenção da casa é da Secretaria Especial de Saúde indígena (Sesai) de Mato Grosso do Sul, que devido à saída do atual coordenador, Nelson Olazar, não estaria dando os encaminhamentos as demandas da população indígena.

Crise

A crise da Saúde indígena gera desconforto entre a coordenação da Sesai e as lideranças indígenas do Estado. De acordo com Fernando de Souza, a comunidade cobra a publicação em diário Oficial do chefe da Sesai, Nelson Olazar. Ele pediu exoneração do cargo no último dia 15 de outubro durante Conferência Distrital da Saúde Indígena realizada em Campo Grande.

O chefe da Sesai, Nelson Olazar, disse recentemente ao Campo Grande News que não suportou a pressão e diz ainda que foi vítima de acusações difamatórias. “Me acusaram de incompetência e fizeram insinuações perguntando onde está o dinheiro as Sesai, são incriminações sem foco, sem fundamentos, mas que desgastam”, reclamou Olazar. Diante das acusações, ele nega que durante a gestão tenha sido desonesto. O PROGRESSO entrou em contato com a Sesai e foi informado que Nelson estava em uma reunião.

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