Comunidade Pesqueira Caraíbas e Vazanteiros e Quilombolas em Movimento conquistam TAUS em Pedras de Maria da Crua, norte de MG

recebimento da TAUS

Com a conquista do Termo de Autorização de Uso Sustentável(TAUS), o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais ensaia importantes passos para o reconhecimento do território pesqueiro em Pedras de Maria da Cruz, Minas Gerais.

Ontem, quinta-feira, 19 de dezembro, a Comunidade Pesqueira Caraíbas, representada pelos pescadores Hermes Batista Pinheiro e João Batista Antônio da Silva, receberam da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), um Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) em favor da Associação dos Vazanteiros e Pescadores Artesanais da Ilha da Capivara e Caraíbas. A associação é formada por 30 famílias residentes às margens direita do Rio São Francisco e nas Ilhas da Capivara, do Balaieiro e do Coruja no município de Pedras de Maria da Cruz, norte de Minas Gerais. (mais…)

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25 anos sem Chico Mendes e a realidade dos trabalhadores de Xapuri

Imagem atual da política do desenvolvimento sustentável na área onde Chico Mendes realizou o último empate de sua vida, no Seringal Cachoeira. Foto: Dercy Teles
Imagem atual da política do desenvolvimento sustentável na área onde Chico Mendes realizou o último empate de sua vida, no Seringal Cachoeira. Foto: Dercy Teles

Não basta criminalizar e perseguir. Governo precisa garantir políticas públicas e alternativas para os que ainda vivem na reserva que Chico Mendes idealizou

Por Dercy Teles de Carvalho Cunha*, Repórter Brasil

Xapuri (AC) – 25 anos se passaram da morte de Chico Mendes e seus sonhos não foram realizados. As falácias divulgadas em meio às homenagens para lembrar seu assassinato não condizem com a realidade da maioria dos trabalhadores pelos quais ele deu a vida. Primeiro, a Reserva Extrativista (Resex) que ajudou a idealizar com o objetivo de garantir a sobrevivência e bem-estar dos povos que nela habitam tornou-se um pesadelo. Praticamente tudo é controlado e proibido por uma instituição que, infelizmente, leva seu nome, o Instituto Chico Mendes (ICMBio). Até o momento, seus integrantes não fizeram outra coisa a não ser coibir atividades que sempre foram praticadas e nunca causaram nenhuma alteração ao meio. (mais…)

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25 anos depois, Chico Mendes vive mais indignado com o capitalismo verde

Em imagem usada na campanha governamental “25 anos Chico Mendes vive mais” aparecem o governador Tião Viana e sua esposa Marluce ao lado das estátuas de Chico Mendes e seu filho Sandino, na Praça Povos da Floresta, em Rio Branco (AC). Foto: Sérgio Vale/Secom
Em imagem usada na campanha governamental “25 anos Chico Mendes vive mais” aparecem o governador Tião Viana e sua esposa Marluce ao lado das estátuas de Chico Mendes e seu filho Sandino, na Praça Povos da Floresta, em Rio Branco (AC). Foto: Sérgio Vale/Secom

Nas celebrações para lembrar o aniversário de sua morte, sindicalista é destituído de seu conteúdo político revolucionário e transformado em pragmático “ambientalista”

Por Elder Andrade de Paula*, Repórter Brasil

“Quando te vi com essa camiseta pensei que era mais um propagandista do governo do Acre”, disse-me um dos participantes do II Congresso da Comissão  Pastoral da Terra (CPT) realizado em Goiás no ano de 2005. O comentário me deixou perplexo porque a camiseta em questão era branca e tinha estampada, em sua frente, uma imagem com o rosto de Chico Mendes, sobreposta com a chamada: “Chico Mendes Vive” e, logo a seguir, o texto escrito por ele no ano de seu assassinato “Atenção jovem do futuro, 6 de Setembro do ano de 2120, aniversário ou centenário da Revolução Socialista Mundial, que unificou todos os povos do planeta num só ideal e num só pensamento de unidade socialista que pôs fim a todos os inimigos da nova sociedade. Aqui fica somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte. Desculpem… Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos; que eu mesmo não verei mas tenho o prazer de ter sonhado”. (mais…)

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Depois dos Vazanteiros/Quilombolas e Pescadores, ontem, RTID do Quilombo do Gurutuba acaba ser aprovado pelo Incra/MG. Viva!

Por Carlos Alberto Dayrell, do CAA  NM

O Comitê de Decisão Regional do INCRA MG acaba de aprovar o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) da Comunidade Quilombola do Gurutuba, que fica localizada na região Norte de Minas Gerais. São onze anos de luta da Comunidade Quilombola do Gurutuba, desde quando o Relatório Antropológico teve início, no final do ano de 2002.

Atualmente são quase mil famílias a viver nas franjas de um território de cerca de 47.000 ha, a grande maioria das terras griladas por fazendeiros e empresas agropecuárias. Aprovado o RTID em Belo Horizonte, o mesmo é encaminhado para Brasília.

Uma nova frente de luta se abre, mas acampado na esperança de uma caminhada que conseguiu envolver uma ampla rede de solidariedade. (mais…)

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Impunidade no campo é a mesma da ditadura, diz ex-líder sem-terra

Júlio Miranda, morto em um conflito de terra na década de 80, ao lado da esposa Cipriana (Foto: Arquivo Pessoal)
Júlio Miranda, morto em um conflito de terra na década de 80, ao lado da esposa Cipriana (Foto: Arquivo Pessoal)

Cida Miranda perdeu o pai em um conflito de terra da década de 80 e garante que pouca coisa mudou em relação à impunidade dos fazendeiros acusados de mortes no campo

Por Thaís Mota – Minas Livre

Trinta anos se passaram, mas as lembranças continuam vivas na memória da filha mais velha. Cida Miranda, hoje com 52 anos, tinha 24 quando perdeu o pai em um conflito de terra em Bonfinópolis de Minas, na região Noroeste de Minas. Na época, os sindicatos de trabalhadores rurais começavam a ganhar força e a luta pela reforma agrária passou a ser uma bandeira cada vez mais forte no interior de Minas Gerais e do país. E, foi nesse contexto que Julio Rodrigues de Miranda foi assassinado com dois tiros no dia 6 de outubro de 1985 deixando esposa e oito filhos.

Segundo a filha de trabalhadores sem terra, desde aquela época pouca coisa mudou em relação à impunidade no campo. Da mesma forma em que o assassino de seu pai nunca fora preso, os fazendeiros e mandantes de crimes que aconteceram recentemente no interior de Minas continuam à solta. É o caso de Adriano Chafik, responsável pela morte de cinco trabalhadores rurais em Felisburgo, Norte de Minas, e dos irmãos Antério e Norberto Mânica, acusados de mandar matar dois auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho que investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas de Unaí, Noroeste do Estado. (mais…)

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Juíza acusa União de agir “como Pilatos ante a tragédia iminente” e determina bloqueio imediato de recursos para desintrusão da TI Guarani Ñandeva de Yvy Katu

AC 1Tania Pacheco, com informações de Luiz Henrique Eloy

Socializo a justa e irrepreensível decisão da Juíza Federal Raquel Domingues do Amaral reconhecendo a responsabilidade da União pela retirada dos Guarani Ñandeva de Yvy Katu de seus territórios tradicionais e pela indevida titulação da área em nome de terceiros. A decisão igualmente determina o bloqueio de recursos orçamentários alocados  para a indenização dos portadores de títulos de imóveis adquiridos da União ou do então estado de Mato Grosso, incidentes no Território Indígena de Ivy Katu, e que, por não terem sido utilizados até a presente data, iriam cair em exercício findo.

Na decisão, a Juíza ratifica  todas as denúncias do Ministério Público Federal, quanto ao fato de a titulação ter tido por base o decreto 67.870/70, que criou o “Projeto Integrado de Colonização de Iguatemi”, dividindo o território indígena em pequenos lotes, ao mesmo tempo em que removia seus ocupantes originais para uma área restrita, chamada de Aldeia Campo Lindo, sem qualquer tipo de consulta e independente de suas vontades.

No seu despacho, Raquel Domingues do Amaral critica a inércia das autoridades, ao mesmo tempo em que aponta a inquestionável tradicionalidade do território em questão, numa situação que põe em cheque a própria credibilidade do Estado brasileiro. Assim, decide garantir a devida indenização aos portadores de títulos adquiridos de boa fé, ao mesmo tempo em que responsabiliza o estado por estar “na cômoda posição de Pilatos ante a tragédia iminente”. (mais…)

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MPF/GO denuncia militar reformado por crime praticado durante a ditadura militar

Maria Augusta Tomaz
Maria Augusta Thomaz

Para procurador da República, o crime é permanente e, apesar do tempo, a ação penal é viável

Ministério Público Federal em Goiás

Era 17 de maio de 1973. Agentes da ditadura militar invadem uma fazenda localizada entre os municípios goianos de Rio Verde e Jataí. Os jovens Maria Augusta Thomaz e Márcio Beck Machado são mortos. Epaminondas Nascimentos, então delegado de polícia em Rio Verde, comparece ao local após o homicídio e determina a ocultação dos cadáveres na própria fazenda. Pelo crime, após 40 anos do episódio, o Ministério Público Federal em Goiás move denúncia contra o militar reformado.

Entenda – Maria Augusta e Márcio Beck eram membros do Movimento de Libertação Popular, grupo armado de enfrentamento à Ditadura, inaugurada com o Golpe Militar de 1964. Os jovens haviam sido presos durante o 30º Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE), em Ibiúna-SP, em 1968, e realizaram treinamento militar em Cuba no ano seguinte, retornando ao Brasil em 1971. Em 4 de maio de 1973, fugindo da repressão, mudaram-se para a Fazenda Rio Doce, no interior de Goiás. Após a prisão e tortura de dois militantes no DOI-CODI de São Paulo, o casal foi descoberto e assassinado dias depois de sua chegada na região. (mais…)

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