Projetos de carbono no Acre ameaçam direito à terra

Margens preservadas do rio Purus despertaram interesse pela venda de carbono. Fotos: Verena Glass
Margens preservadas do rio Purus despertaram interesse pela venda de carbono. Fotos: Verena Glass

Famílias de seringais nos rio Purus e Valparaiso sofrem restrições no manejo tradicional de agricultura para que latifundiários vendam créditos de carbono

Por Verena Glass em Repórter Brasil

Bacia dos rios Purus e Juruá – Uma das principais bandeiras da luta de Chico Mendes, a consolidação do direito dos seringueiros do Acre a seus territórios, continua sendo uma questão espinhosa 25 anos após a sua morte, completados neste domingo (22). A falta de regularização fundiária de muitos seringais, ainda hoje áreas com alto nível de preservação ambiental, continua motivando sérios conflitos entre fazendeiros e seringueiros, mas também abre caminho para projetos de manejo da floresta que nem sempre beneficiam a população tradicional.

Problemas neste sentido têm sido relatados nos três primeiros projetos privados de crédito de carbono no Acre, propostos no contexto do Sistema de Incentivos aos Serviços Ambientais (Sisa, aprovado por lei em outubro do ano 2010) e que pretendem promover a preservação florestal e a venda de créditos de carbono através de iniciativas de REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal). São eles os projetos Purus, Valparaiso e Russas, que preveem restrições e até paralisação das atividades tradicionais de cultivo agrícola de famílias de seringueiros e posseiros, para que emissões assim evitadas possam ser vendidas no mercado internacional de créditos de carbono. (mais…)

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TRF suspende liminar que parou obras de Belo Monte

Sitio Pimental visto do km 52 da Rodovia Transamazônica. Os buracos gigantes nas rochas vão abrigar as turbinas da casa de força principal de Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)
Sitio Pimental visto do km 52 da Rodovia Transamazônica. Os buracos gigantes nas rochas vão abrigar as turbinas da casa de força principal de Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)

Sabrina Craide, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspendeu liminar que determinou a paralisação das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), atendendo ao recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU). Foram 11 votos a favor e 1 contra. A decisão vale até o julgamento definitivo do caso, segundo a AGU.

Na última segunda-feira (16), uma decisão do desembargador federal Souza Prudente havia determinado a paralisação das obras, atendendo a uma apelação do Ministério Público Federal no Pará, que questionou a emissão de licença parcial para os canteiros de obras da usina. O MPF alegou que a licença contraria pareceres técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). (mais…)

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MPF/MG: União cede 2 mil hectares de terras para uso de comunidades tradicionais em MG. Vazanteiros, quilombolas e pescadores em movimento!

Foto: Vazanteiros em Movimento
Foto: Vazanteiros em Movimento

Termo de Autorização de Uso Sustentável é o primeiro já firmado em Minas Gerais e concede direito de uso coletivo a 30 famílias de vazanteiros e pescadores artesanais

A Secretaria de Patrimônio da União (SPU), por meio de seu superintendente em Minas Gerais, assinou nesta quinta-feira, 19 de dezembro, um Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) em favor da Associação dos Vazanteiros e Pescadores Artesanais da Ilha da Capivara e Caraíbas.

A associação é formada por 30 famílias residentes às margens e nas Ilhas da Capivara, do Balaieiro e do Coruja, do Rio São Francisco, no município de Pedras de Maria da Cruz, norte de Minas Gerais.

O termo garante aos vazanteiros e pescadores o uso para moradia, pesca e agricultura sustentável de uma área de 2.043,45 hectares, o que corresponde, aproximadamente, a dois mil campos de futebol. As terras constituem patrimônio da União, já que constituída por terrenos marginais a rio federal (São Francisco) navegável, como também por ilhas situadas nesse mesmo curso d’água. (mais…)

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Carta Aberta a Francisco Caporal: Sem Feminismo, não há Agroecologia!

agroecologiaHá alguns dias fomos surpreendidas por uma mensagem eletrônica do colega Caporal, tão respeitado entre todas as pessoas que militam em favor da agroecologia, comentando do seu incômodo com a livre utilização que esse termo tem tido no Brasil, e reclamando que se deveria ter mais vigilância epistemológica. Essa reclamação não é nova, Caporal e o saudoso Costabeber já escreveram vários textos sobre esse tema, sempre marcando sua posição de que é importante os conceitos serem apreendidos e utilizados corretamente para não serem desvirtuados. No entanto, duas questões nos incomodaram nessa mensagem, e não devem ficar sem resposta, sob pena de espalhar-se ideias equivocadas sobre o que vem acontecendo em nossas organizações e em nosso campo de atuação.

Em primeiro lugar – e não vamos nos alongar quanto a isso – nos estranha muito a referência feita por Caporal ao texto de Zander Navarro, em que este autor, de forma totalmente desrespeitosa, se refere às lutas de muitos setores sociais por uma agricultura sustentável no Brasil. Nos surpreende porque Caporal, ao chamar a atenção somente para os eventuais erros concentuais sobre a agroecologia (cometidos por pessoas que estão tentando acertar!), comentados no texto, não ressalte também a carga ideológica perversa e intencional com que aquele autor manipula os fatos. Em nossa opinião, Caporal acaba por corroborar, com essa atitude, um texto que deveria ser, no mínimo, contextualizado antes de ser divulgado. (mais…)

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PR – MPF propõe ação para garantir direitos de comunidade indígena

Objetivo é fazer com que sejam respeitados os direitos à saúde, educação e alimentação da comunidade moradora da aldeia Tekoha Vera Tupã’i

Procuradoria da República no Estado do Paraná

O Ministério Público Federal (MPF) em Campo Mourão/PR propôs, nesta quarta-feira (18 de dezembro), ação civil pública contra a União, a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Estado do Paraná e o Município de Campo Mourão, com objetivo de garantir o direito à saúde, à educação e à alimentação dos indígenas moradores da aldeia Tekoha Vera Tupã’i. A ação é resultado de procedimento administrativo instaurado na Procuradoria da República em Campo Mourão para investigar a falta de saneamento básico dos índios guarani moradores da aldeia.

Na ação, o MPF pede que a União, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), promova visitas regulares de equipe multidisciplinar, designando Agente Indígena de Saúde (AIS) e Agente Indígena de  Saneamento (Aisan) que deverão prestar as medidas de saúde cabíveis na aldeia Tekoha Vera Tupã´i – especialmente com relação ao pré-natal de indígenas gestantes e às vacinações.

O MPF também pede que o Estado do Paraná inicie, em 30 dias, a reforma da Escola Tapi Aviru, contratando, no mesmo prazo, professores qualificados. Ao mesmo tempo, o órgão local da Funai deverá ser consultado para que preste informações sobre as necessidades da aldeia com relação à instalação física e à contratação de corpo docente. O município de Campo Mourão deverá, junto com a Funai, verificar a necessidade de transporte público adequado, caso haja matrícula de alunos da comunidade indígena na rede pública de ensino. (mais…)

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ES – Reintegração de posse em fazenda do Grupo Simão será executada a partir do dia 27/12

Foto: MST
Foto: MST

Governo do Estado não cumpriu acordo e sem-terras ainda não têm para onde ir após desocupação

Any Cometti, Século Diário

As 130 famílias que ocupam a Fazenda Floresta Reserva, do Grupo Simão, em Montanha (extremo norte do Estado), conseguiram nesta terça-feira (17) um adiamento de 10 dias para a execução do mandado de reintegração de posse que seria cumprido na manhã desta quarta-feira (18). Não houve uma comunicação oficial sobre a desocupação, as famílias foram avisadas por fontes difusas.

Uma reunião entre os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o juiz Antonio Carlos Facchetti Filho e o Conselho de Direitos Humanos decidiu que a ordem somente fosse executada a partir do próximo dia 27 de dezembro.

O governo do Estado ainda não enviou às famílias a determinação das terras para onde poderão ir após a desocupação do território em Montanha, apesar de isso ter sido acordado há mais de um mês, em uma reunião com a presença da subsecretária de Movimentos Sociais da Casa Civil do governo do Estado, Leonor Araújo. A prefeitura de Montanha, que também estava presente na reunião, informou ao MST que não possui terras que possam ser ocupadas na região. (mais…)

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ES – Entidades reunidas no SOS Ambiental repudiam decreto da qualidade do ar

pó preto ES

Para organizações sociais, metas e padrões atendem aos interesses das poluidoras Vale e ArcelorMittal

Any Cometti, Século Diário

Entidades que integram o SOS Espírito Santo Ambiental divulgaram moção de repúdio ao decreto estadual da qualidade do ar assinado pelo governador Renato Casagrande. No documento,  deixam claro que a nova legislação não atende às solicitações pela melhoria da qualidade do ar, principalmente no que se refere ao pó preto, e reiteram que o padrão estipulado para tal material (14g/m² por mês) é superior em até 62% à média da estação de monitoramento do Centro de Vila Velha. Outra questão novamente lembrada pelo grupo é a falta de prazos para a implantação das metas intermediárias e das metas finais, que seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os ambientalistas também evidenciam que as metas e padrões do decreto “atendem aos interesses das poluidoras da Ponta de Tubarão – ArcelorMittal e Vale -, em afronta ao cidadão capixaba e à sociedade civil organizada, que vem “deixando bem claro ao governador de suas proposta e necessidades para garantia da saúde e qualidade de vida; propostas estas que foram aprovadas por unanimidade pelas instituições componentes do GTI [Grupo de Trabalho Interinstitucional] Respira Vitória”. (mais…)

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“Obras de Belo Monte já começaram a ser paralisadas”. Nem que seja por horas, cada paralisação é uma linda vitória!

Sítio Pimental, usina Belo Monte (Foto: Governo Federal/Divulgação)
Sítio Pimental, usina Belo Monte (Foto: Governo Federal/Divulgação)

Sabrina Craide, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A empresa Norte Energia, responsável pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), informou que foi notificada formalmente na manhã de hoje (19) sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinando a paralisação das obras do empreendimento.

Segundo a empresa, as providências cabíveis serão adotadas para cumprir a decisão de forma planejada e com segurança. Segundo o Consórcio Construtor Belo Monte, que coordena as obras, os canteiros já começaram a ser paralisados.

Atualmente, as obras da usina contam um efetivo de mais de 20 mil trabalhadores. Segundo a Norte Energia, qualquer paralisação das obras demanda plano de contingência com segurança, o que inclui logística de desmobilização e a manutenção de serviços essenciais tais como alimentação, transporte, segurança e atendimento médico. (mais…)

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Disciplina especial na UFMG abordará saberes tradicionais afro-descendentes e indígenas

kaiowa-01Cedefes

Os professores César Guimarães, Luciana de Oliveira (Departamento de Comunicação) e Rosângela de Tugny (Escola de Música), em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), da UnB, coordenado pelo prof. José Jorge de Carvalho, convidam para uma disciplina especial a ser ofertada no 1o semestre de 2014, aberta aos alunos de graduação de todos os cursos da UFMG, com apoio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

Denominada Laboratório em Comunicação Social: Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais (código COM 351, às terças e quintas, de 14 h às 16:30 h), ela será conduzida por mestres dos saberes tradicionais afro-descendentes e indígenas. O objetivo da disciplina é introduzir na Universidade o contato com outras lógicas cognitivas baseadas em conhecimentos não-escolares e não-eurocêntricos, gerados sob outras modalidades de produção, transmissão e transformação. Propõe-se um diálogo simétrico com os saberes de matrizes indígenas e afrodescendentes e com a produção do conhecimento científico e artístico em diversas áreas de conhecimento deles decorrentes.

A disciplina funcionará em 5 módulos. Os mestres serão acolhidos por professores parceiros da UFMG, de diferentes departamentos. (mais…)

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A pedido do MPF, índios Cinta Larga são beneficiados em decisões da Justiça

Imagem capturada de O Painel
Imagem capturada de O Painel

Ações visam coibir exploração ilegal de diamantes nas terras indígenas

Em julgamento ocorrido nesta segunda-feira, 16 de dezembro, o Ministério Público Federal (MPF) obteve duas vitórias em defesa da comunidade indígena Cinta Larga, habitante de uma área que abrange os estados de Rondônia e Mato Grosso e é palco de diversos conflitos devido ao garimpo ilegal praticado na região. Em uma das ações, três servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) que respondem a processos administrativos, inquéritos policiais e ações penais que apuram a prática de garimpo ilegal foram afastados da região e impedidos de ter qualquer contato com os índios. Na outra ação, também ajuizada pelo MPF, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) confirmou sentença que condenou a União a disponibilizar recursos financeiros à Operação Roosevelt, criada pelo governo federal para coibir a extração ilegal de diamantes nas terras dos Cinta Larga. (mais…)

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