Técnicas indígenas em destaque no Museu da Amazônia

O indígena José Maria, da etnia tukano, mostra os diferentes tipos de armadilhas desenvolvidas pelos indígenas para pescar (Maris Sanne)

Exposição que está em cartaz no Museu da Amazônia apresenta diferentes armadilhas usadas pelos índios para pescar na região

Elaíze Farias

Em uma bacia com pouca diversidade de peixe como é a do rio Negro, as populações ribeirinhas e indígenas precisam ficar atentas ao ciclo de migração das espécies disponíveis. Na região do Alto Rio Negro (Amazonas), o período de maior abundância de cardume ocorre entre abril e julho, apesar de nas outras épocas a disponibilidade de peixes também ser aproveitada, como no período da piracema, que naquela região ocorre em janeiro.

Para cada período, um tipo de armadilha. Diferente de outras áreas do Amazonas, onde é comum o uso de malhadeiras e arpões, no Alto Rio Negro as populações nativas (a maioria indígenas) confeccionam armadilhas de diferentes matérias-primas e formatos, utilizadas conforme a quantidade e o tamanho dos peixes e o local (igapó, corredeiras ou cachoeiras).

Mas para quem está em Manaus e não pode visitar o Alto Rio Negro para conhecer as armadilhas para pegar peixe, basta visitar as três tendas montadas em uma exposição que acontece no Jardim Botânico da Reserva Florestal Adolpho Ducke pelo Museu da Amazônia (Musa). Não há dúvida de que até quem é do Amazonas se surpreenderá com as informações. (mais…)

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Meninas de 11 a 13 anos começam a receber este ano vacina contra o HPV no Distrito Federal

Paula Laboissière* – Agência Brasil

Brasília – Meninas de 11 a 13 anos que estudam em escolas públicas e privadas do Distrito Federal vão receber em 2013 a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). A imunização deve começar em março e será feita no próprio colégio, desde que a criança ou adolescente tenha autorização dos pais para receber a dose, aplicada em três etapas – uma a cada mês. A informação é da subsecretária de Vigilância à Saúde do Distrito Federal, Marília Coelho.

Em setembro, o Senado Federal aprovou um projeto de lei que prevê que meninas de 9 a 13 anos tenham o direito de receber gratuitamente na rede pública de saúde a vacina contra o HPV. O texto, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), ainda precisa ser analisado pela Câmara dos Deputados.

Em entrevista à Agência Brasil, Marília explicou que a Secretaria de Saúde do DF, em parceria com a Secretaria de Educação, decidiu imunizar, em um primeiro momento, apenas meninas de 11 a 13 anos em razão do preço elevado da vacina. Ela garantiu que, nos próximos anos, toda a faixa etária prevista no projeto aprovado pelo Senado vai receber a dose. (mais…)

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Soldado cria poema para registrar ocorrência de entrega de arma em MG

Ele se inspirou com a história de um pai que queria tirar o filho do crime. Polícia Militar disse que ele feriu norma e deve ser ouvido por uma comissão

Pedro Triginelli* – Do G1 MG

Um Policial Militar encontrou um jeito diferente de preencher um Boletim de Ocorrência (BO) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele criou um poema para descrever a história de um pai que tentava tirar o filho do mundo do crime, sem entregá-lo à polícia. O G1 teve acesso ao BO nesta quarta-feira (2).

No dia 28 de dezembro, um pai contou à polícia que o filho guardava uma arma em casa. Ele explicou que não queria vê-lo preso e, por isso, queria deixar a espingarda em um local determinado.

No local combinado, os militares encontraram a arma. Depois disso, o policial responsável pela ocorrência escreveu os versos. Em um dos trechos, ele pede que o delegado aceite o boletim escrito de forma diferente:

Em memória daquele velho da distante joazeiro
Que entregou tão bela arma
Sem querer glória ou dinheiro
Fiz esse relato em verso.
Ao doutor delegado peço
Que o receba, por derradeiro. (mais…)

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Fichas catequéticas, a prisão e a tortura. Entrevista especial com Antônio Cechin

Ao recordar a perseguição sofrida durante o regime militar, o irmão marista considera que a Igreja de caráter conservador é ainda hegemônica, não só na América Latina como no mundo inteiro. “A Igreja é campeã do conservadorismo porque está incorrendo numa ignorância invencível”, lamenta

Passados tantos anos do final do regime militar no Brasil, ainda restam muitas dúvidas e pendências a serem esclarecidas. Entre elas, o motivo pelo qual o irmão marista Antônio Cechin teria sido preso pelos militares, no ano de 1969, pela primeira vez. “Até hoje ninguém me deu as razões”, conta ele, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. No entanto, continua, “examinando fato por fato da conjuntura que precedeu minha prisão, minha convicção é que está ligada à militância cívico-religiosa que desenvolvia como Adjunto Regional da Juventude Estudantil Católica (JEC) do RS, junto ao Movimento Estudantil brasileiro e como coordenador do setor de Catequese da CNBB”. Segundo ele, as fichas catequéticas foram o fato divisor de águas em sua vida. “Autores que fomos do sonho maior de minha irmã Matilde e meu, concretizado nessas fichas desencadeadoras de uma Catequese Nova e Libertadora, o continente latino-americano se transformou em nosso calvário mais dolorido”, recorda.

E sobre a Igreja, Cechin constata que, como ela não é iniciada em Marx, nem minimamente na pedagogia de Paulo Freire envolvendo os pobres e oprimidos, nunca aprendeu a fazer análise de classe. “Não consegue também fazer uma autêntica opção pelos pobres. Em seus trabalhos pastorais só sabe fazer assistencialismo. Seus religiosos e seus agentes de pastoral atuam sem entusiasmo porque não conseguem sentir-se fazendo história, transformação do mundo. Não consegue ler nos fatos e acontecimentos do cotidiano o Deus cristão que ‘Caminha conosco e à nossa frente’”. (mais…)

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2012 e a Reforma Agrária. Piores índices em décadas

“No ano de 2012, o Brasil assistiu a Reforma Agrária alcançar os seus piores indicadores em décadas”, constata o balanço da questão agrária no ano de 2012 no Brasil, feito pela Comissão Pastoral da Terra – Regional Nordeste II. Eis o relatório.

No ano de 2012, o Brasil assistiu a Reforma Agrária alcançar os seus piores indicadores em décadas. Enquanto do outro lado, o Agronegócio se consolidou como o modelo preferencial do Governo Dilma para o campo, priorizado por diversas políticas públicas, inclusive com financiamentos oficiais de elevadas proporções.

O ano de 2012 tornou óbvio que a grave situação resultou desta escolha injustificável por parte do Governo: a de relegar a Reforma Agrária para a periferia das políticas públicas e do orçamento, atendendo exclusivamente ao latifúndio especulativo e exportador.

Os próprios dados oficiais denunciam esse quadro inaceitável: o número de famílias assentadas em 2012 atingiu a taxa mais baixa registrada desde 1994 e representou apenas 36% da meta prevista pelo Governo em 2012, que era de 30 mil famílias. É fundamental destacar que essa meta fixada – e que ficou longe de ser cumprida pelo Governo – já significava um objetivo irrisório diante das reais necessidades de democratização de terras no País.

Outro grave indicador desta falta de prioridade é o fato de que mais de 200 mil famílias de trabalhadores e trabalhadoras sem terra aguardam a conclusão dos processos de desapropriações relativos às grandes propriedades já vistoriadas e identificadas como improdutivas. Se continuar no mesmo ritmo de 2012, o Brasil precisará de mais 50 anos só para assentar a demanda atual de famílias sem terra acampadas. (mais…)

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Projeto de Lei proíbe agrotóxicos com suspeita de causarem danos à saúde e ao meio ambiente

Projeto proíbe administração de qualquer substância do grupo dos organoclorados, entre outras

Carolina Pompeu* – Agência Câmara de Notícias

A Câmara avalia proposta que proíbe a utilização e o estoque de uma série de agrotóxicos com suspeita de causarem danos à saúde e ao meio ambiente. A medida está prevista no Projeto de Lei 4412/12, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Pela proposta, ficam banidos do País os produtos com os seguintes ingredientes ativos: abamectina, acefato, benomil, carbofurano, cihexatina, endossulfam, forato, fosmete, heptacloro, lactofem, lindano, metamidofós, monocrotofós, paraquate, parationa metílica, pentaclorofenol, tiram, triclorfom e qualquer substância do grupo químico dos organoclorados.

Alguns desses agrotóxicos já foram proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outros ainda estão no mercado, mas contam com restrições de uso, ou estão em fase de avaliação. Segundo Teixeira, no entanto, “há evidências de que os produtos em fase de análise são altamente danosos à saúde humana”. (mais…)

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Trabalho escravo contamina cadeia produtiva do país

Entrevistado no Programa Miriam Leitão, na Globo News, o procurador-geral do Trabalho abordou as ações necessárias para combater a prática

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dão conta de que em 2012 quase 2 mil trabalhadores foram encontrados e resgatados da situação de escravidão contemporânea. A maioria deles em propriedades rurais, mas setores tipicamente urbanos, como construção civil e vestuário, também realizam esse tipo de conduta, que, além de ferir a dignidade da pessoa humana, é crime. Uma das grandes áreas de atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT), o tema foi tratado no Programa Miriam Leitão, da Globo News, exibido em 28 de dezembro de 2012, com entrevista do procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo.

Na entrevista, Luís Camargo e a jornalista econômica Miriam Leitão abordaram o assunto sob vários aspectos: desde a obrigação do país em buscar a sua total erradicação até seu impacto econômico; os problemas sociais envolvidos; as medidas legais e políticas para combatê-lo e a atuação do MPT, incluindo os grupos móveis de combate à escravidão contemporânea, dos quais fazem parte também o MTE e a Polícia Federal.

“Deveríamos ter uma linha de investimento para garantir que o trabalhador não vai ser mais um na conta da Previdência Social ou na conta do sistema de saúde, porque isso traz um ônus grande para o poder público e, no final das contas, para toda a sociedade.” A afirmação de Luís Camargo, durante a entrevista, destacou a proposta do MPT de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) crie uma linha de investimento que inclua como condição de liberação de recursos a qualidade do meio ambiente de trabalho. (mais…)

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Conservadorismo político em Fortaleza e o ataque machista e racista às mulheres

Por Cris Faustino*

A nova Câmara de Vereadores de Fortaleza escolheu como seu presidente, para os próximos dois anos, o Vereador Walter Cavalcante, vinculado ao movimento Provida, grupo político ultraconservador, com forte viés moralista e religioso e que tem como uma de suas principais mobilizadoras nacionais Lenise Garcia, também membro do grupo religioso internacional Opus Dei.

Atualmente, uma das pautas desse movimento é incidir junto ao poder legislativo (em suas diferentes instâncias), sobre as propostas de reforma no Código Penal que sinalizam avanços na descriminalização da prática do aborto e na consequente ampliação das possibilidades de acesso das mulheres aos serviços de saúde, de acordo com suas necessidades, como é o caso dos serviços públicos para o abortamento seguro. A principal meta do Provida é manter perseguidas e sujeitas a prisão as mulheres que praticam aborto, negando-lhes o acesso àquilo que realmente necessitam: os serviços de saúde pública e de qualidade. Por motivos óbvios essa meta do Provida atenta principalmente contra as mulheres pobres e negras.

O presidente da Câmara e os vereadores, em pleno processo de transição para os mandatos 2013-2016, elevaram a cidade de Fortaleza a ícone do moralismo, da misoginia e perseguição às mulheres, impondo às suas cidadãs e cidadãos não só um ataque ao direito de ter direitos reprodutivos, mas também aos direitos de acesso à informação e igualdade no debate sobre a temática do aborto. Trata-se da aprovação, em 18 de Dezembro de 2012, do Projeto de Lei 0223/2012 que institui a Marcha pela Vida contra o Aborto no calendário oficial de eventos do Município de Fortaleza. (mais…)

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A ascensão dos negros: Rumo a um futuro mais igual

Max Miliano Melo

Aos poucos, a população afrodescendente conquista importantes espaços na sociedade brasileira e de outros países. Contudo, muitas distorções precisam ser superadas

Se alguém, por um motivo qualquer, tivesse passado os últimos 10 anos dormindo e acordasse no fim de 2012, certamente teria uma surpresa com o destaque dado a personalidades negras no país e no mundo. Essa pessoa veria o rosto de Barack Obama estampado na capa da revista Time, e descobriria que o homem de raízes africanas, eleito personalidade do ano pela publicação, comanda a mais poderosa nação do mundo. No Brasil, ela testemunharia os elogios frequentes feitos nas ruas e nas redes sociais a Joaquim Barbosa, e saberia que um afrodescendente preside hoje a mais alta Corte do país, o Superior Tribunal Federal (STF).

Mesmo que Obama e Barbosa possam ser considerados casos excepcionais, suas histórias estão conectadas a um movimento real — ainda que lento — de ascensão dos negros em vários países. Aos poucos, eles deixam de ser importantes apenas nas artes e nos esportes (áreas às quais pareciam limitados pelo preconceito social) e passam a influenciar os destinos da economia, da política e do pensamento mundial. Esse processo dá esperanças de que uma sociedade mais igualitária esteja se formando e, a curto prazo, tem um impacto direto na autoestima dessa população, que passa a não ter mais vergonha de assumir sua origem.

No Brasil, esse fenômeno é nítido. “Durante muito tempo, persistiu o absurdo de pessoas com a tez negra ou com os traços afros se declararem como brancas”, afirma Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), da Universidade de Brasília. “À medida que a situação social melhora, mais pessoas assumem sua identidade”, completa. A fala de Inocêncio é amparada por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último censo, de 2010, pela primeira vez na história, o percentual de pessoas que se declararam de cor preta ou parda (50,7%) foi maior do que o de indivíduos que se consideravam brancos (47%). (mais…)

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Fazendeiros devem desocupar terra indígena em Mato Grosso até hoje

Luana Lourenço
Da Agência Brasil, em Brasília

Moradores não índios da comunidade Posto da Mata, na Terra Indígena Marãiwatsédé (MT), têm que desocupar a área até esta sexta-feira (4). O prazo foi determinado pela Justiça e faz parte da Operação de Desintrusão, iniciada em dezembro. Quem não deixar a terra indígena, terá os bens confiscados pela Justiça e poderá responder por crime de desobediência, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio).

Posto da Mata, localizada a 1.000 km de Cuiabá, é um dos principais focos de resistência de não índios que ocupam a área que pertence aos xavantes. Por causa da ordem de desocupação, um grupo de fazendeiros e trabalhadores rurais organizaram manifestações e chegaram a bloquear rodovias.

O grupo, segundo a Funai, também saqueou 7 toneladas de alimentos que seriam levados a uma aldeia Carajá, e, em seguida, queimaram um caminhão da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), usado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena para transportar a carga. (mais…)

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