“Urânio em Nisa, Não!” em evidência

A apresentação no Cine-Teatro de Nisa, nos passados dias 12 e 13 de fevereiro, do documentário “Urânio em Nisa, Não!”, contou com a presença dos autores do filme – Robert Suchanek e Márcia Gomes de Oliveira –, que em conjunto com António Eloy, trouxeram, do Brasil para Portugal, uma extensão do “Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear”, de que foram mostrados em Nisa três filmes especificamente sobre a mineração de urânio.

O documentário que relata a forma como, em 2008, a população nisense se mobilizou para dizer não à exploração da jazida de urânio, assim como destaca as riquezas naturais do concelho, intitula-se com as palavras que deram também nome ao movimento “Urânio em Nisa, Não!”, constitui, segundo os seus autores – que há muito se dedicam à investigação e divulgação de informação sobre o tema –, um “exemplo único, especial que tem de ser mostrado ao mundo”. (mais…)

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Texto refeito: A comunidade de Mangueira, município de Chapadinha, torceu o rabo da Suzano Papel e Celulose

Mayron Régis

As comunidades agroextrativistas do Baixo Parnaiba maranhense dão uma devida importância à palavra e ao discurso. O que elas podem dar a não ser isso? Com certeza, essa importância vem das inúmeras pregações da parte de um padre ou de um pastor a quem elas acolhiam e acomodavam em seus lares. Para essas comunidades apenas a atenção ao recado sobrou como resposta a esses tempos. Nesses casos as sensações que as comunidades passam esfriariam o animo de qualquer um. Não há pedantismo, não há evasivas, não há tecnicismo e não há prolixidade como se vê e como se ouve nos discursos de um politico ou de uma empresa. Os discursos políticos exaltam as pessoas para que elas saiam de sua “letargia”, contudo a “letargia” condiciona as pessoas pelos projetos nunca executados ou parcialmente executados e cujas explicações patinam.

Exaltar-se sempre remete a uma situação de exasperação. Interessa a setores políticos e a setores empresariais a exaltação porque com ela se manobra o exasperado. Manobra-se com todos os fins e por todos os meios como se vê constantemente, mas o que se pretende com a manobra é fazer que o outro saia do seu caminho para criar confusão em qualquer lugar menos ali onde interesses políticos e econômicos não rimam com participação político-social. A exaltação atinge a quem os interesses pintam como adversários. É de amplo conhecimento isso tudo porque as elites recorreram e recorrem a essa prática por décadas e por séculos. (mais…)

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Mobilização dos professores alcança todo o país

Desde esta quarta-feira, todos os estados do Brasil, mais o Distrito Federal (DF), assistiram a protestos dos professores, que devem continuar até hoje (16). No centro da pauta, o respeito ao piso nacional do magistério. DF, Goiás, Piauí e Rondônia já se encontram em greve. Movimento também pede, entre outras coisas, 10% do PIB para educação

Vinicius Mansur

Brasília – Os professores da rede pública dos 26 estados da federação e do DF já realizaram ações para reivindicar, sobretudo, o pagamento do novo piso do magistério. As mobilizações têm distintos graus de adesão da categoria em cada localidade e fazem parte da greve nacional convocada pela Confederação Nacional Trabalhadores em Educação (CNTE) para os dias 14, 15 e 16 deste mês.

“Nenhum estado do Brasil passou em branco, mesmo no Espírito Santo, onde a rede estadual não se mobilizou, mas algumas municipais sim, e no Rio Grande do Norte, onde a governadora garantiu os 22% para pagar o piso, houve luta”, garantiu a secretária geral da CNTE, Marta Vanelli. (mais…)

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Justiça suspende despejo de acampados em Bom Jesus das Selvas

Centro de Defesa é decisivo na suspensão da liminar

A ordem de suspensão do despejo das cercas de 900 famílias de sem terra e sem tetos que ocupam a Fazenda Rio dos Sonhos, em Bom Jesus das Selvas (MA), desde o dia 25 de fevereiro, e que estava marcado para esta sexta feira, 16/03, foi decidida na tarde da quarta-feira, 14/03, pelo juiz Ailton Gutemberg da Comarca de Buriticupu-MA, mesmo autor da liminar de despejo.

A decisão do Juiz foi tomada depois que a Advocacia-Geral da União, através da Procuradoria Geral Federal representando o INCRA, entrou com pedido de deslocamento de competência para a Justiça Federal, argumentando que 80% da área pertence a União e exigindo que a mesma seja retomada pelo INCRA a fim de criação de assentamentos de reforma agrária.

O INCRA notificou ainda ao Juiz que não existe em nenhum cartório da região documentos sobre a área, de aproximadamente 12 mil hectares, no nome do dito “proprietário”, Osvaldo Damião, e nem no nome de seus filhos. (mais…)

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Pela construção de um calendário nacional de luta dos povos indigenas!

Sassá Tupinambá

Quem passou pelas escolas públicas e privadas que não se pintou e colocou um recorte em cartolina ou papel cartão na cabeça fazendo alusão às ornamentações cerimoniais de alguns povos indígenas no dia 19 de abril? Há quase 70 anos isso se repete nas escolas em todo o Brasil para se comemorar o Dia do Índio, o que é feito sem ao menos questionar a data e o porquê, ou os interesses por trás de sua criação. Outros festejam sem saber a origem da data. E há aqueles que acreditam que é uma forma de “educar” as crianças, informar sobre as culturas indígenas, o que nada tem a ver com a lei que determina o ensino da história e cultura dos povos indígenas nas escolas. Pelo contrário, há tanto tempo que se faz e ainda queimam indígenas em praça publica, como aconteceu com o parente Pataxó Hã Hã Hae em Brasília, ou atropelam, como ocorre sempre nos acampamentos nas beiras das rodovias no MS. Ou discriminam, torturam e assassinam, como sempre aconteceu neste Brasil.

Existe uma dívida histórica que o Estado brasileiro herdou da Coroa portuguesa para com os povos originários do território outrora invadido pela mesma, que saqueou tudo o que podia ser transportado até a Europa. Para além da dívida herdada, o Estado brasileiro é o atual carrasco dos povos indígenas, continuando o papel desempenhado pela coroa portuguesa do período colonial. Um exemplo é o que ocorre com o povo Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, que foi removido para as reservas, minúsculas, enquanto o governo doava suas terras a fazendeiros; e, na Bahia, a violência vem pela ação da Polícia Federal, que tortura, fere, prende arbitrariamente e assassina indígenas, ou seja, ação direta do Estado na violação dos direitos humanos. Quando não age diretamente, com participação nos atos de violência, ele é negligente e omisso. O que hoje ocorre no MS, já há muitos anos aconteceu com os povos do leste e nordeste do Brasil: confinamentos, remoções e despejos, genocídio, etnocídio etc. (mais…)

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Campanha divulga posicionamento público em defesa do Piso Nacional do Magistério

Em defesa da Lei do Piso

Brasil, 15 de março de 2012.

O piso salarial dos professores, regulamentado pela Lei 11.738/2008, recebeu importante atenção da opinião pública e da sociedade brasileira nas últimas semanas. Diversas foram as notícias sobre o cumprimento ou descumprimento da lei por estados e municípios, especialmente após o reajuste do valor do piso para 2012, anunciado em 27 de fevereiro pelo Ministério da Educação (MEC). Aplicando a fórmula da Lei, o MEC concluiu – com grave atraso – que o valor do vencimento inicial dos professores é de R$ 1.451,00 (mil quatrocentos e cinquenta e um reais), retroativos a janeiro, para uma jornada de 40 horas.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede composta por mais de 200 entidades distribuídas em todo o país, considera o cumprimento integral da Lei do Piso um imprescindível primeiro passo para a consagração do direito à educação pública de qualidade para todos os brasileiros e todas as brasileiras. Inclusive, no dia 13 de março, lançou em parceria com a ONG Ação Educativa, a publicação “A lei do piso salarial no STF: debates sobre a valorização do magistério e o direito à educação”, que narra e analisa a bem-sucedida atuação da rede, admitida como Amicus Curiae (Amiga da Corte), na defesa da constitucionalidade integral da Lei do Piso perante o STF (Supremo Tribunal Federal), diante do questionamento empreendido em 2008 pelos então governadores do Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Frente aos debates desencadeados após o anúncio do valor do piso para 2012 – reajustado em 22% – e, principalmente, diante da justa pauta de reivindicações que subsidia os três dias de mobilização nacional empreendida pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) nos dias 14/3 (ontem), 15/3 (hoje) e 16/3 (amanhã), a Campanha Nacional pelo Direito à Educação considera indispensável e irrevogável que: (mais…)

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Pesquisa investiga o papel da formação universitária dos indígenas no País

Débora Motta

O Brasil tem cerca de 230 povos indígenas distribuídos ao longo do seu vasto território. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são pelo menos 734 mil pessoas de diversas etnias, que falam 180 idiomas, diferentes do português. Um projeto coordenado pelo antropólogo Antonio Carlos de Souza Lima, que é Cientista do Nosso Estado da Faperj, pesquisador nível 1-B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professor do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia a importância do acesso dos indígenas à educação de nível superior, para que exerçam um papel de protagonismo político e intelectual na sociedade

De acordo com o pesquisador, a educação superior e o fortalecimento de uma intelectualidade indígena têm sido reivindicados pelos indígenas como condições essenciais para redefinir suas relações com o próprio Estado, favorecendo a criação de políticas públicas mais adequadas às aldeias. Para isso, ele faz uma análise teórica não só das ações governamentais nessa área, mas das próprias organizações indígenas e das universidades que vem recebendo cada vez mais esses estudantes.

“O objetivo do projeto é refletir sobre a situação de uma nova geração de lideranças indígenas no Brasil, que têm sido formadas também nas universidades, e contribuir para que elas tenham uma melhor formação”, explica Souza Lima, co-coordenador do Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (Laced) do Museu Nacional. (mais…)

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Mostra de cinema aborda crimes ambientais

Imagem do filme Blood in the mobile, que expõe o que está por trás da produção de celulares / foto: divulgação

Começou ontem e vai até o dia 22 a primeira edição da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, que será exibida nas salas de cinema da capital paulista. Mais de 40 filmes poderão ser vistos, gratuitamente, em diversas salas de cinemas da capital paulista. São longas, médias e curtas metragens, divididos em eixos temáticos: ativismo, povos e lugares, consumo, energia, água e mudanças climáticas. A programação também inclui debates e palestras

Também foi preparado um panorama histórico sobre as questões ambientais retratadas no cinema. O objetivo é mostrar como a questão ambiental despertou ao longo dos anos o interesse e a criatividade de importantes cineastas brasileiros e estrangeiros, como Agnès Varda (Os Catadores e Eu), Jorge Bodanzky e Orlando Senna (Iracema, uma Transa Amazônica), Andrea Tonacci (Serras da Desordem), Leon Hirzsman (Ecologia), Sérgio Bianchi (Mato Eles?), Jorge Furtado (Ilha das Flores), Joaquim Pedro de Andrade (Brasília: Contradições de Uma Cidade Nova) e Francisco Ramalho Jr. e Reinaldo Volpato (Tietê, Um Rio que Morre na Grande Cidade).

Para os pequenos, há uma mostra infantil com quatro animações de diferentes países: França (Kiriku e a Feiticeira), Alemanha (Animais Unidos Jamais Serão Vencidos) e EUA (Wall-E e Os Sem-Floresta). (mais…)

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Mafalda, 50, já não é mais uma garotinha

Buenos Aires, 15 de março de 1962. O então publicitário Joaquim Salvador Lavado, o Quino, tinha apenas 29 anos de idade quando deu forma à garotinha que, de tão impertinente, cruzou o ponto final dado pelo seu próprio criador

Por André Dib, em Diario de Pernambuco

Nascia Mafalda. Uma das maiores personagens das histórias em quadrinhos e uma das poucas a atingir o estrelato exclusivamente através de tirinhas, inicialmente publicadas em jornais, espaço ideal para refletir sobre as questões políticas e sociais que tanto a incomodavam.

Por cinco décadas, dezenas de livros em diferentes idiomas multiplicaram suas indagações descabidas, que tanto importunam os que se sentem donos da verdade. Produzidas entre 1964-1973, um período curto, mas suficiente para eternizar a personagem e influenciar artistas e intelectuais de diferentes gerações. Não é difícil imaginá-la criticando a cobertura da TV sobre os conflitos da Síria, protestando pela liberdade na internet ou se indignando com o sucesso de Michel Teló.

Mafalda gosta de Beatles, critica a mídia, protege o irmão mais novo das “adultices”, defende a igualdade entre pais e filhos (“nos graduamos no mesmo dia”, diz), odeia sopa e tem uma amiga chamada Liberdade. Antes de ser argentina ou viver nos anos 1960, ela é uma humanista. Sua ingenuidade contestadora é visceral, espontânea. Ela é bem vinda – e necessária – em qualquer época ou cultura. (mais…)

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Juiz interdita obras da Vale no MA e PA por causa de ação de empresa falida pela mineradora

Numa decisão corajosa, o juiz Luiz Gonzaga Almeida Filho, respondendo pela 9ª Vara Cível de São Luís, determinou a interdição de obras da Vale no Maranhão e Pará tocadas até ano passado pela WO Engenharia. Maior empresa de construção pesada do estado e uma das maiores do Norte/Nordeste, a WO Engenharia “quebrou” por conta de uma sequência de “calotes” aplicados pela mineradora, segundo seus proprietários.

O caso ganhou repercussão nacional através do blog, que enumerou outras empresas em vários estados vítimas da mesma prática da Vale. Diretores da mineradora chegaram a ser ouvidos em audiência pública na Assembleia Legislativa, mas se recusaram a comparecer a debate idêntico realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A decisão do juiz paralisa obras nos municípios de Alto Alegre do Pindaré, Buriticupu, Açailândia, Cidelândia, todos no Maranhão, e Bom Jesus do Tocantins, Marabá e na Serra dos Carajás, no Pará, onde a WO Engenharia mantinha escritórios e canteiros de obras. (mais…)

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