Fiol: MPF expede recomendações ao Ibama e Valec Engenharia sobre trecho Caetité-Barreiras

Minimizar os impactos sociais e econômicos que a Ferrrovia Oeste-Leste (Fiol) causará nas comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas na região entre Caetité e Barreiras, municípios do centro-sul e oeste da Bahia. Esta é a intenção das recomendações emitidas pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) à Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, empresa responsável pelas obras, e ao Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As recomendações demandam que a construtora realize estudos socioambientais completos como requisito para que o Ibama analise o pedido de licença de instalação da Fiol.

As recomendações foram expedidas em fevereiro pela Procuradoria da República em Barreiras, que acompanha as obras da Fiol na região a partir do inquérito civil nº 1.14.003.000005/2011-22, instaurado no ano passado. As investigações do MPF/BA apontaram que os estudos já apresentados pela Valec não contemplaram o levantamento de todas as comunidades afetadas, nem a amplitude dos impactos a serem gerados com o empreendimento.

Segundo as recomendações, emitidas pelos procuradores da República Fernando Túlio da Silva e Vladimir Aras, em audiência pública realizada em novembro de 2011, a Valec prestou informações sobre a existência de “indefinições de traçados que podem alterar as análises dos impactos ambientais apresentadas ao órgão licenciador na fase de obtenção de Licença Prévia, diante da própria imprecisão da área de influência”. (mais…)

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8 de março de 2012: as mulheres, a lua e o feminino

Daniel Tygel

8 de março: Dia de luta pelos direitos das mulheres

A necessidade de uma sociedade equilibrada, justa, verdadeiramente democrática, em que mulheres e homens possam ser o que são, emancipadas e emancipados de amarras sem sentido.

8 de março de 2012: Lua cheia

A sensibilidade à flor da pele, o feminino pulsando em cada uma e cada um de nós.

Que este dia das mulheres e de lua cheia nos ajude a despertar o feminino em nós, homens ou mulheres, e deixá-lo expressar-se livremente.

A dançarmos em volta de fogueiras noturnas, cultivando a paz, cuidando da vida, humana ou não.

A vivermos a conexão com o fluxo da vida, entre nós, entre povos, entre homens e mulheres. (mais…)

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Governo vai ampliar consultas a comunidades tradicionais antes de aprovar grandes obras

Roberta Lopes, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse hoje (8) que o país não irá deixar de construir obras como as das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Jirau, mas vai passar a adotar o modelo de consultas proposto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

“Buscamos aperfeiçoar nossos métodos, sabemos que há uma dívida histórica com os povos indígenas e as comunidades quilombolas tradicionais por muitos direitos violados. Estamos fazendo de tudo para caminhar, evoluir e respeitar esses direitos”, disse Carvalho.

A convenção da OIT prevê que essas comunidades tradicionais sejam previamente consultadas sobre medidas administrativas ou legislativas que o governo pretenda tomar e que possam atingí-las.

O ministro também comentou informações divulgadas na imprensa de que as comunidades indígenas não foram consultadas sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o que violaria as normas da Convenção 169. O governo considera que houve, sim, consulta aos indíos da região onde Belo Monte está sendo erguida. “Entendemos que houve consulta. Talvez não tenha sido a mais perfeita. Queremos, para as próximas obras, fazer consultas nos termos da [Convenção]169”. (mais…)

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Ministra da Cultura vê ascensão das mulheres, mas diz que ainda há machismo em altos escalões

Lourenço Canuto, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse hoje (8), Dia Internacional da Mulher, que vê uma mudança significativa na representatividade que a mulher está assumindo na sociedade, mas ainda há o que ela chamou de “sub-representação feminina” na área política.

Embora veja como ponto positivo para o país o fato de a população eleger uma mulher para presidenta da República e também presenciar, no Judiciário, a presença feminina tomando corpo– que já teve uma mulher na presidência do Supremo Tribunal Federal, a ex-ministra Ellen Gracie e, agora com a ministra Cármen Lúcia na presidência do Tribunal Superior Eleitoral –, Ana de Hollanda disse constatar que “ainda há, no país, uma cultura machista, principalmente em relação a funções de alta responsabilidade [que poderiam ser assumidas pelas mulheres]”. (mais…)

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Ministra chama trabalho doméstico de ‘escravocrata’ e defende mudança

Eleonora Menicucci falou no ‘Bom Dia, Ministro’ no Dia da Mulher. Ela comentou convenção da ONU que pretende garantir direitos à categoria.

Mariana Oliveira do G1, em Brasília

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, classificou nesta quinta-feira (8) como “escravocrata” o trabalho doméstico no Brasil e defendeu a regulamentação de convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que prevê que os domésticos passem a ter os mesmos direitos dos demais trabalhadores.

Eleonora Menicucci, que tomou posse há cerca de um mês, falou sobre o assunto no programa “Bom Dia, Ministro”, na NBR, TV do governo federal, no Dia Internacional da Mulher. Ela abordou as principais iniciativas do governo federal para as mulheres.

“Para nós é fundamental [a regulamentação do trabalho doméstico].[…] Estamos buscando no Congresso Nacional ampliar os direitos trabalhistas. Fazer com que o trabalho doméstico passe a ser efetivamente como qualquer outro e que os domésticos tenham os direitos garantidos e que deixe de ser um trabalho escravocrata”, afirmou a ministra. (mais…)

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Guerreiras amazônicas

Laísa escrevendo o discurso que leu na ONU, durante a cerimônia da premiação Heróis da Floresta, em homenagem a sua irmã Maria e seu cunhado José Cláudio. Vive ameaçada. Mas não deixa a luta.

Por Felipe Milanez

Amazonas é um mito grego de uma sociedade matrilinear, politicamente dominada por mulheres, e que ao longo do tempo foi se transformando em um termo para designar mulheres guerreiras, e mais recente, mulheres montadoras de cavalos. De mulheres poderosas, a sociedade europeia moderna reduziu o mito a simples montadoras de cavalos.

Os cavalos foram extintos do continente americano cerca de 10 mil anos atrás, e não foi por isso, certamente, que o saqueador espanhol Francisco de Orellana apelidou alguns povos que encontrou quando desceu o rio Amazonas, na primeira viagem de um Europeu pela região. Descreve ele ter encontrado, nas margens do Marañon, com mulheres guerreiras, que atacavam suas embarcações com flechas e dardos de zarabatana. Uma história fantástica que chegou com força para o sexista continente europeu, em uma época na qual mulheres eram queimadas vivas em praça pública por ordem de líderes religiosos locais, uma religião quase tribal conhecida por catolicismo.

Essa brutalidade europeia teria chocado as complexas e sofisticadas sociedades americanas que existiam no continente cerca de 500 anos atrás. E, muitas delas, lideradas por mulheres. (mais…)

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STF declara inconstitucional subordinação da Defensoria Pública a governadores

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, por unanimidade, nesta quarta-feira, dia 07 de março, a inconstitucionalidade de dispositivos das Leis Delegadas do Estado de Minas Gerais 112 e 117/2007 e da Lei maranhense 8.559/2006, que incluiram a Defensoria Pública na estrutura administrativa dos respectivos estados de forma subordinada aos governadores.

As ADIs foram ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base na afronta dos dispositivos ao artigo 134, parágrafo 2º, da Constituição Federal (CF), que assegura a autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pública nos estados.

Segundo o presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado de Minas Gerais (ADEP-MG), Felipe Augusto Soledade, o resultado  foi um importante precedente para Minas Gerais. “A ministra Carmem Lúcia chegou a pedir ao advogado da ADEP que deixasse de sustentar diante da flagrante inconstitucionalidade que é a subordinação da Defensoria Pública ao Poder Executivo.” (mais…)

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Mulheres da Via Campesina realizam ocupações em Maceió e Recife

Mulheres Sem Terra de todo país estão nas ruas para cobrar o veto da presidenta Dilma às alterações do Código Florestal

Do MST

Dando início às ações da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres da Via Campesina em Alagoas, cerca de 1200 trabalhadoras rurais ocuparam na manhã desta quinta-feira (08) a sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Maceió-AL. As mulheres Sem Terra de todo país estão nas ruas para cobrar a realização da Reforma Agrária por parte do Estado brasileiro.

Com lugar central na pauta das mulheres em luta neste 08 de março, encontra-se o combate à discriminação e a qualquer tipo de violência à mulher e crianças do campo e da cidade. No Ibama, as lideranças camponesas alertam para o risco da aprovação das alterações no Código Florestal, orientadas pelo setor ruralista, ao passo que cobram da Presidenta Dilma seu compromisso em vetar os pontos que ameacem o meio ambiente.

Entre estes pontos polêmicos, encontra-se a anistia para os desmatadores, que, segundo o texto encaminhado do Senado de volta para aprovação na Câmara, deixam de ter obrigação de recompor Reserva Legal desmatada até 2008. A área devastada (e sem compromisso de recomposição) gira em torno de 135 milhões de hectares em todo país, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Ainda no foco socioambiental da luta, as mulheres cobram também mais agilidade nas Licenças Ambientais para consolidação de assentamentos e a recuperação de passivos ambientais herdados do agronegócio. Em contraposição a este modelo agroexportador que privilegia a devastação ambiental, a Via Campesina defende a realização de uma Reforma Agrária Popular. (mais…)

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Comissão que estuda modernização do Código de Processo Penal não vai propôr descriminalização do aborto

Ivan Richard, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, relator-geral da comissão de juristas criada para propôr a modernização do Código de Processo Penal, disse hoje (8) que a proposta em debate não prevê a descriminalização do aborto, mas amplia as hipóteses em que não haverá punição para as mulheres que vieram a se submeter à prática.

Na audiência pública no Senado convocada para analisar a relação da insegurança da população com as atuais leis penais em vigor no Brasil, Gonçalves disse que o debate na comissão está levando em consideração experiências de tribunais de outros países. “A proposta [em discussão] não descriminaliza o aborto. O mantêm como crime, tendo em vista a experiência de tribunais internacionais que entendem que o direito da mãe e do feto são contemplados constitucionalmente, mas leva em consideração a situação das mulheres que abortam”, disse.

De acordo com o relator, a proposta em debate sugere, entre outros pontos, a descriminalização da antecipação do parto para fetos anencéfalos [sem partes do cérebro]. “Estamos propondo que não seja crime a antecipação do parto dos bebês que não tenham cérebro. Ninguém é a favor do aborto. A nossa discussão é saber em que medida quem o fizer será criminalizado. Não deliberamos nesse sentido, mas ampliamos as hipóteses em que não haverá sanções para quem fizer o aborto”. (mais…)

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Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais e RENAP-CE ministram Oficina em Mossoró

O Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais e a Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares RENAP-CE participaram do I Seminário em Direito Crítico e Assessoria Jurídica Popular, na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, organizado pelo Grupo de estudos em Direito Crítico, Marxismo e América Latina – GEDIC, orientado pelo professor Daniel Valença da Universidade Federal do Semi-Árido – UFERSA, ministrando a oficina Direito ao Meio Ambiente e Direitos Culturais como Direitos Humanos.

A partir da perspectiva histórica dos direitos humanos e da exposição das normas de direito internacional que reconheceram o direito ao meio ambiente e o direito à cultura como bem jurídico primordial do ser humano, os professores e advogados populares Rodrigo Vieira, Henrique Frota, Davi Aragão e Rodrigo de Medeiros, discutiram com os oficineiros casos emblemáticos envolvendo injustiças ambientais no Ceará, como os da instalação de empreendimento turístico na Praia de Parajuru, da construção da Barragem Figueiredo na região de Potiretama e a da instalação de usina eólica no Cumbe, para ilustrar os conflitos envolvendo esses direitos com a idéia de desenvolvimentismo econômico que está permeando os grandes projetos de crescimento do Brasil.

Enviada por Rodrigo de Medeiros Silva.

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