Nas periferias do Maranhão, povo Krenyê luta para retornar ao território tradicional

Gilderlan Rodrigues da Silva – Cimi Regional Maranhão

O povo Krenyê vivia nas proximidades da cidade maranhense de Bacabal, quando tiveram foram deslocados, na primeira metade do século XX, devido aos conflitos com criadores de gado provenientes do Ceará. Conforme lembra Chico Krenyê, 72 anos: “Nossos pais tiveram que deixar nossa terra, como nós éramos crianças tivemos que acompanhar”.

A data exata da partida perdeu-se no sofrimento dos anos que se seguiram, porém os indígenas mais velhos lembram que foi no “tempo do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), quando Xerez comandava o órgão em São Luis”. Lembram que Xerez perguntou para onde eles queriam ir: se era para a Terra Indígena Governador, povo Gavião, ou Terra Indígena Krikati, do povo Krikati, ambas na região de Amarante do Maranhão. Ainda lhes foi oferecida a Terra Indígena Pindaré, povo Tenetehara/Guajajara, município de Bom Jardim.

Sem opção e com medo de serem extintos, foram obrigados a mudar para a Terra Indígena Pindaré, pois o SPI não apontou soluções para o problema. Lá casaram e viveram entre os Guajajara até a década de 1990, quando um grupo decidiu ir viver na Terra Indígena Governador, dos Gavião, na região de Amarante do Maranhão. Não ficaram muito tempo nesta terra e logo o grupo resolveu ir morar na Terra Indígena Rodeador, município de Barra do Corda. Fundaram uma aldeia com o mesmo nome da terra. (mais…)

Ler Mais

Indígenas denunciarão, na Cúpula dos Povos, violação de direitos e violência que sofrem no Brasil

Alana Gandra, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As associações indígenas brasileiras vão utilizar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, prevista para junho, no Rio de Janeiro, a fim de denunciar os problemas vividos pelos índios no país.

“A gente está pensando em utilizar a Cúpula [dos Povos, evento paralelo à Rio+20] para dar visibilidade aos grandes problemas de violação de direitos e de violência que os povos indígenas vivem hoje no Brasil”, disse à Agência Brasil Sonia Guajajara, da coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e integrante da direção nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Ela participa, no Rio, de seminário internacional para definição da metodologia da Cúpula dos Povos.

Sonia externou a preocupação dos indígenas em relação a leis, que qualificou de retrocesso. Entre elas, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 que transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional a demarcação e homologação de terras indígenas e quilombolas e o Código Florestal. (mais…)

Ler Mais

México: ONU detecta alarmante situación de indígenas, migrantes y afrodescendientes

Servindi – Las observaciones finales del Comité para la Eliminación de la Discriminación Racial de Naciones Unidas (CERD) tras el examen de los informes presentados por el Estado Mexicano y la sociedad civil advierten una alarmante situación de los pueblos indígenas, afrodescendientes e indígenas migrantes de Honduras, Guatemala y Nicaragua.Una de las primeras preocupaciones es la situación de violencia que se vive en el país con repercusiones negativas en pueblos indígenas y afrodescendientes que suelen encontrarse en mayor vulnerabilidad. (mais…)

Ler Mais

Perú: Alarmante estado de desnutrición crónica en niños asháninkas de junín

Servindi, 18 de marzo, 2012.- Paula Acevedo Llenque, miembro del equipo técnico de la Central Asháninka del Río Ene (CARE), en Junín, señaló que las alarmantes cifras de desnutrición crónica infantil en las comunidades asháninkas de su zona, evidencian el descuido y abandono que sufren por parte del Estado y autoridades locales.

En declaraciones hechas al blog Inversión en la Infancia, Acevedo afirmó que según el sistema de información del estado nutricional de niños menores de 5 años del 2010 correspondiente al puesto de salud de Potsoteni, la desnutrición crónica infantil en las comunidades asháninkas alcanza el 83.5 por ciento.

Ante esa realidad, la miembro de CARE hizo hincapié en la necesidad de hacer visible el mal estado nutricional de los niños. Asimismo,  consideró que no tiene explicación el nivel nutricional de los niños en la zona, porque el Río Ene cuenta con recursos naturales. (mais…)

Ler Mais

“As Origens do Samba” – Entrevista de Spírito Santo

Por João Belisário

Spírito Santo – Educador, pesquisador, escritor, artista especializado na música afro-brasileira e artesanato musical (organologia), professor visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde desde 1995 coordena o projeto de extensão Universitária Musikfabrik, o brasileiro Spirito Santo, (Antonio José do Espírito Santo), 64 anos, é ainda uma pessoa que não aceita as verdades estabelecidas sem questioná-las, doa a quem doer.

O título do seu livro evidencia uma relação entre o samba e o funk. Que relação é essa?

Há uma forte relação sim, mas ela é mais sutil do que parece. É que ambos, samba e funk, são gêneros musicais diaspóricos e irmãos. São uma espécie de síntese urbana da música tradicional que veio da África para as Américas, os work songs, o blues e o rag time dos EUA e coisas como o maxixe dos Oito Batutas e Pixinguinha por aqui, os cantos de trabalho das plantations de lá e daqui, saídos de gêneros rurais como jongos, congadas, vissungos etc. A relação é bem estreita. Uma história que não se explica sem a outra. Isto aparece nítido na evolução do samba carioca. (mais…)

Ler Mais

Militares ignoram a Presidenta da República e anunciam festa para celebrar golpe de 1964

Dilma agora tem de lidar com insubordinação de ex-torturadores

A festa no Clube Militar, em comemoração aos 48 anos do golpe militar que foi combatido pela jovem guerrilheira Dilma Rousseff, hoje Presidente da República, promete ter potencial explosivo

Se não bastasse a rebelião da base aliada no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff agora tem mais um abacaxi para descascar. Desta vez, entre os militares, que já vinham dando sinais de insubordinação assinando um manifesto contra a Comissão da Verdade. Agora, o que os militares preparam já pode ser considerado provocação.

Dilma havia proibido comemorações, entre os representas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em relação ao aniversário do golpe de 31 de março de 1964, que os militares chamam de “Revolução”. Pois o Clube Militar antecipou a festa para o dia 29, daqui a 12 dias, e começou a distribuir os convites para a comemoração, que exige traje esporte fino. (mais…)

Ler Mais

Um olhar sobre o acidente na Hidro Alunorte: Repensar paradigmas

Classificamos esta notícia como Racismo Ambiental apoiando a Ação Civil Pública (n°024.11.008143-7) aberta pelo promotor Gustavo Senna, do MPE do Espírito Santo, contra a Arcelor Mittal. Ao processá-la acusando-a de estar “praticando Racismo Ambiental“, ele argumenta que a siderúrgica se nega, no estado, a adotar medidas capazes de minimizar a poluição que emite e os danos por ela causados, conforme é feito em suas plantas industriais na Europa. Com a aceitação dessa argumentação, ele abriu inclusive um caminho jurídico que deveria ser usado contra a TKCSA, a Hydro Alunorte e outras indústrias que seguem o mesmo tipo de procedimentos, a nosso ver. TP.

Gilvandro Santa Brígida*

Na próxima semana, dia 23 de março, faz três meses do acidente que tirou a vida do nosso companheiro Zacarias, foi o primeiro acidente ocorrido com um trabalhador da empresa Hydro Alunorte em 16 anos de operação. Para nós, companheiros de trabalho uma perda irreparável, para seu pai, mulher e filha não temos como medir.

O acidente ocorrido no dia 23 de dezembro jogou por terra toda a gestão de segurança da Hydro Alunorte e deveria fazer a empresa repensar toda a sua maneira de fazer segurança. Infelizmente não é isso que está ocorrendo, às decisões tomadas apontam para um lado que conhecemos muito bem na empresa. A demissão de todos os envolvidos no acidente mostra a mesma prática de anos anteriores, a empresa sempre ataca o efeito e não a causa do acidente. Os quatro trabalhadores foram sumariamente demitidos.

Outro fator que banalizou a gestão de segurança da empresa foi a limpeza feita no local depois do acidente que descaracterizou totalmente o lugar e atrapalhou muito a investigação do acidente. O que a empresa tentou omitir com essa limpeza? A simulação aconteceu em um local que em nenhum momento representava o verdadeiro ambiente do acidente. Tudo isso colocou em xeque o resultado da investigação e ao invés de esclarecer está gerando dúvidas nos trabalhadores. (mais…)

Ler Mais

“Não às migalhas, mentiras e ilusões da Norte Energia e do Governo Federal”

Para aderir ao Manifesto, envie nome (seu ou da entidade) e estado para [email protected]. TP.

Primeiro capturaram, violentaram e escravizaram os índios da Amazônia. Após um século de heróica resistência, o destino da maioria foi trabalhar como escravo das elites portuguesas e de seus representantes. Felizmente, a força espiritual de guerreiros e guerreiras manteve viva a esperança por liberdade, e dignidade.

Logo começaram a explorar, quase exaurindo, nossas castanheiras, nossas seringueiras, nossas riquezas vegetais, nossa floresta enfim. Latifúndio, capim, gado, trabalho escravo, pistoleiro, fazendeiro, madeireiro, grileiro, agronegócio, assassinatos, são palavras que expressam essa triste situação.

Depois começaram a violar o solo. Imensos buracos foram feitos para extrair riquezas minerais. Miséria, pobreza, prostituição, destruição, violência contra os povos do campo e da cidade, contra a mãe-terra, transformou-se na dura realidade amazônica.

Os senhores do “desenvolvimento”, donos do mundo, agora exigem a força de nossos rios. Grandes paredões de concreto matam as águas que antes levavam vida. Tucuruí, Curuá-una, Balbina, Samuel, Estreito, Teles Pires, Madeira, Tapajós, Marabá, Santa Izabel, etc. Belo Monte é um símbolo. (mais…)

Ler Mais