O racismo tem cura?

João Pereira Coutinho, Folha de SP

Samuel Fuller é um dos meus diretores de eleição. E o seu “Cão Branco” (1982) está no topo da lista. O leitor conhece?

Se não conhece, aconselho. É a história, inicialmente idílica, de uma jovem atriz de Hollywood que encontra um pastor alemão branco a vaguear, perdido, pela vizinhança. A moça apaixona-se pelo cão. E vice-versa. Inevitável: o bicho é doce, a moça, idem. Uma história de amor.

Só existe, digamos, um probleminha: sempre que o cão encontra um negro pela frente, o seu instinto é atacá-lo e matá-lo com uma violência digna de Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

O cão branco é um “cão branco” -e não me refiro à cor do pelo. Foi treinado para atacar negros desde a infância por um dono que lhe transmitiu esse ódio assassino.

Horrorizada com essa “dupla personalidade”, a moça procura ajuda para o cão. E, na era da terapia, também existem terapeutas caninos dispostos a “curar” o racismo do bicho. Pormenor magistral: o terapeuta que aceita tratar o cão é negro. (mais…)

Ler Mais

Embrapa a serviço da Monsanto e das transnacionais? Por Gilvander Moreira*

Em tempos de Campanha da Fraternidade sobre saúde pública – CF/2012 -, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) pediu liberação do herbicida Glifosato também para a cultura da mandioca. Essa é uma lamentável notícia que exige, no mínimo, sete breves comentários.

1 – A EMBRAPA é uma das empresas públicas que mais recebem dinheiro das transnacionais para investimento em pesquisas, melhor dizendo, aperfeiçoamento tecnológico na produção agropecuária. Um ditado popular diz: “quem paga a banda, escolhe a música”, ou seja, grande parte das pesquisas feitas pela EMBRAPA no último período tem sido para beneficiar as grandes empresas do ramo de agrotóxicos, como a própria MONSANTO que no ano de 2010 passou para a EMBRAPA nada menos que R$ 5,9 milhões para investir em pesquisas para os próximos 3 anos (2011, 2012 e 2013).

2- O Glifosato é um herbicida sistêmico não seletivo, ou seja, mata qualquer tipo de planta, exceto aquelas geneticamente modificadas para resistir ao glifosato, como é o caso das plantas (soja, por exemplo) com a marca RR (Roundup Ready), produzida pela MONSANTO. Um dos agrotóxicos mais vendidos pela Monsanto no país é o Roundup, que tem como principal ingrediente o glifosato. (mais…)

Ler Mais

MST ocupa agências do Banco do Brasil em vários municípios do Paraná

Lúcia Nórcio, Repórter da Agência Brasil

Curitiba –  Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, de hoje (13) até quinta-feira (15), agências do Banco do Brasil em vários municípios do Paraná. Segundo o coordenador do setor de produção do movimento, Jean Carlo Pereira, eles pretendem ser atendidos pelas gerências regionais para discutir uma pauta que inclui temas como a renegociação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), infra-estrutura nos assentamentos para o escoamento da produção e assistência técnica para as famílias assentadas.

“Precisamos viabilizar a construção de um crédito diferenciado para a agricultura familiar, além do Pronaf. Este programa  tem atendido mais o grande e o médio produtor, já que impõe muitas condições, o que dificulta a liberação do crédito para  quem, por exemplo, se dedica a agroecologia”, disse Jean. Segundo ele, ainda existe muita burocracia para a agricultura familiar na hora de conseguir crédito ou refinanciar uma dívida, o que não acontece para  grandes produtores que exportam produtos como a  soja.

Os agricultores reivindicam que dívidas antigas, contraídas há mais de dez anos, sejam renegociadas. No entanto, diz Jean, às vezes, isso é muito difícil, porque muitas vezes é terceirizada pelos bancos. (mais…)

Ler Mais

Em nota, entidades exigem que relatório sobre Belo Monte seja votado na próxima semana

Clique para ver a íntegra da nota do Movimento Xingu vivo para Sempre: “Censura da Secretaria dos Direitos Humanos a relatório do CDDPH é atentado violento à democracia“.

Luciana Lima, Repórter da Agência Brasil

Brasília – As entidades que fazem parte do Movimento Xingu Vivo para Sempre repudiaram, a posição da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, de pedir mudanças no relatório produzido pela missão do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), sobre a violência na Terra do Meio. Em nota divulgada hoje (13), as entidades exigiram que o relatório seja colocado em votação na próxima reunião do conselho, marcada para segunda-feira, dia 19.

“Reafirmamos que Belo Monte é o principal vetor da violência no campo, como questionou a missão especial do CDDPH, na macro-região de Altamira. Independente, inclusive, do cumprimento das condicionantes, caso o governo fosse fazer valer a lei (…). Exigimos, assim, que todas as denúncias feitas ao CDDPH constem no relatório final da missão, e que ele seja apreciado, votado e aprovado na próxima reunião do Conselho, a se realizar no dia 19 de março”, diz o documento.

Ontem (12), a ministra Maria do Rosário disse à Agência Brasil que pediu ao relator da missão, o jornalista Leonardo Sakamoto, que reformulasse o relatório. De acordo com a ministra, o documento deveria abordar especificamente a questão da violência no campo, e não conter denúncias de violações de direitos humanos em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). (mais…)

Ler Mais

RJ – Governo federal propõe pacto em prol dos catadores de materiais recicláveis de Jardim Gramacho

Missão do governo federal em visita ao Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho.

Após visita in locu ao Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), representantes do governo federal propuseram um pacto de todos os atores envolvidos em prol dos catadores de Jardim Gramacho. O grande desafio é oferecer alternativas para os cerca de mil e trezentos homens e mulheres que sobrevivem precariamente da reciclagem no local, apresentando uma solução possível de ser aplicada em outras regiões do país que vivenciam situações similares.

A principal medida em discussão é a construção de galpões para a coleta seletiva. Nesse sentido se somarão os esforços da Secretaria-Geral, que coordenada a missão, da Secretaria de Direitos Humanos, da Secretaria de Patrimônio da União, do INCRA e dos ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e do Desenvolvimento Social.

Durante a visita ao aterro, foram identificadas 51 pessoas sem nenhum tipo de documentação básica. Um caso emblemático é o do catador conhecido como Jorjão, que ficou paraplégico há um ano e vem encontrando dificuldades para ser atendido na rede de saúde. (mais…)

Ler Mais

Péssimas condições de trabalho provocam nova paralisação em Jirau

Cerca de 20 mil operários que trabalham na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho (RO) iniciaram uma greve na manhã desta segunda-feira (12) por melhores condições.

Por: Luiz Carvalho, CUT

A mobilização começou na última sexta-feira (9), quando funcionários da Enesa Engenharia, contratada pelo Consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) para montagem dos geradores na obra, resolveram suspender as atividades por conta das precárias condições no canteiro administrado pela empresa.

“A estrutura do alojamento não dá conta da quantidade de operários. Falta desde banheiro até área de lazer, algo muito grave se levarmos em conta que os trabalhadores estão em uma área remota dentro da floresta amazônica”, comentou Cláudio Gomes, presidente da Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira (Conticom).

O dirigente comenta ainda que acordos como o reajuste do vale alimentação não foram cumpridos. Na manhã desta segunda, a paralisação tomou conta de todo o local e acabou por antecipar as reivindicações da campanha salarial. A categoria, cuja data-base é em maio, cobra o reajuste de 20% dos salários, o aumento do vale-alimentação para R$ 510 e o pagamento de 100% de todas as horas extras. Atualmente, o valor equivale a 70% nos dias normais e 100% em domingos e feriados. (mais…)

Ler Mais

Lago de Belo Monte pode atingir 9 mil pessoas a mais que o anunciado

Por: Altino Machado, Blog da Amazônia / Terra Magazine

Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) concluiu que o número de moradores de Altamira (PA) que serão impactados diretamente pela inundação do lago da usina hidrelétrica de Belo Monte poderá ser 55% maior que o registrado nos estudos de impactos ambientais do projeto.

Realizado a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o levantamento da UFPA afirma que o total de pessoas atingidas será de 25,4 mil moradores, e não de 16,4 mil, conforme previsão registrada no relatório de impactos ambientais do projeto, a partir de estudos feitos por contratada da Norte Energia S.A (Nesa).

Duas equipes técnicas (uma contratada pela construtora da hidrelétrica e outra da UFPA, convidada pelo MPF) utilizaram formas diferentes de calcular a altura que o lago de Belo Monte pode atingir em Altamira na máxima cheia, altura que determina também quantos e quais moradores perderão suas casas.

A discrepância entre os resultados é causada, em resumo, porque os cálculos foram feitos a partir de referências diferentes. (mais…)

Ler Mais

Na Bahia, moradores de quilombo Rio dos Macacos denunciam violência da Marinha; 2º DN desmente

Rosimeire dos Santos Silva, 33, mostra cápsulas e projéteis de armas. A quilombola acusa a Marinha de aterrorizar os moradores do Quilombo Rio dos Macacos, próximo à Base Naval de Salvador.

Lunaé Parracho, Especial para Terra Magazine

Os moradores da comunidade quilombola de Rio dos Macacos, localizada em Salvador próxima à Base Naval de Aratu – onde o ex-presidente Lula costumava passar suas férias e a atual presidente Dilma Rousseff passou o Réveillon – denunciam atos de violência praticados por militares da Marinha do Brasil e temem ser despejados a qualquer momento.

O acesso ao local é controlado pela Marinha, através da guarita da vila militar da Base Naval e os moradores afirmam que, frequentemente, são impedidos de entrar em suas próprias terras. Jornalistas e advogados também têm acesso restrito.

Cerca de 50 famílias de remanescentes de escravos vivem na área e afirmam que seus primeiros ancestrais chegaram ali há mais de 200 anos. A Marinha, que instalou uma condomínio de oficiais no início da década de 1970, reivindica a desocupação, alegando que trata-se de uma “área de interesse estratégico para a defesa nacional”.

Em nota enviada a Terra Magazine, a Marinha afirma não reconhecer o direito de ocupação dos quilombolas e declara ter “necessidades de implantação de projetos de ampliação e adaptação na área do Comando do 2°Distrito Naval, dentre os quais, cabe destacar o projeto de construção de uma futura área de adestramento do Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador (GptFNSa), que, em breve, estará se transferindo das suas atuais instalações, nas imediações do porto de Salvador, para o complexo da Base Naval de Aratu”. A instituição militar entende que “as invasões representam perigo de degradação do meio ambiente e de poluição hídrica, uma vez que ali existem nascentes que abastecem a Barragem dos Macacos”. [grifo deste Blog] (mais…)

Ler Mais

‘Da Rio 92 à Rio+20’ é o tema da aula inaugural da Fiocruz, nesta quinta (15/3), com o professor Jean Pierre Leroy

Nesta quinta-feira, dia 15 de março, a partir das 9h30, o professor Jean Pierre Leroy estará na Fiocruz para ministrar a aula inaugural do ano letivo de 2012 na Fundação. Formado em filosofia e mestre em educação, é técnico da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), onde coordena o Projeto Brasil Sustentável e Democrático. Nascido na França e radicado no Brasil desde 1971, foi co-organizador dos relatórios do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para as Conferências Internacionais Rio 92 e Rio+5. É autor do livro Territórios do Futuro: educação, meio ambiente e ação coletiva (Lamparina Editora e Fundação Heinrich Böll, 2010). Pela Editora Fiocruz, é autor de um dos capítulos da coletânea Saúde e Ambiente Sustentável: estreitando nós (2002). Após a palestra, haverá sessão de autógrafos com o professor Leroy e com autores e organizadores de oito livros da Editora Fiocruz que tratam da temática ‘saúde e ambiente’ (para conhecer os títulos, clique aqui). O evento ocorre no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O endereço é Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Manguinhos, Rio de Janeiro/RJ.

Em entrevista à Editora Fiocruz, ele adiantou algumas questões que serão debatidas em sua palestra, intitulada Da Rio 92 à Rio+20: interrogações sobre o futuro. Em relação à Rio 92, o professor vê “poucos avanços concretos nas coisas essenciais”. Segundo Leroy, “mais comunidades humanas são submetidas a poluições e contaminações. O que avançou sem dúvida é a consciência mundial do problema. De certo modo, os discursos e documentos oficiais expressam essa consciência, mas não efetivam decisões concretas”. E acrescenta: “a economia verde não é outra coisa do que esta velha economia que conduziu o planeta ao ponto em que está, mas agora reciclada”. Leia abaixo a íntegra da entrevista, onde o palestrante discute, ainda, o conceito de justiça ambiental e a importância de agricultores familiares enraizados nos territórios. (mais…)

Ler Mais