Os peixes e crustáceos estavam próximos ao local do vazamento de um líquido azul-esverdeado na região do Rio Emboguaçu, causado pelo incêndio de um armazém
Por Oswaldo Eustáquio, na Gazeta do Povo
A Federação Paranaense de Entidades Ambientalistas do Paraná (Fepam) encontrou mais de uma tonelada de peixes e crustáceos mortos em Paranaguá neste sábado (18). Os animais estavam próximos ao local do vazamento de um líquido azul-esverdeado na região do Rio Emboguaçu, causado pelo incêndio do armazém da empresa APM/Brasmar na madrugada da última quarta-feira.
“Só de caranguejos mortos na região mangue são mais de 500 retirados mortos”, disse o engenheiro ambiental Juliano Bueno de Araújo, presidente da Organização Não Governamental (ONG). A recomendação da Vigilância Sanitária é nenhum pescado da região seja consumido pela população. O laudo técnico de contaminação é que vai determinar o prazo para renovação das espécies marinhas no local afetado e informar o prazo em que os pescadores e catadores de caranguejo poderão voltar as atividades sem risco a saúde.
Laudo paralelo
A ONG encontrou os animais mortos porque está com três equipes de biólogos e engenheiros ambientais realizando a coleta de peixes e crustáceos na Baía de Paranaguá. O objetivo é emitir um laudo técnico paralelo ao do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) com relação ao incidente. “Nos últimos acidentes ambientais houve enormes divergências entre o laudo do IAP com as entidades ambientais. Para se ter uma ideia, no fim de 2010, quando houve muitas sardinhas foram encontradas mortas, o IAP disse em seu primeiro laudo que não havia nenhum dano, no entanto recolhemos mais de 20 toneladas de peixes mortos”, disse Juliano.
Ele informou ainda que o laudo da Federação, que representa 256 ONGs ambientalistas, será feito em um laboratórios oficiais, de universidades e de reconhecimento nacional e internacional. Uma prévia do trabalho deve ser divulgada na terça-feira e o laudo definitivo, em 15 dias.
O presidente da Associação Caiçara de Desenvolvimento Sustentável, Diarone das Neves, disse que a sequência de acidentes ambientais na Baía de Paranaguá está acabando com a atividade dos pescadores da região. “É lamentável que o progresso do Porto esteja acabando com o nosso meio ambiente. A atividade da pesca já está difícil e com este acidente ficou pior. Aonde vai parar tudo isso”, disse Diarone.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a empresa APM/Brasmar, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta. As 15 horas deste sábado a empresa vai se manifestar por meio de uma coletiva de imprensa.
População do entorno
O prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, salientou que está preocupado com a saúde da população do entorno. “Estamos, por meio do nosso departamento de Vigilância em Saúde, acompanhando o trabalho realizado pelos órgãos ambientais e emitindo, sempre que for prudente, recomendações à população. Os laudos oficiais ainda não estão prontos e tão logo estejam, tomaremos todas as medidas necessárias para a segurança e saúde da população do entorno”, ressaltou.
O laudo oficial do IAP anda deve demorar duas semanas para sair.
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Obrigado as ONGS ambientais pelo trabalho e vamos pedir providencias aos
responsáveis pelos danos causados ao ambiente e ä populacao.