O Doutor House, o Subcomandante Marcos e os Zapatistas

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Não foi por falta de vontade de postar no blog que me limitei a publicar duas vezes (esta será a terceira) os links e indicar, numa delas, que quem os seguisse teria inclusive surpresas muito interessantes. Aí vai uma dessas surpresas, que encerra o comunicado que tem por título “Quando os mortos calam em voz alta” (Rebobinar 3). Encerrando-o, temos o comentário abaixo, seguindo do vídeo que também posto. Divirtam-se!

Hugh Laurie (a quien tal vez usted reconozca como el doctor Gregory House, con una muy particular interpretación del blues “Saint James Infirmary”.  Para quienes mueren de pie.

O material completo pode ser encontrado a partir daqui: Entrevista inédita al subcomandante Marcos: Origen y balance de la guerra de 1994 [e outros materiais]

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Entrevista inédita al subcomandante Marcos: Origen y balance de la guerra de 1994 [e outros materiais]

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Subcomandante Marcos em 1994
Por Gloria Munõz Ramírez, em desInformémonos

México. Durante casi 20 años, y sin motivo aparente, se guardó esta entrevista con el subcomandante Marcos, vocero y jefe militar del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN). Los primeros días, semanas y meses de 1994 corrían vertiginosamente y los casetes se acumulaban, pues los y las periodistas le plantábamos la grabadora al primer descuido. Y en uno de esos, en la comunidad tzeltal de Prado Payacal, el subcomandante accedió a hablar sobre la estrategia de la guerra, las maniobras y el despliegue militar, sobre los errores de esos días primeros de combates con el ejército federal, los cálculos iniciales, el resultado, el primer balance. Habló del origen de las armas y del equipo, y delineó la primera victoria de un movimiento que hoy cumple 20 años.

También habló del inicio del diálogo con el gobierno, de las primeras sorpresas, de su postura frente a los partidos políticos y de lo que en ese entonces pronosticaban ya los zapatistas para este país. (mais…)

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Espetáculo da violência, sociedade doente

Imagem: Nicola Verlato
Imagem: Nicola Verlato

Que sentimentos ligam a barbárie nos estádios, a glorificação midiática das lutas sangrentas e a indiferença diante da desigualdade social

Por Celso Vicenzi, em Outras Palavras

As cenas exibidas no jogo Atlético Paranaense e Vasco da Gama, em Joinville (SC), na última rodada do Brasileirão – para além de todos os erros das autoridades públicas e privadas, que poderiam ter evitado ou minimizado o problema –, são a confirmação da falência do Estado e das instituições democráticas para lidar com um fenômeno que se repete com enorme frequência diante da passividade de quem deveria buscar soluções e acionar mecanismos para evitar atos de selvageria, dentro e fora dos estádios.

Para uma parcela das torcidas, o jogo de futebol deixou de ser a principal motivação para ir aos estádios. A adrenalina de confrontos com torcedores adversários parece produzir mais sensação de prazer do que um grito de gol. Parece haver uma glorificação da brutalidade, como, por exemplo, na ascensão como fenômeno de massa, com direito a cobertura permanente da televisão, das lutas sangrentas do UFC e MMA. Não é isso, isoladamente, que produz violência nas ruas ou nos estádios, mas algo está errado numa sociedade que elege esses confrontos à condição de espetáculo até mesmo na principal rede de TV do país. Não demorou, é claro, para que seus principais lutadores se transformassem em ídolos para crianças, adolescentes e adultos. (mais…)

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Revoltas 2014: contra governos ou o capitalismo?

Bope confronta um

Mídia, naturalmente, não enxerga. Mas movimentos expressam, no fundo, colapso das relações econômicas e políticas hegemônicas em todo o mundo

Por Paul Mason | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Foi como uma faixa de CD saltada, ou um vídeo que derrapa de repente para a cena seguinte. Eu filmava uma barricada em Istambul, tentando ficar fora do alcance das bombas de gás disparadas pela polícia, quando uma delas me atingiu na testa. O rombo que ela fez em meu capacete é hoje parte de uma apresentação em PowerPoint, para cursos de treinamento sobre a segurança de jornalistas.

Durante a Ocupação do Gezi Park, gente típica de classe média ergueu barricadas que mantiveram a polícia turca à distância por quatro noites. No interior do parque, organizaram uma versão-maquete da sociedade em que gostariam de viver. Estocaram montes de comida grátis, cantaram e beberam cerveja, em desafio ao governo conservador religioso. (mais…)

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2014 – que venha!!, por Elaine Tavares

flor.nascendo

A despeito de tudo, re/brotaremos…

Em Palavras Insurgentes

As celebrações de um novo começo na vida das gentes são tão antigas quanto a própria raça. Nas culturas mais remotas o “recomeço” era celebrado sempre no solstício ou equinócio de primavera (dependendo do hemisfério), quando tudo começa outra vez a florir. É que como o conceito de tempo ainda não havia sido aprisionado nos relógios a vida das comunidades se regia pelas estações. Naqueles dias, o povo se reunia em festivais, cantando, dançando e bebendo em honra da terra. As mulheres engravidavam e a vida florescia. Era a completude do ciclo da existência, sempre se repetindo.

De qualquer forma, na medida em que as culturas foram se complexificando, igualmente encontraram formas de medir o tempo. Os maias, por exemplo, lograram construir um intrincado calendário com 364 dias, e mais um outro, chamado de “dia fora do tempo”. Este, celebrado em 25 de julho, marca o início do novo ciclo. Já nas culturas do médio oriente, a festa era no equinócio de março, por conta da estação. A comunidade judaica comemora sua festa de Ano Novo, ou Rosh Hashaná, uma espécie de dia do julgamento, em meados de setembro ou no início de outubro, onde as pessoas fazem um balanço da vida. Os islâmicos celebram em maio, contando o tempo a partir do aniversário da saída do profeta Maomé de Meca para Medina, a Hégira, cujo marco corresponde ao 622 da era cristã. (mais…)

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ES – Ônibus é incendiado após polícia matar jovem negro de 19 anos na Serra

José Gonçalves de Souza, pai de Hearles, mostra a bicicleta do rapaz destruída pela PM. Foto: Nestor Müller
José Gonçalves de Souza, pai de Hearles, mostra a bicicleta do rapaz destruída pela PM. Foto: Nestor Müller

A polícia alega que o rapaz estava armado, mas familiares e vizinhos dizem que ele foi executado pelos PMs: “Ele se assustou quando viu a viatura e os militares atiraram. Ele caiu da bicicleta, e ainda no chão, os PMs atiraram. Só pararam porque o pessoal que estava no culto da igreja saiu e viu a cena”

Por Glacieri Carraretto, nA Gazeta

Um ônibus Transcol foi incendiado por populares após a morte do jovem Hearles Nunes Araújo, 19 anos, na noite de segunda-feira (30), em Jardim Carapina, na Serra. Segundo os moradores e familiares, o rapaz foi assassinado por policiais militares em frente a uma igreja evangélica. Porém, a PM alega que apenas revidou os disparos feitos pela vítima.

Para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os policiais militares informaram que viram Hearles de bicicleta, junto de um outro rapaz, na Rua Lima Dutra, por volta das 21h50. Os militares teriam solicitado para que os amigos parassem, ordem que não foi obedecida pelos dois jovens. A PM afirmou que Hearlei e o amigo sacaram armas e atiraram contra os policiais, que revidaram os tiros. (mais…)

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2014: os desafios sociais e ambientais do povo brasileiro

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Terminamos o ano de 2013, e entramos no próximo ano encarando a temporada ultraconservadora rural, social e ambiental no Brasil.

Por Najar Tubino, em Carta Maior

Porto Alegre – Com a temperatura acima de 35 graus, beirando os 40, uma inundação em dois estados, conflito racista em Humaitá (AM), onde os madeireiros incentivaram a destruição do patrimônio público, após a morte de um cacique e três moradores da cidade; a construção de várias estações de transbordos no distrito de Miritituba(PA), onde o agronegócio vai escoar cerca de 20 milhões de toneladas de soja; mais a liberação da exploração de ouro na Volta Grande do Xingu, a l7 quilômetros onde está sendo erguida a Usina Hidrelétrica do mesmo nome; além da proposta indecente das empresas de agrotóxicos junto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para criar a Comissão Técnica de Agrotóxicos (CNTagro), espécie de irmã siamesa da CNTbio, àquela que só aprova a liberação dos transgênicos, assim terminamos 2013, e entramos no próximo ano encarando a temporada ultraconservadora rural, social e ambiental.

Ficou grande, mas é para argumentar bem. A capital gaúcha, local onde sempre passam as frentes frias vindas da Península Antártica está imersa no forno, transformando a bela Porto dos Casais dos açorianos, em autêntico inferno tropical. O conflito de Humaitá que a Rede Globo, por intermédio dos repórteres da afiliada no Amazonas identificou como uma revolta da população pelo sumiço de três moradores, e tendo como fato anterior, a morte do cacique Ivan Tenharim, “encontrado morto na Transamazônica, vítima de atropelamento por estar bêbado”. Posteriormente, a nota do Conselho Missionário Indigenista registra o seguinte: (mais…)

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A reaparição do Subcomandante Marcos nos 20 anos do levante zapatista

“Porque a rebeldia, amigos e inimigos, quando é individual é bela.  Mas quando é coletiva e organizada é terrível e maravilhosa.  A primeira é matéria de biografias, a segunda é a que faz história”.

Subcomandante Marcos -EZLN

Às vésperas de se completarem duas décadas do levante zapatista, o subcomandante Marcos reapareceu com um novo e extenso comunicado

Por Eduardo Febbro, em Carta Capital

San Cristobal de las Casas – A prosa está intacta. Sutil e envolvente como o sol da tarde que envolve a praça central de San Cristobal de las Casas. Às vésperas de se completarem duas décadas do levante zapatista, o subcomandante Marcos reapareceu com um novo e extenso comunicado semeado com a ideia da “memória e da rebeldia”.

Na abertura, Marcos cita a novela do escritor norte-americano Herman Melville, Moby Dick. Encontro de uma prosa com outra: “Me parece que temos confundido muito esta questão da Vida e da Morte. Me parece que o que chamam de minha sombra aqui na terra é minha substância autêntica”, diz a prosa de Melville. A de Marcos completa o resto do comunicado. O subcomandante, que há uns cinco anos não aparecia em público, escreve: “É território zapatista, é Chiapas, é México, é América Latina, é a Terra. E é dezembro de 2013, faz frio como há 20 anos, e, como então, hoje há uma bandeira que nos cobre: a da rebeldia”. (mais…)

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A revolta de Chiapas, 20 anos depois

Ocosingo, Chiapas. 21 de diciembre de 2012. Miles de indigenas del Ejercito Zapatista de Liberacion Nacional procedientes de La Selva Lacandona, esta mañana en la cabecera municipal de Ocosingo en el estado mexicano de Chiapas marchan y se concentran en la plaza central de manera pacfica y en total silencio. FOTO: Moysés Zúñiga Santiago
Ocosingo, Chiapas. 21 de diciembre de 2012.
Miles de indigenas del Ejercito Zapatista de Liberacion Nacional procedientes de La Selva Lacandona, esta mañana en la cabecera municipal de Ocosingo en el estado mexicano de Chiapas marchan y se concentran en la plaza central de manera pacfica y en total silencio. FOTO: Moysés Zúñiga Santiago

Já se passaram anos, balas e mortos, prisões e injustiças. Ocorreram críticas e zombarias, mas o Subcomandante Marcos e os zapatistas seguem presentes

Tradução de Marco Aurélio Weissheimer*, em Carta Maior

San Cristóbal de las Casas, Chiapas – Gaspar Morquecho Escamilla se recorda como se fosse ontem, na praça central de San Cristóbal de las Casas. Passaram-se 20 anos daquele 1º de janeiro de 1994. A madrugada assomava no céu quando, no meio do entrevero da praça ocupada pelos zapatistas, apareceu o Subcomandante Marcos. Foi o primeiro jornalista que falou com ele naquele nascente ano novo que iria marcar para sempre a história do México e da América Latina. (mais…)

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