A Kátia Abreu de cuecas, por José Ribamar Bessa Freire

tenharim festaTaqui Pra Ti

Demétrio Magnoli, doutor em Geografia, nunca pisou o chão da aldeia Tenharim em Humaitá, sul do Amazonas, invadida neste natal por madeireiros e outros bichos ferozes. Nunca cheirou carne moqueada de anta cozida no leite de castanha, nem saboreou essa iguaria refinada da culinária Kagwahiva. Jamais ouviu narrativas, poesia ou o som melodioso da flauta Yrerua tocada na Casa Ritual – a Ôga Tymãnu Torywa Ropira. Nem assistiu a festa tradicional – o Mboatava. Para falar a verdade, ele nunca viu um índio Tenharimem toda sua vida, nem nu, nem de tanga ou em traje a rigor. Nunca.

Não sabe o que perdeu. Não importa. O papa também nunca esteve no inferno, nem viu o diabo chupando manga, mas discorre sobre o tema. Desta forma, Magnoli se sentiu à vontade para escrever, na quinta feira, A Guerra do Gentio, no Globo (02/01), no qual comenta o recente conflito, numa área que desconhece e dá palpites sobre a identidade de índios, que nunca viu. Quando a gente carece de experiência e de vivência pessoal, procura as fontes ou quem estudou o assunto. O papa, por exemplo, lê a Bíblia e os teólogos. O que leu Magnoli sobre os Tenharim?   (mais…)

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O tesouro escondido, por Claret Fernandes*

mãos branca e negra

Inicia-se o inverno na região do Xingu, com as chuvas finas na madrugada, pequenos trovões, o barulhinho da goteira e o frescor da manhã. Há muita lama nas estradas, e muitos buracos, em alguns trechos de chão da Transamazônica, mas, principalmente, nos travessões. Parece incrível, mas algumas cidades, como Brasil Novo, estão sem abastecimento de água para consumo humano.

Maria, mãe solteira, vem com o recém-nascido no colo, acompanhada de seu companheiro José.

Quando soube da gravidez de Maria, sua namorada, José não entendeu o fato e, influenciado pela ideologia do templo, esteve decidido a abandoná-la. De um momento para outro, porém, ele mudou de ideia e disse ter tido um sonho. O amor tem lá seus caminhos! Então arranjou uma tenda emprestada, e foi morar com Maria, acolhendo-a.

Completado o tempo, Maria deu à luz, em Belém do Pará.

O nascimento do menino foi assim! Acontecia a festa do Círio em Belém. Maria chegou à cidade. Procurou por tudo quanto é hospital e não encontrou vaga. Os hotéis, além de caros, estavam lotados. As hospedarias mais simples também não tinham quarto, e nem uma sala. Correu atrás de padres, irmãs, até do bispo da Capital, mas, naqueles dias, estavam muito ocupados com a grande festa do Círio, que chega a reunir dois milhões e meio de pessoas em um só dia. Os pastores, também, tinham seus afazeres.

Quem haveria de notar e acolher uma menina estranha e grávida, um caso tão comum em meio a tantas outras, naquela cidade-mar de gente. (mais…)

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LLegó la hora de que el Estado chileno afronte la justicia para el pueblo Mapuche

Imagen: La pala
Imagen: La pala

Servindi, 4 de enero, 2014.- Ha llegado la hora de dialogar y atender un tema histórico nunca resuelto: “el de la justicia para el pueblo mapuche como base para una convivencia interétnica armónica en la Araucanía” afirmó el especialista José Aylwin, del Observatorio Ciudadano de Chile.

“Sino lo hacemos ahora, es muy posible que sigamos lamentándonos, quizás por muchos años, por escenarios de conflicto y de violencia como el que hoy concita el interés de los medios”, sostuvo analizando los hechos ocurridos en la Araucanía en días pasados.

Los mismos incluyeron la quema de bosques, el ataque a helicópteros que combaten los incendios forestales y el incendio de la propiedad de un agricultor en un sector urbano de Temuco.

El Estado tiene el dilema de seguir en la lógica policial y criminalizar la protesta mapuche, o entiende que, tratándose de un problema esencialmente político, se requiere de un abordaje mucho más integral, que tenga al diálogo y la negociación como elementos centrales, concluyó. (mais…)

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Las fosas de Chungui nos recuerdan las causas de la violencia estructural

El arqueólogo Dannal Aramburú limpia restos óseos de lo que aparenta ser una mujer y su niña. Los análisis confirman que a las dos les cortaron el cuello. Foto: diario La República
El arqueólogo Dannal Aramburú limpia restos óseos de lo que aparenta ser una mujer y su niña. Los análisis confirman que a las dos les cortaron el cuello. Foto: diario La República

Por Jorge Agurto

Servindi, 4 de enero, 2014.- La última exhumación de 56 víctimas en el distrito de Chungui efectuada en diciembre de 2013 me hizo recordar al poeta Juan Gonzalo Rose cuando escribe: “No tienen año nuevo los pueblos como el mío:/ será nuevo paisaje, pero la misma ausencia;/ será pañuelo nuevo, pero la misma lágrima; / será nueva mortaja, pero distinta muerte” (1).

Mientras el Perú formal habla de la necesidad de destrabar la inversión minera para continuar de manera ininterrumpida con el crecimiento económico del Producto Bruto Interno, el Perú profundo espera un diálogo alturado y con respeto que no recuerdo haya existido.

Lo que si existió es un terrorismo de Estado, cruel, descarnado, que se expresa en decenas de miles de desapariciones forzadas que el Perú formal no quiere ver, y pretende dejar sepultado y olvidar sin hacer justicia ni reparar. (mais…)

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“PF proíbe reportagem da Folha de desembarcar de balsa no Amazonas”

balsas sendo carregadas

Por Fabiano Maisonnave e Avener Prado na Folha de São Paulo

Alegando não ser “babá de imprensa”, um agente da Polícia Federal proibiu a reportagem da Folha de desembarcar da balsa que liga a cidade de Humaitá (AM) à rodovia Transamazônica, no início da madrugada deste sábado.

O agente Alvino comandava um comboio para levar peritos até um local dentro da Terra Indígena Tenharim onde, segundo a PF, foram encontrados vestígios de um carro que poderia ser o Gol preto no qual viajavam três homens desaparecidos desde o último dia 16. A região é atravessada pela rodovia Transamazônica.

O carro da reportagem entrou na balsa antes dos carros da PF. A viagem, por volta da meia-noite, estava marcada a pedido dos policiais, mas um sitiante local também estava na embarcação. (mais…)

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Quilombo do Campo Grande – A História de Minas que se Devolve ao Povo

História de Minas que se Devolve ao Povo

Do Quilombo de Minas Gerais

A presente edição, aprofundada e ampliada, confirma em suas 1031 páginas praticamente tudo que se afirmou na primeira, indicando suas fontes privilegiadamente primárias em notas de rodapé, com o objetivo de propiciar a aferição e o aprofundamento no estudo, a ponto de justificar a mudança do subtítulo da primeira edição para “História de Minas que se Devolve ao Povo”.

O livro em papel está ESGOTADO! Porém, o autor mandou disponibilizar seu livro GRATUITAMENTE aqui no mgquilombo.  Vai demorar um pouco, pois são 1034 paginas, com 2748 notas de rodapé.

Clique aqui e confira, baixe ou imprima.

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Raposa-Serra do Sol e as novas alternativas energéticas

Foto: Aldenir Cadete/CIR
Foto: Aldenir Cadete/CIR

Do Instituto Socioambiental – ISA

O projeto Cruviana, parceria entre Conselho Indígena de Roraima (CIR), Instituto Socioambiental (ISA) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA), busca alternativas energéticas sustentáveis para as comunidades da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (RR), com enfoque principal no potencial eólico e solar.

Em fevereiro de 2013, foram instaladas três torres (Maturuca, Pedra Branca e Tamanduá) para medir a força dos ventos na Raposa-Serra do Sol e confirmar no período de um ano se a região pode gerar energia eólica. (mais…)

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Os Tenharim, a ditadura e seus interesses na região, por Egydio Schwade

tenharim do rio marmelos- hpmens carreando bambus pib.socioambiental.org

Diante das novas agressões que o povo Tenharim vem sofrendo no seu habitat ao Sul do Amazonas, trago a público trechos de documentos que guardo na Casa da Cultura do Urubuí, ou seja, cartas de agentes do CIMI de 1981, onde estes já denunciam os interesses que comandam as agressões contra esse povo. Interesses não muito diferentes dos de hoje.

Veja este relato de 1981, de Exequias Heringer, vulgo Xará, e Ana Lange, ambos então agentes do CIMI atuantes naquela região do rio Madeira: “O grupo Paranapanema tem duas minerações de cassiterita na região: Igarapé Preto e São Francisco. Estivemos na primeira onde obtivemos informações com a equipe de engenheiros local. Lá a mineração se estabeleceu em cima da aldeia indígena (Tenharim), que teve de se transferir para uma área anexa. Não recebem qualquer tipo de assistência e se encontravam num triste quadro de catapora. (mais…)

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As estradas e os índios, por Egon Heck – Essencial!

mapaestradasCimi

Numa entrevista de julho de 1975, Eliane Cantanhede afirmou: “Nada tem sido mais dramático para a sobrevivência das tribos indígenas brasileiras que a construção de estradas em seus territórios. Pela estrada vem o branco, o vírus das doenças, os germes da mendicância, da violência, da prostituição” (Veja 16/07/1975).

As recentes violências em Humaitá, AM, tocam numa das feridas das veias e vias abertas na Ditadura Militar no Brasil. Ao ordenarem, em sua estratégia geopolítica e econômica, que se rasgasse a densa floresta amazônica em todas as direções, não apenas se estava abrindo estradas de invasão (chamado de vias da integração, do desenvolvimento, do deslocamento do nordeste da seca para a Amazônia sem gente!), mas caminhos de genocídios de inúmeros povos e comunidades indígenas que estavam sob os traçados das estradas. E foi nesta política que o território Tenharim foi rasgado pela Transamazônica, BR-230, na década de 1970. (mais…)

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O racismo em números

racismo

A esmagadora maioria dos beneficiários do Brasil Sem Miséria é de negros, comprova levantamento do governo federal

Por Miguel Martins em Carta Capital

Quando publicou Casa-Grande & Senzala em 1933, Gilberto Freyre não tinha a seu dispor um grande volume de dados sociológicos sobre a população brasileira. O IBGE foi criado um ano depois e o Ipea apenas na década de 1960. Se tivesse acesso a pesquisas que comprovassem a relação intrínseca entre pobreza e cor de pele no Brasil, hoje abundantes, talvez sua teoria da democracia racial brasileira fosse um pouco diferente. Ao ser confrontado com as estatísticas, o racismo brasileiro, sustentado em três séculos de escravidão, desvela-se como uma verdade factual. (mais…)

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