Desmatamento da Amazônia aumenta poluição em países da América do Sul

Foto: Ibama
Foto: Ibama

Por Elton Alisson, Agência FAPESP

Os estados amazônicos do Pará, Rondônia, Amazonas e Acre têm “exportado” a fumaça produzida pelo desmatamento por fogo para Bolívia, Peru e Paraguai e contribuído para aumentar os níveis de poluição atmosférica nesses países vizinhos. Ao lado do Mato Grosso, esses quatro estados também registram o maior número de focos de queimadas na América do Sul.

A constatação é de um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que utilizou o supercomputador Tupã, instalado na instituição com recursos da FAPESP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Alguns resultados do estudo foram apresentados em uma palestra sobre o impacto trinacional da queima da biomassa e da fumaça na Amazônia Sul-Ocidental, realizada durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou no domingo (27/07), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco. (mais…)

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Indígenas continuam bloqueio da MS-156 por melhorias na educação e saúde

Foto: Laurinda Pais
Foto: Laurinda Pais

Wendy Tonhati, Midiamax

Cerca de 60 indígenas continuam bloqueando a MS-156, entre Dourados e Itaporã, a 225 quilômetros de Campo Grande. A interdição começou na manhã desta quarta-feira (30).

De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, os índios estão interditando a estrada com troncos de árvores. Eles solicitam a presença de um representante da prefeitura para discutir melhorias na educação e na saúde. (mais…)

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Nossos filhos nos acusarão, de Jean-Paul Jaud (legendado em português)

Excelente documentário sobre os graves perigos da utilização de químicos sintéticos na agricultura e alimentação e as alternativas existentes. Hoje as crianças são as principais vitimas da ação destrutiva do ser humano sobre a natureza. Pesquisas mostram que 70% dos casos de câncer estão relacionados com o ambiente, dos quais 40% derivam da poluição e 30% da alimentação. A cada ano, a incidência de câncer na infância aumenta 1,1% na França. Para mudar este quadro e salvar as crianças do futuro incerto que as espera, as iniciativas infelizmente ainda são poucas, mas numa pequena cidade no sul da França, o prefeito decide resistir à indústria agro-química e instituir na cantina da escola a alimentação a base de alimentos biológicos.

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AM – I Seminário de Proteção e Promoção dos Direitos Sociais Indígenas do Médio Juruá: 4 a 6 de agosto, em Eirunepé

Funai/CRVJ
Funai/CRVJ

Por Danielle Moreira Brasileiro – Funai/CRVJ

A população indígena das etnias Kulina (Madjá), Kanamari e Deni da região do Médio Juruá vem passando por várias situações de vulnerabilidade social e violação de direitos. Destacamos aqui a situação da região de Eirunepé, onde situa-se a Terra Indígena Mawetek e onde temos indígenas Kulinas e Kanamari. Registramos algumas situações que vêm ocorrendo:

  • Alto índice de mortalidade infantil – só no ano de 2013 mais de 15 crianças com menos de dois anos morreram;
  • Não cobertura total de equipe de saúde na área indígena durante o mês – o número de profissionais é insuficiente para a demanda;
  • Já houve publicação de portaria do Juiz local limitando o prazo de permanência dos indígenas na cidade de Eirunepé;
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Zabé da Loca: Visceral mostra o trabalho da pifanista que influencia gerações e vive em uma “loca” no interior da Paraíba

visceral_zabedaloca_01TV Brasil

Desde os sete anos de idade, Zabé é tocadora de pífano, uma flauta rudimentar e tradicional do Nordeste brasileiro. A artista passou a infância e juventude trabalhando no campo e fazendo música na cidade de Buíque, agreste de Pernambuco.

Ao se casar, mudou-se para o interior da Paraíba, teve três filhos e, em 1966, ficou viúva e viu sua casa literalmente ruir. A única alternativa foi morar com a família em uma gruta (uma “loca”, na linguagem da região), cuja entrada tapou com paredes de taipa e onde passou o seguinte quarto de século. Surgiam dali o apelido e as condições que talhariam sua música.

Do pife, Zabé da Loca extrai o som do seu universo paralelo. Descoberta pela mídia em 1995, a artista saiu da caverna. Assentada da Reforma Agrária, sua música – sem tempo, sem espaço – faz sentido tanto para os tradicionalistas quanto para os jovens.

A pifanista serviu de inspiração em discos de artistas como o percussionista argentino Ramiro Mussoto e o grupo paraibano Cabruêra. (mais…)

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Capital, desigualdades e branquidade: Um alfabetário heterodoxo

racismo-mãoracismo-maoPor Nilma Bentes*

É quase certo que conceituar fragmentariamente o capital só reforça o capitalismo que muitas de nós combatemos, porque reforça hierarquias, competição exacerbada, o consumismo, o desemprego/ desocupação, a busca de lucro progressivo e incessante – mesmo que com prejuízos ecológico -, a privatização de bens públicos, em síntese, a valorização do ter e da aparência, à luz de conceitos e ideologias euro-hegemônicos. Em todo caso, pode caber um certo glossário, para estimular reflexões sobre sinergias negativas, ligadas às questões de gênero, raça e condição socioeconômica. Tanto no plano individual quanto no coletivo, destaco os vínculos:

a) Capital afetivo: Aqui, trata-se da questão de orientação sexual, então, a heterossexualidade/heteroafetividade é absolutamente hegemônica e é, portanto, privilegiada; fica a homo e transsexualidade com ‘capital afetivo’ baixo.

b) Capital ambiental: Nas cidades, os que habitam as áreas de melhor infraestrutura urbana detém maior fatia desse tipo de capital e as famílias brancas o concentra – racismo ambiental.

c) Capital ´ascendestista´: A ascendência europeia é de maior capital. Assim, brasileiros/as que têm fenótipo euro-branco e até (apenas) sobrenomes alemães, italianos, ingleses, franceses, holandeses e portugueses têm sido privilegiados . Alguns sobrenomes orientais e indígenas têm um certo capital ´ascencentistas´ . Porém os ´dos Santos´, ´dos Anjos, ´da Silva´, ´da Conceição´ , ´de Souza´ os quais têm baixo ´status´, e alguns, de alguma forma, estão ligados à escravidão negra, têm baixíssimo capital ´ascendentista´. (mais…)

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Para baixar: “Crónicas del estallido. Viaje a los movimientos que cambiaron América Latina”

cronicas del estallido

ABYA YALA

Ya está libre para la descarga el libro Crónicas del estallido. Viaje a los movimientos que cambiaron América Latina, escrito por Emma Gascó y Martín Cúneo, en cuya publicación participaron el periódico Diagonal, el OMAL y la CODPI. Les invitamos a leerlo, difundirlo y compartirlo entre sus contactos.

Hasta finales de los noventa parecía que nadie podría hacer frente a la expansión del neoliberalismo. Pero en América Latina la historia fue otra. Millones de desempleados, trabajadores informales, campesinos y pueblos indígenas, tumbaron gobiernos neoliberales, frenaron privatizaciones, echaron para atrás recortes y leyes antisociales, expulsaron multinacionales y crearon alternativas de vida para millones de personas. Ésta es la historia que cuenta este libro, un libro sobre las victorias de los movimientos sociales en América Latina, una crónica basada en los testimonios de más de doscientos activistas, entrevistados durante un viaje de quince meses, 10.000 kilómetros hacia el norte por la carretera Panamericana, desde Argentina a México. (mais…)

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Participação social, Baader-Meinhof Blues e o despotismo esclarecido na República das Bananas

Abril Indígena. Foto: Valter Campanato, 2013
Abril Indígena. Foto: Valter Campanato, 2013

Por Pedro Pulzatto Peruzzo, em Justificando/União – Campo, Cidade e Floresta

Numa das minhas músicas prediletas da banda Legião Urbana, Baader-Meinhof Blues, o Renato Russo canta: Não estatize meu sentimento. Pra seu governo, o meu estado é independente. Essa ideia de estatizar sentimentos (e tudo o mais) sempre se fez presente em Estados de tradição colonial. Colonizar os sentimentos, dizer o que é bom pro outro, dizer o que é belo, dizer o que é certo e o que é errado é uma mania muito presente no Brasil e, em razão disso, eu gostaria de pensar essa parte da canção que tanto me apetece tendo como pano de fundo o Decreto 8.243/14, que institui a Política Nacional de Participação Social.

As primeiras discussões sobre esse Decreto assumiram uma posição de crítica à proposta de participação social e, pra variar, tiveram grande repercussão, como toda crítica reacionária que os déspotas esclarecidos de plantão costumam fazer contra toda e qualquer proposta que considere a vontade e o gosto do povo pobre, negro, indígena, imigrante, homo/transexual nos espaços de tomadas de decisão sobre o futuro do país. Enfim, esse “outro” que não foi “capaz” de ocupar os restritos espaços de poder sempre acaba sendo considerado como o detentor dos piores costumes. (mais…)

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