Uma das possíveis sínteses das últimas semanas: fotógrafo documenta o segundo antes de ser agredido

Mauro Pimentel, fotógrafo do Terra

Foto feita por Mauro Pimentel, fotógrafo do Terra, segundos antes de ser atingido pelo Polícia Militar durante o protesto na Praça Saens Peña. Ele não foi o único jornalista atingido, e talvez (para azar da PM) o pior caso seja o do documentarista canadense, atingido por bala de borracha na perna e por golpe na cabeça, e que teve também sua câmera quebrada. (TP).

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Não chores por mim, Argentina. Por José Ribamar Bessa Freire

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Niños del mundo, si cae Argentina – digo, es un decir – salid, niños del mundo; id a buscarla!(*)

Em Taqui Pra Ti

Quem vai cair neste domingo épico no Maracanã? Os brasileiros estão divididos, mas não é entre Alemanha e Argentina. Não! Aconselho os alemães a desconfiarem das vaias e dos aplausos. Não há brasileiro contra nem a favor da Alemanha, sequer um mísero torcedor. É que Hans e Fritz, embora batam um bolão, não despertam paixões em nós. Nossa paixão é azul e branca. Uma parte do Brasil torce CONTRA a Argentina. A outra, a FAVOR da Argentina. Só ela estará em campo. A Alemanha é apenas um detalhe. Podia ser o Kudumundistão, que não seria diferente. (mais…)

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OAB-RJ pede soltura de ativistas presos; polícia diz que provas são consistentes

Praça Saens Peña, Tijuca, no início da tarde de hoje. Foto: Ninja
Praça Saens Peña, Tijuca, no início da tarde de hoje. Foto: Ninja

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados do Brasil Seção Rio de Janeiro (OAB/RJ), Marcelo Chalréo, disse que ainda hoje (13) ingressará na Justiça com pedido de soltura para a advogada Eloysa Samy Santiago, uma das detidas ontem (12) pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento em atos de vandalismo em protestos.

A operação resultou na prisão de 17 adultos e apreensão de dois adolescentes. A comissão pedirá também a soltura dos dois menores de idade. Mais duas pessoas foram presas em flagrante por porte de droga e arma. Não havia mandado de prisão para elas. Nove ativistas estão foragidos. Os detidos doram levados para a Cidade da Polícia, na zona norte.

“Nós nos preocupamos com os dois menores apreendidos e com a advogada. Para os dois menores, nós encaminhamos alguns procedimentos específicos e também para essa advogada”, disse. Segundo Chalréo, profissionais do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH), da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), da organização não governamental Justiça Global também estão trabalhando na defesa dos manifestantes presos.

Em relação à Operação Firewall, que resultou na detenção dos ativistas, a Policia Civil do Rio de Janeiro informou, em nota divulgada hoje (13), está exercendo o papel “de investigar de forma independente, sem qualquer vinculação politica ou partidária”. (mais…)

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Pesquisadores encontram 20 poemas inéditos de Pablo Neruda, da época de “Canto Geral”

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Editora anunciou que publicará os escritos ainda neste ano na América Latina por ocasião do 110º aniversário de nascimento do autor chileno

Opera Mundi

Durante uma revisão dos arquivos do autor chileno por parte da Fundação Pablo Neruda, foram encontrados mais de 20 poemas inéditos que a editora Seix Barral vai publicar até o final de 2014 na América Latina.

Nessa revisão, foi comprovado que alguns poemas manuscritos não tinham sido incluídos nas obras publicadas correspondentes a cada caixa.

A publicação deste material inédito de Pablo Neruda, vai coincidir com o 110º aniversário do nascimento do Prêmio Nobel e o 90º aniversário da publicação de Vinte Poemas de Amor e uma Canção do Desespero.

A relevância deste achado é que os poemas encontrados foram escritos depois de Canto Geral (1950), no momento da maturidade de Pablo Neruda.

Antes, só tinham aparecido dois trabalhos inéditos do poeta: O rio invisível (editora Seix Barral, 1980), que incluía poesia e prosa de juventude, e seus poemas de adolescência, Cadernos de Temuco (Seix Barral, 1996).

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La historia de Gaza que los israelíes no cuentan

Palestina encolhendo

Por Robert Fisk, em The Independent/La Jornada

Muy bien, para la tarde del viernes el intercambio de muertes estaba 110-0 en favor de Israel. Pero pasemos a la historia de Gaza que nadie va a contarnos en estas horas.

Se trata de la tierra. Los israelíes de Sederot reciben fuego de cohetes de los palestinos de Gaza y ahora a los palestinos les dan su merecido. Seguro, pero esperen: ¿cómo es posible que todos esos palestinos –1.5 millones- estén amontonados allí en Gaza, por principio de cuentas? Bueno, sus familias vivieron alguna vez en lo que hoy se llama Israel, ¿verdad? Y fueron expulsadas –o huyeron para salvar la vida– cuando el Estado israelí fue creado.

Y –aquí tal vez hay que contener el aliento– los pobladores de Sederot a principios de 1948 no eran israelíes, sino árabes palestinos. Su aldea se llamaba Huj. No eran enemigos de Israel. De hecho, dos años antes, esos mismos árabes habían escondido del ejército inglés a combatientes judíos de Haganá. Pero cuando el ejército israelí se volcó contra Huj, el 31 de mayo de 1948, expulsó a todos los pobladores árabes… ¡a la franja de Gaza!

Se volvieron refugiados. David Ben Gurión (primer israelí en ocupar el cargo de primer ministro) la llamó acción injusta e injustificada. Lástima: nunca se permitió a los palestinos de Huj volver a su ciudad. (mais…)

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Nascido em quilombo, homem de 126 anos pode ser o mais velho do mundo

José Aguinelo segura o documento de identidade no asilo em Bauru (Foto: Alan Schneider/G1)
José Aguinelo segura o documento de identidade no asilo em Bauru (Foto: Alan Schneider/G1)

José Aguinelo dos Santos nasceu em 1888, no Ceará. Ele adora um prato de arroz e feijão, mas não gosta de tomar banho.

Por Alan Schneider, do G1 Bauru e Marília

O documento de identidade de José Aguinelo dos Santos aponta a data de nascimento: 7 de julho de 1888, ou seja, 126 anos. Morador da Vila Vicentina, em Bauru (SP), desde 1973, Zé Aguinelo pode ser o homem mais velho do mundo. O G1 visitou a entidade para conhecer um pouco mais sobre a vida deste homem. Com expressão fechada para os desconhecidos, Zé é de pouca conversa, mas com a psicóloga Mariana Canassa da Silva, é diferente.

“Ele interage muito com o grupo apesar do jeito introspectivo. Com as pessoas que ele não está acostumado é mais difícil tirar alguma coisa. Já com a gente ele conversa, brinca e até conta piada”, disse. Com uma saúde considerada perfeita pelos médicos, ele adora um prato com arroz e feijão e tem resistência na hora de tomar banho. Além disso, consome em média um maço de cigarro todos os dias. (mais…)

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Cooperar, verbo infinito? Algumas facetas da cooperação internacional na atualidade

ajuda ao Haiti

“Claro, nós encorajamos toda ajuda que nos ajude a eliminar a ajuda. Mas de maneira geral, as políticas de ajuda têm frequentemente acabado por desorganizar, por minar nosso senso de responsabilidade no que diz respeito aos nossos próprios negócios no plano econômico, político e cultural. Nós assumimos o risco de usar novos métodos para alcançar um bem estar. (Sankara, s/d, apud Dembele, 2014[1], tradução livre)”.

Patrícia dos Santos Pinheiro e Sérgio Botton Barcellos*, em Combate Racismo Ambiental

Está sendo noticiado internacionalmente que o Haiti tem sido desrespeitado em sua autonomia, tema tratado de forma detalhada no documentário Assistance Mortalle. A reconstrução do país afetado em 2010 por um grande terremoto, onde mais de 220 mil pessoas morreram e mais de um milhão e meio ficaram sem moradia, a qual incluiria obras de infraestrutura, moradias, reorganização produtiva, parece estar longe de terminar. Mas antes ainda dessa catástrofe, a ação da Minustah (Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti), de composição civil e militar, criada em 2004 pela ONU como uma missão de estabilização, é simbólica da perda de soberania de um país considerado “subdesenvolvido”. (mais…)

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Lucia e Mujica, amor e guerrilha

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Ana, quando voltou a ser Lucía Topolansky; Ulpiano, quando voltou a se chamar Pepe Mujica. Na foto, o recomeço, quando vendia flores no mercado de Montevidéu

Uma história latino-americana. Como dois tupamaros, que nem sabiam os nomes recíprocos, mantiveram, por doze anos, um romance nos cárceres da ditadura uruguaia

Por Victor Farinelli, nRede Latino Americana/Outras Palavras

Primavera de 1973. Ela não se chamava Ana, mas era assim que todos a conheciam. Ana, a guerrilheira, detida em uma prisão militar feminina, construída especialmente para mulheres tupamaras, em algum lugar desconhecido no interior do Uruguai, com uma carta na mão, que era de Emiliano, ou Ulpiano, ou seja lá qual fosse o seu verdadeiro nome.

Em junho daquele ano, o fim do MLN-T (Movimento de Liberação Nacional, também conhecido como Tupamaros), foi um dos episódios que marcou o início da ditadura uruguaia, e levou centenas de jovens revolucionários à prisão, quinze deles como reféns de guerra. Ulpiano era um deles. Se os tupamaros ainda livres voltassem a atuar, ele seria fuzilado.

Um torturador chuta as grades da cela enquanto ri jocosamente e relembra as últimas humilhações, de diferentes tipos, que a fez sofrer. Ana continua lendo a carta. Ele insiste:

– Você é a nossa preferida, bebê. Vai ficar aqui por milhares de anos. (mais…)

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Noam Chomsky: Barbárie em Gaza

palestinas chorando em gaza

“Tudo isso vai continuar, enquanto for apoiado por Washington e tolerado pelo Ocidente – para nossa vergonha infinita”

Por Noam Chomsky. Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Às três da madrugada (horário de Gaza), de 9 de julho, em meio ao último exercício de selvageria de Israel, recebi um telefonema de um jovem jornalista palestino em Gaza. Ao fundo, podia ouvir o lamúrio de seu filho pequeno, entre sons de explosões de jatos, atirando sobre qualquer civil que se mova e sobre casas. Ele acabava de ver um amigo, num carro claramente identificado como “imprensa”, voar pelos ares. E ouvia gritos ao lado de sua casa, após uma explosão — mas não podia sair, ou seria um alvo provável. É um bairro calmo, sem alvos militares – exceto palestinos, que são presa fácil para a máquina militar de alta tecnologia de Israel, abastecida pelos Estados Unidos. Ele contou que 70% das ambulâncias haviam sido destruídas e, até aquele momento, mais de 70 pessoas (o número subiu para 120 na sexta, 11/7, segundo Guardian) haviam sido mortas e 300 feridas – cerca de 2/3, mulheres e crianças. Poucos ativistas do Hamas, ou instalações para lançamento de foguetes, haviam sido atingidas. Apenas as vítimas de sempre.

É importante entender como se vive em Gaza, mesmo quando o comportamento de Israel é “moderado”, no intervalo entre crises fabricadas, como esta. Um bom retrato está disponível num relatório da UNRWA (a agência da ONU para refugiados palestinos) preparado por Mads Gilbert, o corajoso médico norueguês que trabalhou extensivamente em Gaza, mesmo durante os ataques mortíferos de Israel. A situação é desastrosa, por todos os ângulos. Gilbert narra: “As crianças palestinas em Gaza sofrem imensamente. Uma vasta proporção é afetada pelo regime de desnutrição imposto pelo bloqueio israelense. A prevalência de anemia entre menores de dois anos é de 72,8%; os índices registrados de síndrome consuptiva, nanismo e subpeso são de 34,3%, 31,4% e 31,45%, respectivamente”. E estão piorando. (mais…)

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