Neruda 110 anos: “Puedo escribir los versos más tristes esta noche…”

Pablo Neruda faria 110 anos hoje, dia 12 de julho. Postamos já um belo texto sobre ele de Ariel Dorfman, com reminiscências de quando o menino e depois universitário conheceu o poeta. Fechamos a noite com um poema de amor. Desta vez, “Puedo escribir los versos mas tristes esta noche”, o Poema 20 do livro 20 Poemas de Amor y una Canción Desesperada, recitado por Arturo Puig e numa versão com legendas, para facilitar. (TP)

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Conselho Continental da Nação Guarani divulga documento exigindo respeito aos direitos indígenas

cocarCimi

O Conselho Continental da Nação Guarani, que reúne os povos Guarani da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai pela garantia dos direitos indígenas, reunido de 7 a 10 de julho na cidade de Eldorado, província de Misiones, na Argentina, divulgou um ‘manifesto’ que elenca as decisões do encontro.

Entre elas, o Conselho reforça a oposição às construções das hidrelétricas que causam “danos irreversíveis em territórios de comunidades de nosso povo, somando efeitos nas mudanças climáticas com danos sociais, ambientais e econômicos que são de público conhecimento, como as últimas inundações sucedidas na Argentina e no Paraguai”.

O Conselho exige ainda que o governo brasileiro dê continuidade aos processos de demarcação de territórios indígenas, conforme determinado pela Constituição Federal de 1988 e pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e que descarte os projetos de subtração dos direitos indígenas em curso no país, como a PEC 215, a Portaria 303 da AGU, o Projeto de Lei 227 e a Minuta elaborada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com o intuito de dificultar ainda mais os processos de demarcação de terras.

Leia aqui um trecho do documento: (mais…)

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Colombia: Crisis humanitaria en el Chocó agobia a indígenas y afrocolombianos

Actores armados convierten territorios indígenas en escenarios de guerra.

Servindi

Un video producido por el Monseñor Juan Carlos Barreto, de la Diócesis de Quibdó, reveló la aguda crisis humanitaria que agobia a la población mayoritariamente afrocolombiana e indígena en el departamento del Chocó.

Las organizaciones étnicoterritoriales del departamento del Chocó, representadas por el Foro Interétnico Solidaridad Chocó, y las Diócesis de Quibdó, Apartadó e Istmina – Tadó, denuncian que las personas ven afectados sus derechos fundamentales y los actores armados y el narcotráfico dominan las principales fuentes económicas, sobre todo las extractivistas.

Mediante un comunicado señalan que en el Chocó se vive hoy una situación crucial y preocupante por las frecuentes violaciones a los derechos humanos e infracciones al derecho internacional humanitario.
El derecho a la vida, libre movilización, derechos territoriales, de salud, vivienda y educación están siendo permanentemente afectados por una guerra que tiene como objeto desplazar a sus gentes, mientras que la corrupción política se enquista en los entes guberbamentales.

La alternativa del gobierno es incrementar las acciones de fuerza, que de nada han servido en estos diecisiete años de guerra. La situación del Chocó se extiende a todo el Pacífico colombiano. (mais…)

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O braço forte da União

O protesto dos aeroviários foi impedido por uma liminar na Justiça
O protesto dos aeroviários foi impedido por uma liminar na Justiça

Para garantir tranquilidade na Copa, AGU conseguiu na Justiça a proibição de greves, piquetes e bloqueio de aeroportos, rodovias e entornos de estádios; ação é criticada por defensores da liberdade de expressão

Por , em A Pública

A poucos dias do final da Copa do Mundo, os procuradores da Advocacia-Geral da União (AGU) estavam bastante satisfeitos. Para eles, seu time jogou bem. “Olha, minha avaliação é extremamente positiva, sou suspeito para falar, mas vejo que a atuação da AGU foi muito articulada, organizada, consistente”, disse ao telefone o Procurador Geral da União, Paulo Henrique Kuhn, à Agência Pública. Ele se referia ao desempenho da força-tarefa da Procuradoria-Geral Federal (PGF) e Procuradoria-Geral da União (PGU), órgãos da AGU, para garantir a manutenção de serviços e acesso aos espaços e vias públicos durante o evento.

Desde maio até o final da Copa, amanhã, 414 advogados e procuradores trabalham em regime de plantão para monitorar e comunicar “notícias ou mesmo indícios de paralisações” de serviços públicos, interdições de rodovias federais e ocupação de prédios públicos – e acionar a Justiça a qualquer momento. “Vínhamos com um grupo em todo país monitorando individualmente, junto com as informações dos órgãos de inteligência e segurança, todas as intervenções que poderiam atrapalhar os jogos”, completa o Procurador-Geral Federal, Marcelo Siqueira. (mais…)

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Brasil: movimento quilombola pode ser o maior programa do mundo de reparação pela escravidão

Luiz Pinto, who has been fighting eviction for decades, at home with his dog. (Carolina Ramirez/The Huffington Post)
Luiz Pinto, que vem lutando há décadas contra a expulsão, em casa com seu cachorro. (Carolina Ramirez/The Huffington Post)

Este artigo é o primeiro de uma série de duas partes sobre o movimento dos quilombos.

Por Roque Planas, em The Huffington Post

Quando Luiz Pinto estava crescendo, seus pais proibiam a família de falar sobre escravidão. O assunto trazia à tona memórias horríveis.

A avó de Pinto nasceu escrava. Antes do nascimento do neto, ela se jogou num rio, tirando a própria vida depois de ser estuprada pelo filho de um rico e branco dono de terras. Escravidão e racismo viraram temas tabu na casa dos Pinto, uma coleção de casas de tijolos alaranjados empoleiradas num morro do Rio de Janeiro de onde se vê a estátua do Cristo Redentor ao longe, por entre as árvores.

“Só a conheço por fotografias”, diz Pinto, um sambista de 72 anos.

Hoje, o legado da escravidão no Brasil toma muito do tempo de Pinto. Ele viaja pelo Estado do Rio de Janeiro e vai e volta de Brasília para defender os direitos de propriedade das pessoas que vivem em comunidades fundadas por escravos foragidos. Essas comunidades são conhecidas como quilombos. De acordo com a legislação brasileira, os moradores dos quilombos têm direito constitucional às terras ocupadas por seus ancestrais – e esse direito, apesar de raramente respeitado, está revolucionando silenciosamente as relações raciais do país. (mais…)

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A Copa e o mistério argentino

CopaArgentina02Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Falando com clareza: uma das provas definitivas de subdesenvolvimento mental consiste em torcer contra a Argentina na final de domingo.

Toda pessoa tem seu gosto e sua preferência. Os povos têm sua identidade, sua história e sua cultura, que uns podem admirar ou não.

É claro é legítimo torcer a favor da Alemanha, também. Mas se é para procurar motivos para implicar com um país…

Eu me pergunto pela motivação interna, profunda, de quem diz que “não gosta dos argentinos.” Seria uma forma de racismo?

A implicância de uma parte de brasileiros com a Argentina tem sua origem num velho conhecido da Copa das Copas. Ele mesmo, o complexo de vira-lata.

Deixando de lado, por um minuto, o 7 a 1, o único fracasso da Copa das Copas de 2014 foi o mascote Fuleco. O verdadeiro bichinho de estimação é o vira-lata.

Embora o Brasil tenha um PIB infinitamente maior do que o da Argentina, e ocupe um lugar no continente de liderança não mais questionada, etc, etc, etc, os argentinos provocam um sentimento de insegurança e inferioridade que acompanha muitos brasileiros.

Estes ficam felizes quando o vizinho enfrenta dificuldades. Dizem bem-feito até para a cobiça de fundos abutres que ameaçam derrubar a economia do país e até atingir o Brasil e outras partes do mundo. (mais…)

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Repostando por motivos mais que óbvios: “Os palestinos nos livros escolares de Israel (Como se faz a desumanização de um povo)”

Neste documentário, Nurit Peled-Elhanan fala de sua pesquisa relacionada com o conteúdo dos livros didáticos de Israel. Ela expõe em detalhes como estes livros são elaborados com o objetivo de desumanizar o povo palestino e fomentar nos jovens estudantes israelenses a base de preconceitos que lhes permitirá atuar de forma cruel e insensível com o mesmo durante o serviço militar.

Conforme explica Nurit Peled-Elhanan, a construção de mundo feita a partir dos livros didáticos, por serem as primeiras a se sedimentarem na mente das crianças, são muito difíceis de serem erradicadas. Daí a importância que o establishment israelense dedica à ideologia a ser transmitida nos livros didáticos. Neles, os palestinos nunca são apresentados como seres humanos comuns. Nunca aparecem em condições que possam ser consideradas normais. Segundo Nurit Peled-Elhanan, não há nesses livros nem sequer uma fotografia de um palestino que mostre seu rosto. Eles são sempre apresentados como constituindo uma ameaça para os judeus.

(Enviada por Thiago Lucas e postada originalmente em 19/08/2012)

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Atenção: Estado realiza prisões para reprimir população no Rio, na véspera da final da Copa

Constituição 1988Justiça Global

Na manhã de hoje, 12 de julho de 2014, em torno de 60 sessenta mandados de prisão temporária, impondo cinco dias de detenção, estão sendo cumpridos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro contra manifestantes e participantes dos protestos do último ano. Até o momento, já foram efetuadas aproximadamente 20 prisões. Os mandados foram expedidos desde quinta-feira e cumpridos neste sábado, dia anterior a final da Copa do Mundo, para quando há um grande ato de rua marcado. Detidos e detidas, incluindo duas mães, estão sendo encaminhados para a “Cidade da Polícia”. Chegando na caçamba de camburões e sendo retirados sob a mira de fuzis.

Sua transferência para o Complexo Penitenciário de Bangu pode se dar ainda hoje. Dia no qual Defensoria Pública, Legislativo e outros órgãos do Estado que poderiam atuar contra esta arbitrariedade estão em regime de plantão, dificultando sua atuação. Fatos que, somados ao curto prazo de prisão, evidenciam o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que tem feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social.

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Chauvinismo midiático à brasileira

globo e bandeira

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A construção desportiva do outro como antagonista, da alteridade – se me permitem – em termos filosóficos, dessa explicação que no Brasil se tenta esboçar ante o inexplicável (o 7 a 1 diante da Alemanha, ver a Argentina na final do Mundial), é um exercício que a imprensa local trata de cultivar, com uma ligeireza e um chauvinismo que alarma. O curioso é que na Espanha se constrói sentido na mesma sintonia. A revista Marca intitulou em sua capa: “A Argentina arremata o Brasil”. A seleção argentina eliminou a Holanda, mas no imaginário coletivo o rival é outro. É o Brasil.

As identidades futebolísticas prefabricadas com artifícios transformam a alegria alheia em desgraça própria. A tendência de gozar com o sofrimento do outro é forte demais, de viver a consagração estrangeira como um calvário e, se esse outro for o adversário histórico, ainda mais. É uma moda que se impôs como um combustível muito inflamável. Até a mais ingênua das gozações pode tornar-se a mecha para o pior incêndio. O nocivo é que essa visão de recorrido curto, extraviada, seja exacerbada através dos meios de comunicação. A reconstrução, desde as cinzas futebolísticas brasileiras que a goleada sofrida deixou, ergue-se a partir de uma identidade forjada, a-histórica, como a que a revista esportiva Lance mostrou em sua capa.

Este meio brasileiro intitulou: “Agora, somos todos Alemanha”. De onde eles podem se arrogar essa representação de cidadania desportiva? De que coincidências histórico-futebolísticas? Qual é o objetivo com que se intitula assim, a não ser que se trate de encontrar a revanche no outro, esse outro que hoje é a Argentina e que está longe no somatório de títulos mundiais? Cinco a dois. (mais…)

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