Sonia Roseno, a primeira doutora do MST de Minas Gerais

sonia roseno

Por Joana Tavares, da Página do MST

A mesa tinha flores, frutas, bandeiras. O hino nacional foi tocado na viola. A sala estava cheia, e não só de estudantes. Assim começou a defesa de tese de doutorado de Sonia Roseno na Faculdade de Educação da UFMG. Soninha, como é conhecida, é a primeira Sem Terra do MST a ter o título de doutora em Minas Gerais. Em todo o Brasil, são mais de 500 mestres e doutores do MST.

Ela pesquisou a formação de militantes que passaram pelo curso de Licenciatura em Educação do Campo, na UFMG, e em Geografia, na Unesp. Sonia aponta que a trajetória de educação está presente no MST desde sua constituição como movimento social, em 1984.

“A luta pela escola se dá dentro do acampamento, quando começa a luta pela terra. E o movimento vai dando continuidade a essa luta em outros espaços, que é o que a gente chama de sair pra fora. Aí se incluem as universidades. Hoje temos parceria com 60 universidades do Brasil, que buscam dar essa ampliação na formação dos educadores que vão trabalhar nas escolas”, conta. (mais…)

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Rondônia realizará o primeiro concurso público específico para professores indígenas

Foto: NCPAM
Foto: NCPAM

Rondônia Dinâmica

Após diversas reuniões e reivindicações dos índios, o primeiro concurso público específico para professores, técnicos e sabedores indígenas no Brasil teve o contrato firmado e será realizado em Rondônia através da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). O edital do concurso está em fase de elaboração pela Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab) e em breve será divulgado.

Em 2010 foi criada a Lei Complementar Estadual 578, que garante a educação para os povos indígena, criando quadro de educadores e técnicos indígenas fazendo com que os mecanismos de conhecimento das diferentes etnias e aldeias sejam respeitados e repassados por meio de integrantes do próprio povo.

Desde então, inúmeras reuniões foram realizadas com representantes da Organização dos Professores Indígenas de Rondônia e Noroeste de Mato Grosso (Opiron), Seduc, Ministério Público Federal (MPF) de Rondônia e Superintendência Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh) para alinhar as solicitações das comunidades indígenas junto com a legislação e, então, firmar a realização do concurso.  (mais…)

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“Atiram sobre nossas cabeças. Pá, pá, pá, pá. A gente fica com medo, mas reza e não sai”, diz Kaiowá em área retomada

Foto: Cimi
Foto: Cimi

Por Renato Santana, Assessoria de Comunicação – Cimi

Tão logo retomaram mais um naco de terra tradicional do tekoha – lugar onde se é –  Passo Piraju, nesta última segunda-feira, 28, o acampamento de oito famílias Kaiowá erguido no local passou a ser atacado por homens armados. “Atiram sobre nossas cabeças. Pá, pá, pá, pá. A gente fica com medo, mas reza e não sai”, diz um dos indígenas presentes na área reocupada. No Mato Grosso do Sul, este é o “olá!” de fazendeiros antes do início de qualquer mesa de diálogo.

Lideranças indígenas da Aty Guasu, a grande assembleia Guarani Kaiowá, pedem proteção aos Kaiowá de Passo Piraju. Com a retomada desta segunda, os Kaiowá ganham um pouco mais de espaço – não sabem ao certo o tamanho da terra recuperada – e inserem mais um episódio na história de uma luta emblemática pela terra Guarani Kaiowá travada numa das regiões mais violentas do estado. (mais…)

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Desmatamento da Amazônia aumenta poluição em países da América do Sul

Foto: Ibama
Foto: Ibama

Por Elton Alisson, Agência FAPESP

Os estados amazônicos do Pará, Rondônia, Amazonas e Acre têm “exportado” a fumaça produzida pelo desmatamento por fogo para Bolívia, Peru e Paraguai e contribuído para aumentar os níveis de poluição atmosférica nesses países vizinhos. Ao lado do Mato Grosso, esses quatro estados também registram o maior número de focos de queimadas na América do Sul.

A constatação é de um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que utilizou o supercomputador Tupã, instalado na instituição com recursos da FAPESP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Alguns resultados do estudo foram apresentados em uma palestra sobre o impacto trinacional da queima da biomassa e da fumaça na Amazônia Sul-Ocidental, realizada durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou no domingo (27/07), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco. (mais…)

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Indígenas continuam bloqueio da MS-156 por melhorias na educação e saúde

Foto: Laurinda Pais
Foto: Laurinda Pais

Wendy Tonhati, Midiamax

Cerca de 60 indígenas continuam bloqueando a MS-156, entre Dourados e Itaporã, a 225 quilômetros de Campo Grande. A interdição começou na manhã desta quarta-feira (30).

De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, os índios estão interditando a estrada com troncos de árvores. Eles solicitam a presença de um representante da prefeitura para discutir melhorias na educação e na saúde. (mais…)

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Nossos filhos nos acusarão, de Jean-Paul Jaud (legendado em português)

Excelente documentário sobre os graves perigos da utilização de químicos sintéticos na agricultura e alimentação e as alternativas existentes. Hoje as crianças são as principais vitimas da ação destrutiva do ser humano sobre a natureza. Pesquisas mostram que 70% dos casos de câncer estão relacionados com o ambiente, dos quais 40% derivam da poluição e 30% da alimentação. A cada ano, a incidência de câncer na infância aumenta 1,1% na França. Para mudar este quadro e salvar as crianças do futuro incerto que as espera, as iniciativas infelizmente ainda são poucas, mas numa pequena cidade no sul da França, o prefeito decide resistir à indústria agro-química e instituir na cantina da escola a alimentação a base de alimentos biológicos.

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AM – I Seminário de Proteção e Promoção dos Direitos Sociais Indígenas do Médio Juruá: 4 a 6 de agosto, em Eirunepé

Funai/CRVJ
Funai/CRVJ

Por Danielle Moreira Brasileiro – Funai/CRVJ

A população indígena das etnias Kulina (Madjá), Kanamari e Deni da região do Médio Juruá vem passando por várias situações de vulnerabilidade social e violação de direitos. Destacamos aqui a situação da região de Eirunepé, onde situa-se a Terra Indígena Mawetek e onde temos indígenas Kulinas e Kanamari. Registramos algumas situações que vêm ocorrendo:

  • Alto índice de mortalidade infantil – só no ano de 2013 mais de 15 crianças com menos de dois anos morreram;
  • Não cobertura total de equipe de saúde na área indígena durante o mês – o número de profissionais é insuficiente para a demanda;
  • Já houve publicação de portaria do Juiz local limitando o prazo de permanência dos indígenas na cidade de Eirunepé;
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Zabé da Loca: Visceral mostra o trabalho da pifanista que influencia gerações e vive em uma “loca” no interior da Paraíba

visceral_zabedaloca_01TV Brasil

Desde os sete anos de idade, Zabé é tocadora de pífano, uma flauta rudimentar e tradicional do Nordeste brasileiro. A artista passou a infância e juventude trabalhando no campo e fazendo música na cidade de Buíque, agreste de Pernambuco.

Ao se casar, mudou-se para o interior da Paraíba, teve três filhos e, em 1966, ficou viúva e viu sua casa literalmente ruir. A única alternativa foi morar com a família em uma gruta (uma “loca”, na linguagem da região), cuja entrada tapou com paredes de taipa e onde passou o seguinte quarto de século. Surgiam dali o apelido e as condições que talhariam sua música.

Do pife, Zabé da Loca extrai o som do seu universo paralelo. Descoberta pela mídia em 1995, a artista saiu da caverna. Assentada da Reforma Agrária, sua música – sem tempo, sem espaço – faz sentido tanto para os tradicionalistas quanto para os jovens.

A pifanista serviu de inspiração em discos de artistas como o percussionista argentino Ramiro Mussoto e o grupo paraibano Cabruêra. (mais…)

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