Marxismo21 analisa 10 anos do governo do PT: natureza de classes e neoliberalismo

Karl MarxPor Marxismo21

Os 10 anos dos governos do PT têm sido objeto de muitos artigos e debates publicados pelos meios de comunicação e editoriais do país; a ressaltar que nestas matérias são privilegiadas análises orientadas pelas perspectivas neoliberais, da economia política clássica ou da socialdemocracia.

Tendo em vista este enquadramento teórico-ideológico do debate, marxismo 21 solicitou a pesquisadores marxistas que examinassem a mesma problemática a partir de dois temas bem precisos: 1) a natureza de classes dos governos do PT e 2) qual a relação dos governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff com a política neoliberal. A fim de propiciar um amplo debate sobre o assunto, os Editores buscaram contemplar no dossiê a diversidade de posições existentes no campo político e ideológico das esquerdas brasileiras; embora nem todos convidados puderam aceitar o convite para  debater as duas desafiantes questões, estamos convencidos que esta página do blog apresenta um amplo e plural panorama das visões de esquerda sobre os 10 anos do governo do PT (2003-2013).

Paralelamente aos 12 ensaios editados, divulgamos na seção II algumas matérias, disponibilizadas na web, que abordam a problemática do dossiê; nem sempre orientadas pela perspectiva do materialismo histórico, elas são aqui divulgadas pois contribuem para a pesquisa e conhecimento deste tema que, hoje, interpela o pensamento de esquerda no Brasil.

Por último, esclareça-se que os ensaios desta página – escritos antes do mês de junho – deixam de analisar as recentes e significativas massivas manifestações populares ocorridas de norte a sul do país. Em breve, marxismo21 buscará contribuir para o exame destas novas realidades sociais. Desde já, duas questões poderiam  ser cogitadas para orientar esse debate: (1) o que se imporia para provocar uma real alteração do caráter de classe do atual governo? (2) em que sentido as manifestações populares, presentes nas ruas de diversas partes do Brasil, contribuem para esclarecer a relação dos governos do PT com a política neoliberal?

Os Editores

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I. DOSSIÊ

De Lula à Dilma Rousseff: crise econômica, hegemonia neoliberal e regressão política

David Maciel

PT 30 anos: democracia, socialismo, transformismo e o poder

Gelsom Rozentino de Almeida

Os governos do PT: poucas mudanças, nenhuma ruptura

João Machado  Borges Neto

Lula/PT: das lutas eleitorais aos dez anos de presidência

João Quartim Moraes

Já se passaram dez anos: sair da perplexidade e unificar as lutas

Lúcio Flávio de Almeida

Dez anos de governo petista e a consolidação da dominação burguesa no Brasil

Marcelo Badaró Matos

O PT e os trabalhadores brasileiros: lutas, conciliação, desregulamentação

Maria Orlanda Pinassi

O governo petista como operador político da burguesia no Brasil

Milton Pinheiro

10 anos de governo do PT: Frente Popular

Osvaldo Coggiola

As opções do Partido dos Trabalhadores

Plínio de A. Sampaio Jr.

Dez anos de governos de coalizão dirigidos pelo PT

Valerio Arcary

10 anos do governo PT: natureza de classe e relações com a política neoliberal

Wladimir Pomar

II. Artigos, livros, tese e vídeos

 Artigos

 Economia brasileira nos governos do PT, Reinaldo Gonçalves acesso
 O novo-desenvolvimentismo e o governo Lula, L. Morais e A. Saad Filho acesso
A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma, vv. aa. acesso
O Brasil na era Lula: retorno ao desenvolvimentismo? vv. aa. acesso
Análise crítica do novo desenvolvimentismo no Brasil, Rodrigo Castelo acesso
Sindicatos, movimentos sociais e governo Lula, Graça Druck acesso
Desenvolvimentismo e precarização do trabalho no Brasil, Giovanni Alves acesso
O momento Lenin, Francisco de Oliveira acesso
O “Brasil de Lula”, Perry Anderson acesso
Os impasses do lulismo (entrev.), André Singer acesso

Livros e tese

Dez anos de governos pós-liberais no Brasil, Emir Sader (org.)     acesso
A política trabalhista no governo Lula, Eduardo Perondi     acesso
Governo Lula e bloco no poder (tese), Eduardo Costa Pinto     acesso

Vídeos
Peemebedismo e Lulismo, Marcos Nobre e André Singer

O significado dos anos Lula, A. Singer e A. Boito Júnior

Brasil nos anos Lula: depoimento de Lula da Silva 

Compartilhada por Danilo Martuscelli.

Comments (1)

  1. O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Marcelo Neri, avaliou nesta quinta-feira, 27, que “não é a mulher negra de favelas da periferia” que está nas ruas protestando. Para ele, a forte queda da desigualdade na última década, que beneficiou principalmente os mais pobres do País, estaria provocando uma reação de parte da sociedade: “o pessoal do lado belga da Belíndia talvez tenha razões para não estar satisfeito”

    Senhor Ministro,

    Permita-me dizer, com todo o respeito que não posso concordar com vossa fala. O senhor não está entendendo, principalmente de comunidade negra no seu todo, ou seja, além da parcela favelada.

    Sou negra, moro na periferia de uma das mais progressistas cidades do estado de São Paulo e, estou quase chegando à favela, onde nunca precisei morar, apesar de não ser alienada, quanto à realidade daqueles que ali estão. Tenho duas irmãs de criação, agregadas ao meu núcleo familiar que foram resgatadas de um gueto, por minha falecida mãe, há anos atrás.

    O Senhor deve saber que está havendo uma troca, ou seja, há quem saia da favela, subindo na vida, o que é ótimo.
    Porem existe um considerável contingente de trabalhadores, pais e mães de família, bem como avós aposentados, provedores, que estão sim deixando seus antigos logradouros, onde passaram parte importante de suas existências, sempre lutando para progredir e agora se vêm obrigados a se afundarem nas periferias da vida, por terem sua renda familiar minguada, ao longo dos últimos tempos.

    Nesta semana, tenho compartilhado o texto abaixo, no facebook, do qual, gostaria que o senhor tomasse conhecimento e tomasse alguma atitude, junto a quem de direito, para corrigir tamanha aberração.
    ………………………………………………………………………………………………………………
    CAIXA ECONÔMICA FEDERAL– PROGRAMA HABITACIONAL

    Vamos REIVINDICAR contra uma grande injustiça que está sendo cometida por esta instituição financeira governamental que foi criada para atender o povo e, portanto não deveria seguir à risca A MESMA CARTILHA DOS BANCOS PRIVADOS.

    Trata-se dos casos de clientes que tomam empréstimos junto a ela e que, por motivos comprovadamente justificáveis através de provas cabais, robustas e consistentes, deixam de dar continuidade aos pagamentos das parcelas, tornando-se inadimplentes.

    Estes ficam impedidos de obter o crédito para a compra do material de construção, mesmo tendo conseguido um pedacinho de terra, ás vezes cedido por um parente próximo.

    – Quando ele se dirige a agencia da Caixa para negociar a dívida, convocado ou por iniciativa própria, o sistema da instituição determina as regras para o acordo, o que então passa a ser imposição. Sem contar a desinformação reinante, pois cada vez que se fala com um ou outro gerente (ou com o mesmo), eles não têm segurança para dizer quais as possibilidades que o cliente terá no após negociação, ou seja, o que agente pergunta, pode ser que sim ou pode ser que não, uma vez que ‘’” QUEM MANDA É O SISTEMA””” que é volúvel e temperamental pro nosso gosto. Ou então, distribuem aquelas cartilhas e folhetos que nem intelectual tecnocrata sabe interpretar.

    Entende-se que, se o cidadão está pretendendo ter sua moradia própria, é porque está pagando aluguel, estando obviamente dentro de um círculo vicioso, do qual não pode sair, a saber:
    – Na maioria das vezes, o devedor não tem margem em seu salário, para assumir uma dessas opções oferecidas (pelo sistema).
    – Mesmo assim, caso se proponha a pagar o valor mínimo determinado, continua com as portas fechadas para novos créditos, inclusive depois das parcelas do acordo pagas, ou seja, porque pagou o mínimo e não o valor total corrigido (a bola de neve).
    – Ainda que ele se comprometa a pagar a bola de neve, só vai poder obter outro crédito ao final de tudo liquidado, provavelmente depois de uns três anos, no mínimo.

    Ora, se ele tiver dinheiro para mensalmente empregar no pagamento das parcelas desta dívida, é lógico que vai preferir ficar comprando o material de construção, mês a mês e à vista, na lojinha do bairro, deixando a Caixa de lado.

    • Reitere-se, por não ter casa própria, obviamente está pagando aluguel e, portanto não está podendo pagar sua dívida.

    – O ideal seria a Caixa outorgar-lhe o crédito para a compra do material, acumulando as duas dívidas, de forma que assim que ele entrar na casa, livre do aluguel possa pagar as parcelas juntas, inclusive a dívida corrigida. Seria mais interessante até para a instituição.

    • Entenda-se que “pobre que não esta inadimplente está com sorte para o momento “.
    Inadimplência de pobre nada tem a ver com falta de caráter, com desmandos financeiros domésticos, com incapacidade familiar de gerenciar valores. É cobertor curto mesmo.

    É frustrante ver as Globalinas Camila Pitanga e Regina Casé, na propaganda da Caixa, com aqueles sorrisos luminosos, enquanto nós aqui, do outro lado da tela, negros e caboclos como elas, porém na base da pirâmide social, ficamos sem poder usufruir.

    NÃO SE ESTÁ PRETENDENDO HABITAÇÃO NO PADRÃO FIFA, mas sim uma casinha pra se chamar de minha.

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