Enchentes? Não se preocupe. O messias está voltando

Leonardo Sakamoto*

Com exceção dos fanáticos religiosos que enxergam sinais da primeira ou da segunda vinda do messias (dependendo da religião em questão), apenas os mais míopes não percebem que o planeta está dando o troco. Não estou falando apenas do aquecimento global e das já irreversíveis mudanças climáticas que vão gratinar a Terra nos próximos séculos, mas também dos crimes ambientais que fomos acumulando debaixo do tapete e que, agora, tornaram-se uma montanha pronta a nos soterrar.

Muitos falam de tragédias em Xerém, Santa Catarina, Angra dos Reis, Blumenau, Ilha Grande, Alagoas, São Luiz do Paraitinga, Jardim Pantanal, como se fossem situações desconectadas da ação humana, resultados da fúria divina e só. Um prefeito de uma cidade atingida, anos atrás, disse que só restava a ele rezar para Deus controlar as águas. Coitada da população que votou nele e viu o administrador do município “terceirizando” o trabalho para o plano superior, provavelmente dando continuidade ao que foi feito pelos que vieram antes dele.

A declaração é da mesma escola daquela de um assessor de George W. Bush quando questionado sobre a herança deixada às próximas gerações pelos gases geradores de efeito estufa da indústria norte-americana. Não me lembro da frase exata, porque lá se vão anos, mas foi algo do tipo: “não será um problema, porque Cristo voltará antes disso”. Virgem Maria… (mais…)

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Organização Internacional para as Migrações afirma que Brasil é fonte e destino de tráfico humano

O Brasil é um dos países apontados como fonte de vítimas de tráfico humano, ao lado da Bulgária, China, Índia, Nigéria. Os dados constam de um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), parceira das Nações Unidas que analisou as tendências de tráfico de pessoas através de informações de mais de 150 pontos de operação.

Destino
Os principais países de destino são a Federação Russa, o Haiti, o Iêmen, a Tailândia e o Cazaquistão. Embora em menor escala, em relação à Argentina, o Brasil é também tido como ponto de chegada de pessoas traficadas de países como a Bolívia e o Paraguai.

Na Europa, Portugal é um dos pontos de destino ao lado da Alemanha, Itália e Espanha. Todos recebem um número significativo de migrantes do Cone Sul e particularmente dos países andinos.

Migrantes originários de Angola e Moçambique estão na lista dos refugiados africanos, caribenhos e asiáticos que se movimentam para a Europa ou transitam pela América do Sul a caminho dos Estados Unidos e Canadá. (mais…)

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Viver é caminhar na beleza!

Elaine Tavares

Ali estava eu, enfrentando meus medos. Sozinha, sentada bem no meio do avião. Havia pedido um lugar no corredor, por conta do temor. Uma coisa meio estúpida já que dento do avião, não faz diferença. Ainda assim, me sinto mais segura. Mas, ao entrar, uma mulher, mais nervosa do que eu, insistiu para trocar o lugar. Ela estava na janela, e suava. Cedendo à opressão da bondade deixei a mulher ocupar meu lugar e lá fui para o assento da janela. Foi a minha vez de começar a suar. O voo era de La Paz à Santa Cruz de la Sierra, e seria a primeira vez que eu cruzaria a cordilheira dos Andes num avião. Daí o medo. Sempre vêm à mente aquelas cenas de acidentes nas montanhas e coisas assim. (mais…)

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Israel Pereira Dias de Souza: “Desenvolvimento na fronteira trinacional amazônica é um maniqueísmo nocivo”

“Se bem olharmos, veremos que Estado e capital estão aliançados e movendo guerra contra os povos da Amazônia. Não podia ser diferente já que esta região é hoje, inquestionavelmente, uma fronteira para o capital cuja lógica é, a um só tempo, totalizante e totalitária”, declara o cientista político

Fonte e fotos: IHU Online

“São muitas e diversas as frações do capital atuantes na região, e outras tantas estão a caminho. E, para se apropriarem com mais liberdade dos bens naturais aí presentes, precisam expropriar as comunidades locais de seus direitos territoriais. Trata-se, assim, de ‘redesenhar’ jurídica, simbólica e fisicamente os territórios e atribuir a eles novos usos”. É assim que Israel Pereira Dias de Souza descreve a atual conjuntura da floresta amazônica, onde aumentam os projetos de infraestrutura financiados pelo Brasil e apoiados por países vizinhos, como Bolívia e Peru.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, ele esclarece quais são os interesses econômicos que envolvem a exploração de recursos naturais nas fronteiras, e ressalta o surgimento de dois processos: a territorialização e a desterritorialização na fronteira trinacional amazônica, envolvendo Peru, Brasil e Bolívia. “Obviamente isso afetará drasticamente a vida das pessoas que habitam essas áreas. Muitas destas pessoas não poderão permanecer onde estão. Serão expulsas, desterritorializadas”, lamenta. (mais…)

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