
Por Tereza Amaral
Filho do líder Kayapó Umoro, Raoni Metuktire nasceu na vila Krajmopyjakare, atualmente Kapôt, e teve uma infância marcada por mudanças haja visto seu povo ser nômade e também em detrimento de conflitos tribais.
Foi com o irmão Motibau que aos 15 anos instalou seu famoso disco de madeira pintado de forma cerimonial. Encontrou pela primeira vez os homens brancos em 1951. E com os irmãos Villas Boas aprendeu a língua portuguesa.
O primeiro contato internacional ocorreu em 1964 com o rei Leopoldo III da Bélgica que esteve com sua expedição em reservas indígenas protegidas no Mato Grosso.
Na década de 70 foi tema de um documentário e o ator Marlon Brando, no auge de sua fama, aceitou ser filmado na sequência de abertura, tendo o filme sido indicado ao Oscar.
Pintado e armado para a guerra , na década de 80 negociou com o ministro do interior, Mário Andreazza, a demarcação de sua reserva. E durante a reunião deu um puxão na orelha de Andreazza e disse: Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio.
O cacique Raoni em 1987 conheceu o cantor Sting e teve notoriedade internacional, com quem fez uma turnê em dezessete países de abril a junho de 1989, divulgando sua mensagem em defesa da floresta. Na época, 12 fundações Floresta Verde foram criadas no mundo a fim de levantar fundos para a criação de um parque nacional na região do Rio Xingu, na Amazônia,i homologado 1993.
Além disso, conseguiu com a primeira campanha internacional o desbloqueamento pelo Grupo dos Sete de fundos para a demarcação das reservas indígenas brasileiras. E conseguiu aliados fortes para proteger a floresta amazônica e suas populações nativas, dentre eles o presidente francês François Mitterrand , Jacques Chirac, Juan Carlos da Espanha, Carlos, Príncipe de Gales e o Papa João Paulo II, dentre outros.
Embaixador do combate pela proteção da floresta amazônica e dos povos indígenas, Raoni Metuktire fez inúmerass viagens pelo mundo, tendo visitado até esquimós da costa norte de Québec, no Canadá, em agosto de 2001.
É o mais célebre representante dos diversos povos do Xingu e sempre lutando para preservar a cultura ancestral. Tem no seu sobrinho cacique Megaron a confiança e amor paternal, tendo dito recentemente em Paris ser ele o seu sucessor. Apesar de encontrar-se com grandes líderes, regularmente, ele continua vivendo de forma simples em sua aldeia.
NOTA AMAZÔNIA EM FOCO – Possíveis correções serão aceitas com gratidão.
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Compartilhado por Janete Melo.
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