Bancos anunciam suspensão de despejos na Espanha depois de casos de suicídio: questão resolvida? Não!

por Raquel Rolnik

Jornais de todo o mundo anunciaram esta semana que os principais bancos da Espanha decidiram cancelar, por dois anos, as ordens de despejo dos mutuários “mais necessitados”. A decisão se deu depois dos recentes suicídios de pessoas inadimplentes prestes a serem despejadas. Segundo a Associação Espanhola de Bancos, as instituições tomaram a decisão por “razões humanitárias”.

Em primeiro lugar, é importante perguntar: qual o critério para decidir quem são os “mais necessitados”? Depois, é preciso ficar claro que esta medida não resolve a questão. É necessário que haja uma reforma radical da lei de hipotecas do país, que está hoje em debate, mas não apenas isso. É também fundamental uma discussão profunda sobre a política habitacional do país.

Recentemente apresentei à Assembleia Geral da ONU um relatório temático* justamente sobre este tema: a financeirização da produção habitacional. A Espanha é um dos casos analisados neste relatório. É possível dizer que, do ponto de vista do direito à moradia, o próprio processo de concessão dos créditos imobiliários na Espanha foi altamente discriminatório, especialmente para os mais pobres.

Estas famílias foram atraídas por propostas de contratos, por exemplo, com zero de prestação inicial e aumento progressivo das prestações. O fato é que a crise chegou, as prestações subiram e os empregos sumiram. A inadimplência então aumentou, assim como as execuções das hipotecas por parte dos bancos.  No caso da Espanha, inclusive, as pessoas perdem suas casas, mas continuam com a dívida, já que, com a crise, o preço dos imóveis caiu e os bancos não querem ficar com o prejuízo. (mais…)

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TRF cassa liminar e libera construção de hidrelétricas no pantanal de MT

Da Redação

Cerca de 120 projetos hidrelétricos previstos para serem executados nos rios da Bacia do Alto Paraguai, região da planície pantaneira que alcança os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que tiveram suas licenças suspensas em outubro passado, por medida liminar da Justiça Federal de Coxim (MS), já poderão voltar a ser executados.

Num trabalho conjunto da Advocacia Geral da União (AGU), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia e da Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE), a desembargadora federal Marly Marques Ferreira do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região em Brasília, declarou a incompetência da Vara Federal de Coxim e anulou todas as decisões encaminhando os autos para a Justiça Federal em Campo Grande (MS), com base na jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo o procurador-geral de Mato Grosso, Jenz Prochnow, a decisão foi proferida em Agravo de Instrumento, sendo que Mato Grosso também recorreu da decisão com o mesmo recurso, bem como com pedido de suspensão de liminar, face a Lei 8.437/92 que permite a utilização de ambas as medidas sem que isso seja configurado um tumulto processual, já que as fundamentações são diferentes. (mais…)

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Petição Oficial Força e Coragem: Parem com o massacre dos povos indígenas da Amazônia!

Assine aqui a petição.

Dirigida aos Presidentes dos 9 países que compõem a Amazônia.

Senhora Presidenta Dilma Rousseff e Senhores Presidentes.

Numerosas são as pessoas que se preocupam atualmente com o futuro incerto dos povos indígenas da Amazônia.

Sabemos que a Amazônia se estende por 9 países da América do Sul e em cada um deles, as comunidades indígenas são expulsas de suas terras.

Não somente expulsas, mas também amalhadas como animais, sem água e sem abrigo digno, em prados ou na beira das estradas … e MORTOS se ousam uma rebelião !

Nós somos um Grupo de Apoio aos Povos Indígenas da Amazônia e pedimos, diante da extrema urgência da situação, a paralisação imediata das expulsões e a delimitação definitiva da terra de seus ancestrais. (mais…)

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TRF-2 permite demolição de Museu do Índio, no Rio

A presidente do TRF-2, desembargadora federal Maria Helena Cisne, cassou, nesta terça-feira (13/11), duas liminares que impediam a demolição do prédio onde funcionou o Museu do Índio de 1910 até 1978, bem como proibiam a retirada dos índios da “Aldeia Maracanã”. O edifício, que ocupa área de cerca de 1,6 mil metros quadrados na zona norte do Rio de Janeiro, está desativado há 34 anos.

O governo estadual do Rio de Janeiro pretende usar a área para atender exigências da Fifa. O objetivo é garantir as adequações necessárias do estádio do Maracanã para receber os jogos da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.

As liminares haviam sido concedidas pela primeira instância da Justiça Federal a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que ajuizara duas Ações Civis Públicas. Segundo os autos, no terreno do antigo museu viveriam cerca de 20 índios de diversas etnias, que estariam instalados em casebres. O mérito das ações ainda será julgado pela primeira instância. Para a DPU, a derrubada da construção centenária, sem a prévia investigação do seu valor cultural e arquitetônico, “pode trazer prejuízo inestimável à coletividade”.

A cassação das liminares ocorreu em um pedido de suspensão de liminar apresentado pelo governo do estado. Sem analisar o mérito das ações civis públicas, a desembargadora federal Maria Helena Cisne levou em conta que o Executivo estadual assinara compromisso com a Fifa de fazer a reforma do estádio que sediará os jogos finais da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, atendendo a critérios de segurança para acessibilidade, circulação e evacuação de pessoas. (mais…)

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Até agora, obra da transposição só levou prejuízo e sofrimento ao Sertão

Em Betânia, moradores voltaram a sonhar com água quando as Cisternas chegaram - mas é difícil conseguir uma e mais complicado ainda obter a água para enchê-las (Foto: Reprodução/TV Globo)

Expectativa da obra fez comerciantes investirem e depois terem prejuízo. Em alguns locais, cisternas foram distribuídas, mas não há água

A notícia da obra da transposição do Rio São Francisco e a chegada dos primeiros trabalhadores trouxeram otimismo aos locais por onde ela passa. Mas a paralisação de alguns trechos da diminuiu a esperança do sertanejo em ver o fim do sofrimento causado pela seca – os trabalhadores partiram, deixando corações saudosos e reduzindo drasticamente a movimentação econômica das localidades. Cisternas, quando chegam, estão vazias. A alegria durou pouco e a realidade volta a ser dura para moradores do Sertão pernambucano, como mostrou reportagem do NETV 2ª Edição. (mais…)

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Lançamento do Fórum Justiça no Ceará

No dia 09 de novembro de 2012, no Centro das Pastorais Sociais, foi lançado o Fórum Justiça no Ceará. O Fórum pretende a construção de um espaço de articulação entre movimentos populares, agentes estatais em prol do aperfeiçoamento do Sistema de Justiça, no intuito de democratizá-lo, de forma a torná-lo cada vez mais eficiente para realizar direitos humanos fundamentais, dirimindo históricas desigualdades sociais.

Foi primeiramente apresentada à experiência do Fórum Justiça no Rio de Janeiro. Logo em seguida, Regilvânia Mateus, da Cáritas Regional Brasileira Ceará e da Articulação das Pastorais Sociais, apresentou a construção da 5ª Semana Social Brasileira e do diagnóstico sobre os conflitos sociais no Estado. O Prof. Thiago Arruda, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, falou da contribuição do debate do Fórum Justiça para as pesquisas universitárias e como estas podem ter um escopo social. Também colocou da importância da interação com o Instituto Direito e Movimentos Sociais-IPDMS, recentemente lançada a sua Seção no Estado.

No momento, também, apresentou-se caso urgente da comunidade Jangadeiro, no Município de Fortaleza, ameaçada pelas chamadas remoções Copa do Mundo. No mesmo dia, uma autorização da Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, que teria permitido a retirada de vegetação, mas que o efeito, na verdade, burlaria a decisão judicial já existente, que resguarda as famílias de remoção forçada, teria ido turbar as famílias da comunidade. As organizações presentes debateram e tiraram encaminhamentos frente à questão, para verificar a denúncia e se colocar ao lado da defesa do direito de moradia daquelas pessoas pessoas.

Ao fim, foi encaminhado um grupo de metodologia, que trabalhará para planejamento do Fórum Justiça no Ceará, observando os seguintes eixos de atuação: controle social e democrático sobre a administração das instituições do Sistema de Justiça; controle social e democrático sobre a forma de recrutamento dos quadros deste Sistema; incidência sobre a cultura judicial hermética, apartada da maioria da cultura população e conservadora; e acesso à justiça. (mais…)

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Rosário: Novembro Negro


Que o meu grito possa se somar ao vosso grito, que o vosso grito seja o meu grito

A ameaça ao território é uma ameaça à vida. É uma ameaça ao sentido de pertencimento. É uma ameaça à cultura. É uma ameaça à religiosidade. É uma ameaça aos valores humanos. As consequências sociais, ambientais, culturais e históricas dos crimes de desterritorialização têm sido desastrosas  e dizem respeito a todos nós. (mais…)

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Por que parcela significativa da sociedade ainda defende o trabalho infantil?

Por que parcela significativa da sociedade brasileira ainda defende trabalho infantil e minimiza a gravidade desta forma de exploração?

Fernanda Sucupira – Agência Repórter Brasil

Ainda que a luta pela erradicação do trabalho infantil e a consciência sobre esse problema social venham crescendo nas últimas décadas, quem atua na área costuma se deparar com argumentos de pessoas de diferentes setores da sociedade a favor das atividades laborais de crianças e adolescentes. Uma das principais justificativas é o de que é melhor que meninos e meninas estejam trabalhando do que na rua, sem fazer nada, vulneráveis ao uso de drogas e à criminalidade.

Segundo Isa Maria de Oliveira, secretária-executiva do Fórum Nacional para a Prevenção e Eliminação do Trabalho Infantil (FNPeti), essa ideia é uma falácia. “Várias formas de trabalho infantil favorecem que crianças e adolescentes sejam empurrados para o crime organizado, para o tráfico de drogas, para o tráfico de pessoas, para a exploração sexual. Muitas vezes nesse contexto são submetidos a xingamentos, espancamentos, violência, abuso sexual”, exemplifica.

Além disso, essa ideia não se confirma quando são feitas pesquisas com adultos que estão encarcerados ou com adolescentes em medidas socioeducativas. “A imensa maioria dos presidiários trabalhou na infância, e esses adolescentes quando cometeram o delito já haviam trabalhado ou estavam trabalhando. De que forma o trabalho infantil preveniu a marginalidade deles?”, pergunta Marinalva Cardoso Dantas, auditora fiscal do trabalho em Natal (RN). Para ela, é justamente trabalhando que eles acabam caindo na criminalidade, é o trabalho que os coloca na rua. (mais…)

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Estudo vê erros ambientais em setor elétrico do Brasil

Políticas energéticas mal planejadas e sob a influência de grupos econômicos nacionais e estrangeiros. Enorme quantidade de energia desperdiçada nas linhas de transmissão. Necessidade de superar noções de usinas hidrelétricas como fonte de energia limpa, barata e renovável. Gigantesco potencial de energia eólica e solar menosprezado. Essas são as principais conclusões de um estudo sobre o setor elétrico sob o prisma da sustentabilidade lançado ontem em São Paulo

Fernando Moraes

Elaborado por um coletivo de ONGs e membros da academia brasileira, os artigos trazem uma visão crítica sobre a política energética brasileira, amplamente baseada em grandes usinas hidrelétricas, e trazem propostas sobre alternativas para garantir o futuro energético do país.

“O estudo indica que é plenamente possível para o Brasil alcançar a segurança energética com uma vigorosa política de eficiência e de expansão da oferta a partir das fontes alternativas como a eólica, a biomassa (os resíduos agrícolas, particularmente o bagaço da cana-de-açúcar), a energia solar, e mesmo as pequenas centrais hidrelétricas, se os projetos considerarem de forma adequada as populações ribeirinhas atingidas”, diz Célio Bermann, professor do Instituto de Energia Elétrica da USP e autor de um dos artigos.

Cerca de 77% da matriz elétrica brasileira é de fonte hidrelétrica e o governo planeja a construção de dezenas de grandes e pequenas hidrelétricas nos próximos anos na região amazônica. (mais…)

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