“Pobres são consequência dos ricos. Você sabe. Mas não comenta”, por Leonardo Sakamoto

O que é roubo? Tirar algo de alguém sem o seu consentimento?

Se assim for, há práticas que hoje são consideradas legais que estão dentro dessa definição.

Podemos não colocar uma arma na cara de uma pessoa e levar a sua carteira para estar roubando. Afinal, existem formas mais delicadas para arrancar dinheiro da sociedade sem que ela possa reagir a isso.

Ouvi uma miríade de prefeitos eleitos dizer que vai reduzir o fosso entre os pobres e ricos criando “cidades para todos” – da mesma forma que governadores e a presidente disseram a mesma coisa quando foram (re)eleitos em 2010. Mas quando analisamos os programas de governo, não encontramos nenhuma mudança estrutural. Só perfumaria.

A desigualdade social pode até diminuir dependendo do ponto de vista. Mas o fosso continua lá, intransponível para a maioria.

Com a justificativa de que “estamos levando desenvolvimento ao país”, nós, os mais ricos, ganhamos rios de dinheiro. A elite deve muito mais ao governo Lula e Dilma do que os mais pobres, apesar da gratidão do segundo grupo ser maior. (mais…)

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“Cavaleiro da ética, Ophir tem telhado de vidro”

Enviada por Sonia Mariza Guarani Kaiowá Munduruku Para Combate ao Racismo Ambiental:

Autor de discursos moralistas, presidente da OAB, Ophir Cavalcante, comprova contradição de falas e atos ao se envolver em mais um escândalo, agora com a usina de Belo Monte; principal motivador das marchas contra a corrupção, advogado é alvo de ação na justiça por corrupção e improbidade por receber há 13 anos salário de R$ 20 mil sem exercer cargo

247 – Com certa destreza para criar discursos moralistas, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, é o típico exemplo do ditado “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Ao mesmo tempo em que incentiva a realização de marchas contra a corrupção pelo País e critica com veemência qualquer problema que prejudique o Brasil e a sociedade, o presidente da ordem demonstra ter teto de vidro ao se envolver em escândalos dignos de grandes revoltas.

O último deles envolve a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo deste sábado, 15 depois de a usina ter sido alvo em uma audiência pública na sede da OAB, em Brasília, o Consórcio Construtor Belo Monte, formado por nove empreiteiras, contratou o escritório de advocacia de Ophir Cavalcante para cuidar de uma ação sobre a ilegalidade de uma paralisação dos operários. (mais…)

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Imperdível: “Como a ditadura ensinou técnicas de tortura à Guarda Rural Indígena”

O que nenhum órgão de imprensa mostrou – eram tempos de censura – foi o “gran finale”. Os soldados da Guarda Indígena marcharam diante das autoridades – e de uma multidão que incluía crianças – carregando um homem pendurado em um pau de arara. (Tania Pacheco)

Laura Capriglione, na Folha de São Paulo

Aquele 5 de fevereiro de 1970 foi um dia de festa no quartel do Batalhão-Escola Voluntários da Pátria, da Polícia Militar de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “Pelo menos mil pessoas, maioria de civis, meninos, jovens e velhos do bairro do Prado, em desusado interesse”, segundo reportagem da revista “O Cruzeiro”, assistiram à formatura da primeira turma da Guarda Rural Indígena (Grin).

Segundo a portaria que a criou, de 1969, a tropa teria a missão de “executar o policiamento ostensivo das áreas reservadas aos silvícolas”. No palanque abarrotado, viam-se, sorridentes, autoridades federais e estaduais, civis e militares: o ministro do Interior, general José Costa Cavalcanti (um dos signatários do AI-5, de 13 de dezembro de 1968); o governador de Minas, Israel Pinheiro; o ex-vice-presidente da República e deputado federal José Maria Alkmin.

Lá estavam também o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), José Queirós Campos; o comandante da Infantaria Divisionária 4, general Gentil Marcondes Filho –que ganharia fama no comando do 1º Exército em 1981, quando militares-terroristas tentaram explodir o Riocentro; secretários de governo e o comandante da PM local, coronel José Ortiga.

Os 84 índios, recrutados em aldeias xerente, maxacali, carajá, krahô e gaviões, marcharam embandeirados e com fardas desenhadas para a ocasião: calça e quepe verdes, camisa amarela, coturnos pretos, três-oitão no coldre. (mais…)

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Veja as cidades que decretaram feriado no dia 20 de novembro

No Brasil, o dia 20 de novembro representa um importante momento da história, especialmente para 52% da população brasileira, que é representada por pretos e pardos. A data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados, durante o período colonial no país. Apesar da data ter sido instituída como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra pela Lei 12.519/2011, ainda não é considerada feriado nacional.

A adesão ao feriado ou instituição de ponto facultativo é decisão legal de cada estado ou município. Mais de 700 cidades já adotaram feriado, no Dia da Consciência Negra. A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo e sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

Caso seja sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, será o primeiro feriado do país originário da mobilização do movimento negro e o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal). (mais…)

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Eduardo Galeano: “Ao trabalhador, restam a angústia e o desemprego”

Celebrado escritor uruguaio realizou a conferência de encerramento do congresso do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), realizado na capital mexicana, em que tratou do tema “Os direitos dos trabalhadores: um tema para arqueólogos?”. Em sua fala, Galeano demonstrou como esses direitos são resultado de uma árdua luta com 200 anos de história, mas têm sido cada vez mais violados por governos e grandes corporações.

Marcel Gomes

Cidade do México – O escritor uruguaio Eduardo Galeano encerrou na noite de sexta-feira (9) o congresso do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), realizado na capital mexicana, com uma concorrida conferência pautada em um tema caro para os cientistas sociais: a decadência do mundo do trabalho.

Intitulada “Os direitos dos trabalhadores: um tema para arqueólogos?”, a intervenção de Galeano, assistida por ao menos mil pessoas, que lotaram auditório e salas anexas do hotel onde acontecia o congresso, foi construída como um “mosaico” de histórias essenciais sobre os “200 anos de lutas dos trabalhadores do mundo”.

A maior parte delas está disponível no último livro do escritor, “Os filhos dos dias”, lançado neste ano no Brasil. Galeano tratou, por exemplo, da greve operária de Chicago em primeiro de maio de 1886, violentamente reprimida pelas forças de segurança. A data tornou-se o Dia do Trabalho em muitos países, mas não nos Estados Unidos. (mais…)

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México, um país traumatizado à espera de uma saída

As imagens de cadáveres decapitados, incendiados, de corpos mutilados dependurados em pontes e viadutos principalmente das cidades do norte continuam se sucedendo. Os mexicanos esperam, sem muita esperança, que alguma coisa mude. Esse é o México – um país profundamente traumatizado pela maré de sangue, e que continua tão desigual como sempre, com abismos sociais profundos – que Calderón deixa a Peña Nieto. O artigo é de Eric Nepomuceno.

Eric Nepomuceno, da Cidade do México

Cidade do México – Faltando poucos dias para passar a presidência ao sucessor, Felipe Calderón trata de mostrar os bons números obtidos durante os seis anos de seu governo. Segunda economia e segunda maior população da América Latina, o México de Calderón – segundo ele – cresceu e melhorou. No seu governo foram criados dois milhões e 200 mil empregos. Só este ano, entre janeiro e outubro foram criados 865 mil empregos formais. No mesmo período, o país produziu dois milhões e 400 mil automóveis, e exportou um milhão e 900 mil. É a maior marca alcançada em dez meses. A economia terá crescido, em 2012, entre 3,5 e 4%. A inflação prevista é de 4%. As projeções do Banco Central mexicano para o ano que vem indicam um crescimento de entre 3 e 4% na economia, e uma inflação que rondará a casa dos 3%.

Calderón diz que está deixando a presidência ‘muito contente’, entre outras razões por ter construído e modernizado 21 mil quilômetros de estradas. Aumentou as exportações para a América Latina (embora o mercado norte-americano continue consumindo 80% de tudo que o México exporta), além de melhorar e ampliar a capacidade de geração de energia elétrica. Menciona tudo isso e vai somando um sem-fim de outros resultados formidáveis.  (mais…)

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Terras indígenas e falsos proprietários, por Dalmo de Abreu Dallari*

Enviada por Sonia Mariza Guarani Kaiowá para Combate ao Racismo Ambiental:

Jornal do Brasil – Em vários pontos do Brasil estão ganhando maior gravidade os confrontos entre comunidades indígenas e fazendeiros que se apresentam como proprietários de áreas tradicionalmente ocupadas pelos índios. Um dos lugares de maior intensidade dos conflitos, falando-se, inclusive, na possibilidade de suicídio coletivo de comunidades indígenas se forem obrigadas a sair de suas terras, é o estado de Mato Grosso do Sul. A par dos aspectos humanos de suma gravidade, existe um ponto de fundamental importância, de ordem jurídica, que não tem sido lembrado e que torna patente a ilegalidade das pretensões dos que se dizem fazendeiros regularmente instalados nas terras indígenas.

Com efeito, nas notícias relativas aos conflitos que envolvem as terras dos índios guarani kaiowá, tem sido feita discreta menção a um argumento utilizado pelos que se dizem titulares de direitos sobre as terras e também por alguns de seus advogados. Dizem eles que se tornaram proprietários por volta de 1940 mediante negociação com o governo do então estado do Mato Grosso. Mediante doações teriam obtido a propriedade das terras tradicionalmente ocupadas por comunidades indígenas. É possível que sejam, realmente, detentores de títulos de propriedade formalmente  registrados, o que dá a aparência de regularidade.

O aspecto jurídico que tem sido ignorado ou acobertado é a circunstância de que o estado do Mato Grosso não era proprietário daquelas terras, e assim não tinha o direito de dispor delas, fazendo doações ou vendas. A raiz da questão jurídica é a chamada Lei de Terras, que é a Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, que regularizou o regime de terras no Brasil. (mais…)

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Documentário sobre Mercedes Sosa retrata defesa da cantora por unidade da América Latina

Mercedes Sosa durante show na Nicarágua em 2008, um ano antes de falecer

Filme, que tem 30 entrevistas com personalidades como Chico Buarque, deve ser lançado em março do próximo ano

Opera Mundi – Quem se anima hoje com discursos sobre irmandade latino-americana não pode ignorar o legado de artistas como a argentina Mercedes Sosa, que cantou a unidade da América Latina desde o início de sua carreira, quando esse sonho parecia ainda mais distante.

Desse tema, além da vida e da obra de “La negra”, trata o recém finalizado “La voz de Latinoamérica”, documentário narrado por Fabián Matus, filho da cantora com o músico Oscar Matus, e pela própria Mercedes, a partir de entrevistas e imagens de arquivo inéditas. O trailer pode ser visto no vídeo abaixo. (mais…)

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“Copa para quem?” – Comitê Popular da Copa SP organiza ato para 1º de dezembro

Desde que o Brasil foi anunciado sede da Copa do Mundo de 2014, diversos impactos tem sido sentidos pela população. Em vez de ser motivo de celebração do esporte mais popular do país e melhoria na vida das pessoas da cidade, a preparação para este megaevento tem sido utilizada para aumentar, acelerar, e intensificar violações de direitos humanos: remoções forçadas de milhares de pessoas de suas casas sem alternativa de moradia digna para dar lugar a obras viárias; expulsão da população em situação de rua do centro da cidade num claro processo de “limpeza” social; precarização dos direitos e condições de trabalho daqueles que constroem as obras; perseguição aos trabalhadores ambulantes, impedidos de trabalhar; militarização da cidade com diversas operações policiais que têm como alvo criminalizar, reprimir e exterminar a própria população – especialmente pobres, negros e periféricos, e os movimentos sociais; além da aplicação de mais de 30 bilhões de reais – dinheiro público – em obras para um evento que será acessível a poucos e que tanta falta faz na saúde, educação, moradia, transporte e no próprio esporte…

Pensando nesses impactos e na possibilidade de organização popular para resistir e fazer o contraponto a este processo, e entendendo que o futebol é do povo e não de cartolas, entidades privadas como a FIFA, corporações como a Coca Cola, governos ou empreiteiras, o Comitê Popular da Copa SP – grupo aberto de articulação e resistência contra impactos e violações de direitos humanos da Copa do Mundo de 2014 em SP – convida movimentos sociais, organizações e entidades de defesa dos direitos humanos, coletivos autônomos, artistas, jornalistas, estudantes, pesquisadores/as e trabalhadores/as em geral para que se somem à organização de um grande ato no dia 1º de dezembro, data do sorteio das chaves da Copa das Confederações da FIFA em SP, com concentração a partir das 13h em frente à Ocupação da Rua Mauá, quando perguntaremos aos governos responsáveis por essa situação, afinal, “COPA PRA QUEM?”As reuniões para organização do ato são abertas e tem acontecido às terças feiras na Rua Mauá, n.340. A próxima reunião será esta terça-feira dia 06/11 as 18h. Contato: comitepopulardacopasp@gmail.com.

https://www.facebook.com/pages/Comit%C3%AA-Popular-da-Copa-2014-em-SP/237681839595558.

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