“Deus e o perdão aos homofóbicos”

Cris Faustino, para Combate ao Racismo Ambiental

Às vezes fico a me perguntar o que o bondoso Deus guarda para aqueles que em seu nome disseminam violências. Quando imagino o tamanho da justeza do Ser Supremo, chego quase a me apiedar dos homofóbicos. Digo quase  porque nos humanos a misericórdia tem limites. Para os misericordiosos, não pode ser menos que imperdoável a violência homofóbica e a sua naturalização como missão, desígnio e interesse de Deus. Atentar contra o nome do Criador dessa maneira deve ser pecado em alto grau. Ora, se eu, que sou uma reles pecadora, consigo ver essa aberração de forma tão cristalina, imagine o Senhor de todas as coisas!

Além de insulto à inteligência e à beleza da criação, a homofobia é também uma arrogância que em nome do Criador se vê no direito de massacrar e impedir a liberdade do desejo, do prazer e do afeto, preciosos bens com os quais a bondade divina nos premiou. É razoável crer que, em respeito ao livre arbítrio, mesmo sabendo de seus efeitos colaterais (já que o Senhor tem, legitimamente, seus mistérios), Deus tenha deixado as coisas correrem meio soltas por aqui. Porém, com certeza, não sem espanto diante do ridículo em que se tornou parte de sua obra: os homofóbicos, os racistas, os machistas e misóginos, e toda essa horda decaída que só serve mesmo para atrapalhar a paz dos outros e o sossego do Senhor, tão bondoso que nos foi.

Se não fosse tão coerente e não quisesse respeitar o livre arbítrio e, claro, a diversidade e a democracia, tenho certeza de que o Senhor já teria exposto sua posição política: no mínimo teria encaminhado uma nota de repúdio ao seus pretensiosos pastores.  Já teria organizado passeatas e atos coletivos, porque, com seu imenso poder, Deus – só posso crer – é democrático e atualizado; já teria buscado, por todos os meios, incidir para que a homofobia e a suas violências correlatas fossem erradicadas. Mas convém respeitar  a paciência divina, e conforta crer que Ele esteja vendo, sentido, pensado e tomando providências. Na verdade, imagino que se Deus não fosse contra todas as formas de violência, já teria até mesmo tomado alguma atitude mais radical contra os homofóbicos.   (mais…)

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Presidente francês recebe líder indígena Raoni

Governo da França manifestou seu apoio ao movimento de preservação da amazônia

Presidente francês, François Hollande, recebeu o líder indígena brasileiro Raoni no Palácio do Eliseu, em Paris

AFP – O presidente francês, François Hollande, recebeu nesta quinta-feira (29) no Palácio do Eliseu o líder indígena brasileiro Raoni Metuktire, defensor da Amazônia.

Raoni estava acompanhado por Gert-Peter Bruch, presidente da associação “Planète Amazone”, e por Nicolas Hulot, presidente da Fundação pela Natureza e pelo Homem.

O cacique declarou-se feliz com o encontro e agradeceu ao “apoio de Hollande, dos franceses, da Europa e do mundo”.

O presidente francês elogiou a “trajetória pessoal e o corajoso compromisso em favor da preservação do meio ambiente”, indicou a Presidência francesa em um comunicado. (mais…)

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Muita terra para pouco fazendeiro

A Confederação Nacional da Agricultura deseja provar que o problema dos nossos índios não é terra. Errado. Muita terra têm os grandes produtores rurais

Márcio Santilli e Raul do Valle*

Ganhou espaço nesta Folha a divulgação de pesquisa encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com a pretensão de traçar um perfil da população indígena do país.

Uma de suas conclusões deixa clara a tese que pretende comprovar: “A situação territorial também causa preocupação, mas não é o maior problema, como afirmado por ONGs, movimentos sociais e certas áreas de governo”.

A pesquisa foi feita entre junho e julho, mas só foi divulgada agora, quando voltam à mídia os conflitos territoriais entre fazendeiros e índios guarani-caiová (MS) e xavante (MT). Os bens de consumo usados pelos índios caracterizariam “urbanização”. A enquete aponta que a principal preocupação dos índios seria seu precário atendimento de saúde.

Sempre houve interesse dos índios por bens de consumo que não produzem, desde ferramentas, alimentos, remédios até televisão e celular, o que não implica serem eles menos índios ou necessitarem de menos terra. Os demais brasileiros, a começar pelos patrocinadores da pesquisa, têm interesse por bens importados e nem por isso deixam de ser brasileiros. (mais…)

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Campanha viva a Vila Autódromo! Rio sem remoções!

Por Adriana Britto*

A Comunidade Vila Autódromo existe na cidade do Rio de Janeiro há décadas, e foi se desenvolvendo às margens da lagoa de Jacarepaguá, sendo inicialmente formada por pescadores, chegando hoje ao número aproximado de 400 famílias. É um exemplo de luta para dezenas de outras comunidades que tem sido ameaçadas ou despejadas em razão de políticas públicas que desrespeitam frontalmente o direito à moradia e à cidade. Isso porque, apesar das diversas tentativas de remoção ao longo de quase vinte anos, vem se mantendo e se fortalecendo diante de cada novo desafio enfrentado.

O paradigma de resistência dos moradores da comunidade Vila Autódromo, e de suas lideranças incansáveis motiva não só a outras comunidades mas tem possibilitado a formação de uma enorme rede de apoio formada por movimentos sociais, pesquisadores, integrantes do sistema de justiça, estudantes, militantes de direitos humanos autônomos e cidadãos(as) que não se conformam com a injustificada remoção.

Para dar maior visibilidade à história da Vila Autódromo e de outras comunidades que têm enfrentado ameaças de remoções, impulsionadas enormemente pelos projetos relacionados aos megaeventos que terão lugar na cidade do Rio de Janeiro, o GT Remoções do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas – Rio de Janeiro começou a discutir a criação de uma campanha “Rio sem Remoções”. (mais…)

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Está online a Revista Global #16: “Ferramentas de Luta”

A Global #16, publicação da Universidade Nômade, já está integralmente online. Com o mote “Ferramentas de Luta” conseguimos juntar muitas questões e dar conta de uma multiplicidade de pontos de vista, com a participação de artistas e debates sobre políticas, práticas e poéticas. Abaixo, o índice com links que levam diretamente aos textos. E para acessar a revista como um todo basta clicar AQUI. (mais…)

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Carta do VIII EnconASA evidencia a Política Nacional de Convivência com o Semiárido

Leitura da Carta Política no último momento do EnconASA | Foto: João Roberto Ripper

Verônica Pragana – Asacom

A Carta Política elaborada pela ASA nos cinco dias do VIII Encontro Nacional (EnconASA) – realizado na última semana (19 a 23 de novembro), na cidade de Januária, em Minas Gerais – anuncia a estratégia traçada por uma política nacional de convivência com o Semiárido, que não foi concebida em gabinetes, mas se torna real à medida que a sociedade civil ocupa espaços na concepção e implementação de políticas públicas.

“A Carta anuncia um conjunto de elementos e indicadores que gradativamente vão construindo um Semiárido viável. A nossa política é ir ocupando o Semiárido com boas experiências nas várias dimensões da proposta de convivência e a perspectiva é que estas ações sejam financiadas pelo governo”, assegura Naidison Baptista, coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia.

Em pleno processo de construção, esta Política é uma prova concreta da importância da atuação da sociedade civil na implementação de projetos de desenvolvimento sustentável não só para o Semiárido, como para todo o país. “Isso significa que para cumprir sua missão, o Estado não pode preterir a participação forte e ativa das organizações sociais na concepção, execução e no monitoramento de políticas públicas”, reforça um trecho do documento. (mais…)

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Negócio de terras “inventado” pela Cosan já vale R$ 2,3 bi e pode ajudar ações

A Radar, uma imobiliária high tech de fazendas, que segundo analistas possui valores “escondidos”, passará a fazer parte do balanço da empresa

Pedro Carvalho- iG São Paulo

A cena parece filme futurista. O engenheiro agrícola Douglas Pellegrina arrasta os dedos numa grande tela horizontal, como o tampo de uma mesa. A imagem de radar se amplia até mostrar uma fazenda no interior da Bahia. Com um clique, ele começa a gerar uma apresentação instantânea (um Powerpoint) sobre as terras: quanto chove, qual a inclinação, pendências jurídicas, reserva legal de mata nativa, potencial para mineração, dezenas de páginas com informações valiosas sobre a área.

Essa é a rotina na Radar, negócio que a Cosan basicamente inventou no País. A companhia juntou décadas de experiência em agronegócio, imagens de satélite que acumulou enquanto tocava suas usinas de cana-de-açúcar e bancos de dados públicos sobre o campo para criar uma imobiliária agrícola de alta tecnologia. “A Radar é exclusivamente imobiliária, a gente compra, vende e arrenda terras, mas não planta nem opera as fazendas”, diz Ricardo Mussa, CEO (sigla em inglês para presidente-executivo) da empresa. (mais…)

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México: Transnacionales preparan asalto a uno de los cultivos alimentarios más importantes del mundo

Por favor tomen un momento para firmar una petición global contra la comercialización de maíz transgénico en México.

Los gigantes de los agronegocios Monsanto, DuPont y Dow, están conspirando para realizar uno de los mayores golpes de la historia contra un cultivo alimentario de importancia global. En las próximas dos semanas, el gobierno saliente de Felipe Calderón podría aprobar las solicitudes de esas empresas para plantar un área enorme de maíz transgénico en México. Este “regalo de despedida” para las empresas sería una puñalada en el corazón del centro de origen y diversidad del maíz. Las consecuencias serán graves –y globales.  Ante la aprobación en ciernes, los movimientos y organizaciones de la sociedad civil exigen que se ponga un alto total al maíz transgénico en México.

La Unión de Científicos Comprometidos con la Sociedad (UCCS) de México, emitió una fuerte declaración demandando al gobierno revocar todos los permisos de siembra y cancelar todas las siembras experimentales de maíz transgénico en el país. El Grupo ETC se suma a estas demandas y llama a la FAO (Organización de Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura) y al CDB (Convenio de Naciones Unidas sobre Diversidad Biológica), como los organismos mandatados por la comunidad internacional para apoyar la seguridad alimentaria y proteger la diversidad biológica, a tomar acción inmediata para evitar el desastre. (mais…)

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Lideranças indígenas alertam para conflito iminente

Levantamento apresentado por lideranças indica que mais de 2 mil indígenas estão desaldeados em Dourados (Foto : Hédio Fazan/OPROGRESSO)

Valéria Araújo, Do Progresso

A Reserva Indígena de Dourados é uma bomba-relógio pronta para explodir. A afirmação é do vereador eleito Aguilera de Souza, que pretende se reunir com a comitiva da Presidência da República que chega hoje em Mato Grosso do Sul para discutir a questão da demarcação de terras no Estado. O grupo fará audiência na Assembleia e visitas em áreas de conflito. Dourados está na programação.

De acordo com o vereador eleito, Dourados já tem cerca de 2 mil indígenas desaldeados, que estão agrupados em cinco acampamentos espalhados por Dourados. “Esses indígenas sofrem constantemente com as ameaças que chegam dos proprietários da terra e, se nada for feito com urgência, a cidade poderá ser palco de conflitos a exemplo do que já acontece em outros municípios do interior”, destaca.

Conforme ele, os acampamentos são resultados do “inchaço” na Reserva de Dourados que tem 1,3 mil indígenas que vivem em 3,6 mil hectares. “Estamos sufocados pela falta de espaço na Reserva. Além disso, com a família crescendo dia após dia, quem não tem dinheiro para comprar a terra do vizinho por exemplo, não consegue plantar. Isso incentiva os acampamentos em novas áreas ocupadas. Por ano, nascem na reserva mais de 500 crianças o que gera uma população cada vez maior e num pequeno espaço de terra”, destaca. (mais…)

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MG – Oficina ”Identidade, terras e os desafios indígenas na cidade”

O Grupo Voluntariado Civil – GVC BRASIL através do Projeto Centro de Serviços para Populações Indígenas da Região Metropolitana de Belo Horizonte convida os interessados a participar da Oficina ”IDENTIDADE, TERRAS E OS DESAFIOS INDÍGENAS NA CIDADE” com Estevão Couto – Defensor Público Federal.

Data: 04 DE DEZEMBRO DE 2012

A partir das 18:30 h

Auditório da Defensoria Pública da União

Rua Pouso Alto, nº 15 – Bairro Serra, esquina com Av. Do Contorno, próximo a Av. Francisco Sales

Art. 231 da Constituição Federal:

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Se informe sobre seus direitos e deveres como cidadão indígena. (mais…)

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