Vereadores aprovam criação da Comissão da Verdade paulistana

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem (3) projeto que cria a Comissão da Verdade paulistana.

O órgão deve auxiliar a comissão nacional (ainda não instalada) e a comissão estadual a apurar crimes contra os direitos humanos cometidos na capital paulista entre 1946 e 1988.

Na prática, o foco das investigações serão os casos de tortura e desaparecimento forçado em São Paulo no período da ditadura militar, entre 1964-1985.

A proposta ainda precisa ser aprovada em segunda votação em plenário antes de ser promulgada.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1071341-vereadores-aprovam-criacao-da-comissao-da-verdade-paulistana.shtmla

Enviada por José Carlos.

Ler Mais

Assassinatos de homossexuais batem recorde em 2011, diz entidade

Aguirre Talento – De Belém

O número de assassinatos de homossexuais no Brasil atingiu o ápice em 2011, chegando a 266, segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia), que acompanha os casos desde a década de 1970. Houve crescimento pelo sexto ano consecutivo e, de acordo com a entidade, 2012 deve registrar novo recorde. Isso porque, nos três primeiros meses deste ano, já houve 106 assassinatos. Os dados divulgados pelo GGB se baseiam em notícias sobre os crimes veiculadas em jornais e na internet.

Para o antropólogo Luiz Mott, fundador da entidade, o número real de mortes deve ser maior. Mott criticou o governo federal por não criar um banco de dados específico sobre crimes contra gays. “Esse banco de dados estava previsto desde o Plano Nacional de Direitos Humanos 2, de 2002. Nem Lula nem Dilma cumpriram essa obrigação”, disse.

De acordo com o relatório, a maior parte dos assassinatos foi contra gays (60%), seguido de travestis (37%) e lésbicas (3%). “A maior visibilidade dos homossexuais –estimulados pelas paradas gays e pela presença de personagens gays e travestis em novelas– provoca maior agressividade dos homófobos”, disse Mott. Os Estados com mais mortes foram Bahia (28), Pernambuco (25) e São Paulo (24). (mais…)

Ler Mais

Mostra em Paris traz fotos inéditas de Lévi-Strauss sobre o Brasil

Cerca de 3.000 fotografias de tribos indígenas foram feitas no Paraná e Mato Grosso entre 1935 e 1939

Acontece em Paris, na galeria Defacto, a exposição “Mundos Perdidos”, que traz uma coleção de fotografias do antropólogo Claude Lévi-Strauss – parte delas inéditas.

Os registros fotográficos são de 1935 a 1939, quando Lévi-Strauss dedicou-se a documentar os povos indígenas brasileiros durante expedições aos Estados do Paraná e Mato Grosso. Parte delas foi conservada pela família e, outra parte, doada por Lévi-Strauss para o museu Quai Branly, em Paris – destas últimas, 245 são inéditas.  (mais…)

Ler Mais

Em média, dez pessoas são assassinadas por dia em Minas Gerais

Estatística é referente aos três primeiros meses deste ano

Daniel Silveira

Dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds-MG) revelam uma situação preocupante. Em média, 10 pessoas são assassinadas por dia no estado. A estatística se refere aos três primeiros meses de 2012, período em que 959 pessoas (10,5/dia) foram mortas em Minas Gerais.

Segundo a Seds, em janeiro e em março foram registrados 324 homicídios no estado. Já em fevereiro foram 311 assassinatos. Neste levantamento, foram considerados os registros feitos tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil.

Em 2011, também segundo relatório da Seds-MG, 3.754 pessoas foram assassinadas no estado, o que equivale a uma média de 10,2 homicídios por dia. Entretanto, este balanço considerou apenas os registros da PM. (mais…)

Ler Mais

Indígena da etnia guató morre aos 111 anos em Corumbá, MS


Júlia Caetano era considerada uma das índias mais idosas do Brasil (Foto: TV Morena)

Dona Júlia era considerada uma das índigenas mais idosas do Brasil. Ela estava internada em Corumbá. Morreu por falência múltipla de órgãos

A índigena da etnia Guató, Júlia Caetano, de 111 anos, morreu na manhã de segunda-feira (02), no Hospital de Caridade de Corumbá, distante 444 km de Campo Grande. Ela era considerada uma das indígenas mais idosas do Brasil.

A indígena foi transportada para o hospital na última sexta-feira (30), pelo comando do 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil. A paciente não resistiu e morreu por falência múltipla dos órgãos. Ela será enterrada na Aldeia Uberaba, localizada na Terra Indígena Guató. (mais…)

Ler Mais

“Quem dera ser um peixe”: mobilização contra projeto questionável na orla de Fortaleza

Raquel Rolnik*

Na semana passada, recebi um e-mail do movimento “Quem dera ser um peixe”, de Fortaleza, que vem mobilizando a população da cidade contra a construção de um aquário na orla da Praia de Iracema. Os integrantes do movimento têm se reunido todos os sábados, a partir das 16h, entre as duas pontes da praia.

O texto de apresentação do movimento no blog “Quem dera ser um peixe” traz questionamentos e aponta possíveis impactos negativos do projeto. Da falta de discussão pública à realização de um contrato milionário sem licitação, do perigo de remoção do Poço da Draga – tradicional comunidade de pescadores que está lá há mais de cem anos – à natureza do projeto de ocupação e à visão do projeto do que é a fruição artístico-cultural dos espaços públicos, além de todo debate em torno dos impactos ambientais. (mais…)

Ler Mais

Nuevo informe demuestra creciente oposicion a gigante de Biotecnologia Monsanto

Comunicado de prensa de Amigos de la Tierra internacional, Combat Monsanto y La Via Campesina

4 de abril de 2012, Washington (Estados Unidos) / Montevideo (Uruguay), París (Francia)

Hoy, en el día en que el gigante de la biotecnología Monsanto (NYSE: MON)  publica sus ganancias del segundo trimestre, un nuevo informe de organizaciones de la sociedad civil señala que los pequeños productores y los agricultores orgánicos, al igual que las comunidades locales y los movimientos sociales de todo el mundo resisten y rechazan cada vez más a Monsanto y al modelo de agricultura industrial que representa.

El nuevo informe, realizado conjuntamente por La Vía Campesina, Amigos de la Tierra Internacional y Combat Monsanto (y disponible en inglés, francés y español) brinda una mirada de las principales luchas contra Monsanto y otras empresas de agroquímicos que presionan para imponer los cultivos genéticamente modificados (OGM) a los agricultores y el medio ambiente.

“El informe muestra que la objeción cada vez más fuerte de los movimientos sociales y de las organizaciones de la sociedad civil están teniendo un impacto en la introducción de los cultivos GM”, sostuvo Josie Riffaud de La Vía Campesina. (mais…)

Ler Mais

MA: Pescadores reclamam de interrupção nas atividades do Rio Mearim por destroços metálicos da Vale

Rio está cheio de toneladas de ferro da ponte que cedeu há 20 dias. Embarcações estão paradas e famílias recorrem a outros ofícios

Por: G1 MA com informações da TV Mirante

Desde que a ponte ferroviária de Carajás caiu, há aproximadamente 20 dias, a navegação no Rio Mearim está interrompida. Com o problema, famílias que vivem da pesca e que usam embarcações como meio de transporte, reclamam de prejuízos. “Muitas embarcações estão paradas; as que carregavam peixes, que transportavam pessoas, tudo parado”, disse o pescador Raimundo Aurindo.

A estrutura de ferro da ponte, localizada nas proximidades do Povoado Arraial, estava sendo construída para a melhoria no tráfego da ferrovia Carajás. Ao ceder, toneladas de ferro foram despejadas no rio Mearim. Na localidade, está uma das comunidades mais prejudicadas com o incidente. (mais…)

Ler Mais

Um texto de Saramago sobre a Justiça, para o FSM 2010, que continua cada vez mais atual

Este belíssimo texto foi postado por Antônio Martins, no Outras Palavras, em 2010. Agradecemos a José Carlos pela sua recuperação e envio. TP.

Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um facto notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda.

Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século XVI), os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se encontrasse em vias de passamento. Saíram portanto as mulheres à rua, juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar.

Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. “O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino”, foi a resposta do camponês. “Mas então não morreu ninguém?”, tornaram os vizinhos, e o camponês respondeu: “Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça, porque a Justiça está morta”. (mais…)

Ler Mais

Anistia não é amnésia

“Se jogar luz no buraco cria problemas para alguns, aumentam as razões para empreender tal tarefa”

Cândido Grzybowski, Diretor do Ibase e sociólogo

É imanente ao viver humano entrelaçar o presente com o futuro e o seu passado. A aventura e a plenitude do viver é um processo experimentado no cotidiano, renovado a cada dia. Seu caldo temperado mistura o presente, desde tarefas repetidas diariamente até desafios inesperados, com o futuro desejado e possível, bem como com o passado vivido e pensado. Alegrias e dores, lembranças boas e ruins, todas se misturam com sonhos e desejos de um futuro diferente. E nesse turbilhão pensamos, analisamos, criamos significações, adotamos princípios e valores éticos, nos relacionamos e agimos, aqui e agora. Como destino e experiência coletiva, mas extremamente diversos, em termos de territórios, condições, funções e posições, transformamos isso tudo em contraditórias lutas sociais, que se exprimem tanto em processos e estruturas sociais, como em teorias e pensamentos em permanente disputa política.

Esta introdução me parece indispensável para ressaltar o quanto é bem-vindo para a democratização do Brasil o atual debate político sobre a Anistia, de 1979. Por mais contradições latentes que desperte, devemos enfrentá-lo coletivamente, pois está em jogo uma espécie de concertação sobre a nossa história passada, para que possamos sonhar com outro futuro desejável para nossos filhos e netos e pensar o que devemos fazer no presente para torná-lo possível. Diferenças e contradições profundas que nos separaram e ainda dividem não devem impedir tal busca da apropriação da história como expressão do que fizemos junto e da responsabilidade de cada lado. (mais…)

Ler Mais