Como o sistema ferroviário da Argentina foi saqueado

A rede ferroviária estatal argentina tinha 40.000 km e nela trabalhavam 190.000 empregados. Era a mais extensa da América Latina e, de certo modo, a coluna vertebral de um país. A história do desmonte desse sistema começa nos anos 60, quando montadoras estadunidenses e o Banco Mundial impulsionaram o Plano Larkin para desarmar a rede ferroviária do país, chegando até a reforma do Estado dos anos 90, quando o neoliberal Carlos Menem desmontou o Estado, privatizando todo seu patrimônio

Francisco Luque

Buenos Aires – Ao se completar um mês do trágico acidente ferroviário da linha Sarmiento, na Estação de Once, em Buenos Aires, que deixou 51 mortos e 703 feridos – três deles continuam hospitalizados -, ainda escuta-se o barulho. O barulho das famílias das vítimas que pedem maior celeridade à justiça para esclarecer as causas diretas do acidente e estabelecer quem foram os responsáveis. Também o ruído de uma sociedade ainda chocada que quinta-feira pela manhã, às 8h30min, a mesma hora da colisão, fez soar as buzinas de seus carros em lembrança das vítimas. Mas há outro ruído, talvez mais permanente e profundo, e é o ruído do saque do qual foi objeto o sistema ferroviário argentino.  (mais…)

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Minas terá que pagar R$ 50 mil por ato racista de torcedora contra Wallace

Oposto Wallace durante a partida contra o Minas, na Arena Vivo, pelo returno da Superliga

Devido aos insultos da torcedora, o STJD decidiu de forma unânime o valor da punição

O ato racista contra o oposto Wallace, do Cruzeiro, resultou em multa de R$ 50 mil ao Minas Tênis Clube. No clássico vencido pela equipe minas-tenista, por 3 sets a 2, válido pelo returno Superliga Masculina, uma torcedora chamou o atleta de “macaco”.

Após julgamento do caso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei (STJD), nesta quarta-feira (28), o clube acabou punido de forma unânime.

Como o ato foi de racismo foi praticada por uma torcedora (ainda não identificada), a denúncia foi tipificada no § 2º do artigo, que diz: “a pena de multa prevista poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de 720 dias”. (mais…)

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Acampamento do MLST que teve líderes executados terá de ser desfeito

Os líderes do acampamento foram executados em uma estrada de terra

Nesta quarta-feira, a Justiça determinou a reintegração de posse da Fazenda São José do Cravo à usina Vale do Tijuco Açúcar e Álcool Ltda

João Henrique do Vale

Os integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) terão de deixar o acampamento localizado na Fazenda São José do Cravo, na Cidade do Prata, no Triângulo Mineiro. O juiz da Vara Agrária de Minas Gerais, Octávio de Almeida Neves, determinou a reintegração de posse do terreno que pertence à usina Vale do Tijuco Açúcar e Álcool Ltda. As terras foram ocupadas em novembro de 2011. O local é o mesmo onde moravam os três líderes do movimento que foram assassinados no último fim de semana. A decisão ainda cabe recurso.

De acordo com o juiz, a posse do imóvel deve permanecer com a usina, que o explora “sistematicamente”, e não ficar “nas mãos daqueles que nem sequer têm recursos para explorá-lo, dependentes que são de políticas públicas viabilizadoras”. O magistrado questionou também se os ocupantes “estão cadastrados ou são aptos a serem beneficiários da reforma agrária”. (mais…)

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Professores acusam grupo de ex-alunos de invadir escola em SE e ameaçar homossexuais

Paulo Rollemberg
Do UOL, em Aracaju

Um grupo de cinco ex-alunos, armados com revólver e faca, tem realizado “invasões” na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Teles de Menezes, na zona norte de Aracaju, de acordo com professores da instituição. As ações seriam direcionadas contra estudantes homossexuais.

Segundo uma das coordenadoras da escola, que preferiu não ser identificada, o grupo começou a invadir a escola desde o último dia 12, início do ano letivo, e faz isso  todos os dias, sempre nos turnos da tarde e noite. O grupo tem acesso à escola pelos fundos, pulando o muro que divide o prédio de um matagal.

“Um deles arrancou o brinco de um rapaz e disse que aquilo não era coisa de homem. Eles ficam zombando dos homossexuais”, disse a coordenadora. Em uma das invasões, um dos jovens entrou no banheiro feminino. Segundo ela, as ações dos ex-alunos são ato de vandalismo. Orientada pelo secretário municipal de educação, Antônio Bittencourt, a coordenadora registrou um boletim de ocorrência no dia 27.

Bittencourt disse que, assim que tomou conhecimento do fato, entrou em contato com o major Edênisson Santos, comandante da Guarda Municipal. De acordo com o secretário, a guarda vai fazer o monitoramento da escola mais de perto a partir de agora.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/03/28/professores-acusam-ex-alunos-de-invadirem-escola-em-aracaju-e-ameacarem-homossexuais.htm

Enviada por José Carlos.

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Índios brasileiros de várias etnias se reúnem no Parque da Água Branca

Os índios brasileiros, considerados em sua totalidade, falam cerca de 180 línguas diferentes.

Para lembrar a cultura indígena e suas riquezas, acontece no Parque Água Clara, durante todo o mês de abril, o Oca di Versos – Awê de literatura indígena.

O evento vai contar com a presença de índios de diversas etnias e lugares do Brasil, como os Guarani, Pataxó, Munduruku, Pankararu e Kaingang.

Eles vão dar oficinas de artes, mostrar suas músicas e contar suas histórias. Destaque para o bate-papo com o escritor Daniel Munduruku, que já ganhou o Prêmio Jabuti, para a apresentação do Coral Guarani da Aldeia Krukutu, com 25 índios de várias idades, e para a apresentação de Bino Pankararu e os “Escondidos”, que se vestem com roupas de palha. (mais…)

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Câmara dos Deputados instala CPI destinada a investigar o trabalho escravo

Agência Brasil

Brasília – A Câmara dos Deputados instalou ontem (28/3) a comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a ocorrência de trabalho escravo e análogo nas áreas rurais e urbanas. Após a instalação, os integrantes da CPI elegeram o deputado Claudio Puty (PT-PR) para a presidência. Para a relatoria dos trabalhos foi designado o deputado Walter Feldman (PSDB-SP).

A primeira-vice-presidência da comissão ficou com o deputado Júnior Coimbra (PMDB-TO), a segunda com o deputado Homero Pereira (PSD-MT) e a terceira com o deputado Bernardo Santana de Vasconcelos (PR-MG). A CPI é composta de 28 deputados titulares e igual número de suplentes.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2012/03/28/interna_politica,295418/camara-dos-deputados-instala-cpi-destinada-a-investigar-o-trabalho-escravo.shtml

Enviada por José Carlos.

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Ministra critica decisão do STJ sobre estupro de menores de 14 anos

Agência Brasil

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, manifestou nesta quarta sua indignação com o entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre estupro de vulneráveis. Anteontem (27), a Terceira Seção da Corte decidiu que atos sexuais com menores de 14 anos podem não ser caracterizados como estupro, de acordo com o caso.

O tribunal entendeu que não se pode considerar crime o ato que não viola o bem jurídico tutelado, no caso, a liberdade sexual. No processo analisado pela seção do STJ, o réu é acusado de ter estuprado três menores, todas de 12 anos. Tanto o juiz que analisou o processo como o tribunal local o inocentaram com o argumento de que as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”.

A decisão do STJ é uma reafirmação do entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a questão. Em 1996, o ministro Marco Aurélio Mello, relator do habeas corpus de um acusado de estupro de vulnerável, disse, no processo, que presunção de violência em estupro de menores de 14 anos é relativa.

“Confessada ou demonstrada o consentimento da mulher e levantando da prova dos autos a aparência, física e mental, de tratar-se de pessoa com idade superior a 14 anos, impõe-se a conclusão sobre a ausência de configuração do tipo penal”. (mais…)

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Ameaça sobre o legado de Jorge Amado

Por Fábio Feldmann*

O cenário de “Gabriela, Cravo e Canela”, referência em turismo sustentável, está ameaçado pela construção de dois portos, que vão trazer navios de grande porte.

Às vésperas da Rio+20, o governo baiano propõe implantar no sul da Bahia um “projeto de desenvolvimento” com uma visão de progresso do século 20: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), com o objetivo de exportar commodities e minério de ferro através da construção de dois portos em Ilhéus.

O governo do Estado assume a responsabilidade pelo licenciamento ambiental dessa infraestrutura portuária perante o Ibama, ainda que um dos portos seja de uso privativo da Bamin (Bahia Mineração). O minério de ferro basicamente será explorado por essa empresa em uma mina no município baiano de Caetité. Sua vida útil seria de 15 anos, e a sua implantação comprometeria 27 cavernas. Vale lembrar que, pela sua importância, as cavernas são consideradas bens da União pela Constituição. Elas são ainda protegidas pela Constituição da Bahia.

Importa aqui chamar a atenção para a real vocação do sul da Bahia, ainda mais no ano de celebração dos 100 anos de Jorge Amado, o mais popular escritor brasileiro do século 20. Todos sabem que seus livros são ambientados no sul da Bahia – o mais conhecido, “Gabriela, Cravo e Canela”, acontece em Ilhéus. (mais…)

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“Os brasileiros não aceitam os índios”, afirma diretor de ‘Xingu’

Cao Hamburguer, diretor de 'Xingu', falou da produção do longa, que conta a história dos irmãos Villas-Bôas Foto: Fernando Borges/Terra

Gisele Alquas

Estreia no dia 6 de abril o filme Xingu, de direção de Cao Hamburguer. O longa conta a história dos irmãos Villas-Bôas: Cláudio (João Miguel), Orlando (Felipe Camargo) e Leonardo (Caio Blat), que se alistam na Expedição Roncador-Xingu, na década de 1940, e partem em uma missão com o objetivo de proteger os índios dos brancos. Elenco e direção receberam a imprensa na tarde desta terça-feira (27), em São Paulo.

Hamburguer falou de suas expectativas em relação ao projeto e citou algo que percebeu durante suas pesquisas: o preconceito que ainda há com os índios: “vi que infelizmente os brasileiros não aceitam os índios até hoje. É um absurdo essa rejeição, mas ela existe”. O diretor chegou a esta conclusão durante as gravações, que ocorreram na floresta amazônica, devido as queimadas nas fazendas próximas e o desmatamento: “o tanto de queimadas que há naquele local, o tanto que desrespeito em não se importar com a preservação da floresta é absurda. É um tesouro que temos que o Brasil está destruindo”, afirmou. (mais…)

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