SER(H)URBANO é o nome que Ana Almeida (urbanista com doutorado em Saúde Coletiva e integrante do GT Combate ao Racismo Ambiental) deu ao Blog que lançou, com a definição que usamos como título deste post. Na apresentação, que pode ser lida em seguida, ela é bastante clara quanto aos pressupostos dos quais parte e os objetivos que tem em mente. Que SER(H)URBANO tenha sucesso e venha a ser mais um aliado na luta. TP.
“O fenômeno da urbanização não é algo novo, mas sua difusão é recente e toma corpo com a segunda Revolução Industrial, transformando-se em um modo de vida que cresceu e tornou-se hegemônico, sendo adotado pela maioria da população mundial. Mais de 60% da humanidade vive em cidades. No Brasil esse percentual é bem maior e ultrapassa os 80% enquanto Salvador é um município que tem 99% da sua população concentrada em área urbana.
A cidade concentra oportunidades, infraestrutura, serviços, enfim, é onde corre e para onde corre o dinheiro, mas nem todos têm as mesmas chances, principalmente nos denominados países periféricos, nosso caso!!
Fruto de um modelo de desenvolvimento, o capitalismo industrial, a cidade moderna se desenvolveu de forma a fornecer toda estrutura necessária à reprodução do capital: mão-de-obra barata e insumos outros que permitissem o incremento da produção industrial e enriquecimento das classes dominantes. O espaço urbano se reproduziu e adquiriu características compatíveis a atuação dessa e de outras forças. Como um espelho passou a refletir as desigualdades, injustiças, descaso, preconceito e violência bem como o individualismo perverso que caraterizam a sociedade capitalista industrial, a despeito das modernidades, dos avanços e melhorias trazidas pela ciência e pela tecnologia e que indubitavelmente enriqueceram, aprimoraram e intensificaram a qualidade de vida. (mais…)