A Peleja do Povo Contra o Dragão de Ferro [Não à Vale e a Carajás, agora na íntegra]

O que pensam as mais de cem comunidades atingidas pelo complexo minerometalúrgico, capitaneado pela Vale, desde sua mina em Parauapebas-PA, até o Porto da Ponta da Madeira, em São Luís-MA?

O que sentem aqueles que veem nossas riquezas saqueadas para longe, deixando para o povo suas mazelas: doença, fome, violência e morte?

O que dizem os movimentos sociais e a sociedade civil organizada a respeito da duplicação de todo o sistema mina-ferrovia-porto que vem sendo implementada pela Vale e patrocinada pelo Estado? Como pesquisadores e acadêmicos interpretam os investimentos e os grandes projetos que garantem ‘desenvolvimento’ a essa região?

“A peleja do povo contra o dragão de ferro – Carajás 30 anos ” vai em busca dessas respostas, percorrendo todo o corredor de Carajás, encontrando pessoas, culturas e mostrando sonhos.

O filme, dirigido pelo maranhense Murilo Santos, dá continuidade a outras produções que analisam as violações de direitos promovidas pelos grandes projetos econômicos na Amazônia oriental, que historicamente têm contribuído para o avanço do capital na região. (mais…)

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Papa diz que exploração da natureza é pecado de nosso tempo

 

Jorge Mario Bergoglio
Jorge Mario Bergoglio

Reuters

Campobasso, Itália – O papa Francisco pediu neste sábado por mais respeito à natureza, afirmando que a destruição das florestas da América do sul e outras formas de exploração ambiental é um pecado da era moderna. Em pronunciamento na Univerisdade de Molise, em uma região agrícola e industrial no sul da Itália, o papa afirmou que a Terra deve poder prover seus frutos sem ser explorada.

“Este é um dos maiores desafios de nosso tempo: converter nós mesmos para um tipo de desenvolvimento que sabe como respeitar a Criação”, disse ele a estudantes, fazendeiros e trabalhadores dispensados, presentes à cerimônia realizada na universidade.

“Quando eu olho para a América, também minha terra natal (América do Sul), tantas florestas, todas cortadas, que se tornaram apenas chão … que não pode mais dar vida. Este é nosso pecado, explorar a Terra e não permitir a ela nos dar o que ela tem”, disse o papa argentino de improviso.

Francisco, que assumiu seu nome a partir da inspiração de São Francisco de Assis, santo do século 13 visto como patrono dos animais e do meio-ambiente, está escrevendo uma encíclica sobre o relacionamento do homem com a natureza. Desde sua escolha em março de 2013, o líder dos 1,2 bilhão de católicos romanos têm feito muitos apelos em defesa do meio-ambiente.

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Pesquisa revela que mulheres negras estão fora do cinema nacional

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Por Isabela Vieira, Repórter da Agência Brasil

As mulheres negras* não estão nas telas de cinema, nem atrás das câmeras. Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que pretas e pardas não figuraram nos filmes nacionais de maior bilheteria. Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragens entre os anos de 2002 e 2012. Além disso, atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.

Coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj, um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, a pesquisa A Cara do Cinema Nacionalsugere que as produções para as telonas não refletem a realidade do país, uma vez que 53% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prejuízo, na avaliação das autoras do estudo, é a influência de determinados valores sobre a audiência.

“Pelos dados, a população brasileira é diversa, mas essa diversidade não se transpõe para ambientes de poder e com maior visibilidade”, disse uma das autoras, a mestranda Marcia Rangel Candido. Ela acrescenta que, além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade. “As mulheres brancas exercem vários tipo de emprego, são de várias classes sociais, a diversidade é maior”, destaca.

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A morte do dançarino DG aponta um novo escândalo policial no Rio

Enterro de Douglas Rafael da Silva Pereira no Rio. Foto: Felipe Dana - AP
Enterro de Douglas Rafael da Silva Pereira no Rio. Foto: Felipe Dana – AP

O jovem recebeu um disparo feito por um dos nove policiais que participavam da operação

Por Francho Barón, em El País

As primeiras conclusões das investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte do dançarino carioca Douglas Rafael da Silva Pereira, mais conhecido por DG, não deixam muito espaço para dúvida: o jovem recebeu um disparo feito por um dos nove policiais que, na noite de 22 de abril, participavam de uma suposta operação contra narcotraficantes na favela do Pavão-Pavãozinho.

Segundo os investigadores, a bala que tirou a vida de DG foi de calibre 40 e corresponde às pistolas usadas naquela noite por dois policiais. O grupo fazia a patrulha equipada com fuzis de assalto de diferentes calibres. A investigação mantém em aberto duas interrogações cruciais: a primeira, em que circunstâncias DG foi morto. De acordo com a versão da polícia, o dançarino fugia de um intenso fogo cruzado entre policiais e narcotraficantes quando recebeu um disparo que entrou pela região lombar esquerda e saiu pelo ombro direito. No entanto, não são poucas as testemunhas que naquela noite se encontravam próximas ao local do incidente e que insistem que não houve nenhum confronto. As mesmas fontes falam de alguns disparos concentrados em um breve momento.

A segunda interrogação tem a ver com a autoria do disparo, com nomes e sobrenomes. Os investigadores ainda não chegaram a uma conclusão definitiva, embora as provas já apontem diretamente para dois policiais.
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Genocidio de la comunidad Aché: entre la impunidad y la memoria

 

Joven Aché capturado. Marzo de 1972. Fotografía: Christine Münzel
Joven Aché capturado. Marzo de 1972. Fotografía: Christine Münzel

Por Óscar Guerrero Bojorquez*, em Servindi

En lugares remotos de la República del Paraguay se recogen, cada vez con más frecuencia, pruebas que respaldan exhaustivos estudios que dan cuenta de un perverso genocidio en uno de los 19 pueblos indígenas existentes al día de hoy y que históricamente han sido marginados por el estado.

El presente material aborda algunos de los traumáticos episodios que vivió la comunidad indígena Aché del Paraguay como consecuencia de una política deliberada de genocidio aplicada por las autoridades de este país acompañada de la indiferencia de la sociedad en general. Pero antes de tratar la problemática es necesario conocer algunas características propias de este grupo humano.

Los Aché, llamados también Guayakíes (ratas de monte en idioma guaraní), son una comunidad aborigen de cazadores-recolectores nómadas que residían en la región este de Paraguay desde tiempos inmemoriales. El número de indígenas bordea las 1200 personas. La caza es la principal actividad y es considerada como el vínculo que mantiene intacta la conexión entre el bosque y los humanos. Los jefes tradicionales son la máxima autoridad y representan el elemento más importante de cohesión en la sociedad. Muchos apuntes de estudiosos de diversas nacionalidades que se desplazaron hasta el Paraguay en los años 60, 70 y muy recientemente indican que un aspecto cultural positivo de este grupo era el profundo respeto por las mujeres.

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‘Sou filho de uma geração dos índios sem futuro’, diz Gersem Baniwa

Gersem Baniwa
Há 30 anos, Gersem ajudou a fundar a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e a Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Foto: Winnetou Almeida

Gersem Baniwa convoca militantes para retomada da ação protagonista, que fez bonito nas décadas de 80 e 90: é preciso transformar potencial em realidade

Por Ivânia Vieira, em A Crítica

Nos dedos das mãos, quatro alianças. A de ouro, simboliza seu casamento. As outras três, em cores diferentes, são feitas do caroço de tucumã. A mais clara, no plano político, representa a cultura do branco; a de cor parda, o índio; a de cor preta, o negro; e no conjunto elas compõem um esforço pela grande aliança em favor da “transculturalidade do espírito humano”. Assim Gersem José dos Santos Luciano Baniwa define os símbolos que carrega.

E eles falam muito do atual momento de vida desse pesquisador e líder indígena, que tenta re-juntar o movimento indígena da Amazônia, renovar alianças com outros movimentos para garantir conquistas e encantar os jovens à caminhada que precisa ser feita.

Há 30 anos, Gersem ajudou a fundar a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e a Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Foi secretário de Educação em São Gabriel da Cachoeira, onde nasceu, e um dos responsáveis pela inclusão nas escolas do município de línguas indígenas, feito inédito no Brasil e legalizado no ano 2000.

Amante do diálogo, ele viajou o mundo, ocupou muitos cargos, estudou, produziu artigos e livros. Hoje é professor de Educação e diretor do Departamento de Políticas Afirmativas na Universidade Federal do Amazonas. É nessa condição que retoma as articulações dos povos indígenas. Em entrevista a A CRÍTICA, classifica de vergonhosa a situação das escolas indígenas no Amazonas e afirma que o movimento indígena estadual se acomodou. A seguir trechos da conversa: (mais…)

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CE – MPF ajuíza ações contra emissoras de TV acusadas de veicular cenas impróprias

logo mpfAções são resultado de longa investigação instaurada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão para buscar adequar a exibição de programas televisivos, considerando-se a faixa etária do público; Além das ações contra as TVs Jangadeiro e Diário, MPF firmou TAC com TV Cidade, que se comprometeu a adequar grade

MPF CE

Após mais de um ano de apuração, o Ministério Público Federal (MPF) encerrou as investigações sobre os conteúdos veiculados por emissoras de TV cearenses que estariam exibindo cenas impróprias e discriminatórias em suas grades de programação. Por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, o MPF firmou termo de ajustamento de conduta (TAC) com a TV Cidade e ajuizou ações civis públicas contra a TV Jangadeiro e TV Diário, acusadas de veicular conteúdos inapropriados.

Nas ações ajuizadas, o MPF pede, dentre outras sanções, o cancelamento da concessão dada às TVs Diário e Jangadeiro, além da condenação da TV Diário ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão, e do pagamento de R$ 500 mil pela TV Jangadeiro. Os valores deverão ser revertidos ao Fundo Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente.

Antes do ajuizamento das ações, o procurador da República Alexandre Meireles instaurou dezenas de procedimentos administrativos e realizou diversas audiências com representantes das TVs para propor a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta, advertindo quanto à necessidade de respeitar a classificação indicativa dos programas exibidos. Nas reuniões, o procurador solicitou que as emissoras apresentassem proposta de adequação do conteúdo dos programas inapropriados aos horários matutino e vespertino. As TVs Diário e Jangadeiro se opuseram a assinar o TAC proposto pelo MPF. Também convocada para audiência no MPF, a TV Cidade foi a única emissora a se comprometer a adequar a programação. (mais…)

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Carta da 37ª Romaria da Terra e das Águas ao Bom Jesus da Lapa: “Libertar a terra é defender a vida”

37ª Romaria da Terra e das Águas
37ª Romaria da Terra e das Águas

Na manhã deste domingo, 06/07, foi encerrada a 37ª Romaria da Terra e das Águas ao Bom Jesus da Lapa com grande plenário reunindo romeiros e romeiras de várias regiões da Bahia e de outros Estados. Após três dias de celebrações e reflexões os participantes voltam às suas comunidades com o compromisso de continuar a luta por uma vida digna e com a terra libertada. Confira a seguir a Carta do Encontro. (CPT BA)

 Carta da 37ª Romaria da Terra e das Águas ao Bom Jesus da Lapa

“Libertar a terra é defender a vida”

“A igreja da Lapa foi feita de pedra e luz.”Assim cantam os romeiros e romeiras no Santuário do Bom Jesus da Lapa. Nós da 37ª Romaria da Terra e das Águas, cerca de 6.000 pessoas dos vários cantos da Bahia e também de Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro, tomamos deste canto popular tradicional a inspiração para comunicar às comunidades, às organizações populares e movimentos sociais, às igrejas, às autoridades e à sociedade brasileira, as pedras e as luzes que esta romaria identificou em nossa caminhada de fé e luta. Pedras de tropeço, dureza, peso, dificuldade, mas também firmeza, teimosia, resistência. Luzes que iluminam o chão da caminhada e também o horizonte da chegada, o fim do túnel, a alvorada do Reinado de Deus, que é Amor, Justiça e Paz em tudo e todos. Em cada momento de nossa romaria, da celebração de abertura à de envio, na via sacra de Cristo e do povo e do corpo do mundo, nos cinco plenarinhos temáticos, no ritual da penitência, no ofício de Nossa Senhora e no grande plenário conclusivo, perpassaram o desejo premente e o compromisso inadiável da terra livre e da vida em abundância. (mais…)

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Reflexão e troca de experiências no segundo dia da 37ª Romaria da Terra e das Águas

Saida para os plenarinhos (1)

Os Plenarinhos movimentaram o segundo dia da 37ª Romaria da Terra e das Águas, em Bom Jesus da Lapa – BA, neste sábado, 05/07. Os encontros temáticos aprofundaram questões sobre os direitos da criança, juventude, trabalho escravo, revitalização das bacias hidrográficas, defesa dos territórios, e fé e política, contando com as contribuições dos romeiros e romeiras na partilha de suas experiências de luta e vivências de fé. Confira a seguir os registro desses encontros.

Por Equipe de Comunicação da 37ª Romaria da Terra e das Águas

Crianças empoderadas

Pela segunda vez a romaria abriu um espaço exclusivo para os romeiros mirins com o plenarinho “Criança é para ser amada e não explorada e abandonada”. Com a coordenação da Pastoral da Criança, da diocese de Irecê, a plenário reuniu cerca de 200 pessoas, entre adultos e crianças, aprofundando o tema do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

Para a romeira Sheila Moreira, da comunidade de Senhor do Bonfim, arquidiocese de Vitória da Conquista, “hoje as nossas crianças estão expostas a tudo, por isso a importância deste plenário”.

E a lição foi bem feita! A garotinha Hellen de Souza, 10 anos, de Canarana, diocese de Irecê, soltou a voz: “criança é para brincar, estudar e não para trabalhar. Foi muito bom a romaria colocar um plenário para nós. Hoje aprendi sobre os nossos direitos e também como devemos respeitar os nossos pais”, pontuou. (mais…)

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Fortaleza, sede da desigualdade na Copa do Mundo

Fortaleza e a Copa 1

Entorno do Castelão é cercado por bairros pobres; e cidade não conseguiu reduzir os contrastes sociais com o Mundial

Por Thays Lavor, em O Globo

Fortaleza tem sido o terceiro destino mais procurado na Copa 2014. Encanta pelo litoral, pela hospitalidade, mas abriga situações contraditórias. São várias as fortalezas dentro de uma só. Primeira cidade a entregar um dos estádios da Copa, não conseguiu ainda reduzir os fortes contrastes sociais. Apontada pelo relatório das Nações Unidas ‘State of the World Cities’ como uma das 20 cidades mais desiguais do mundo, a capital cearense possui 75,7% dos bairros com Índice de Desenvolvimento Humano por Bairro (IDH-B) menor que 0,5 — quanto mais próximo de zero, piores as condições locais de desenvolvimento humano.

Nestes bairros habitam a maior parte das 134 mil pessoas que vivem em situação de extrema pobreza. Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, esta população sobrevive com uma renda per capita média de R$ 39,42 mensais. Na quarta capital em número de aglomerados subnormais (ou seja, ocupações irregulares e/ou ilegais vivendo com serviços públicos precários), ao todo 369.370 habitantes (16% da população total) vivem em condições mínimas de vida, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE. (mais…)

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