Aos professores do Brasil e do Rio

Por Márcia Tiburi, em Filosofia Cinza

Prezados professores, meus colegas, prezados estudantes e ex-estudantes,

estive há dois dias atrás em um encontro de educação daqueles dos quais participamos para promover a nossa lucidez conjunta. O tema de debate da mesa da qual participei era “formação de professores”. A mesa era composta por César Nunes da UNICAMP e Emília Cipriano da PUC-SP. Nesse dia fiquei muito feliz pela qualidade da conversa, pela lucidez das abordagens. Sempre comprovo que nós que trabalhamos com educação sabemos muito bem do que é preciso em termos políticos para que as coisas melhorem em nosso país. Cristovão Buarque fez a conferência final do encontro e foi muito feliz em suas observações sobre caminhos concretos em termos de projetos. Ele insistiu na questão grave do salário dos professores e no projeto de educação nacional. A postura de Cristovão Buarque é a de um sobrevivente numa ilha no mar de lama da política nacional em relação à educação. Seu isolamento é prova de que o cenário geral é realmente biopolítico e condena a todos e cada um ao salve-se-quem-puder típico de um país sem cidadania.

No Brasil, não somos apenas privados de nossa cidadania, mas verdadeiramente condenados à injustiça, à degradação moral e física pela ausência de direitos, à indignidade.

Aquele foi um bom momento para pensar em muitas coisas: políticas, éticas, estéticas… (mais…)

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Polícia ataca índios na porta do Congresso Nacional

Maíra Irigaray – Ontem, durante a mobilização Nacional do índio, quando marchavam pacificamente em ato de resistência para entrar no Congresso Nacional que é supostamente “a casa do povo”; os povos indígenas foram recebidos com spray de pimenta na cara. Isso demonstra mais uma vez o quão descarado e ditador é este governo que temos. Mesmo assim; 513 anos depois, esses povos seguem firmes e prometem lutar enquanto tiverem sangue correndo nas veias.

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Seminário Carajás 30 anos: Um olhar para os grandes projetos da região Tocantina, de 16 a 18 de outubro

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Seminário Carajás 30 anos

Após 30 anos de mineração, siderurgia e projetos de “desenvolvimento regional”, implementados a partir do Programa Grande Carajás, faz-se necessária e urgente uma avaliação crítica dos processos sociais, econômicos e culturais desencadeados por esse grande investimento. Procurando dar continuidade ao “Seminário Consulta Carajás”, realizado pelos movimentos sociais na região entre 1992 e 1995, o Seminário “Carajás 30 anos” pode oferecer ao Brasil inteiro um testemunho concreto e inegável das contradições do ciclo de mineração e siderurgia. O seminário é organizado em parceria com programas de pós-graduação e grupos de pesquisa de universidades do Maranhão e do Pará, movimentos sociais e comunitários, sindicatos e pastorais. Contará com uma significativa participação dos atingidos por mineração em outras regiões do Brasil e do mundo.

O “Seminário Carajás 30 anos” é um processo que culminará em um evento com duração de quatro dias, a ser realizado na Universidade Federal do Maranhão, em maio de 2014, e contará com a participação de assessores e expertos no setor, bem como o testemunho de lideranças comunitárias e dos movimentos socioambientais. Durante o ano de 2013 e início de 2014, será precedido de seminários preparatórios locais, que envolverão regiões e territórios (a serem realizados em Belém, Marabá, Imperatriz, Santa Inês). Os seminários locais levantarão perguntas e temas que deverão ser debatidos no Seminário final, visando motivar a participação dos movimentos sociais e das comunidades e viabilizar a interação com a pesquisa acadêmica. (mais…)

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Padre Ton diz que pressão indígena deve continuar e que o PT está comprometido com a Constituição

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Padre Ton

Por Tudo Rondônia

Coordenador da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, o deputado federal Padre Ton (PT-RO) fez uma enfática defesa nesta quarta-feira  (2) a tarde da manutenção dos direitos indígenas no acampamento da Mobilização Nacional Indígena, em Brasilia, que permanece no gramado da Esplanada das Secretarias até 5 de outubro,quando a Constituição Federal faz aniversário de 25 anos.

Padre Ton ressaltou que se havia alguma dúvida de que o PT estaria dividido sobre as matérias legislativas que tramitam no Congresso Nacional para retroagir o direito à ocupação de terras que são bens da União, essa dúvida acabou. “É compromisso do nosso partido com a defesa dos direitos conquistados pelos indígenas na Constituição de 88”, disse ele, relatando o encontro ocorrido ontem com os ministros da Justiça, Eduardo Cardozo; da Casa Civil, Gleisi Hoffmman e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. No encontro foi entregue uma carta com propostas para solução de questões indígenas e da reforma agrária.

O deputado disse também que lamentavelmente o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), no momento em que ocorre a Mobilização Nacional indígena, interditou o debate que a Frente havia requerido para tratar da PEC 215 e outras matérias. “E ele não está na Casa, ele fugiu”, disse, acrescentando que a matéria somente foi suspensa porque há temor da direção da Casa e do setor ruralista do potencial de pressão indígena.  (mais…)

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Povo Mamainde manifesta repúdio ao governo brasileiro

Mamaindê - Foto: Marina Cândido Marcos
Mamaindê – Foto: Marina Cândido Marcos, recolhida de Índio Educa

“Nós, povo Mamainde, neste ano em que a Constituição Federal completa 25 anos, viemos manifestar nosso repúdio contra o governo brasileiro que desrespeita os direitos garantidos na CF de 1988, a fim de atender interesses do agronegócio, hidronegócio, grupos construtores, grandes latifúndios e políticos que se beneficiam com o dinheiro público.

Estamos conscientes que os artigos 231 e 232 da constituição federal estão sendo desmontado pelos inúmeros projetos legislativos, como: PEC 215, 038, 237, 195, portarias 303 e 308, projeto de lei 1610 e a PLP 227 que atentam contra os direitos garantidos na CF acirrando desta forma a violência contra nós.

Respeitamos a lei de vocês, mas vocês não respeitam a gente, temos a força dos espíritos dos antepassados que lutaram e derramaram o seu sangue em defesa da terra e acreditamos  que a vida é mais importante, pois somos filhos da terra e vamos defendê-la. (mais…)

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“A volta dos guerreiros, 25 anos depois da Constituinte”, por Egon Heck

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Texto e fotos por Egon Heck

Quem imaginaria que 25 anos depois daquela difícil mas gloriosa vitória dos povos indígenas e setores progressistas da sociedade, com avanços significativos e conquistas de direitos sociais garantidos durante o processo Constituinte, teríamos um quadro de mobilizações para impedir retrocessos. Sonhávamos com um cenário bem diferente: os direitos conquistados consolidados, rumo à construção de uma sociedade mais justa, na pluralidade de seus povos e culturas, democracia participativa e comunitária, não apenas representativa, formal e injusta.

Os guerreiros indígenas voltam à cena, ao espaço do poder, no planalto central. Exigem que não retirem seus direitos da Constituição: “Senhores do poder, cumpram a Constituição e não a rasguem, não desonrem o país. Não manchem a imagem da nação. Nossos direitos são sagrados e sob nenhuma hipótese podem ser violados”.

O espartano grito de guerra e paz dos Kayapó e centenas de povos indígenas, encheram o espaço do Centro de Formação Vicente Cañas, onde se reuniram mais de mil indígenas que, na madrugada do início de outubro, acamparam na Esplanada dos Ministérios para fazer ouvir o seu grito, nacional e mundialmente. A chuva fina não tirou o ânimo dos guerreiros que em pouco tempo construíram a grande aldeia plural no coração do poder, no planalto central. (mais…)

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Polícia diz não ter dúvidas de que Amarildo foi torturado na Rocinha

Campanha #OndeEstáAmarildo? ganha força nas redes sociais
Campanha #OndeEstáAmarildo? ganha força nas redes sociais

Segundo promotor, pedreiro foi morto por ser ‘fonte’ do tráfico. Dez PMs foram indiciados pelo desaparecimento de Amarildo.

G1 Rio

A Polícia Civil do Rio disse nesta quarta-feira (2) não ter dúvidas de que o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi torturado na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, no dia 14 de julho, quando desapareceu após ser levado para averiguação, como mostrou o Jornal Nacional. Dez policiais militares, incluindo o ex-comandante da UPP da Rocinha, foram indiciados no inquérito entregue nesta terça-feira ao Ministério Público do Rio pela Divisão de Homicídios (DH).

Segundo o delegado, o ajudante de pedreiro foi torturado na comunidade, mas não dentro do contênier que serve de base da unidade de policia pacificadora. “Dentro do contêiner, não. Dentro do contêiner não existia marcas de sangue”, disse o delegado Rivaldo Barbosa, acrescentando que a tortura pode ter sido realizada em um matagal. “É uma das nossas possibilidades. (mais…)

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