Por Márcia Tiburi, em Filosofia Cinza
Prezados professores, meus colegas, prezados estudantes e ex-estudantes,
estive há dois dias atrás em um encontro de educação daqueles dos quais participamos para promover a nossa lucidez conjunta. O tema de debate da mesa da qual participei era “formação de professores”. A mesa era composta por César Nunes da UNICAMP e Emília Cipriano da PUC-SP. Nesse dia fiquei muito feliz pela qualidade da conversa, pela lucidez das abordagens. Sempre comprovo que nós que trabalhamos com educação sabemos muito bem do que é preciso em termos políticos para que as coisas melhorem em nosso país. Cristovão Buarque fez a conferência final do encontro e foi muito feliz em suas observações sobre caminhos concretos em termos de projetos. Ele insistiu na questão grave do salário dos professores e no projeto de educação nacional. A postura de Cristovão Buarque é a de um sobrevivente numa ilha no mar de lama da política nacional em relação à educação. Seu isolamento é prova de que o cenário geral é realmente biopolítico e condena a todos e cada um ao salve-se-quem-puder típico de um país sem cidadania.
No Brasil, não somos apenas privados de nossa cidadania, mas verdadeiramente condenados à injustiça, à degradação moral e física pela ausência de direitos, à indignidade.
Aquele foi um bom momento para pensar em muitas coisas: políticas, éticas, estéticas… (mais…)