Povo Mamainde manifesta repúdio ao governo brasileiro

Mamaindê - Foto: Marina Cândido Marcos
Mamaindê – Foto: Marina Cândido Marcos, recolhida de Índio Educa

“Nós, povo Mamainde, neste ano em que a Constituição Federal completa 25 anos, viemos manifestar nosso repúdio contra o governo brasileiro que desrespeita os direitos garantidos na CF de 1988, a fim de atender interesses do agronegócio, hidronegócio, grupos construtores, grandes latifúndios e políticos que se beneficiam com o dinheiro público.

Estamos conscientes que os artigos 231 e 232 da constituição federal estão sendo desmontado pelos inúmeros projetos legislativos, como: PEC 215, 038, 237, 195, portarias 303 e 308, projeto de lei 1610 e a PLP 227 que atentam contra os direitos garantidos na CF acirrando desta forma a violência contra nós.

Respeitamos a lei de vocês, mas vocês não respeitam a gente, temos a força dos espíritos dos antepassados que lutaram e derramaram o seu sangue em defesa da terra e acreditamos  que a vida é mais importante, pois somos filhos da terra e vamos defendê-la.

Estamos cansados de ser tratados com preconceito e discriminação, queremos viver livres em nossos territórios porque a terra é nossa mãe. Vocês brancos sabem mudar a lei, mas não sabem cuidar da vida que está nos rios, na mata e na própria terra. Nas eleições vocês vem como gente boa,  mas por outro lado fazem leis contra a gente.

Exigimos a imediata revogação de todos os projetos legislativos que hoje tramitam no congresso, desrespeitando os nossos direitos. O governo de Dilma Roussef e o Congresso Nacional são assassinos da constituição. Chega de mudá-la.

Nós nos unimos ao movimento indígena e as mobilizações que acontecem em todo o Brasil contra os projetos legislativos e em defesa de nossos territórios e direitos”.

Fonte: Regional Rondônia do Cimi

Comments (1)

  1. Gostaria de externar minha solidariedade aos Mamaindê e a todos os Nambiquara que conheço a tanto tempo. E como não deixar de sentir uma ponta de prazer por ter convivido com eles por 14 anos, e vê-los agora, depois de tanto tempo, mais maduros, conscientes, reivindicando seus direitos, seus anseios, suas preocupações tão veementemente.

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