Morre aos 95 o ‘sacerdote-artista’ Mestre Didi, criador de linguagem com raízes africanas

Mestre Didi no evento que celebrou seus 90 anos no Museu Afro Brasil, em São Paulo, em 2009
Mestre Didi no evento que celebrou seus 90 anos no Museu Afro Brasil, em São Paulo, em 2009

Folha/UOL

O artista plástico, escritor, ensaísta e líder espiritual Deoscóredes Maximiliano dos Santos, popularmente conhecido como Mestre Didi, morreu em Salvador aos 95 anos. Ele foi enterrado neste domingo (6), por volta das 17h, no cemitério Jardim da Saudade, no centro da capital baiana.

O artista era famoso por representar elementos da cultura afro-brasileira em suas obras, como os orixás e os exus, temas recorrentes de suas esculturas. Desde a infância, executava objetos rituais e aprendeu a manipular formas e materiais com os mais antigos do culto orixá Obaluaiyê. (mais…)

Ler Mais

Projetos sociais combatem o trabalho escravo na zona rural de Vargem Grande

Marcello Casal Jr./ABr Vargem Grande (MA) - Maioria dos trabalhadores resgatados em trabalho escravo é do Maranhão. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que de 1995 a 2011 foram resgatadas 41,6 mil pessoas. Desses, estima-se que 28,31% são maranhenses. Em dois povoados na zona rural da cidade, Riacho do Mel, com 68 famílias, e Pequi da Rampa, com 42, em todas as casas, há algum morador, parente ou amigo próximo que deixou a comunidade para se submeter a péssimas condições de trabalho. Na foto, Maria Aparecida dos Reis, lavradora de Riacho do Mel
Vargem Grande (MA) – Maioria dos trabalhadores resgatados em trabalho escravo é do Maranhão. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que de 1995 a 2011 foram resgatadas 41,6 mil pessoas. Desses, estima-se que 28,31% são maranhenses. Em dois povoados na zona rural da cidade, Riacho do Mel, com 68 famílias, e Pequi da Rampa, com 42, em todas as casas, há algum morador, parente ou amigo próximo que deixou a comunidade para se submeter a péssimas condições de trabalho. Na foto, Maria Aparecida dos Reis, lavradora de Riacho do Mel. Fotos: Marcello Casal Jr./ABr

Mariana Tokarnia, Repórter da Agência Brasil

Vargem Grande (MA) – A falta de oportunidade é o que leva a maior parte dos trabalhadores da zona rural de Vargem Grande, no interior do Maranhão, a deixar as comunidades onde vivem e se submeterem a longas jornadas de trabalho e privação da liberdade. Nos últimos anos, projetos como a Rede Mandioca, desenvolvido pela Cáritas Brasileira Regional do Maranhão – entidade ligada à Igreja Católica – e o Juventude e Gênero no Campo, financiado pela Petrobras, têm buscado gerar renda para os moradores. A Agência Brasil e a TV Brasil visitaram dois povoados: Riacho do Mel e Pequi da Rampa, beneficiados por essas ações. (mais…)

Ler Mais

Henyo Barretto: “As demarcações de TIs hoje: retomando a lógica do biombo”

O antropológo e professor Henyo Trindade Barreto Filho fala sobre “As demarcações de TIs hoje: retomando a lógica do biombo”, no Colóquio Interdisciplinar sobre Povos Indígenas e Demarcações de Terras: a resistência, o confronto e os desafios jurídicos e antropológicos” realizado em 2 de outubro de 2013, na auditório do Centro Cultural Evandro Lins e Silva, no Conselho Federal da OAB em Brasilia – DF. (mais…)

Ler Mais

Ministério Público Federal anunciará medidas sobre desocupação no Cocó amanhã, dia 7, às 9:30h

Polícia no Cocó foge de dedoMinistério Público Federal no Ceará(MPF/CE) agendou uma coletiva de imprensa a ser realizada às 9h30 desta segunda-feira, 7, na sede do órgão (Rua João Brígido, 1260 – bairro Joaquim Távora). Na entrevista, serão apresentadas quais medidas serão adotadas pelo MPF-CE em relação à desocupação dos manifestantes contrários à obra da construção do viaduto que estavam há quase três meses acampados no Parque.

O órgão vai discutir a construção de viadutos no Cocó e os recursos judiciais cabíveis; as agressões morais e físicas sofridas pelo procurador da República Oscar Costa Filho durante a operação de retirada de manifestantes do parque; e o uso de forças de segurança do estado nas operações realizadas desde o início da ocupação do Parque por manifestantes contrários à obra. (mais…)

Ler Mais

‘Vivemos o maior ataque a direitos indígenas desde 1988’, diz pesquisadora

Jovens guerreiros Tupinambá. Foto – Daniela Alarcón

Por Carlos Minuano, especial para Rede Brasil Atual

São Paulo – Para a cientista social Daniela Alarcon, vive-se no Brasil uma conjuntura extremamente desfavorável aos povos indígenas, às comunidades tradicionais e aos camponeses. “Setores como o agronegócio ganharam muito espaço no governo Dilma”, diz. Segundo ela, essa é uma das principais razões da não conclusão do processo demarcatório das terras indígenas no sul da Bahia, assim como de outras áreas e da secular não realização da reforma agrária.

Ela se debruça sobre o tema desde 2010, esteve em pesquisa de campo durante quatro meses em 2012, e conta que conheceu todas as áreas retomadas na Serra do Padeiro, entre outras terras indígenas sob litígio. Em março de 2013, Daniela Alarcon concluiu pesquisa de mestrado pela UnB (Universidade de Brasília) sobre as retomadas de terras entre os tupinambás. E alerta: “Vivemos hoje o maior ataque aos direitos indígenas desde a promulgação da constituição de 1988″. (mais…)

Ler Mais

RJ – Dono da Andrade Gutierrez e sócio da Oi despeja esgoto no Leblon

Ségio AndradeSergio Andrade, dono da Andrade Gutierrez e sócio da antiga “supertele nacional”, que será controlada pela Portugal Telecom, foi autuado em flagrante; “Os filhos da família desta mansão de R$ 20 milhões mergulham no Leblon nadando no seu próprio xixi”, disse o secretário do Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc; obra para evitar o crime ambiental custaria R$ 2 mil; empresário diz que não fez nada de errado

Do Jornal do Brasil, na 247

Algumas situações são difíceis de compreender diante de fatos que, a princípio, parecem impossíveis de acontecer. Como por exemplo, o esgoto da mansão do milionário Sérgio Lins Andrade, dono da construtora Andrade Gutierrez, uma das maiores do Brasil e com várias obras no exterior, que não está ligado à rede pública de coleta e que custaria menos de R$ 2 mil para ser feito. Apesar desse custo, irrisório para um milionário, o ilustre morador do Condomínio Jardim Pernambuco, no Leblon – um dos metros quadrados mais caros do país – preferiu jogar os dejetos na galeria fluvial do bairro, conforme flagrante dado pela Secretaria Estadual de Ambiente nesta quinta-feira (3/10). (mais…)

Ler Mais

Monumento à resistência do povo Guarani, por Marcos dos Santos Tupã*

bandeirantes monumento pintado

Para nós, povos indígenas, a pintura não é uma agressão ao corpo, mas uma forma de transformá-lo. Nós, da Comissão Guarani Yvyrupa, organização política autônoma que articula o povo guarani no sul e sudeste do país, realizamos no último dia 02 de outubro, na Av. Paulista, a maior manifestação indígena que já ocorreu em São Paulo desde a Confederação dos Tamoios. Mais de quatro mil pessoas ocuparam a Av. Paulista, sendo cerca de quinhentas delas dos nossos parentes, outros duzentos de comunidades quilombolas e mais de três mil apoiadores não-indígenas, que viram a força e a beleza do nosso movimento. Muitos meios de comunicação, porém, preferiram noticiar nossa manifestação como se tivesse sido uma depredação de algo que os brancos consideram ser uma obra de arte e um patrimônio público.

Saindo da Av. Paulista, marchamos em direção a essa estátua de pedra, chamada de Monumento às Bandeiras, que homenageia aqueles que nos massacraram no passado. Lá subimos com nossas faixas, e hasteamos um pano vermelho que representa o sangue dos nossos antepassados, que foi derramado pelos bandeirantes, dos quais os brancos parecem ter tanto orgulho. Alguns apoiadores não-indígenas entenderam a força do nosso ato simbólico e pintaram com tinta vermelha o monumento. Apesar da crítica de alguns, as imagens publicadas nos jornais falam por si só: com esse gesto, eles nos ajudaram a transformar o corpo dessa obra ao menos por um dia. Ela deixou de ser pedra e sangrou. Deixou de ser um monumento em homenagem aos genocidas que dizimaram nosso povo e transformou-se em um monumento à nossa resistência. Ocupado por nossos guerreiros xondaro, por nossas mulheres e crianças, esse novo monumento tornou viva a bonita e sofrida história de nosso povo, dando um grito a todos que queiram ouvir: que cesse de uma vez por todas o derramamento de sangue indígena no país! Foi apenas nesse momento que esta estátua tornou-se um verdadeiro patrimônio público, pois deixou de servir apenas ao simbolismo colonizador das elites para dar voz a nós indígenas, que somos a parcela originária da sociedade brasileira. Foi com a mesma intensão simbólica que travamos na semana passada a Rodovia dos Bandeirantes, que além de ter impactado nossa Terra Indígena no Jaraguá, ainda leva o nome dos assassinos. (mais…)

Ler Mais

Os Kaxinawá de Felizardo: Correrias, trabalho e civilização no Alto Juruá

felizardo“Constantemente a Coordenação Regional do Juruá – FUNAI/ACRE recebe emails ou visitas de estudantes procurando informações sobre os povos indígenas da região do Juruá. (…)  O destaque hoje vai para a publicação “Os Kaxinawá de Felizardo: Correrias, trabalho e civilização no Alto Juruá”. Obra do querido amigo, o antropólogo Marcelo Piedrafita Iglesias, como resultado de sua pesquisa de doutorado. Abaixo segue uma matéria postada no blog do Altino, em 2008, que trata sobre esta publicação e  resume muito bem esta obra”.

Os Kaxinawá de Felizardo

Do Blog do Altino, em CR Juruá

A tese de doutorado “Os “Kaxinawá de Felizardo”: “correrias”, trabalho e “civilização” no Alto Juruá”, do antropólogo Marcelo Manuel Piedrafita Iglesias, é o documento mais instigante que li nos últimos anos sobre o Acre. Foi apresentada em fevereiro ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Destacado colaborador deste blog, Marcelo Piedrafita teve seu trabalho aprovado com louvor ao obter o título de doutor em antropologia social. Trata-se de uma alentada pesquisa, que se torna imprescindível para quem queira conhecer a verdadeira história do Acre. O texto da tese, com 481 páginas, é ilustrado por mapas e fotos inéditas. (mais…)

Ler Mais

Todos contra a Terceirização do Trabalho – Vídeo 1

O Movimento Humanos Direitos (MHUD) uniu-se à Anamatra na luta contra o Projeto de Lei nº 4.330/2004, que regulamenta a terceirização no Brasil. Diversos atores que participam do Movimento gravaram vídeos, sem cobrança de cachê, contra a proposta legislativa. Este primeiro vídeo conta com a participação dos atores e dirigentes do MHUD Dira Paes Gilberto Miranda e Priscila Camargo e os atores participantes do Movimento Bete Mendes e Osmar Prado. Compartilhe e diga não à precarização do trabalho e ao PL nº 4.330/2004!

Ler Mais

Spray aos baldes

Marcos de Paula/Estadão - 'O jato parecia de extintor. Pus a camiseta na cara', diz o professor
Marcos de Paula/Estadão – ‘O jato parecia de extintor. Pus a camiseta na cara’, diz o professor

Historiador diz que a polícia da ditadura militar era menos violenta que a atual PM carioca – transformada, segundo ele, em guarda do poder

Felipe Werneck – O Estado de S. Paulo

RIO – Desde junho, o professor titular de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira da Silva acompanha de perto as manifestações no Rio. Ele prepara com o documentarista Eryk Rocha, filho de Glauber, um filme sobre o que acontece nas ruas. Na terça, porém, sua proximidade com o tema chegou a deixá-lo sem respiração. Silva recebeu um jato de pimenta de um spray gigante, recente aquisição da Polícia Militar, e precisou tirar a camisa e cobrir o rosto para se proteger das bombas de gás lançadas pelos policiais na Cinelândia.

O professor diz que o Rio virou o epicentro dos protestos no País por ser uma cidade essencialmente de classe média e porque houve total falta de sensibilidade das autoridades e perda de governabilidade no Estado. Também afirma não temer comparações entre o que ocorre hoje e os protestos estudantis do período militar: “A polícia da ditadura era menos violenta do que a polícia do governador Sérgio Cabral”.

Especializado em história social, com pós-doutorado na Alemanha, Silva criou o Laboratório de Estudos do Tempo Presente da UFRJ e foi subsecretário de Educação no governo Brizola, na década de 1980. Conhece bem a causa dos professores, em greve há 51 dias. Para ele, o plano de cargos e salários da categoria do prefeito Eduardo Paes é “absurdo”, assim como sua aprovação por uma Câmara de Vereadores sitiada. “Me deixa perplexo que o Legislativo não tenha tido pudor em continuar legislando com a rua tremendo de bombas.” (mais…)

Ler Mais