Uma chacina mata sete no Rio. Mas quem se importa de verdade?, por Leonardo Sakamoto

Luto-300x225Blog do Sakamoto

Preste atenção nesta notícia:

Sete pessoas foram vítimas de uma chacina em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na última quinta (24). Os assassinos, provavelmente milicianos vestidos de preto, portavam pistolas e fuzis e não foram identificados.

Leu? Pois bem, em alguns dias ou semanas você já terá a esquecido e nem vai ouvir falar sobre o caso porque ele acabou soterrado entre tantas outras mortes sem sentido nas grandes cidades e no interior do país.

Vez ou outra um caso é adotado pela mídia ou pelos movimentos sociais e se mantém vivo, servindo de símbolo contra a violência policial ou visando repudiar organizações criminosas. Essa adoção é justa, claro, mas não deve ser encarada como um fim para si mesma e sim um instrumento para alguma coisa. A busca por uma resposta no caso do desaparecimento, tortura e morte de Amarildo serve também como instrumento para fazer Justiça sobre os casos que vieram antes dele, além de garantir que não ocorram outros depois.

Porque há um rosário de gente assassinada ao lutar por seus direitos que permanece anônima. Como anônimo viveu e morreu este trabalhador da foto abaixo que, cansado de lutar contra a servidão que lhe foi imposta, fugiu da fazenda e acabou atingido e enterrado em uma vala comum. A mesma vala comum para onde vão as lideranças sociais ou pessoas comuns que estavam na hora errada e no lugar errado, mas que lá permanecem porque não houve ninguém a denunciar o seu paradeiro ou, mesmo havendo, não conseguiu-se obter a atenção da mídia e do poder público. Este sujeito, apelidado de “Negão Maranhense”, não tinha documentação civil básica, não existia para o Estado. Nasceu e morreu como um fantasma – fantasma que não deixou de dar sua contribuição, pelo suor e pela pedra, ao desenvolvimento econômico da pecuária brasileira. (mais…)

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Falta médico em cidade amazônica que oferece salário de até R$ 40 mil

Vista área do município de Pacajá, localizado às margens da transamazônica no sudoeste paraense
Vista área do município de Pacajá, localizado às margens da transamazônica no sudoeste paraense

A prefeitura do município de Pacajá (355 km de Belém), localizado às margens da transamazônica no sudoeste paraense, oferece mais de R$ 40 mil para médicos que quiserem trabalhar por lá, mas mesmo assim não consegue completar o quadro mínimo de profissionais para atender a população.  (mais…)

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‘Dilma tem grande insensibilidade social’, diz Boaventura

Foto: Fabio Braga/Folhapress
Foto: Fabio Braga/Folhapress

Referência de militantes de esquerda em todo o mundo, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos diz que há retrocessos em segmentos dos direitos humanos no Brasil e critica a presidente Dilma por demonstrar “insensibilidade social”. Segundo ele, isso fica “ainda mais evidente por conta […] do estilo Lula, que era de muito mais aproximação com os movimentos sociais”.

Para Boaventura, no entanto, Marina Silva (PSB) não representa uma alternativa para a esquerda. Ele diz que sua eleição fortaleceria correntes religiosas conservadoras. Além disso, entende que, na economia, Marina seria um retorno ao que havia antes de de Lula. “Ela é uma cara nova para a direita”, afirma. (mais…)

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Mulheres do Rio Negro: A Avó do Mundo, por José Ribamar Bessa Freire

Bessa 1Em Taqui Pra Ti

Durante uma semana, de 16 a 22 de outubro, convivi com três índias em Canafé, no município de Santa Isabel (AM). Adelina Sampaio, Larissa Duarte e Adilma Lima participaram com mais 50 índios do II Curso de História Indígena no Médio e Alto Rio Negro. Elas são netas legítimas da Ye´pá-Bahuári-Mahsõ, a Avó do Mundo que criou o universo, tarefa realizada em outras mitologias por um Deus masculino, descartado no mito Tukano porque, sem útero, não pode fazer gentes. Aqui quem cria o mundo e gera os primeiros seres é uma entidade feminina. Faz sentido. (mais…)

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BA – Ativistas acusam Demétrio Magnoli de racismo e impedem fala de palestrante na Flica

Manifestantes não aceitam  participação do sociólogo Demétrio Magnoli
Manifestantes não aceitam participação do sociólogo Demétrio Magnoli

Da Redação de A Tarde, com informações de Verena Paranhos

Ativistas do movimento negro protestam na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontece no município do Recôncavo Baiano até este domingo, 27. Cerca de 30 manifestantes interromperam a mesa “Donos da Terra? – Os Neoíndios, Velhos Bons Selvagens” com o sociólogo Demétrio Magnoli e a historiadora Maria Hilda Baqueiro Paraíso logo após o início da discussão.

O grupo acusa o sociólogo, que é contra a política de cotas para negros, de ser racista. Por isso, eles não aceitam que Demétrio, que também é colunista dos jornais Estado de São Paulo e Globo, participe do evento. (mais…)

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Ameaças contra a retomada Tekoa Eukalipto

Em Passa Palavra

Membros da aldeia Tenondé-Porã, junto com os krukutus, estão em luta para retomar uma área abandonada que lhes pertencia há algumas décadas, localizada no extremo sul de São Paulo. No dia 16 de outubro eles ocuparam essa área, e alguns dias depois foram disparados tiros contra o acampamento, as barracas foram destruídas e as ferramentas jogadas num rio que cruza o terreno.

Diante disso, ao invés de desistir, os guaranis reforçaram a presença na área, e intensificaram a luta. Todo apoio à retomada das terras indígenas! Vida longa à Tekoa Eukalipto! Todo Poder ao Povo!

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Pleno do Tribunal de Justiça do Maranhão decide irregularmente a favor da Suzano

Por Mayron Régis em 

As decisões judiciais se abstraem ou preferem se abstrair da história em troca de favores do poder. Os favores nem sempre são mensuráveis. Para um juiz ou um desembargador o menor agradecimento vindo da parte de um politico ou de um empresário representa muita coisa para sua vaidade.

A desembargadora Raimunda Bezerra em agosto de 2011 concedeu uma liminar ao senhor José Gilney que pedia a nulidade de um decreto que expropriou parte da comunidade do Cajueiro, zona rural de São Luis, para destiná-la à empresa Suzano Papel e Celulose que pretende construir um terminal portuário com o propósito de exportar celulose.

Ao conceder a liminar, a desembargadora observou que o decreto de expropriação não atendia aos pressupostos exigidos de utilidade pública. Entre os fatos observados pela desembargadora, em sua liminar, verifica-se que o decreto tinha como razão direta favorecer a Suzano Papel e Celulose. A própria escrita do decreto preenche o nome da Suzano Papel e Celulose em seu conteúdo e nenhuma outra empresa. Construir um terminal portuário, segundo a desembargadora, não está incluído entre os motivos prementes para expropriar ou desapropriar uma área. (mais…)

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Justiça acata MPF e paralisa obra de Belo Monte: “Estão atropelando a legislação e fazendo o que querem”

belo Monte

Desembargador Antônio Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região suspende projeto e exige execução das obrigações ambientais e fixa multa diária de R$ 500 mil

Por Diego Amorim, no Estado de Minas

Brasília – As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, serão paralisadas mais uma vez, depois de decisão tomada na tarde de ontem pelo desembargador Antônio Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Caso não atenda a determinação judicial, o consórcio Norte Energia, responsável pela construção bilionária no Rio Xingu, pagará multa diária de R$ 500 mil.

Em decisão individual, à qual o Estado de Minas teve acesso com exclusividade, o desembargador acata denúncias do Ministério Público Federal (MPF), que questiona a viabilidade ambiental do principal projeto energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Estão atropelando a legislação e fazendo o que querem em Belo Monte”, alerta o magistrado.  (mais…)

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Mundo, racismo e preconceito: Educação para quase todos

Leonarda
Leonarda Dibrani, de 15 anos, foi expulsa violentamente da França durante uma excursão escolar. Presidente Hollande quer que ela volte sem a família e ainda tem coragem em falar deeducação

João Paulo. Editor de Cultura do Estado de Minas

A história de duas meninas, vítimas da intolerância, chamou a atenção do mundo nas últimas semanas. A primeira delas é Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que se tornou um símbolo na luta pelo direito à educação. A história de Malala, que foi recebida na ONU e por autoridades de todo o mundo, é bela, corajosa e exemplar. Depois que o Talibã tomou conta do vale do Swat, no Paquistão, e com sua ideologia impediu que as meninas frequentassem a escola, Malala levantou sua voz contra o silêncio imposto e passou a se bater pelo direito à educação.

Quase pagou com a vida por sua atitude. A jovem foi baleada na cabeça com um tiro à queima-roupa, dentro do ônibus que a trazia da escola. A recuperação física e a força moral que fizeram dela exemplo para todas as jovens que desejam estudar foram contadas em livro, escrito em parceria com a jornalista Christina Lamb, que correu o mundo e vem emocionando todos que o leem. Muito mais que uma história individual de brio e reconstrução, é uma defesa do direito de ser uma pessoa humana plena, em todos os contextos e circunstâncias. (mais…)

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Ministério Público recomenda suspensão das licenças para mineração no noroeste do Pará

MPF mineração PAÓrgãos públicos estaduais e federais foram recomendados a só concederem autorizações depois de consulta prévia, livre e informada, conforme prevê convenção 169 da OIT

MPF PA

O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) e o Ministério Público do Estado do Pará (MP/PA) encaminharam a órgãos públicos estaduais e federais recomendação para que sejam suspensas as licenças e autorizações expedidas para pesquisa ou concessão minerária nas unidades de conservação da região do alto rio Trombetas, nos municípios de Faro, Oriximiná e Terra Santa, no noroeste do Estado, região conhecida como Calha Norte do Pará.

O Ministério Público recomenda que a concessão ou não de novas licenças só seja decidida depois da realização de consulta prévia, livre e informada com as comunidades tradicionais da região. A consulta prévia é determinada pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

A recomendação para suspensão de atuais licenças e não concessão ou renovação de autorizações no platô Cruz Alta e em territórios quilombolas foi encaminhada nesta quarta-feira, 23 de outubro, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. A recomendação é válida para todas as licenças, quer as empresas de mineração tenham ou não autorização para pesquisa mineral ou concessão de lavra. (mais…)

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