Fabiano Maisonnave, enviado especial da Folha
Roseli Ruiz tem diploma de antropóloga e faz perícias em terras em litígio. Sua filha, Luana, dirige a ONG Recovê -“conviver”, em guarani. Mas ambas estão entre os mais ferrenhos defensores dos proprietários rurais de Mato Grosso do Sul na disputa de terras com indígenas.
“Fui invadida em 1998 e, no ano seguinte, fui fazer direito para entender esse desmando. No decorrer do curso detectei que o que estava fundamentando não era a legislação, e sim um relatório antropológico”, explica Roseli, que fez uma pós-graduação na Universidade Sagrado Coração, em Bauru (SP).
A propriedade fica em Antônio João (a 280 km ao sul de Campo Grande), na fronteira com o Paraguai, e tem 10 mil hectares. Uma parte minoritária está tomada por famílias guaranis-caiovás.
Com o tempo, conta Roseli, ela passou a fazer relatórios antropológicos em vários Estados, como Mato Grosso e Paraná. Seu próximo trabalho será na área da Raposa Serra do Sol, em Roraima.
“Não é assunto para demarcação quando os índios foram retirados para colonização. Não se pode fundamentar em 1500. Senão, o prédio da Folha tem de ser desapropriado e entregue pra índio”, afirmou.Ela afirma que, em todos os estudos, não encontrou nenhuma terra indígena. Ela admite que algumas áreas indígenas precisam ser ampliadas, mas via indenização justa, “e não confisco”.
A antropóloga-fazendeira afirma que tem um bom relacionamento com os índios. “Na minha fazenda, do lado do Paraguai, temos uma aldeia. E, desde que nós mudamos, há 32 anos, quem socorre os índios sou eu. Quando ocorria uma picada de cobra, eles vinham na fazenda solicitar que fossemos buscar.”
Ao seu lado, a advogada Luana disse que a criação da ONG foi a solução encontrada para “nos legitimar e participar das reuniões e descobrir o que está acontecendo”.
A entrevista ocorreu durante uma carreata realizada pelos produtores rurais anteontem. Em certo momento, uma amiga cumprimentou Roseli brincando: “Não vai virar a casaca, hein?”.
Curso latu senso como o dessa senhora não faz dela antropóloga, o curso nem é reconhecido pelo MEC! é uma verdadeira picareta querendo ter respaldo nas suas práticas ilegais apelando para ciência.
Ela não conhece absolutamente nada de antropologia. Os argumentos dela são totalmente frágeis, sem nada de método ou técnica, é puramente política. O curso de antropologia da “Universidade” que ela estudou não é reconhecido pelo MEC e não tem absolutamente nenhum antropólogo dando aula lá!!! O que falta é a ABA se manifestar contra essa picaretagem.
Na verdade o que ela fez foi estudar os métodos e técnicas da antropologia, quando muito seu referencial teórico, para se municiar e aos seus. Está pouco se lixando para uma prática real da ciência. É a mesma coisa que fazem aqueles advogados mau caráter que apenas usam os métodos e teorias do direito para encontrar todo tipo de brecha na legislação que favoreçam a seus clientes. Em ambos os casos a última preocupação de ambos é com a justiça, o conhecimento e a verdade.
É o estado de direito tomado por truques jurídicos da direita. Um estado democrático precisa criar mecanismos, para se defender destas anomalias legais, que permitem às raposas tomarem conta dos rebanhos.