Fiocruz e Funasa assinam Termo de Cooperação Técnico-Científica

Fiocruz e Funasa assinam hoje, dia 27, Termo de Cooperação Técnico-Científica que visa ao desenvolvimento de programas, projetos e atividades no campo da pesquisa e ensino, extensão, desenvolvimento tecnológico, informações técnico-científicas para a promoção de ações de saúde ambiental. Entre elas, estão a ampliação do acesso à água em quantidade e qualidade, a prevenção e assistência às comunidades atingidas por desastres e a ampliação de ações de saneamento ambiental articuladas pelas duas instituições. A assinatura do documento será realizada durante o primeiro dia do II Seminário de Saúde Ambiental da Funasa, promovido entre os dias 27 e 29 deste mês.

Para definir as ações que farão parte do Termo de Cooperação, representantes das duas instituições reuniram-se na FIOCRUZ Brasília, ontem (26). O encontro também proporcionou o planejamento e a definição de estratégias para a realização das tarefas previstas no Projeto Gestão Ambiental, Território e Promoção da Saúde.

“A cooperação com a Fiocruz é de grande importância, principalmente no que compete a ampliarmos a nossa discussão e a nossa capacidade técnico-científica. A questão da capacitação como um dos eixos é interessante e necessária, para que efetivamente a gente possa cumprir com o papel de um dos órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde”, disse a assessora do Departamento de Saúde Ambiental da Funasa, Sheila Rezende, na abertura da Oficina.

Rezende defendeu ainda o redesenho da atuação da Funasa e comentou sobre as ações da Fundação relacionadas à saúde ambiental. Para ela, é preciso ampliar a visão sobre promoção da saúde. “A nossa responsabilidade não se altera do ponto de vista de que a gente precisa fazer para trazer melhoria para a qualidade de vida para a população brasileira, o que vai talvez nascer a partir de agora é uma visão diferenciada disso. Essa é a intenção maior nesse momento de redefinição da Fundação Nacional de Saúde”, complementou.

O assessor da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), José Paulo Vicente da Silva, representou o vice-presidente VPAAPS, Valcler Rangel, na abertura do evento, e falou sobre a iniciativa da realização da Oficina às vésperas da assinatura do termo de cooperação. “Esta forma de iniciar uma cooperação é muito interessante. A gente vai poder dialogar, fazer um trabalho como esse. Esta é uma oficina que vai certamente gerar frutos concretos”, disse.

Sobre a cooperação entre as duas instituições, Silva afirmou: “a gente está com a oportunidade de dar um salto quali-quantitativo nesse processo, apontando para uma parceria orgânica. A gente salta de parcerias pontuais, de cooperações e projetos específicos, e passa a pensar na Fiocruz e Funasa como duas instituições do campo da saúde pública que agora vão atuar de forma orgânica e sistêmica com o objeto da saúde ambiental, da promoção da saúde e que passa também pelas questões que estão colocadas já no título do projeto”.

Segundo o assessor, o Projeto Gestão Ambiental, Território e Promoção da Saúde possui uma série de significados interessantes, que abordam conceitos sobre território, promoção da saúde e gestão ambiental. “A visão de território que a gente traz é o lugar da produção social da saúde, onde homens e mulheres produzem socialmente a sua existência. A forma de conduzir a existência pode gerar mais saúde ou menos saúde, doença, felicidade, alegria, tristeza”, explicou.

Ainda sobre os temas do projeto, Silva afirmou que, quando se analisa a Política Nacional da Promoção da Saúde, é possível verificar que a visão de promoção da saúde possui ênfase nos hábitos e nas atitudes individuais. “A promoção da saúde é o enfrentamento das causas das causas, ou seja, dos determinantes sociais da saúde. É colocar na agenda a política da habitação, do saneamento básico, educacional. Promover saúde significa pensar e agir, ou seja, atuar em saberes e práticas que tenham potência para enfrentar os determinantes condicionantes do processo saúde doença”, comentou.

Sobre a questão da gestão ambiental, Silva afirmou que esta incorpora todos os atores que estão no território, e que se dá em torno das relações entre saúde e ambiente, medida pelos processos de produção e consumo. “Temos um processo de produção e consumo que não é sustentável, não é saudável e que pode gerar e tem gerado uma relação entre saúde e ambiente com inúmeros problemas de saúde”. Como dados, o assessor citou que em torno dos 20% dos problemas de saúde brasileiro decorrem da relação entre saúde e ambiente e que, no Brasil, a coleta seletiva alcança apenas 3% de reciclagem de material reaproveitável. “Acho que essa parceria tem tudo para gerar um enfrentamento dessa questão, como de outras questões relativas à saúde ambiental, à promoção da saúde e às formas de gestão em territórios”, concluiu.

http://www.fiocruz.br/fiocruzbrasilia/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=989&sid=6

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