Por demarcações de terras, quilombolas ocupam prédio do Incra no Maranhão

Da Redação

Quilombolas representantes de 70 comunidades localizadas no Maranhão ocuparam nesta terça-feira (20) a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Luís. Cerca de 250 quilombolas estão no local para pressionar a direção nacional do Incra a elaborar 54 relatórios antropológicos, documentos que definem perímetro das terras quilombolas e características culturais das comunidades, necessários para homologar terras quilombolas.

Segundo o advogado Diogo Cabral, da CPT (Comissão Pastoral da Terra), entidade que está prestando assessoria jurídica aos quilombolas, a superintendência do Incra havia prometido, no ano passado, elaborar os relatórios, mas não vem realizando o trabalho. O Incra no MA não foi localizado para confirmar a informação. Os remanescentes de quilombos também reivindicam do governo estadual mais segurança e resultados em investigações de crimes cometidos contra lideranças no Estado.

Desde 2010, três líderes quilombolas foram assassinados no Maranhão. Até agora, nenhum responsável foi condenado. Os quilombolas dizem que vão continuar no prédio até serem atendidos pela direção do Incra. Nesta quarta-feira (21), os quilombolas farão uma marcha em São Luís para marcar o dia nacional de combate ao racismo.

O Governo Federal entregou o título de apenas uma terra quilombola no primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff. O levantamento foi feito pela Comissão Pró-Índio e aponta que a Colônia de São Miguel, no Mato Grosso do Sul, com 333 hectares, foi a única beneficiada pela ação do Incra. Além desta titulação, foi emitido apenas um decreto de desapropriação, que é um passo anterior à conclusão do processo.

http://sul21.com.br/jornal/2012/03/por-demarcacoes-de-terras-quilombolas-ocupam-superintendencia-do-incra-no-maranhao/

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