Campanha é lançada em Manaus para chamar atenção de saúde indígena do Vale do Javari

Lançamento da iniciativa acontece nesta quarta-feira, em Manaus, quando indígenas denunciaram descaso com a saúde

Indígenas da região do Vale do Javari, no Amazonas, participam de campanha de registro civil realizada pela Seind
Indígenas da região do Vale do Javari, no Amazonas, participam de campanha de registro civil realizada pela Seind

Alaíze Farias

A redução das populações indígenas da região do Vale do Javari causada pelos constantes casos de doenças como hepatite e malária vem revoltando há muitos anos as lideranças das etnias Marubo, Mayoruna, Kulina, Matis e Kanamari.

Apesar das denúncias enviadas a várias instâncias governamentais nacionais e internacionais, muitas delas até mesmo nas Organizações das Nações Unidas (ONU) nos últimos anos, as medidas não têm surtido efeito, segundo Jader Comapa, coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

“Estamos sendo aniquilados pela hepatite. O povo marubo, por exemplo, era formado por 20 mil pessoas há 40 anos. Há dez éramos mais de dois mil. Agora somos menos do que isso”, disse Comapa, que está em Manaus para participar de uma campanha nacional e internacional  que pretende chamar atenção da situação dos povos indígenas do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte.

A campanha vai ser lançada nesta quarta-feira (26), no auditório Rio Javari, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A iniciativa tem participação de lideranças da Univaja, da Associação Indígena Kanamari do Vale do Javari (Akavaja) e Associação Marubo de São Sebastião – Amas e Associação Indígena Matis (Aima).

“A situação do Vale do Javari já é do conhecimento de muita gente. Mas temos um problema sério, de muitas mortes, e que nada é feito para impedir. Os indígenas estão sem tem para onde recorrer. Queremos dar visibilidade ao problema”, disse Comapa.

Conforme Jader Comapa, as ações do governo federal nas áreas de saúde e educação ainda são insuficientes e pequenas. “A saúde implantada para nós ainda é de urgência. Nunca é de prevenção. Muitas mulheres morrem durante o parto por falta de atendimento. Há falta de profissionais de saúde mas parece que está tudo bem, somente quando a gente faz campanha e expõe para a mídia é que o governo faz alguma coisa”, comentou.

http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-Campanha-atencao-indigena-Vale-Javari_0_578942533.html

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