Defensor público: CSA é uma ameaça grave à saúde do Rio de Janeiro

O defensor público do estado do Rio de Janeiro Daniel Pereira disse, durante a audiência pública sobre a saúde do trabalhador da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que desde 2004, quando a empresa começou a se instalar no Brasil, sua construção foi cercada de polêmicas relativas ao impacto que teria tanto no meio-ambiente, quanto para os trabalhadores. Para o defensor, os moradores próximos à usina também estão ameaçados, especialmente no bairro de Santa-Cruz, na Zona Oeste do grande Rio de Janeiro.

A reunião é uma iniciativa da subcomissão especial sobre saúde do trabalhador e ocorre no Plenário 12, da Câmara dos Deputados.

Os riscos se devem, segundo ele, ao fato de a Companhia se instalar em uma região, na Baía Hidrográfica de Sepetiba (RJ), cuja bacia já estava saturada antes mesmo da instalação. Havia denúncias, que depois foram confirmadas por estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de que o número de partículas sólidas de aço no ar ultrapassavam a quantidade aceita na Europa e também pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Risco socioambiental

A região é considerada de “alto risco socioambiental e de grande vulnerabilidade” uma vez que esta é uma área que tem entre suas principais atividades econômicas a agricultura. Ou seja, os alimentos poderiam ser contaminados. Segundo a Fiocruz, a distância mínima de 1.500 metros entre a CSA e algumas casas de moradores não foi respeitada, afirmou o defensor público. Além disto, 120 trabalhadores chineses estariam trabalhando sem contrato e outros, brasileiros, em condições degradantes de trabalho.

O pó brilhoso prateado estaria causando problemas dermatológicos, respiratórios, oftalmológicos e até neurológicos graves. A construção estaria causando rachaduras nas casas, haveria falta de informação da empresa aos trabalhadores e moradores, além de ameaças a pessoas que denunciaram a empresa. Entre 18 de junho e 30 de novembro do ano passado, o número de partículas de aço estaria 23,5% acima da média permitida internacionalmente.

Respondendo há pouco aos representantes da CSA, o defensor público afirmou que, se a situação continuar, o problema poderá ser alvo de ação civil pública da Defensoria do Rio de Janeiro.

http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/SAUDE/203504-DEFENSOR-PUBLICO:-CSA-E-UMA-AMEACA-GRAVE-A-SAUDE-DO-RIO-DE-JANEIRO.html

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