Parentes pedem abertura dos arquivos da ditadura militar, que faz 49 anos. Manifestante protestou com os seios de fora em ato, no Centro do Rio
Do G1 Rio
Estudantes e parentes de vítimas do Golpe de 64 fazem uma manifestação, nesta segunda-feira (1º), no Centro do Rio, contra a ditadura. Por volta das 16h30, cerca de 150 manifestantes estavam reunidos na Avenida Rio Branco, em frente ao Clube Militar. Gritando palavras de ordem, o grupo pedia a abertura dos arquivos da ditadura militar. Uma manifestante preferiu protestar com os seios de fora, mas com o rosto coberto por gaze.
O Golpe de 64 completou 49 anos nesta segunda-feira. Em 2012, a presidente Dilma Rousseff instalou a Comissão da Verdade, que tem por objetivo apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura.
A jornalista Hildegard de Angel, irmã de Stuart Angel, que era militante do grupo guerrilheiro MR-8, foi ao ato e deu um depoimento emocionado, pedindo informações sobre a morte do irmão, ocorrida em 71.
“Me infelicita muito que tantos anos depois a gente tenha que continuar falando em pé na rua. Se não fizermos isso, a história cai no esquecimento. Nossas crianças não conhecem essa história. É uma vergonha para o Brasil, porque até hoje aqueles truculentos que mataram milhares no Brasil têm voz”, disse em seu discurso.
Djalma Oliveira, irmão da guerrilheira Dinalva Oliveira, a Dina, também protestou: “É bom para homenagear o sacrifício dos nossos heróis e protestar contra esses ‘milicos’ que comemoram o que eles chamam de revolução”, declarou.
Os indígenas que moravam no antigo Museu do Índio, no Maracanã, na Zona Norte, também participaram da manifestação. O grupo teve que deixar o prédio após pedido do governo estadual e da intervenção do Batalhão de Choque da PM, no dia 22 de março. Na desocupação, houve confusão e os PMs precisaram utilizar spray de pimenta e gás lacrimogêneo. No imóvel será construído o Museu Olímpico.