“Polícia Militar do Rio é a mais corrupta do país, mostra pesquisa”

Foto: Arte Ivan Moura

Guilherme Amado e Paolla Serra, no Extra

A Polícia Militar do Rio de Janeiro está no topo do ranking da extorsão policial no país. Do total de pessoas achacadas por policiais militares, 30,2% são do estado. O dado faz parte da Pesquisa Nacional de Vitimização, encomendada pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ao instituto Datafolha, e obtida com exclusividade pelo EXTRA. Segundo o levantamento, o estado tem mais vítimas desse crime do que todos os demais estados da Região Sudeste somados, inclusive São Paulo, que tem a maior população e a maior corporação militar do país. A PM de São Paulo aparece em segundo lugar na pesquisa.

– Essa pesquisa mostrou, de fato, que a PM do Rio é a mais corrupta no país. Mas acho que a gente deve entender que o policial é recrutado na nossa sociedade, é um retrato dela – defendeu a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. (mais…)

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RJ – Carta Aberta da Associação de Moradores do Jacarezinho

A Associação de Moradores do Jacarezinho vem comunicar que a cobrança por conta dos abusos e a morte do morador  Alielson Nogueira, ocorrida na madrugada do dia 05.04.2013, estão sendo tomadas.

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, fundado no Jacarezinho, uma medida inédita nas favelas, já foi acionado!

O Presidente da Associação Rumba Gabriel se reuniu com o Major Cláudio Halicki, e cobrou providências imediatas, o qual prontamente marcou uma reunião para o dia 17 de abril, para conversar com os moradores. Segundo o Presidente, este episódio não pode cair no esquecimento e se transformar em mais uma estatística oficial:

“Acontece que já estamos acostumados com essa História de que ‘estamos tomando providências’, portanto vamos encaminhar um documento direto para Secretaria de Justiça em Brasília. Inclusive convocamos o nosso jurídico que irá acompanhar o desdobramento deste fato lastimável. Com certeza este não terminará em pizza e sim em Justiça Social, para que sirva de exemplo para todas as demais favelas do nosso Rio de Janeiro.

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RJ – “UPP = UPPE – Unidade de Polícia Exterminadora!”

por Raull Santiago

O que presenciei hoje, me da total liberdade para a utilização da seguinte fala: UPP de MERDA!

Estava com alguns amigos numa pizzaria que fica na entrada da Grota, no Complexo do Alemão, ouvi dois disparos, pulei da cadeira com a câmera na mãe e me deparei com a seguinte situação: Um policial com arma em punho, atirando para frente!

Cá entre nós, inicialmente o que me atormentou nem foi saber em quem ele ativara, mas, a forma como atirava, se é que se fizesse necessário algum disparo. O policial disparou 6, eu disse um total de 6 disparos, para frente! O que tinha à frente dele, independente do que é que ele tenha visto, é um bar muito conhecido, o primeiro bar que nos deparamos ao entrar na Joaquim de Queiroz, lotado de pessoas, afinal, hoje é sexta feira. Fiquei muito preocupado com a direção dos disparos, fiquei perplexo.

Assim que os disparos terminaram, um carro golzinho da PM em alta velocidade veio na contra mão e parou ao lado do policial que disparou, este entrou dentro do carro e o carro arrancou saindo do local. No mesmo momento vários outros policiais chegavam por todos os lugares, enfim, aquele que havia efetivado o disparo já havia sido camuflado, mas, eu sei quem foi, eu fiz a foto, eu tenho foto da numeração do carro que o levou e de quem pilotava a viatura!

Após a camuflagem do mesmo, fui até o bar e o que soube foi ainda mais assustador, o policial estava DISPARANDO em um jovem que estava com UMA CRIANÇA NO COLO! (mais…)

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RJ – Assassinato na favela do Jacarezinho, por Léo Lima

Texto e Fotos: Léo Lima – Favela em Foco

Na noite de 4 de abril de 2013, por volta de 21hrs na localidade conhecida como Beira do Rio, na favela do Jacarezinho, policiais fortemente armados não conseguiam conter uma confusão com moradores do Pontilhão e perderam o controle da situação que resultou na morte de Aliélson Nogueira, 21 anos, atingido por um tiro na nuca, enquanto comia um cachorro quente.

Após truculenta ação de policiais que revistavam possíveis suspeitos com o trafico de drogas na favela, moradores se rebelaram contra os policiais – como de costume em favelas ocupadas pelas forças policiais. Bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta, tiros de bala de borracha e de fuzil foram feitos contra os moradores, que revidaram jogando tijolos, pedras e paus.

Do outro lado da rua, pessoas que nada tinham a ver com a confusão, tomavam cerveja, crianças brincavam e jovens ouviam música na porta de casa – como de costume em qualquer lugar. Entre as pessoas que se divertiam estava o jovem Aliélson Nogueira, de 21 anos, conhecido como Lourão, que era trabalhador de uma oficina de reciclagem dentro da própria favela. (mais…)

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Polícia pacificador. Polícia passa e fica a dor*…

Por Matheus Rodrigues

No Alemão, um homem baleado (http://glo.bo/YypbtT). No Jacarezinho, um jovem assassinado enquanto comia cachorro-quente na rua (http://glo.bo/ZcqIS9). Na Maré, um morto e dois feridos (http://glo.bo/ZFYJdx). Tudo isso em uma semana.

No Alemão e no Jacarezinho, os responsáveis foram policiais das UPPs locais (Polícia Pacificadora, ou Passa-e-fica-a-dor, como diz o funk do Raphael Calazans). Na Maré, foi o Bope. Esses casos são apenas uma pequena amostra do que acontece nas periferias, já que a polícia do RJ é a que mais mata em todo o mundo: três pessoas por dia.

Sobre a ação no Jacarezinho, o comandante da UPP disse que “é uma questão de se acostumar” com as abordagens (http://bit.ly/17jhLOh). Não, major. Não é a população que tem que se acostumar com essas abordagens arbitrárias e violentas. É essa lógica assassina de ~segurança pública~ que deve ser radicalmente alterada. Para que, como disse certa vez o Eduardo Galeano, o outro seja visto como uma promessa, e não mais como uma ameaça. (mais…)

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Morre Dona Emília, matriarca do povo Puruborá (RO)

CIMI – Morreu nesta quinta-feira, 4, às 17 horas, Dona Emília Nunes de Oliveira Puruborá, com 80 anos. Nascida em 1933 na aldeia Puruborá, às margens do rio Manuel Correia, hoje município de Seringueira, Rondônia, era a matriarca do povo Puruborá.

Dona Emília teve 17 filhos e criou 10 deles, entre eles Hosana Puruborá, importante liderança do povo, vivendo no Rio Manuel Correia com muito esforço e luta. Dona Emília sofreu com as discriminações do Serviço de Proteção do Índio e depois da própria Fundação Nacional do Índio (Funai), que dava como extinto o povo Puruborá. Em meados da década de 90 foi expulsa de sua própria terra pela Funai.

Sem moradia, o esposo de Dona Emília queria migrar para Guajará Mirim. Ela afirmou: “Você pode ir, porém, eu e minha família ficaremos aqui”. Vendendo seus bens, conseguiu comprar um lote dentro do próprio território tradicional do povo Puruborá, às margens da BR-429, próximo ao rio Manuel Correia.

Marechal Rondon contatou o Povo Puruborá em 1919, no rio Manuel Correia, afluente do rio São Miguel, onde fez a demarcação da terra. Em 1925, Bejamim Rondon, filho do Marechal, reabriu a demarcação.

No final do ano 2000, o Cimi Regional Rondônia encontrou a família de Dona Emilia Puruborá, que contou sua história e pediu ajuda para recuperar a terra tradicional. Com informações dela outras família foram localizadas. (mais…)

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Promotoria quer novo julgamento de réu absolvido

IHU On-Line – Os promotores de Justiça Bruna Rebeca, Ana Maria Magalhães e Danyllo Colares pediram ontem um novo julgamento para o José Rodrigues Moreira, que foi absolvido da acusação de ter sido o mandante do assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva. Moreira foi inocentado nesta quinta-feira (04) por 4 votos a 3 pelo tribunal do júri, em Marabá (PA). Os outros dois acusados, Alberto Lopes do Nascimento e Lindonjonson Silva Rocha, foram condenados a mais de 40 anos de prisão cada. “Só parte da justiça foi feita e nós só descansaremos quando condenarmos o mandante do crime”, afirmou Ana Magalhães

Carlos Mendes – O Estado de S. Paulo

Os advogados dos dois condenados também anunciaram que vão recorrer, pois o processo estaria “cheio de falhas”. Para Wandergleisson Fernandes Silva e Erivaldo Santis, os clientes entraram “condenados pela mídia” na sala do júri antes mesmo da realização do julgamento.

De acordo com Colares, há “bastante provas nos autos” contra Moreira. Ele disse que o réu apelou para um “golpe teatral”, ao se ajoelhar no tribunal, forçar o choro e se dizer um homem temente a Deus para influenciar os jurados antes que estes se recolhessem à sala secreta para definir se absolveriam ou condenariam os três acusados. A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos considerou “incoerente” a absolvição. Ela representa uma “cadeia da impunidade, que tem que ser quebrada”, disse o diretor da entidade, advogado Marcelo Freitas. (mais…)

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Sem Terra cobram justiça durante enterro de dirigente do MST na Bahia

Por Wesley Lima
Da Página do MST

O dirigente do MST, Fábio Santos da Silva, assassinado na última terça-feira (2) com 15 tiros por pistoleiros, em Iguaí, região sudoeste da Bahia, foi enterrado nesta quarta-feira (3).

O corpo começou a ser velado na Comunidade Rural Ribeirão das Flores, e depois foi levado à Câmara Municipal de Iguaí, onde a cidade pôde acompanhar e compartilhar deste momento de luto e se solidarizar com a dor da família, dos amigos e companheiros e companheiras de luta. (mais…)

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“Condenar os executores e inocentar mandante não tem sustentação”, diz advogado da CPT

Comissão Pastoral da Terra – A primeira vez que José Batista Afonso encontrou o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santos da Silva foi em uma reunião, em 1996, às margens do rio Tocantins. O objetivo era discutir a criação de um assentamento agroextrativista para os trabalhadores rurais que viviam na área, ainda bastante preservada e rica em castanhais. Desde então, Batista acompanhou de perto da luta do casal. Advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ele foi assistente da acusação dos réus acusados de planejar e executar o casal de ambientalistas. Confira entrevista abaixo:

Felipe Milanez (texto e foto)

Na entrevista abaixo, concedida nesta sexta-feira 5, dia seguinte ao julgamento, na sede da CPT em Marabá, Batista analisa o julgamento em que o acusado de ser o mandante, José Rodrigues Moreira, foi inocentado. Seu irmão, Lindonjonson Silva, foi condenado como executor do crime, junto de Alberto Nascimento.

CartaCapital: Como o senhor analisa o julgamento?

José Batista Afonso: Julgamentos de juris iguais a esse possuem um componente ideológico muito grande. Os jurados não decidem apenas pelas provas produzidas no processo, mas são influenciados pelo debate ideológico feito durante o julgamento. A sua decisão vai depender do lugar social em que vive, as suas relações e convicções religiosas ou políticas. Esses aspectos acabam sendo relevantes porque esse debate é o que é provocado pela defesa nesses casos. A estratégia de defesa é tentar transformar o juri em um enfrentamento politico. Em relação à absolvição, ela traz consigo uma grande contradição. E é com base nela que a acusação e a assistência irão recorrer ao Tribunal de Justiça. (mais…)

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Movimentos sociais se articulam contra apropriação de terras e águas por grupos internacionais

Fórum Social Mundial de 2012 aconteceu na Tunísia, no Norte da África. Reprodução/GoogleMaps

Preocupação com direitos básicos de comunidades que mantêm estreita relação com territórios em que vivem foi tema do Fórum Social Mundial, na Tunísia

Maurício Hashizume – Repórter Brasil

Túnis (Tunísia) O fenômeno do “apoderamento de terra e água” por parte de agentes econômicos internacionais se destacou como um dos temas “fortes” do Fórum Social Mundial (FSM) 2013, realizado na semana passada no Norte da África. Diversos debates e oficinas trataram da questão do land/water grabbing (na denominação em Inglês), que ameaça os direitos básicos de comunidades, povos e nações que mantêm estreita ligação com os respectivos territórios em que vivem, não apenas no continente africano, mas em diversas regiões do globo, inclusive no Brasil. (mais…)

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