Ditadura e peste emocional: a experiência argentina na Copa do Mundo de 1978

Argentina vence suspeitosamente a seleção peruana por seis a zero.

Por Raúl Enrique Rojo*, em Sul21

Este texto foi preparado para o seminário “Reflexões sobre o desenvolvimento de Porto Alegre”, realizado na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em março passado, organizado pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e MERCOSUL (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Primeiramente contextualizemos a disputa da Copa Mundial de Futebol na Argentina, em 1978. O país estava sumido, havia dois anos, na mais escura e sanguinária ditadura de sua história. O regime militar imperante, com certeza, não tinha atraído a disputa para a margem direita do Prata (já que, como sabem os brasileiros, estas decisões são tomadas com bastante antecedência(1), mas decidiu apropriar-se dela e usá-la como álibi propagandístico para consumo externo. Decidiu usar também como uma cortina de fumaça que não só escamotearia a pobreza das periferias e a dissensão das maiorias, mas, sobretudo, ofuscaria a usurpação do poder que estava em sua origem e o contemporâneo plano de sequestro, tortura e morte de seus oponentes e até dos que tinham tido a desgraça de despertar a cobiça de algum uniformizado ou de estar no lugar indébito no momento inapropriado, ou presenciado o que deveriam ter ignorado.

Houve, porém, mais. Estas realidades deram evidentemente outra importância ao Campeonato Mundial, a sua organização e a participação nele da seleção nacional. Em torno desta e da obtenção da Copa foi se criando uma sorte de mística nacionalista e de epopeia triunfalista que deveria galvanizar as multidões e enfileirá-las por trás dos governantes fardados, apagando toda divergência de opiniões e de interesses. (mais…)

Ler Mais

Maduro apresentará amanhã, segunda-feira, provas do ‘intervencionismo’ americano

UOL – CARACAS, 14 Abr 2013 (AFP) – O candidato chavista à eleição presidencial deste domingo e presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que amanhã, segunda-feira, apresentará “novas evidências” do intervencionismo dos Estados Unidos em seu país.

“Com os Estados Unidos há sempre dificuldades porque estão sempre conspirando. Amanhã vamos apresentar novas provas da intervenção direta de funcionários da embaixada americana em situações internas da Venezuela”, declarou Maduro durante coletiva de imprensa logo após votar em um colégio eleitoral de Caracas.

“O que aconteceria se um militar venezuelano, adido militar na embaixada da Venezuela em Washington, começasse a buscar militares no Pentágono para desacreditar a autoridade de (Barack) Obama ou para levantar-se contra Obama?”, acrescentou Maduro, quando perguntado se trabalhá para melhorar as relações diplomáticas com os Estados Unidos, se eleito presidente. “Enquanto estiver aqui como presidente e a revolução no governo da Venezuela não aceitaremos que humilhem a dignidade deste país”, declarou.

Maduro, que horas antes de notificar a morte de Hugo Chávez em 5 de março anunciou a expulsão de dois adidos militares de embaixada americana acusados de conspiração, assegurou que a regularização das relações diplomáticas dependerá “do respeito a nosso país”. (mais…)

Ler Mais

Júri de réu confesso do Massacre de Felisburgo está previsto para maio

Por Joana Tavares, do Portal Minas Livre

Foi em novembro de 2004. Jagunços armados invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha e mataram cinco trabalhadores. Outros vinte ficaram gravemente feridos, barracos e plantações foram queimados. Quase nove anos depois, o acusado de ser o mandante do crime, Adriano Chafik, que confessou publicamente estar presente no dia da chacina, terá seu primeiro júri. O julgamento, inicialmente previsto para janeiro deste ano, foi finalmente marcado para o dia 15 de maio, em Belo Horizonte.

Segundo Sílvio Netto, da Direção Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o motivo do adiamento de quase cinco meses foi um problema processual para se transferir o caso da comarca de Jequitinhonha. “Mas são mais de oito anos de espera por justiça, de impunidade para um réu confesso e para um crime de tamanha repercussão”, destaca.

O MST defendia que o julgamento fosse em Belo Horizonte, e não na comarca do caso, em Jequitinhonha, para evitar pressões políticas pela absolvição. Além de Chafik, será julgado, no dia 15, seu primo, Calixto Luedy, acusado de ser responsável pela contratação dos pistoleiros, por alojá-los na cidade após o crime e de armar um esquema de fuga. Os pistoleiros serão julgados em Jequitinhonha, isoladamente. “Na nossa avaliação, a morosidade tem sido tão grande para que se faça Justiça que quando nossos advogados se depararam com a possibilidade de maior adiamento para fazer o julgamento unificado, o Movimento optou par que se faça o julgamento dos principais culpados de imediato”, explica Sílvio. (mais…)

Ler Mais

Corrida contra preconceito percorre ruas de São Paulo

Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Apesar da garoa, centenas de pessoas participaram na manhã de hoje (14) de uma corrida contra o preconceito. Vestidos com camisas com as cores do arco-íris, os participantes percorreram percurso de 5 quilômetros, passando por várias ruas do centro da capital. A largada teve início por volta das 8h na Rua Líbero Badaró, próximo à sede da prefeitura e do Mosteiro de São Bento. Segundo os organizadores, 2 mil pessoas se inscreveram para participar da prova.
A 1ª Corrida contra o Preconceito foi organizada pela Coordenação de Programas para a Juventude, da Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo. “Essa é a primeira corrida contra o preconceito. É a união do Poder Público com a sociedade civil mostrando que todos são iguais, independentemente de suas diferenças”, disse Janaina Lima, coordenadora da Juventude.
Segundo ela, a ideia da corrida e das camisetas coloridas é “ilustrar a diversidade da sociedade”. “Independentemente dessas diversidades, as diferenças devem ser respeitadas”, disse à Agência Brasil.
Utilizando o esporte como meio de integração, a secretaria pretende discutir o preconceito racial, sexista, religioso, contra homossexuais e  contra pessoas com deficiência.  “O esporte é para todos, tem esse caráter social”. (mais…)

Ler Mais

Belo Monte: doze questões sem resposta

Por Dion Márcio C. Monteiro*, para OutrasPalavras

Encravado na Amazônia brasileira, o Xingu é um dos mais importantes rios da região. Dele dependem aproximadamente 14 mil indígenas do Mato Grosso e Pará, além de centenas de comunidades compostas por ribeirinhos, pescadores, extrativistas, quilombolas e agricultores familiares. Tiram sua alimentação das águas deste rio, e o utilizam como meio de transporte — não raro, o único. Antes das expedições holandesas, inglesas e portuguesas ao Xingu, ocorridas principalmente no século 17, a população indígena era muito maior, com aldeias que contabilizavam até 3 mil habitantes. Com o passar do tempo, a situação só tem se agravado para as comunidades originárias e tradicionais existentes na região.

Em 1975, sob o comando dos militares que governavam o Brasil desde o golpe de Estado de 1964, a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) iniciou os estudos do Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, primeiro passo no projeto de construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte. Foi responsável por este levantamento o Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores S.A (CNEC Engenharia), empresa naquele momento integrante do grupo Camargo Correa, um dos maiores interessados em participar do processo de construção de Belo Monte.

O ano de 1989 é um marco no processo de resistência ao então chamado Complexo Hidrelétrico do Xingu (o conjunto então proposto, sete barragens no curso do rio). Realizou-se em Altamira, Pará, o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Reuniu aproximadamente 3 mil pessoas, entre lideranças indígenas como Raoni Metuktire (cacique Kayapó), Marcos Terena e Ailton Krenak; o então diretor da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes (que se tornou presidente da Eletronorte no governo FHC e preside agora a Eletrobrás; o cantor inglês Sting; além de centenas de ambientalistas e jornalistas. (mais…)

Ler Mais

Lázaro Ramos entrevista Joaquim Barbosa para o Canal Brasil

“Escuto muito jazz e música clássica, e já fui roqueiro”, contou o presidente do Supremo Tribunal

Da Editoria Gente & Variedades

A nova temporada do programa ‘Espelho’ segue cheia de novidades. O entrevistado da semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, bateu um papo com o ator e apresentador Lázaro Ramos sobre o mensalão, gosto musical e trajetória de vida.

“Escuto muito jazz e música clássica, e já fui roqueiro”, conta. Se já pensou em ser ator? “Eu nunca quis. Mas, durante muito tempo, pensei que se tivesse tido uma boa oportunidade seria um bom ator. Mas a timidez fez com que jamais fizesse um teste”, revela. De acordo com a Coluna Vip do jornal Correio* deste dábado (13) a entrevista foi dividida em duas partes. A primeira, trajetória, será exibida na segunda-feira. A outra, justiça, vai ao ar no dia 22 de abril.

Ler Mais

Atual projeto de nação não tem lugar para povos indígenas, diz indígena e doutor em antropologia

Gersem Baniwa (Daiane Souza/UnB Agência)

Thiago Pimenta – Portal EBC

Após manifesto de funcionários da Funai por um plano de  indigenismo brasileiro, o Portal EBC entrevistou o indígena e doutor emantropologia Social, Gersem Baniwa, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Na opinião de Gersem, que é originário do grupo indígena Baniwa (localizado normalmente no noroeste do Amazonas), um plano indigenista passa previamente por um projeto de nação do país, não podendo acontecer de forma dissociada: “Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o Brasíl ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas”, destaca.

O pesquisador,  que já trabalhou em projetos no Ministério da Educação, reconhece alguns avanços das ações do governo na área escolar e na saúde indígena. O pesquisador reforça os esforços de gestores e técnicos que tentam avançar nas políticas indigenistas, mas denuncia as pressões sofridas pelos índios brasileiros por outros setores. (mais…)

Ler Mais

Perú: La manipulación mediática y la banalización de los medios

Por Payo Pauch – Servindi

14 de abril, 2013.- En las sociedades capitalistas-consumistas, los medios de comunicación masiva (prensa, radio, TV, e Internet) se han convertido en un sector estratégico de influencia y poder en los diferentes ámbitos de la vida económica, política, y sociocultural de un país.

Esta poderosa industria de la comunicación se encuentra enmarcada por objetivos específicos, algunos de los cuales son: la manipulación ideológica, el consumismo compulsivo y la formación de la mentalidad moldeable y sumisa de sus consumidores.

Pues, nos sugestionan, nos hipnotizan, nos manipulan, nos cautivan, para vendernos ideas y productos a través de la información, el entretenimiento y los anuncios comerciales, cuyo objetivo final son sus pingües ganancias y una óptima rentabilidad financiera. (mais…)

Ler Mais

Bancada ruralista pressiona para tirar poderes da Funai [e rasgar a Constituição de 1988]

Karine Melo, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Deputados da bancada ruralista prometem apertar o cerco contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a atribuição do órgão de auxiliar na demarcação de terras indígenas no Brasil. Entre as estratégias para pressionar o governo por mudanças, integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura dizem já ter assinaturas suficientes – mais de 180 – para protocolar um pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Funai, mas ainda não há definição sobre quando isso será feito.

Na semana passada o grupo contabilizou duas vitórias. Na primeira, conseguiu convocar a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Casa sobre as questões indígenas. A data da ida da ministra ao Congresso deve ser definida ainda esta semana pelo presidente comissão, deputado Giacobo (PR-PR).

Os ruralistas conseguiram ainda, na última quarta-feira (10), o apoio que faltava para a criação de uma comissão especial para apreciar e dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215/2000) que inclui, nas competências exclusivas do Congresso Nacional, a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, a titulação de terras quilombolas, a criação de unidades de conservação ambiental e a ratificação das demarcações de terras indígenas já homologadas, estabelecendo que os critérios e procedimentos de demarcação serão regulamentados por lei. A comissão foi criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), em retribuição ao apoio que recebeu dos ruralistas para comandar a Casa. (mais…)

Ler Mais

CE – Antiga Jaguaribara reaparece nas águas do Açude Castanhão

Postes de iluminação pública indicam onde ficavam as ruas, 11 anos depois da inundação. Fotos: Ellen Freitas

Postada por Janete Melo, com o comentário: “Alguns dias antes da remoção completa da população estive na cidade antiga (já em ruínas) e na nova, projetada; os dois cenários eram desoladores. Há informações que os índices de suicídio são altos. As autoridades não falam, mas o processo foi concluído às pressas devido a uma grande chuva que ocorreu na região, fazendo com que as águas subissem muito rapidamente. Há relatos de que pelo menos 35.000 animais tenham ficado submersos. Em 2011 voltei à cidade; a tristeza ainda ronda por todos os recantos da região”.

Reportagem visitou as ruínas da cidade, que desapareceu com a construção do maior reservatório do Ceará

Ellen Freitas, Diário do Nordeste

Jaguaribara O sertão que virou mar diante dos “jaguaribarenses”, há mais de uma década, voltou a emocionar a população, quando a seca decidiu revelar as ruínas da antiga cidade. O Açude Castanhão, responsável por transformar a vida de inúmeras famílias, hoje devolve um pouco de uma história de luta e partida, acompanhada de momentos importantes da cidade e do Estado.

Da parede da barragem é impossível saber onde se localiza a antiga cidade, que fica há cerca de 50 km de distância da nova sede. A reportagem acompanhou, com exclusividade, a primeira visita às ruínas da Velha Jaguaribara após 11 anos de sua inundação. Para chegar ao local foi preciso navegar durante uma hora, sendo esta a rota mais próxima. A visita foi acompanhada pelo vereador Mathusalém Maia, que foi o primeiro a saber das ruínas, a Coordenadora de Cultura do município, Mariane Souza e pelo guia Gil Queiroz, sendo os dois primeiros antigos moradores da cidade. (mais…)

Ler Mais